Cultura

Mé-Zochi institucionalizou o seu dia

26 de Setembro é o dia do distrito de Mé-Zochi. Um dia que passa a marcar o segundo distrito mais populoso do país, e que foi institucionalizado, em honra ao político e engenheiro agrónomo, Salustino Graça, que faleceu exactamente no dia 26 Setembro de 1965.

A institucionalização do dia do distrito de Mé-zochi, resulta da política da câmara local, em recuperar os valores históricos e identitários da região de São Tomé e Príncipe, que desempenhou papel fulcral nos momentos decisivos da história do país.

A maioria da elite intelectual nativa são-tomense, que desafiou os colonizadores portugueses, é originária de Mé-Zochi. Salustino Graça é um deles. A sua propriedade agrícola San Vicente, localizada pouco mais de 1 quilómetro da capital de Mé-Zochi-Trindade, terá sido o local onde escreveu uma carta às autoridades portuguesas, relatando os horrores que estavam a ser praticados pelo Governador Carlos Gorgulho contra o povo são-tomense em especial, contra os filhos de Mé-Zochi. O famoso massacre de Batepá.

Mé-zochi é rico em histórias de luta e de resistência, assim como em figuras que marcaram São Tomé e Príncipe. A câmara distrital sob a liderança de Nelson Carvalho, procura resgatar a identidade de uma região, que tradicionalmente quando se agita o país estremece.

A partir do ano 2013, 26 de Setembro será sempre o dia de Mé-Zochi. Acções importantes já foram realizadas este ano, em honra a Salustino Graça. As novas gerações têm oportunidade de conhecer a vida de Salustino Graça, através de uma obra literária da autoria do professor doutor Carlos de Espírito Santo Bené, considerado pela publicidade da TVS, como um dos maiores intelectuais de São Tomé e Príncipe. «Esta obra é uma recolha de vários trabalhos, alguns inéditos outros éditos de Salustino Graça. Aqueles que tiverem oportunidade de ler o livro ficarão bastante agradados, porque são ensinamentos que hoje é difícil encontrar pessoas que tenha pensado, tenha refletido com tanta grandeza  sobre   os problemas de São Tomé e Príncipe como o engenheiro Salustino Graça», assegurou o professor doutor Bené, em Setembro último, a quando do lançamento do livro na cidade da Trindade.

O poder local de Mé-Zochi, retrata a alma dos filhos ilustres da região, para que a população local se encontre consigo própria, que saiba de onde veio e compreenda melhor para onde vai. Neste capítulo, Mé-zochi distancia-se um pouco do resto nacional, onde a tendência é ignorar o seu passado, consequentemente vive sem alma, sem saber de onde veio e para onde vai.

Abel Veiga

11 Comments

11 Comments

  1. Zé Maria Cardoso

    4 de Outubro de 2012 at 10:13

    A primeira impressão, foi de quem teria atribuído a autoridade ao poder local em estabelecer um dia ao distrito. Teria havido algum referendo?
    Entrando no contexto e nas razões envolventes, o nome de Salustino Graça, ouvi dos mais velhos, é dos maiores filhos do país e não lhe faltam testemunhos factuais contra o poder colonial.Um orgulho.
    Parabens Mé-Zóchi!

  2. Santosku

    4 de Outubro de 2012 at 12:19

    De facto é um pensar de um dirigente que está procurando dar melhor de si e fazer com a actual e vindoura geração possa falar da sua zona de origem ou do seu Distrito com clareza. Parabéns ao sr. Presidente de Mé-Zóchi pela suas acções quer no seu Distrito assim como nos demais. Um abração, também sou Mezochiano.

  3. mudança

    4 de Outubro de 2012 at 12:27

    A idea é boa, mas a implementação…?! Devia ser o dia do nascimento desse cidadão, e não o dia do falecimento. E acho que o PR da camara não pode sózinho decidir isso. Um dia do distrito não pode ser decididosó pelo poder.

    • leucadio

      4 de Outubro de 2012 at 15:01

      O Presidente da Camara de Mé-Zoxi é, à semelhança do de Agua Grande, um dos mais activos. Ele tem feito muito para o Distrito, particularmente se compararmos com as acções dos anteriores presidentes da camara de Mé-zoxi.
      Relativamente a escolha da data de 26 Setembro para institucionalização do dia do Distrito, lamento que se tenha preferido a data de falecimento em vez do nascimento. Mas, o pior de tudo, é a questão de se saber quem conferiu ao Presidente os poderes para decidir sozinho este assunto. O Sr. Presidente cujo trabalho aprecio e felicito, pecou neste aspecto por excesso de zelo. Aliás este é um problema comum à nossa gente: se nos derem um pouco de poder, ja nos consideramos detentor de toda a verdade!!! Nem sei porque razão, cada Distrito da República teria que ter uma data comemorativa??? Para se inventar mais feriados, neste caso, feriado distrital??É bom que comecemos a fazer as coisas como devem ser, pois se a moda pega…

  4. Vanda

    4 de Outubro de 2012 at 12:33

    Faltam alguns irmãos como Francisco BÊBÊ ZÁUA…

  5. Ancrajoty

    4 de Outubro de 2012 at 15:36

    Certo; Sum Faxico Be^be^ Zaua, foi grande poeta/historiador que historiadores e políticos
    Santomense nunca pronunciaram.

  6. MEZOCHIPORDENTRO

    4 de Outubro de 2012 at 17:50

    O presidente da câmara tem de estar mais “in” dentro dos problemas da câmara e não um candongueiro de cibronça de impostos de mesas e barracas das festas socio-cultural-relegiosas do distrito. As finanças já chegam e sobram em atitudes… para controlar os impostos…

  7. MEZOCHIPORDENTRO

    4 de Outubro de 2012 at 17:50

    O presidente da câmara tem de estar mais “in” dentro dos problemas da câmara e não um candongueiro de cobrança de impostos de mesas e barracas das festas socio-cultural-relegiosas do distrito. As finanças já chegam e sobram em atitudes… para controlar os impostos

  8. José Silva

    4 de Outubro de 2012 at 21:15

    Na minha modesta opinião acho que a data de falecimento foi muito bem escolhida, retrata sim uma data em que o Senhor Engenheiro partiu, deixou as suas obras que em contrapartidas devem lembradas em sua homenagem e porque não um caminho aberto a percorrer. Vamos todos contribuir com zelo para a construção de um STP melhor.

  9. pena de li!!!

    5 de Outubro de 2012 at 10:42

    mais institucionalizacao dos beberetes e do paganismo. daqui a pouco na comemoracao deste dia, ver-se-a pessoas atrás da igreja comendo e bebenddo e maquinando dar cornos e pedir pragas em nome de um santo popular qualquer, que é objeto de pedra, venerado pelas igrejas desse mundo , e a populacao ignorante que só quer comes e bebes, luxuria, paganismo e idolátria.

    e depois subsumem tudo ao mesmo. dia de me-zochi, dia de qualquer santo ou santa, e estará a perdicao legalizada e feita costume.
    duvidam???

  10. ÔSSÔBÔ

    7 de Outubro de 2012 at 18:31

    São ganhos que o país vai conquistando ao longo do tempo!
    Viva!!!
    Fui!!

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