PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Alerta é do Unicef; menores vivem no Iêmen, Nigéria, Somália e Sudão do Sul; chefe da agência da ONU fala em corrida contra o tempo para evitar tragédia; seca e conflitos prejudicam a segurança alimentar.
Criança com desnutrição severa em Juba, no Sudão do Sul. Foto: Unicef/UN053447/Gonzalez Farran
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância lançou um alerta nesta terça-feira: 1,4 milhão de crianças correm o risco de morrer de fome em quatro países: Iêmen, Nigéria, Somália e Sudão do Sul.
O diretor-executivo do Unicef declarou que o tempo está acabando para essas crianças. Anthony Lake disse ser possível salvar essas vidas, mas para isso é preciso ação rápida.
Mortes diárias
Ele espera que a tragédia da fome que afetou o Chifre da África em 2011 não se repita. No Sudão do Sul, por exemplo, são 270 mil menores com desnutrição severa.
Milhões de adultos sul-sudaneses não tem o suficiente para comer. De Roma, o diretor-geral da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação), José Graziano da Silva, falou com a ONU News sobre o país.
“A situação no Sudão do Sul não está ruim agora, ela já vem se deteriorando há um bom tempo. Temos 5 milhões de pessoas na situação de insegurança alimentar severa. Este é o último passo antes de chegar à situação de fome aberta, onde as pessoas começam a morrer de fome diariamente. Temos 2% da população morrendo de fome.”
Já no nordeste da Nigéria, 450 mil menores vão sofrer com a desnutrição severa neste ano, até porquê várias áreas do país estão em conflito e a insegurança alimentar é grande.
Na Somália, o Unicef explica que o problema da seca é tão grave que quase metade da população não tem comida suficiente, ou 6,2 milhões de pessoas. A desnutrição severa deve afetar 270 mil crianças nos próximos meses.
Outro país em conflito, o Iêmen, viu o total de crianças nesta condição subir 200% desde 2014: atualmente, 462 mil menores iemenitas estão desnutridos.
Neste ano, a agência trabalha para fornecer tratamento para 940 mil crianças com desnutrição grave no Sudão do Sul, na Somália, na Nigéria e no Iêmen.
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