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OIT alerta que desemprego atingiu 197,1 milhões em 2015

Relatório divulgado pela agência da ONU mostra que economia global está mostrando novos sinais de fraqueza; documento afirma que Brasil e Rússia entraram em período de recessão.

 

Relatório da OIT, mostra que o desemprego global atingiu 197,1 milhões no ano passado. Foto: Banco Mundial/Dominic Chavez

Edgard Júnior, da Rádio ONU em Nova York.

O relatório Perspectiva Mundial de Empregos 2016, lançado esta terça-feira pela Organização Internacional do Trabalho, OIT, mostra que o desemprego global atingiu 197,1 milhões no ano passado.

O resultado revela um aumento de mais de 1 milhão em relação a 2014 e mais de 27 milhões acima do nível registrado antes do início da crise financeira mundial, em 2008.

Enfraquecimento

Os especialistas da OIT afirmam que a economia global está mostrando novos sinais de enfraquecimento. Calcula-se que o crescimento econômico mundial tenha chegado a 3,1% em 2015, mais de meio ponto percentual abaixo da previsão feita um ano antes.

O diretor adjunto do escritório da OIT em Nova York, Vinícius Pinheiro, falou sobre o relatório em entrevista à Rádio ONU.

“A economia mundial está mostrando sinais de fragilidade em relação ao crescimento econômico. Isso gera impactos negativos sobre os níveis de emprego. Ainda não recuperamos o nível de emprego que tínhamos antes da crise econômica de 2007-2008. A deterioração dos indicadores econômicos tem sido influenciada, principalmente, pela má performance econômica dos países emergentes. A economia chinesa que antes era a locomotiva do crescimento mundial está perdendo fôlego, isso gera um forte impacto nas economias dos exportadores de commodities, inclusive o Brasil.”

A OIT prevê que o crescimento da economia mundial pelos próximos dois anos não deve passar de 3%. Segundo o documento, a desaceleração global tem como causa problemas nos países emergentes e em desenvolvimento.

Brasil

Vinícius Pinheiro deu mais detalhes sobre a situação do Brasil.

“E para o Brasil, infelizmente, as estimativas anuais de desemprego (mostram) um aumento de 6,8% em 2014 para 7,2% em 2015. E um aumento ainda para 7,7% em 2016. Para 2017, (o relatório) prevê uma leve melhora que seria em torno de 7,6%. Então é uma situação de deterioração dos indicadores de desemprego. Níveis de informalidade altos, cerca de 36,4%, mas ainda persistentes e baixa produtividade.”

Segundo a OIT, os empregos de baixa qualidade continuam sendo um problema mundial. Os chamados “trabalhos vulneráveis” correspondem a 1,5 bilhão de pessoas, mais de 46% dos empregos globais. Os índices são maiores na sul da Ásia e na região Subsaariana da África, onde 70% dos trabalhadores estão nessa situação.

As mulheres correm um risco de até 35% mais alto do que os homens de trabalharem em empregos vulneráveis em alguns países da África e do Oriente Médio.

Futuro

O relatório mostra ainda que a previsão para o futuro não é boa. Segundo a OIT, mais 3,4 milhões de pessoas vão perder o emprego nos próximos dois anos.

As economias emergentes, como o Brasil, devem registrar 2,4 milhões de desempregos neste ano. Nos países avançados, o índice de desempregados deve diminuir lentamente.

A agência da ONU mostra preocupação quanto à expansão da classe média global, que passou de 36% em 2011 para 40% em 2015. A previsão é que essa tendência de aumento seja reduzida ou até mesmo acabe. Por isso, o relatório aponta para o risco de manifestações sociais.

A desaceleração da economia global também prejudica os esforços para reduzir o número de pessoas que vivem na pobreza.

Segundo o relatório, em 2015, 327 milhões de pessoas com emprego viviam na extrema pobreza, quer dizer, com menos de US$ 1,90 por dia. Aproximadamente 967 milhões viviam em situação moderada ou perto do índice de pobreza.

Esses resultados mostram um grande avanço em relação ao ano 2000, mas se comparados aos índices de 2013, foram bem mais limitados.

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