Cultura

Bené publica dois volumes sobre a Primeira República

Factos e acontecimentos que marcaram os primeiros 15 anos da independência nacional, estão plasmados no livro “ A Primeira República” publicado esta semana em São Tomé pelo professor Carlos do Espírito Santo, vulgo Bené.

Segundo o autor os acontecimentos distribuídos em 2 volumes, contêm provas que testemunham, «o caracter ditactorial do regime».

Bené apresentou algumas provas do caracter ditatorial do regime que vigorou após a independência nacional. «Três meses após a proclamação da independência a 12 de julho de 1975 o Governo criou o decreto número 22 de 1975 que proibia a saída ou entrada dos cidadãos são-tomenses do país. Os que quisessem sair do país tinham que ter uma autorização do governo para o fazer», pontuou.

O autor da obra diz que ele pessoalmente foi vítima da decisão do Governo são-tomense. Bené diz que foi membro da Associação Cívica, que liderou o combate interno para a independência nacional. No entanto tinha – se ausentado do país.

Em Portugal onde vivia, decidiu regressar a São Tomé. Não havia voo directo naquela altura, por isso escalou Luanda-Angola para depois desembarcar em São Tomé. «As autoridades que sabiam que eu ia regressar ao país, cercaram o avião com muitos militares e me impediram de descer do avião. Por isso me considerado a primeira vítima da ditadura em São Tomé e Príncipe. 3 meses após a independência um cidadão são-tomense que quer regressar ao seu país e não podia fazê-lo», relatou.

O cidadão diz que passou por momentos difíceis. Teve que regressar no mesmo avião para Luanda onde ficou entregue a sua sorte. «Não me deram bilhete de passagem para regressar a Lisboa. Regressei no mesmo avião da TAAG ara Luanda no mesmo avião. Largaram-me no aeroporto de Luanda, não tinha dinheiro e nem conhecia ninguém em Luanda», precisou.

No entanto mais tarde conseguiu trabalhar num banco em Angola, e teve apoio de pessoas amigas.

A criação do Tribunal Especial para Actos Contra-Revolucionários, é outro exemplo do caracter ditatorial da primeira república. «O decreto número 32 de 26 de Dezembro de 1975, criou o tribunal especial para actos contra revolucionários. Era um tribunal cujas decisões não tinha qualquer recurso. Bastava ter um conflito com um comité qualquer para ser alvo de julgamento no tribunal para actos contra revolucionários», frisou.

O professor doutor Carlos do Espírito Santo, que diz ser um dos mais ilustres intelectuais de todos os tempos de São Tomé e Príncipe, acrescentou que muitos outros casos que se verificaram nos primeiros 15 anos estão retractados no livro.

Situações de repressão, no primeiro recenseamento geral da população, na década de 70, também estão relatados nos dois volumes da primeira república. Um livro cuja edição foi patrocinada pelo BISTP.

Abel Veiga

13 Comments

13 Comments

  1. Original

    24 de Julho de 2015 at 17:27

    Quando o Sr.Bené vem através do seu livro fazer-se de vítima duramte a 1ª República,então está a contribuir para dar razão a aqueles que vivem agarrado ao passado.A seu nível não gostaria fazer papel do Nelson Mandela que passou toda vida na prisão e decidiu renascer e ser Presidente de todos Sul Africanos inclusive também dos brancos que o maltrataram? Quando estamos a conduzir um carro e preocupamos mais com retrovisor em vez de ver para frente,barramos,barramos e nunca mais chegamos o destino e é o que que está a passar em S.Tomé e Príncipe.
    Parem com isto e vamos ver para frente e não vale a pena nenhum partido assumir o protagonismo desta país porque não arranca;o ideal é governar sim mas aproveitar também ideia dos outros.
    Povo! este País está a afundar aos poucos e muita gente não está a dar conta porque estão precupados com a forma como safar o seu dia a dia e isto não é futuro,o futuro é cada um ter rendimento de forma a depender de si próprio e fico por aí.

    • Mairo

      10 de Agosto de 2015 at 9:06

      o Sr tem que ir a escola para saber o que é “História” e “estoria”!

  2. Maiker

    24 de Julho de 2015 at 17:43

    Obrigado Abel Veiga.
    Gostei muito desta parte da notícia, passo a citar “O professor doutor Carlos do Espírito Santo, que diz ser um dos mais ilustres intelectuais de todos os tempos de São Tomé e Príncipe, acrescentou que muitos outros casos que se verificaram nos primeiros 15 anos estão retractados no livro.” Subscrevo. “Diz ser” porque só mesmo Bené acredita nisso. O escritor Carlos Esperito Santo, não é professor doutor, ele tem que parar de mentir aos São-tomenses. O título professor doutor é para quem tem Doutoramento e é professor Universitário. Que eu saiba o Bené não é professor Universitário, ele pode até ter Doutoramento mas se não é professor Universitario é simplesmente “Dr.”. A Universidade que o senhor Bené diz ser professor já foi extinta.A Universidade Moderna de Lisboa já não existe, como é possível alguém ser professor duma Universidade que não existe. Sinceramento.Um dos mais importantes intelectuais? Só Bené acredita nisso.

  3. Maiker

    24 de Julho de 2015 at 21:19

    Este senhor é engraçado. O homem nem é professor doutor, anda a enganar os São-tomenses. Mas Bené não sabe que professor Doutor é quem tem Doutoramento e leciona num estabelecimento de ensino superior? O escritor Carlos Esperito Santo, pode ate ter Doutoramento,mas se não leciona num estabilecimento de ensino superior é apenas”Dr.”, Dr. Carlos Esperito Santo, não professor doutor. Quem disse ao Bené que ele é um dos maiores intelectuais de todos os tempos de São Tomé e Príncipe? A Universidade que o Dr.Carlos Esperito Santo diz ser professor foi encerrada a muito tempo.
    Facto: http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=1021883

    • MIGBAI

      28 de Julho de 2015 at 10:29

      Maiker no seu melhor, ou seja, a pura ignorância.
      Em lado nenhum se lê que o cão sarnoso da cívica, se intitula professor doutor.
      É o Abel Veiga que escreve que ele é professor doutor.
      E depois a santa ignorância do Maiker, que tenta explicar sem saber, quem é, e quem pode, ter um titulo académico, equivalente a Professor Doutor.
      Não te vou explicar criatura, como se obtém o titulo académico de Prof.Doutor, para que tu deixes de dizeres asneiras.
      Se queres saber, vai estudar e agarra-te no mínimo á internet para aprenderes, em vez de lançares asneiras aqui.
      Somente uma simples dica, sobre cursos superiores e seus graus académicos.
      Bacharel, Licenciado, Mestrado, Académico, que corresponde aos anos frequentados de faculdade e teses apresentadas.
      Agora vai ver o que corresponde cada um, pois não te posso ensinar tudo, criatura!
      Mas faz um favor ao povo santomense, evita falar do que desconheces, pois a gente agradece!

  4. Maria silva

    24 de Julho de 2015 at 23:44

    O senhor Carlos Espreito Santo é muito apelativo com a questão ” intelectual ” procura sempre uma maneira de nos lembrar que é o maior intelectual de tds os tempos na sociedade Santomense .
    Senhor ” bené ” não podemos viver refém do passado , esquece lá o passado que “diga se de passagem não nos vai ajudar em nada” e usa essa intelectualidade toda para o bem de STP que a gente agradece !

  5. Almeida Santos dias

    25 de Julho de 2015 at 10:28

    Este trabalho de BENE foi uma encomenda de ADI e Patrice Trovoada. Alias por isto foi apresentado por Ministro da Justiça RAPOSO que não quer ir ao Ministério Público prestar declarações sobre as acusações que lhe pesam feitas pelo Procurador Samba.

  6. paulo pedro

    25 de Julho de 2015 at 19:05

    -.ja iniciou o posicionamento para pré-candidatos presidenciais…Rafael…Bené…quem será o próximo a lançar??p

  7. ANCA

    25 de Julho de 2015 at 20:13

    Uma boa iniciativa

    É deverás importante que cidadãos nacionais, pensem, escrevam sobre factos, acontecimentos, relatos nacionais, sobretudo quando a geração vidoura, pouco conhecimento e analise sincrónica/cronológica, têm sobre vários periodo da nossa História, antes e pós a libertação colonial…

    Investiguemos, analisemos…sempre que possamos… procuremos conhecimento saber antes de saber para saber fazer bem e melhor…

    Saber factos sobre o descobrimento do que é hoje País(Território/População/Administração/Gestão), São Tomé e Príncipe, povoação gestão administração, na administração colonial Portuguesa, a composição estratos da população, formas de organização social, cultural, ambiental, desportivas, politica, económica, financeira, os contextos temporais internacionais na altura…

    Saber, acontecimentos e factos que levaram a libertação colonial, bem como saber todos os processos que se seguiram, em termos de organização, gestão do Território/População, no Regime que se seguiu, pelo MLSTP, pós Libertação Colonial, dita “Independência Total”, até a abertura democrática até os nossos dias, é um repertório riquíssimo,…

    Quem somos?

    De Onde Viemos?

    Como nos Organizamos?

    Para onde vamos?

    Quantos eramos? Quantos somos? Quantos seremos no futuro?…

    Quem?

    Onde?

    Porque?

    Que erros cometemos? Como podemos apreender com eles, sem nos perder, sem nos destruir uns aos outros?… Como podemos nesta diferença/diversidade, rica fazer criar a ponte da unidade e coesão social, cultural, desportiva, ambiental, cívica, da cidadania, da política, para o desenvolvimento economico e financeiro?… pois ainda dependemos do exterior, somos um Estado Fragíl, com Instituições fracas…

    Tudo que for escrito na salvaguarda da memória, tudo que seja escrito que aponte caminhos constituí, um património cultural rico e valioso… saber jamais ocupa lugar…com devidas regras e excessões, erros lacunas…e críticas.

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica-nos bem

    Deus abençoe São Tomé e Príncipe

    Bem haja Carlos Espírito Santos

  8. Qualquer dia

    27 de Julho de 2015 at 10:06

    Ainda não li tais obras do Sr Bené, mas analisando friamente as coisas podemos chegar varias conclusões, segundo a posição que nos encontramos. O Bené, deveria ter percebido que a sua obra teria mais aceitação se a fizesse sem ambição. Todos sabemos que Bené foi candidato e desta vez….???. Logo ele quer ganhar protagonismo, mas esquece ele que a sociedade está farta de ouvir essas coisas. Ha passados que devem ser de facto passado histórico, esse é um deles. Seguimos em Frente. Fala-se da coesão e a união, embora sabendo que não é tão necessário que estejamos todos no mesmo lado da canoa, porque pode a canoa afundar-se. Podemos sim estar de lados opostos, mas remando todos para mesmo rumo…é isso que STP precisa. A oposição, o Governo e outras organizações, podemos juntos formar uma equipa, mas no entanto termos ideiais opostos/diferentes. Minha gente STP esta farto destas pequenas quezílias. Precisamos sim conhecer o nosso passado, mas quem quer os transmitir, os transmita sem emoção, sem interesse, com isenção, imparcialidade e de boa fé, sem outras intenções, senão históricas. Para bem de STP, UNAMOS TODOS EMBORA EM LADOS OPOSTOS PARA ALCANÇAR A META DE DESENVOLVIMENTO.

  9. sotavento

    27 de Julho de 2015 at 10:10

    Vamos a ver!!!
    Os primeiros 15 anos de independencia foram horriveis.Cometeram se muitas barbaridades,as pessoas viviam num clima de medo, devido a prepotencia e a ditadura.Havia esses comités que na maioria eram analfabetos,burros, debiles e bastava nao terem simpatia por uma pessoa inventarem algo e pronto. Passaram muitas coisas muitas injusticas mas hoje creio que ha coisas que se conta dessa época que surpreende muito.
    O sr.Bené diz que as autoridades sabiam do seu regresso e no aeroporto cercaram a aeronave e nao lhe deijaram sair e teve que regressar outra vez a Luanda.Agora pergunto:naquela altura essa autoridade que tinha o poder todo absoluto nao tinham problema nenhuns em prender este sr. e sacar lhe do aviao e porque nao o fizeram??? Raro.
    A primeira vitima da ditadura em STP foi o proprio povo santomense que depositou confianca naqueles politicos arrogantes prepotentes burros e mais adjectivos que nao vale a pena frisar.

  10. Severino Filipe

    27 de Julho de 2015 at 22:17

    Este senhor será mesmo um escritor? Tanto quanto sei, nenhum intelectual que se possa dar o nome de escritor ou coisa parecida, possa ser capaz de escrever tantos livros em tempo record, como ele. Com autênticos plágios, ignorar constante de fontes, uso de fotos sem direitos de autor, dentre outras atrocidades literárias, é marca deste senhor. Ele que pergunte à Professopra Inocência Mata, como se escreve um livro. Um livro, meus senhores, custa escrever, custa publicar e custa muito tempo para revisão. Eu também gostaria ter a boleia do BISTP para publicar o meu próximo livro cujo título é: “Sou o maior intelectual santomense de todos os tempos”. Ainda bem que só ele mesmo acredita ser oum dito intelectual de “TODOS OS TEMPOS”. Vergonha!

  11. marlene

    26 de Agosto de 2015 at 9:12

    ahahahaha, este é mais um com muita garganta e nada mais. Tem publicidade na televisão a classifica-lo como ilustre intelectual ( e não me digam que foi ideia da televisão da-lo este “posto”), mas a verdade é que escrever livros ele não escreve. apenas junta, escritos e coisas do gênero. o que mais se pareceu com um livro escrito por ele, foi o mulheres históricas e mais parecia uma comédia tendo em conta algumas das figuras mencionadas.

    a propósito se alguém precisar das informações que ele gosta tanto de apresentar nos livros, existe uma instituição chamada arquivo histórico que disponibiliza e é de graça.

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