“Agricultura não é o único meio para se chegar a diversificação”
O que lhe apraz dizer sobre o pronunciamento do Presidente da República a nação?
Foi um discurso breve, feito em 31 minutos e gravitou mais na vertente económica uma vez que o país está esta em crise que acelerou a degradação social e com isso a pressão sobre quem governa. A política externa foi mencionado no discurso onde a região dos grandes lagos, o terrorismo transacional bem como a reforma das nações unidas e o seu real papel no equilíbrio das dinâmicas mundiais, o choque entre as grandes potências mundial nomeadamente os EUA, Rússia e China. O PR foi bastante contundente quanto a “bipolarização” do mundo coisa que não é muito comum do PR.
Acha que os angolanos se revem nele?
É difícil falar pelo povo, mas gostaria muito de ouvir coisa que não ouvi. As autarquias, a questão dos dados sobre a saúde não foram os mais acertados uma vez que o nosso sistema de saúde faliu logo no inicio deste ano por razões que todos sabemos. Foi um discurso muito curto e pouco comum daqueles que estamos habituados.
Presidente disse, igualmente que, a Economia angolana não estagnou. Concorda?
Os economistas dizem que a melhor forma de entender se economia estagnou ou não, é ver como estão as famílias ou seja, qual é o real poder de compra das famílias. A realidade é que as famílias estão a ficar cada vez mais pobres e portanto é sinal que alguma coisa não está bem. Daí que julgo que a redefinição das políticas públicas seria da tal importância para conter o agravamento da vida social do país…
EM RESPOSTA A “LENTIDÃO” NO PROCESSO DA DIVERSIFCAÇÃO ECONOMICA, O PRESIDENTE DIZ QUE O PROCESSO DE DESMINAGEM ATRASOU A DIVERSIFICAÇÃO ECONOMICA… JUSTIFICA-SE?
Julgo que na perspectiva do PR a agricultura é um dos elementos mais importantes para a diversificação da economia uma vez que, campos minados não são cultiváveis, mas a agricultura não é o único meio para se chegar a diversificação é preciso olhar para outros sectores como o do turismos que, se estimulado dá resultado em pouco tempo e, é grande captador de dúvidas.
Sobre Olivio Kilumba
Olívio Kilumbo nasceu em Outubro de 1982, e é actualmente professor, analista político e consultor em Política Nacional e Internacional. O desejo de perceber melhor os fenómenos, o défice na criação dos segmentos de políticas públicas em Angola, perfilam-se entre as causas que lhe levaram à formar-se em Ciências Políticas, pela faculdade de Ciências Sociais, na Universidade Agostinho Neto, desde 2009 a 2012.
Tem compromisso com a rádio Kairós, onde tem dois programas em que participa como convidado residente.
É autor do programa “Sem Fronteira” na rádio Kairós, programa de análise política, económica e social que vem funcionando desde 2013.
Enquanto politólogo, Olívio Kilumbo almeja ser um conceituado consultor em Angola e abrir o primeiro escritório de consultoria política. A luta pela conquista dessa meta, tem na génese um porquê: “Politicamente, o nosso país emana de várias escolas, e nós temos vários fenómenos políticos que precisamos percebe-los e interpreta-los. A consciência política urge, tanto os políticos que necessitam dos politólogos para os auxiliar e perceber as dinâmicas políticas que a ciência política estuda e, para mim, essa é a meta”.
Entende que, grande parte dessa assessoria vem de fora, nomeadamente Portugal, Brasil, Estados Unidos da América.
Carolina Barros