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Angola fala de crises que afetaram atuação conjunta da Cplp

PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU

Embaixador junto à ONU menciona situações que marcaram países como Guiné-Bissau, Brasil e Portugal; diplomata realça impacto para a aposta do bloco em reforçar economia e revela expectativas de ajustes em 2016.

 

Ismael Martins em discurso no Conselho de Segurança. Foto: ONU/Amanda Voisard

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

O embaixador de Angola junto às Nações Unidas disse que “pequenas crises” ocorridas em governos dos membros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, Cplp, em 2015, afetaram a ação conjunta do bloco.

As declarações de Ismael Martins foram feitas à Rádio ONU, de Luanda, numa entrevista para marcar o fim do ano.

Solução

“Estou a referir concretamente a Portugal e Brasil, mas também à Guiné-Bissau onde ainda não foi possível encontrar uma solução mais certa para o país que tem uma crise que já dura muitos anos.”

Na semana passada, o parlamento da Guiné-Bissau não passou o programa do novo primeiro-ministro Carlos Correia porque não teve votos suficientes. Em duas semanas, o chefe do executivo deve voltar a apresentar uma nova proposta, que se for rejeitada dita a queda da nova equipa.

Correia assumiu o mandato após o país ter ficado dois meses sem governo, na sequência de tensões que culminaram com a demissão pelo presidente José Mário Vaz do governo antes chefiado por Domingos Simões Pereira.

Impactos

Ismael Martins mencionou também os impactos das situações políticas portuguesa e brasileira no andamento do bloco lusófono durante o ano.

“Portugal esteve um tempo sem governo após as eleições. Houve primeiro um processo que levou à sua preparação, depois as eleições propriamente ditas. Portugal para além de ser a sede da Cplp é também um dos países mais importantes do grupo. O Brasil, para além de ser a economia mais forte e o país mais importante do bloco está a viver uma fase que não é clara no tocante à governação com pressões que continuam a ser feitas à presidente Dilma.”

Vantagens

O diplomata disse que além de promover a língua, a Cplp conta com um potencial económico que pode garantir vantagens aos Estados-membros na atual situação internacional.

“Eu espero que que estes aspetos de quase crise possam ser resolvidos tratando-se das duas economias mais importantes da Cplp. É importante que estejam livres de problemas que possam afetar a forma como lideramos em conjunto os processos políticos, de reforço das nossas economias e de ajuste à crise internacional que se vive com os preços de matérias-primas naturalmente a baixar que afetam as economias como nós Angola e Moçambique”

A cooperação económica e empresarial da Cplp foi definida como prioridade do bloco pela atual presidência de Timor-Leste, até o próximo ano.

Para o diplomata angolano, a aposta nessa visão pode ajudar a resolver problemas dos países com economias complementares.

Problemas

“Eu tenho a certeza que 2016 será um ano principalmente para fazer os ajustes necessários para repor as nossas economias numa senda de crescimento e politicamente termos uma estabilidade necessária para os nossos países puderem, efetivamente, crescer e resolver parte dos problemas que têm.”

Angola foi presidente do Grupo dos Países Menos Avançados nas negociações sobre a Conferência das Nações Unidas sobre a Mudança Climática COP21.

No processo que culminou com o Acordo de Paris, o embaixador Ismael Martins destacou ” a boa atuação da Cplp” como um marco.

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