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FAO: pesca ilegal tira do mar 26 milhões de toneladas de peixes por ano

Agência da ONU espera que países adotem conjunto de normas internacionais para manter esses peixes longe dos consumidores; exportação do mercado pesqueiro chega a valer US$ 140 bilhões anualmente.

Barco de pesca nas águas do TImor-Leste. Foto: ONU/Martine Perret

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.*

Cerca de 170 milhões de toneladas de peixes estão disponíveis por ano para o consumo, incluindo a pesca de captura e a produção em cultivo. O levantamento é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.

Internacionalmente, o mercado pesqueiro movimenta por ano US$ 140 bilhões em exportações. Mas a FAO alerta: 26 milhões de toneladas adicionais de peixes são retiradas do mar de forma ilegal.

Plano de controle

O especialista sênior da área de comércio pesqueiro da FAO explica que a dificuldade para controlar a pesca ilegal se concentra em um problema: os peixes capturados em alto mar não pertencem a nenhum país e acabam sendo associados à bandeira da embarcação que fez a captura.

Da sede da agência, em Roma, Márcio Castro de Souza concedeu entrevista à ONU News para contar o plano da FAO para evitar que os peixes capturados ilegalmente cheguem à mesa do consumidor.

Atum

“Nós recentemente aprovamos um acordo justamente na área de Estado de porto que tem por objetivo evitar que produtos capturados por embarcações suspeitas entrem nos mercados nacionais. Um acordo de forma mandatária para os países, que faz com que se crie um sistema de cooperação entre os países, evitando que produtos da pesca IUU (termo em inglês para pesca ilegal) entre nos mercados.”

Segundo Márcio Castro de Souza, a família dos atuns, com 38 espécies, é um grande alvo da pesca ilegal. O especialista da FAO afirma que o novo documento deve criar também um sistema que permita a um número maior de países a visualização de todos os elos da cadeia produtiva da pesca.

A ideia é que apenas peixes com documentação válida possam ser exportados ou comercializados. Assim, consumidores do mundo todo poderão ter a certeza da origem do peixe que compram.

O novo conjunto de normas internacionais deve ser oficialmente adotado pelos países-membros da FAO durante uma conferência sobre o tema, em julho.

*Apresentação: Michelle Alves de Lima.

 

1 Comment

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  1. Brasileiro

    29 de Abril de 2017 at 0:58

    A pesca precisa ser exercida de forma racional e sustentável, sob o risco de enorme prejuízo ambiental e carência alimentar para os países que dela dependem.

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