Cultura

Momentos de uma visita a Taiwan

São de Deus LimaVisitei uma mão razoavelmente cheia de países em África, na Europa e nas Américas. Porém, se exceptuar uma noite na Anatólia, o lado asiático da Turquia, a Ásia permaneceu sempre uma lacuna, um gigantesco, poderoso enigma na minha cartografia de viagens.

Apenas muito recentemente me foi permitido vislumbrar um pouco desse vastíssimo e diverso mundo, até então somente fragmentariamente acompanhado e tentativamente perscrutado, por mim, através da média. O destino foi Taiwan, ilha chamada Formosa pelo olhar, decerto deslumbrado, de um português.

O percurso Lisboa-Amesterdão- Banguecoque-Taipé é susceptível de vergar a fleuma do mais intrépido viajante.

Durante a última etapa do longo trajecto, entretive-me a ler o Taipe News: a manchete, quase toda a página, destacava a vitória, em Wimbledom, nos pares femininos, de uma tenista da China-Taiwan e outra da China Popular. O tom era celebrativo e, em algumas passagens, eufórico.

Se em Banguecoque o meu passaporte foi, numa sala reservada, minuciosamente escrutinado durante larguíssimos minutos por um muito correcto oficial, chegada a Taipé, o processo foi bastante mais expedito (facto explicável, seguramente, pelo visto de cortesia da Embaixada de Taiwan em São Tomé), e, pouco depois de ter aterrado, percorria a longa distância entre o aeroporto e o hotel. Se sempre ouvira elogiar a cortesia e a hospitalidade orientais, os seis dias da minha estada em Taiwan, foram plenamente corroborativos.

O convite especificara que o programa seria cultural. No cumprimento da agenda, o rigor e a pontualidade foram inexcedíveis.

O Conselho dos Povos Indígenas

A primeira etapa foi um encontro com o Conselho dos Povos Indígenas, o mais alto órgão de governo das comunidades austronésias.

De acordo com estudos linguísticos, nove dos mais antigos dialectos austronésios, falados na região do Pacífico Sul, foram preservados e são falados, hoje, em Taiwan. Uma equipa chefiada pelo vice-presidente acolheu os visitantes aos quais foi explicada a política oficial, simultaneamente de preservação identitária e de integração, através de direitos plasmados na constituição e implementados nos domínios da cultura, da educação, do trabalho, da justiça, da informação e da propriedade intelectual, entre outros.

Segundo o vice-presidente do Conselho dos Povos Indígenas, 98% dos jovens concluem estudos universitários. Existem órgãos autárquicos exclusivamente responsáveis pelos assuntos indígenas e há tribunais próprios. Se um membro de uma comunidade indígena for preso, pode exigir que lhe seja enviado, no espaço de 4 horas, um advogado especializado.

É estimulada a concessão de empréstimos e de subsídios para apoiar o Programa Global de  Apoio Sustentável que inscreve a inclusão social, a inclusão digital, o incentivo à permanência no seio das comunidades.

A percentagem de indígenas em posições de poder? São apresentados alguns números entre militares e professores. Estes últimos andarão à volta dos 340 mil.

Às artes, especialmente ao teatro e ao artesanato, é atribuída uma importância muito especial.

Foi referida, com ênfase, a participação de uma delegação dos povos indígenas taiwaneses no Fórum das Nações Unidas, em 2008, ao mesmo tempo que foi reconhecido o que foi descrito como alienação, devido às migrações para as cidades e a crescente tendência para os casamentos mistos. ‘’São desafios que temos de enfrentar’’, disse o vice-presidente do Conselho.

Nesse contexto, a preservação das línguas, sobretudo nas camadas mais jovens, torna-se cada vez mais difícil. Num esforço para responder à situação, os programas de ensino estipulam vantagens, no acesso à universidade, aos estudantes que obtiverem médias altas nas línguas indígenas. Ao mesmo tempo, projectam-se formas de ‘’incluir novos fenómenos nessas línguas, modernizando-as e tornando-as mais atractivas para os jovens.’’

Comer pixinho em em Jiufen Old Street

O nosso pixinho, refogado, é um dos meus pratos predilectos. Infelizmente, já não é tão frequente o pixinho fumado ou seco ao sol. Pois bem. Em Jiufen, uma antiga zona mineira transformada em vibrante e buliçoso ponto turístico, fui encontrar um verdadeiro petisco, o pixinho seco com malagueta e o pixinho seco com sal. É crocante, é muito bom e é igualzinho ao nosso, vendido em pequenos sacos de plástico. E também camarão seco e, igualmente, crocante. Mas pixinho e camarão não são os únicos artigos que se oferecem à vista nesse gigantesco bazar. Vende-se de tudo em pequenos pavilhões perfeitamente alinhados dos dois lados de uma rua estreita e ascendente…para quem vai a subir. Doçaria confeccionada à vista, estranhos gelados, fumegantes fritos, anafados enchidos, delicadíssimas empadas, uma miríade de tipos de chás em latas caprichosas ou em discretos pacotinhos, pequenas e sensíveis peças em madeira, leques para todos os gostos, brinquedos e bric-a-brac, uma loja só com lápis de todo o tipo e feitio, bijutaria infinita, pedras preciosas ou parecidas, vestuário à escolha, vestuários em miniatura, adornos para casas, convidativos objectos em vidro, tudo o que se possa imaginar em tons garridos, translúcidos e transparentes, em todos os tons. E tudo o mais que não pude ver.

Há ali restaurantes famosos, um antigo estúdio de banda desenhada e muitos visitantes fazem questão de serem fotografados ao lado da estátua ao mineiro, símbolo de uma época que marcou a história da localidade.

À sombra de Tao

É uma figura bojuda e impressionante que se eleva, majestosamente, contra o verde do matagal, à entrada do mais importante templo taoista em Taiwan. Jeff, o guia, explica-nos que se trata de uma personificação mítica e filosófica, mas não propriamente reverenciada como uma divindade. Convoca, diz ele, à meditação e valoriza a simplicidade, a compaixão, a moderação e a humildade.

O templo afigura-se me tão impressionante como o seu pétreo guardião. Há fiéis prostrados, um suave cheiro a incenso atravessa o vasto pátio. Não há turistas. Chegáramos ao local conversando animadamente. Ali dentro, caminhamos o mais silenciosamente possível, remetidos a uma recolhida observação.

Deixo aquelas alturas, aquele lugar meticulosamente isolado, a bela paisagem que se espraia muito lá ao fundo e volto a passar defronte da imensa estátua pensando, sem o poder evitar, em Joseph Campbell e no seu herói de mil faces.

Museu de Arte Indígena depois do tufão

Um dia de sol radiante. Tão radiante que alguém diz parecer impossível que um tufão tivesse varrido o arquipélago na véspera, interrompendo o programa por 24 horas. Ficáramos no conforto do Evergreen Resort  hotel, em Jiaosi, testemunhando a velocidade, já mitigada, do vento e da chuva. Em outras paragens, apesar da eficiência dos serviços meteorológicos, da antecedência da previsão e das rigorosas medidas preventivas, o balanço ascendeu a 16 mortos.

.        A visita guiada ao primeiro museu etnográfico de Taiwan, o Museu de Arte Indígena, permitiu apreciar não só diversos artefactos modernos, como uma variada  colecção de peças antigas, incluindo fotografias, olaria, instrumentos de caça e peças de vestuário, ilustrativas de uma apurada arte de tecelagem e de tinturaria. Somos levados a dar particular atenção a alguns objectos. Por exemplo, uma canoa Yami, para um só navegador, ainda perfeita apesar da idade, que não pode ser fotografada. Levou cerca de três anos a ser construída e, como todas as canoas nessa comunidade, tinha um valor de objecto sagrado cuja conclusão era anunciada a toda a família. A  fotografia de um Shama, misto de médico e de feiticeiro. Ali, na parede, todos juraríamos ser um homem mas, foi-nos explicado, afinal é uma mulher. Também uma Hami, numa foto curando uma criança, noutra, imersa na tentativa de previsão do futuro.

Espadas, fabricadas para combater um espírito maligno e apenas para isso, já que na caça eram usadas adagas.

Potes sagrados, que entre os povos Ami havia a crença de que os espíritos dos ancestrais moravam dentro dessas ubagas.  Quanto mais velho fosse um pote, mais venerado. Nas sociedades Ami, as mulheres tinham um estatuto superior ao dos homens e a estes cabia fiar, tecer e cuidar da casa. Muitas dessas crenças e costumes caíram em desuso, embora algumas práticas antigas, como a caça, se mantenham em cerimónias ritualísticas. E, claro, os agora silenciosos instrumentos musicais, outrora usados para afugentar animais, comunicar à distância. Um, dentre todos,  coloca sorrisos ternurentos no rosto da guia e também nos nossos: servia para atrair mulheres.

A visita ao museu complementou o encontro com o Conselho dos Povos Indígenas.

O National Palace Museum

Uma boa guia pode marcar a grande diferença entre um olhar mais ou menos fascinado a obras de arte e artefactos expostos e uma imersão nos períodos históricos que os viram nascer: as relações de poder, os seus significados, o modo de vida e o estatuto daqueles de cujas mãos saíram. Na visita de algumas horas ao National Palace Museum de Taipei, nunca teria sido possível ver as cerca de 700.000 peças da colecção permanente da antiguidade chinesa, cerca de oito milénios de história que desembocam na dinastia Qing. Muitas peças pertenceram a colecções de imperadors e a competência da guia transportou-nos ao fundo de velhas glórias imperiais, à demorada minúcia dos artistas, a progressiva lentidão no fabrico de fabulosas peças que levavam anos a concluir, a recompensa e o reconhecimento do valor desse trabalho mas, também, o por vezes efémero usufruto desse estatuto por força de um ofício que exigia um esforço ocular e manual quase sobre-humano. Um reconhecimento e estatuto que nem sempre aconteciam.

Peças de pintura e de caligrafia, livros e documentos históricos raríssimos, o esplendor das peças em jade, pedra tão apreciada na antiga China pela sua raridade e pela sua associação à imortalidade, materiais preciosos em corno de rinoceronte, solenes peças em madeira, delicadas caixinhas e esculturas em marfim. Chegámos ao fim da visita gratos pela proporcionada oportunidade de vermos aqueles recuados séculos em preciosidades e gratos ao enciclopédico conhecimento da guia a quem não faltou, na colorida narração de episódios históricos, a útil contextualização.

O mais alto prédio do mundo

Com os seus 508 metros de altura, o 101, assim chamado devido aos seus 101 andares, é o mais alto arranha-céus construído e está incluído entre as primeiras maravilhas arquitectónicas do mundo. Os seus elevadores são considerados os mais velozes do mundo, percorrendo 16.83 metros por segundo, o equivalente a 60.4kms por hora. É um fervilhante edifício multi-usos com escritórios, hotéis, salas de conferências, observatórios que proporcionam vistas fabulosas e lojas nos andares térreos onde se vende e se compra incessantemente.

Ali, no rés-do-chão, saboreei os mais deliciosos dumplings da minha longa relação com a culinária chinesa, com os mais diferentes, surpreendentes e gostosos recheios, sendo que, para mim, nenhum recheio é tão bom como o camarão. Quando alguém se mostrasse desajeitado ao fazer o ‘’embrulho’’, um simpático empregado ou empregada prontificava-se a ajudar. É um dos restaurantes mais famosos de Taipei, que abre as suas portas a celebridades de visita a Taiwan mas tem, com as suas mesas baixas, o ar de um restaurante normal, excepto pelas longas filas de espera. Os dumplings são cozinhados à vista, a vapor, e os cozinheiros debruçados sobre as constantes encomendas, com os seus uniformes e os seus capuzes imaculados, fazem lembrar azafamados cirurgiões. Entre várias fotografias de comensais famosos, há uma de Tom Cruise.

O Forte de Santo Domingo

A visita ao Forte de Santo Domingo expôs as camadas de história subjacentes ao arquipeálgo de Taiwan e é um monumento exemplificativo da sua importância estratégica  ao longo dos tempos. Construído pelos espanhóis em meados do século XVII, foi demolido e depois reconstruído, tendo sido, ainda no século XVII, ocupado pelos holandeses, que o ampliaram. Entre finais do século XVII e a segunda metade do século XVIII esteve sob o domínio da dinastia chinesa Qing, para ficar depois sob o domínio dos britânicos que aí instalariam o seu consulado e, mais tarde, a residência do cônsul. As diferentes bandeiras nos mastros reconstituem o percurso histórico deste monumento, hoje museu, e simbolizam a sua diversidade arquitectónica, um dos locais mais emblemáticos da cidade de Taipé e de Taiwan. No dia em que visitámos o Forte, um grande grupo de alunos acompanhado dos professores percorria os edifícios, escutando atentamente as explicações de um entusiástico guia.

Culinária e manjares

Deixei deliberadamente para o fim a riqueza e a diversidade da culinária. É uma comida com sabor, cor, aroma e estética. Nada do que possa dizer traduzirá o requinte das refeições, a interminável sucessão de pratos e sua variedade: os caldos de bambu e frango ou de fios de ovos com milho tenro, as sopas aparentemente enigmáticas e sempre saborosas, as múltiplas formas de se presentear o pato. O arroz frito, para nós chau-chau, sempre uma revelação. O frango com amendoim e muita malagueta seca, as diferentes formas de se cozinhar o tofu.

Cada manjar oferecia uma forma nova de ofertar o frango, o pato, o peixe, o tenro choco. E em Taipe, comi os mais deliciosos pratos de camarão que imaginar se possa. Omo outros pratos, alguns tão caprichosamente apresentados que pareciam concebidos apenas para regalar a vista e não para serem tocados. E os mais macios vegetais, crús ou cozidos em vapor e temperados com soja. E as vaporosas, perfumadas chávenas de chá. Também essa culinária me disse do requinte da cultura taiwanesa e da sua sofisticada arte de bem-receber.

Ao sexto dia, deixei para trás a acolhedora Taiwan, com as suas acentuadas elevações, o seu verde exuberante, a sua vegetação luxuriante, onde descortinei algumas espécies familiares, como a crista de galo; o silêncio do mosteiro taoista e aquelas ruas e lugares cheios de constante movimento. Conheci um pouco da riqueza da sua cultura, da sua história, das suas conquistas. Vislumbrei o desenvolvimento alcançado sem destruir a natureza, o nível de organização necessário para enfrentar tufões e outras constantes intempéries. Apreciei a grande amabilidade e a gentileza das pessoas com quem me cruzei.

E comigo, trouxe o som de Malaika, a imorredoura canção de Míriam Makeba, ressoando inusitadamente num restaurante no centro de Taipé, na bela voz de uma cantora taiwanesa.

20 Comments

20 Comments

  1. Barão de Água Izé

    18 de Agosto de 2013 at 19:25

    Muito interessante este pequeno diário de viagem de São Lima.
    Tão bem escrito, que pouco falta para ser uma gravação em imagem de todos os momentos vividos.
    No entanto, uma pergunta importante: Por que Taiwan é assim, tão cheio de riqueza cultural e surpresas enriquecedoras da alma de quem a visita?
    Que distância existe entre a nossa Terra e Taiwan? Não a distância geográfica, sim a distância da satisfação básica das necessidades do povo Sãotomense; a inexistência das luzes de néon colorido que dariam vida ao turismo; da luz que falta nas nossas ruas; das condições materiais para se ter um Museu Nacional digno, tanta distância!
    Muito da Economia chinesa (R.Popular da China) é financiadada e gerida por Taiwan.
    Se Taiwan tivesse aplicado a cartilha marxista, quando se tornou independente, estaria como STP? Provavelmente, muitos visitantes de Taiwan, no retorno da sua viagem, ao olharem das alturas para esse País, terão colocado a si próprios a essa pergunta.

    • LA

      25 de Agosto de 2013 at 8:56

      Adorei imenso o teu comentario, e as perguntas colocadas. Pois esta seria o grandecaminho para desenvolvimento, e nao os burros pelo qual recebemos.

  2. Pen Drive

    19 de Agosto de 2013 at 8:45

    É muito bonito não é São.Uma realidade que constrata em absoluto com a nossa triste realidade!A senhora ficou contente não foi!E agora como é que lá chegou?Já agora, acessore muito bem os seus acessorados que caminho identico deve ser seguido em S. Tomé e Príncipe!

    • Bunzu

      19 de Agosto de 2013 at 10:41

      Pen Drive, porque é que senhor não assessorou os seus amigos? Eles não foram para Taiwan? Só para ir buscar dinheiro, malandros. E negócio de barco só, mas nada.

    • Olho Vivo

      19 de Agosto de 2013 at 17:10

      Um trabalho bem feito, sim senhor.
      Quem vota contra são aqueles que não sabem pensar nem escrever. Fui e não volto mais. Obrigado.

  3. Tim Cabral

    19 de Agosto de 2013 at 9:25

    Pen Drive:

    Não estorve. Quantos santomenses não visitaram Taiwan e não visitam Taiwan? A São Lima é menos santomense que os outros? São: muito boa reportagem. Fez bem o seu trabalho como jornalista.Continue sempre assim. Obrigado.

  4. Oscar Sousa

    19 de Agosto de 2013 at 9:27

    Temos que aprender com Taiwan, uma ilha como nós que se desenvolveu com o esforço das pessoas. Com trabalho, método e organização. Bom trabalho, senhora Conceição. Parabéns.

  5. Cabujura

    19 de Agosto de 2013 at 9:48

    OBRIGADO, com este relato senti também esta viagem na imaginação, claro. foi bom.

  6. Realista

    19 de Agosto de 2013 at 12:50

    Olha quero parabenizar a menina São Deus Lima pela exposição aqui grafada.
    Foi mui bom viajei mesmo sem sair do meu espaço geografico, posso dizer que passei por cada esquina por onde passou a autora e saboriei cada petisco….. foi bom sim.

  7. Olivio Diogo

    19 de Agosto de 2013 at 15:28

    Uma unica frase, Sao Deus Lima no seu melhor. O pais agradece

  8. graca

    19 de Agosto de 2013 at 20:53

    Sao, obrigado por relembrar os nossos governantes de o sonho comanda a vida …
    Se o nosso pais tever o progresso todos ficam a ganhar …
    Sigam o exemplo de Taiwam!…
    Apesar da seu tamanho hoje representa uma potencia economica mundial…
    seria bom que todos santomenses em especial os nossos diregentes em tevessem como exemplo daquele povo que nunca teve medo do gegante” “china”.nao deixou em maos aleia o seu destino …foi sempre firme nas sua conviccoes…

  9. luisó

    19 de Agosto de 2013 at 21:27

    Muito viajada, sim senhor.

  10. Horácio Will

    19 de Agosto de 2013 at 22:06

    Cá está a São outra vez.
    A São remeteu-me de novo para uma dúvida que sempre trago comigo, seja, um dilema:
    1. Os críticos favorecem os bons artistas trazendo sempre uma explicação louvável para todos os pormenores das obras destes mesmo que os ditos pormenores tenham sido elaborados por acaso?
    2. Os bons artistas são pessoas tão preenchidos de propósitos que mesmo distraídos emitem sempre pormenores carregados de sentido?
    Terminada a leitura pergunto-me se não foi de propósito que a imagem correspondente à descrição do Tao foi a primeira colocada nas ilustrações do artigo.
    Se foi de propósito, fico com a sensação que toda a ilustração das maravilhas que a São nos apresentou não foi mais que um grito apelativo para que pudéssemos ver o que consegue um povo que observa os princípios preconizados pelo Tao: “Convoca… à meditação e valoriza a simplicidade, a compaixão, a moderação e a humildade.”
    Sinto que nos foi mostrado que a falta desses princípios deixa-nos despidos de qualidades que nos permitiriam sonhar com tamanha beleza descrita pela São. Também sinto que a falta de dirigentes que pensem em fazer desses princípios uma orientação geral, remete-nos para a posição de um povo de sonhos adiados.
    “Vislumbrei o desenvolvimento alcançado sem destruir a natureza, o nível de organização necessário para enfrentar tufões…” Que frase forte, São! Até senti que os tufões fossem os destruidores cegos da beleza das nossas ilhas em busca de algo para mostrarem noutras paragens como troféus das suas fúrias gananciosas e potenciadas pelas favoráveis abanadelas das nossas árvores autóctones.
    Felizmente para nós, temos uma artista cheia de propósitos a emitir continuamente pormenores carregados de sentido.
    Obrigado São!

  11. Trovão

    20 de Agosto de 2013 at 10:09

    Horácio Will disse e assino por baixo:

    ”fico com a sensação que toda a ilustração das maravilhas que a São nos apresentou não foi mais que um grito apelativo para que pudéssemos ver o que consegue um povo que observa os princípios preconizados pelo Tao: “Convoca… à meditação e valoriza a simplicidade, a compaixão, a moderação e a humildade.”
    Sinto que nos foi mostrado que a falta desses princípios deixa-nos despidos de qualidades que nos permitiriam sonhar com tamanha beleza descrita pela São. Também sinto que a falta de dirigentes que pensem em fazer desses princípios uma orientação geral, remete-nos para a posição de um povo de sonhos adiados.
    “Vislumbrei o desenvolvimento alcançado sem destruir a natureza, o nível de organização necessário para enfrentar tufões…” (…)Que frase forte, São!”

    Boa leitura da reportagem, Horácio Will. Obrigado.

  12. José

    20 de Agosto de 2013 at 17:50

    São,
    Bom trabalho, gostei.
    Mas só uma curiosidade. Este edifício, na foto, é mesmo 101? Não me pareceu 101. A não ser que tivesses feito a foto de um angulo que que não abarcasse o aranha-céu todo.

  13. São de Deus Lima

    20 de Agosto de 2013 at 21:36

    Muito obrigada, José.
    Agora é mesmo o 101.

    Cumprimentos,
    São

    • Barão de Água Izé

      21 de Agosto de 2013 at 9:50

      São Lima, tenho admiração por si, pois no realidade Sãotomense há poucas pessoas livres de opinião e pensamento, e que se afirmam. O 101 será ou é importante por razões de desconheço, pois levou ao seu comentário, quando seria de esperar que um seu comentário ou novo artigo de opinião comparasse STP com Taiwan. Admiro-a como jornalista e sugiro que não se intimide com a presença das personalidades que entreviste, por mais galões que apresentem, merecedores ou não.
      Um exemplo: Na entrevista ao Presidente da Assembleia, perguntou qual o livro, para ele, mais importante; A “Mãe” de Máximo Gorky. Este livro normalmente lê-se na adolescência ou na iniciação política. Poderia ter-lhe perguntado: E de Teoria Politica qual foi o último?
      Já agora, não quer pensar num debate sobre a reprivatização da Economia Sãotomense? A realidade está bem presente na nossa Terra, e lendo as maravilhas de Taiwan e ainda bem para o povo taiwanês, só dói,ver o tempo passar para o povo de Sãotomense.

  14. Beto Maria

    21 de Agosto de 2013 at 12:47

    É, de facto, um prédio impressionante.

  15. Santana Barros

    21 de Agosto de 2013 at 21:03

    caros irmãos santomenses. O que interessa não é distância de desenvolvimento entre são Tomé e taiwan. O que interessa é seguir-se o exemplo de outros países desenvolvidos com é o caso de taiwan. Os Empresários em colaboração com os Governantes devem apostar na diversificação da economia para desenvolver o país. São lima pelo contrário radografou como é que se faz desenvolvimento em outras paragens do planeta. No caso de Taiwan, é um país que não tem nada no seu subsolo, más é considerado como um dos países com uma economia gigante na Asia. porque não investiguemos como é que os outros conseguem e nós não conseguimos?

  16. Anselmo

    25 de Agosto de 2013 at 11:40

    Sabem como esses países se industrializaram e desenvolveram(Taiwan, Singapura, hon-kong, Correia do Sul, os chamamados NPis), graças a influeência do Japão no contexto reginal com a sua mão de obra disciplinada e qualificada. Como nunca tiveram colonia para explorar matérias primas, deu saber ao seu povo, apostando assim, porémnas indústrias de ponta, como a informática a telecomunicação e a Electrónica acompanhado de grande massa de mão de qualificada e barata, tendo em conta a sua grande densidade populacional.
    Obrigado

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