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Água perdida por mudança climática no Kilimanjaro beneficiaria 1 milhão

PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU

Estudo recomenda reflorestamento urgente da maior montanha africana; incêndios destruíram 13 mil hectares da floresta nos últimos 40 anos; montanhas podem ajudar a gerar mais de 500 gigawatts de eletricidade na África Oriental.

Monte Kilimanjaro. Foto: ONU/Mark Garten

Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.

Um estudo alerta sobre a seca dos rios nas florestas do Monte Kilimanjaro e a crise de água na maior montanha africana, localizada na Tanzânia.

A pesquisa com o apoio do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Pnuma, revela que 13 mil hectares da mata foram destruídos pela mudança climática desde 1976. A falta de árvores para trazer a chuva no monte faz perder água que poderia ser consumida por “1 milhão de pessoas por ano”.

Décadas

Um dos maiores desafios que provocaram as perdas dos últimos 40 anos são os incêndios. O fogo é frequentemente originado pelas temperaturas altas devido às alterações do clima.

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas prevê um aumento de 3,2°C na temperatura média anual da África Oriental até 2080.

Os glaciares da região deverão desaparecer em algumas décadas segundo a pesquisa Desenvolvimento Sustentável das Montanhas da África Oriental num Clima em Mudança. A massa de gelo que foi perdida desde 1990 chega a 80%.

Uma das recomendações do trabalho é o reflorestamento da montanha mais alta do continente africano para proteger o abastecimento de água que ameaça vastas áreas da região oriental.

Construção

As florestas do Kilimanjaro garantem água a cidades vizinhas e de toda a região. Já a água da montanha alimenta o rio Pangani, um dos maiores da Tanzânia e que ajuda a produzir alimentos, combustível e materiais de construção.

O relatório recomenda à Tanzânia que proteja a bacia hidrográfica, invista em sistemas de alerta precoce e faça da adaptação climática uma prioridade.

A proteção do ecossistema montanhoso é também uma forma de proteger o turismo, que faz render US$ 7 mil milhões à África Oriental. Somente o Kilimanjaro contribui com mais de um terço da receita do turismo tanzaniano.

De acordo com o estudo, o potencial das montanhas da região inclui gerar mais de 500 gigawatts de eletricidade.

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