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Discurso: Guterres quer mobilizar mundo sobre mudanças climáticas  

António Guterres em discurso na NYU Stern School of Business. Foto: ONU

Em Universidade de Nova Iorque, na Stern Business School, secretário-geral realizou primeio grande pronunciamento sobre suas prioridades para a implementação do Acordo de Paris sugerindo cinco maneiras práticas para mobilizar governos, empresários e a sociedade civil.

Leia a íntegra do discurso.

“Presidente Hamilton,

Caro Henry,

Professor Whelan,

Caros amigos,

Eu gostaria de agradecer a cada um, aqui na Universidade Nova Iorque, e especialmente a Stern School of Business pela calorosa acholhida e pelo seu papel em possibilitar este evento hoje.

Permitam-me agradecer a todos vocês por estarem aqui para discutir o desafio fundamental das mudanças climáticas e como devemos encará-lo.

Eu não posso imaginar melhor público – que esta mescla maravilhosa de cientistas e especialistas, estudantes e ativistas, investidores e empreendedores – as pessoas que, juntas, estão a fazer da ação climática uma realidade.

E eu não posso pensar num lugar melhor para ter esta conversa que aqui mesmo na NYU e na Stern School, onde vocês dedicam-se a cultivar soluções e a formar uma nova geração de líderes.

A noção de responsabilidade entre gerações ocupa boa parte dos meus pensamentos.

Meu avô nasceu em 1875. Ele não teria como imaginar o mundo em que vivemos hoje.

E agora, eu tenho três netas – a mais velha tem oito anos. Eu não posso imaginar o mundo no qual elas viverão em algumas décadas, por exemplo, quando chegarem a minha idade.

Mas o fato de não saber não signfica uma desculpa para não agir para garantir que nós não minaremos o futuro deles.

Eu quero que minhas netas herdem um mundo saudável, livre de conflitos e de sofrimento – e um planeta saudável, embasado em soluções sustentáveis de baixo carbono.

Isto é o que desejo para cada pessoa em qualquer lugar do mundo.  Para que chegássemos aqui, houve alguém que preparou o caminho para nós.

Permitam-me ser sincero.  Nosso  mundo está uma desordem.

Países, comunidades, em todas as partes, estão a enfrentar pressões que são exacerbadas pelas chamadas megatendências – crescimento da população, urbanização rápida,  insegurança alimentar, escassez de água, migração… e a lista continua.

Mas a megatendência que ultrapassa todas essas para chegar ao topo da lista são as mudanças climáticas.

As mudanças climáticas são uma ameaça direta em si mesmas e um multiplicador de muitas outras ameaças – desde a pobreza até deslocamentos e conflito.

Os efeitos das mudanças climáticas já podem ser sentidos em todo o mundo.

Eles são perigosos e estão a acelerar-se.

Então meu argumento hoje é que é absolutamente essencial que o mundo implemente o Acordo de Paris, e que cumpramos este dever com grande ambição.

E existem três razões para fazermos isso:

As mudanças climáticas são inegáveis. A ação climática é imparável. E as soluções climáticas fornecem oportunidades que são inigualáveis.

Vamos começar com a realidade das mudanças climáticas hoje.

A ciência é incontestável.

O maiores cientistas do mundo têm nos gritado a quatro ventos.

Como o Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática afirmou: “A influência humana sobre o sistema climático é clara. Quanto mais aborrecemos o nosso clima, mais arriscamos gerar impactos severos, profundos e irreversíveis.”

 


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Secretário-geral da ONU, António Guterres, discursa na NYU Stern School of Business. Foto: Reprodução vídeo

 

Caros amigos,

Se existe alguma coisa da qual podemos estar seguros é que essas interrupções estão a ocorrer mais rápido do que esperávamos.

O ano passado foi, mais uma vez, o mais quente desde o início dos registos de temperatura.

Todo o sistema geofísico, do qual dependemos está a ser afetado. Das montanhas aos oceanos, das calotas polares às florestas, e por todas as terras aráveis que nos fornecem alimentos.

A diminuição das glaciares é histórica; e históricos também são os aumentos do níveis do mar. O que ameaça a existência de Estados-ilhas e cidades.

Os mares também estão a ser afetados por temperaturas mais quentes, acidificação rápida e descoloração de corais pondo em risco a cadeia marítima de alimentos, da qual dependem tantas pessoas e economias.

Em terra, as glaciares estão a desaparecer quase em todas as partes, um risco para os chamados celeiros do mundo, uma vez que os rios, que são alimentados pelas glaciares, começam a secar.

Em breve, as famosas neves do Monte Kilimanjaro existirão apenas nas nossas memórias.

Aqui, nos Estados Unidos, apenas 26 das glaciares do Glacier National Park continuam a existir. Quando o parque foi construído em 1910, havia 150 delas. Eu espero que vocês nunca tenham que rebatizá-lo como o “Parque sem Glaciares”!

Se vamos um pouco mais a norte, vemos uma crise a se desdobrar de proporções épicas.

As calotas polares do Oceano Ártico poderão perder o gelo até o verão de 2020. Isso seria uma catástrofe para a vida selvagem no Ártico. Seria ainda um golpe mortal para os modos de vida das populações indígenas.

E seria ainda um desastre para o mundo.

Por que?

Porque o gelo reflete a luz solar.  Isso significa que o aquecimento global será acelerado.

A tundra terá de descongelar mais cedo e congelar mais tarde liberando vastas quantidades de metano na atmosfera.

O metano é um gás causador de efeito estufa e muito mais potente que o dióxido de carbono.

Isto quer dizer que haverá mais degelo da calota polar da Groenlândia.

Este quadro poderia alterar a corrente do Golfo afetando a produção de alimentos, a segurança aquática e os padrões de temperatura do Canadá à Índia.

Nós já estamos a ver enchentes massivas, tornados mais extremos, monções e furacões e tufões cada vez mais severos. E os desastres em câmera lenta estão mais rápidos.

Áreas em que havia secas em cada década, no passado, estão a sofrer agora com ciclos de cinco ou até dois anos dessas mesmas secas.  Além disso, os períodos de estiagem duram mais tempo agora, um fenómeno que ocorre da Califórnia à região do Sahel.

 

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Caros amigos,

O imperativo moral para ação é claro.

As pessoas mais afetadas e as piores atingidas pelas mudanças climáticas são  os pobres, os vulneráveis e aqueles marginalizados.

Mulheres e meninas também sofrerão por serem sempre as mais afetadas de maneira desproporcional pelos desastres.

As nações que enfrentarão as consequências mais profundas são as que menos responsabilidade têm pelas mudanças climáticas e as que estão menos equipadas para responder a isso.

Secas e enchentes em todo o mundo levarão a uma piora da pobreza, crises de fome se espalharão, e as pessoas perderão a vida.

À medida que as regiões tornam-se inóspitas, mais e mais pessoas se verão forçadas a deixar as áreas degradadas para viver em outras cidades e outros países.

Nós já vimos isso acontecer no norte da África e no Médio Oriente.

Por isso mesmo é que existe um caso contundente de segurança para a ação climática.

Em todo o mundo, estrategas militares olham para as mudanças climáticas como uma ameaça à paz e a segurança globais.

Todos estamos conscientes da turbulência política e das tensões sociais que foram geradas pelos movimentos em massa de refugiados.

Imagine quantas pessoas mais estão propensas a tornararem-se deslocadas pelo clima quando suas terras se tornarem inabitáveis.

No ano passado, mais de 24 milhões de pessoas em 118 países e territórios foram deslocadas por desastres naturais.

Este número é três vezes mais alto que aquelas deslocadas por conflitos.

As mudanças climáticas são também uma ameaça ao emprego, à propriedade, aos negócios.

Com incêndios florestais, enchentes e outros eventos de temperatura extremos tornando-se mais comuns, os custos da economia começam a subir.

A indústria de seguros soou este alarme há muito tempo.  Eles foram reforçados por muitos outros em toda a comunidade empresarial.

Eles sabem que chegou o tempo de tranformações.

Caros amigos,

A ação climática está ganhando corpo não apenas porque é uma necessidade mas também por representar um oportunidade – de promover um futuro pacífico e sustentável num planeta saudável.

É por isso que os governos adotaram o Acordo de Paris em 2015 com uma promessa de limitar o aumento da temperatura global abaixo de 2º Celsius e no mais próximo possível de 1.5 graus.

Eu aplaudo os esforços imensos do meu predecessor,  Secretário-Geral Ban Ki-moon, que conseguiu trazer os interessados indispensáveis à mesa de negociações selando este acordo histórico.

Vale a pena pararmos um momento para refletir sobre a união que foi alcançada em Paris.

Aquele foi um momento extraordinário na história da humanidade.

O mundo uniu-se, pela primeira vez, para responder a uma ameaça global de forma coletiva. E fez isso num momento de divisão em tantas outras áreas.

Não houve nada igual em termos de capacitar a comunidade global para atuar juntos num tema que nenhum de nós pode resolver sozinho.

Hoje, é cada vez mais compreensível que a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável caminhe de mãos dadas com o limite do aumento da temperatura e da resiliência climática.

 

Foto: ONU/Rick Bajornas

 

Neste momento, os 147 países representando mais de 82% das emissões de gases de aquecimento global ratificaram o Acordo de Paris.

E todos os meses, mais países estão a traduzir suas promessas, feitas em Paris, em planos nacionais de ação climática.

Sim, nem todos se movimentarão no mesmo ritmo ou com igual vigor.

Mas se algum governo duvida da vontade e da necessidade globais para este acordo, isso já é uma razão para que todos os outros se unam de forma ainda mais forte e que mantenham sua posição.

É uma razão para construir coalizões ainda mais amplas, com a sociedade civil e o setor privado, com sociedades e estados, com a academia e os líderes comunitários.

De facto, todos em todo o mundo, cidades, regiões e territórios estão a estabelecer suas metas ambiciosas.

Milhares de corporações privadas incluindo empresas, grandes companhias de gás e petróleo estão a tomar suas próprias ações.

Eles sabem que o negócio verde é um bom negócio.

Não é apenas a coisa certa a fazer, é também a inteligente.

Alguns podem tentar apresentar a resposta  às mudanças climáticas como uma ameaça fundamental à economia.  Mas o que estamos a presenciar nestes primeiros anos é o oposto.

Estamos vendo novas indústrias. Novos mercados. Ambientes mais saudáveis.

Mais empregos. Menos dependência de cadeias globais de combustíveis fósseis.

O perigo real não é a ameaça a uma economia que  toma uma ação. Mas o risco existe sim para uma economia que falha em agir.

A mensagem é simples: o comboio da sustentabilidade partiu da estação.

Embarque nele ou fique para trás.

Aqueles que falam em apostar numa economia verde viverão num futuro cinza.

Por outro lado, aqueles que abraçam as tecnologias verdes estabelecerão um padrão ouro para a liderança económica do século 21.

No ano passado, a energia solar creceu 50%, com a China e os Estados Unidos na liderança.

Em todo o mundo, mais da metade da nova geração de energia vem de fontes renováveis. Na Europa, este número é mais de 90%.

A queda nos preços dos renováveis é uma das notícias mais animadoras do planeta hoje.

Nos Estados Unidos e na China, os novos empregos em energia renovável estão a ultrapassar aqueles criados nas indústrias de gás e petróleo.

A China pretende aumentar sua energia renovável em 40% até 2020.

Grandes produtores de petróleo estão a diversificar suas economias de olho no futuro.

A Arábia Saudita anunciou planos de instalar 700 megawatts de energia solar e eólica.

E especialistas preveem que a capacidade de energia solar na Índia deve dobrar este ano para 18 gigawatts.

Aumentar a eficiência de energia é vital para reduzir os riscos climáticos e aumentar  os lucros.

A Agência Internacional de Energia Atómica indicou que o investimento em eficiência energética poderia aumentar a produção global em US$ 18 trilhões, mais que a dos Estados Unidos, Canadá e México combinados.

 

A maior planta solar do mundo, no Marrocos. Foto: Banco Mundial/Dana Smillie

Os gastos futuros somente em infraestrutura energética poderiam totalizar cerca de US$ 37 trilhões.

É fundamental que tais investimentos maciços sejam sustentáveis e amigáveis ao ambiente; caso contrário nos prenderemos em práticas ruins durante décadas e décadas.

Tendo em conta os fatos sobre o desemprego  juvenil, a poluição de ar e as mudanças climáticas, certamente é de bom senso fazer nossos investimentos onde eles poderão gerar os maiores dividendos, criar a maioria dos postos de trabalho, e proporcionar os maiores dividendos para a saúde tendo ainda o maior impacto contra o aquecimento global.

E justamente por isso que quase duas dezenas dos empresários mais bem-sucedidos do mundo dos negócios, empreendedores e investidores de risco planeam em investir num fundo chamado Breakthrough Energy Ventures, liderado por Bill Gates para reduzir as emissões de gases que causam o efeito estufa com tecnologia de energia limpa.

Este é o motivo pelo qual os títulos verdes começaram a aparecer em diferentes formas à medida que o mercado desenhado para beneficiar o meio ambiente está a caminho de dobrar de novo de US$ 93 bilhões para US$ 206 bilhões este ano.

Esta é a razão pela qual 60% dos 500 maiores detentores de ativos do mundo estão a dar passos para reconhecer os riscos financeiros associados com as mudanças climáticas.

E esta também é a razão pela qual mais de 7 mil cidades que participam do novo Global Covenant of Mayors concordaram em reportar as emissões e os progressos de acordo com um cojunto de ferramentas  mais rigorosas que as que são atualmente usadas por muitos países.

E aqui, quero saudar meu enviado especial para Cidades e Mudanças Climáticas e ex-prefeito de Nova Iorque Michael Bloomberg. Ele tem demonstrado grande liderança na mobilização de prefeitos e cidades para construir as cidades resilientes e dinâmicas do futuro.

Caros amigos,

A ciência está a falar claramente a todos nós sobre o que está a ocorrer. A inovação nos mostra muito claramente o que pode ser feito.

Se queremos proteger as florestas e a vida na Terra, salvaguardar nossos oceanos, criar maciças oportunidades económicas, evitar ainda maiores perdas e melhorar a saúde e o bem-estar das pessoas e do planeta, nós temos apenas uma opção simples em frente de nós:

Ação Climática:

Hoje, eu peço a todos os líderes de governos, negócios e sociedade civil que apoiem a ação mais ambiciosa sobre mudanças climáticas para o benefício desta geração e das gerações vindouras.

Como Secretário-Geral, estou comprometido em mobilizar o mundo para alcançar este desafio.

Eu o farei de cinco maneiras concretas:

Primeiro, eu vou intensificar o envolvimento político de alto escalão para elevar o nível da ação climática.

As promessa feitas em Paris são históricas, mas ainda não chegaram ao ponto suficiente para limitar o aumento da temperatura em menos de 2ºC e no mais próximo possível de 1.5 graus.

Os compromissos até agora poderiam permitir o aumento da temperatura  até 3 graus ou mais.

Por isso, nós precisamos fazer o máximo para aumentar a ambição e a ação até que possamos dobrar a curva das emissões e diminuir o ritmo do aquecimento global.

Imediatamente, eu farei pressão para a ratificação da Emenda de Kigali para o Protocolo de Montreal sobre Substâncias Destruidoras da Camada de Ozônio.

Na próxima semana, a Conferência dos Oceanos na sede das Nações Unidas será mais uma oportunidade para manter este momento.

Em segundo lugar, eu mobilizarei a capacidade plena do Sistema de desenvolvimento das Nações Unidas para a ação climática e a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, especialmente em nível de países.

 

Foto: ONU/Rick Bajornas

 

Existe uma mudança real que precisa ser alcançada.

Ao mesmo tempo em que apoiados os Estados-membros, eu continuarei a enfatizar a urgência do empoderamento das meninas e mulheres de todo o mundo.

Não pode haver nenhuma resposta bem-sucedida para as mudanças climáticas sem a mudança da mentalidade sobre o papel das muheres no combate às mudanças climáticas e à construção do futuro que queremos.

Em terceiro, eu quero usar o poder de convocação das Naçõs Unidas para atuar com governos e os principais atores, como as indústrias de carvão, gás e petróleo para acelerar a transição necessária de energia.

Cerca de 80% da energia do mundo ainda vêm de combustíveis fósseis, petróleo, gás e carvão.

Nós não podemos acabar com os combustíveis fósseis da noite para o dia. Precisamos envolver a indústria de energia e governos para usar esses combustíveis da maneira mais limpa, mais económica e responsável possível, enquanto transformamos nossos sistemas de energia.

Eu quero trabalhar com todos os atores para promover uma transição global de energia, o processo de tornar os investimentos verdes em infraestrutura e transporte, e progresso na fixação do preço do carbono.

Mais e mais politicos, legisladores e empresários pedem a fixação do preço do carbono, para eles este é um elo que falta na economia verde.

Colocar um preço no carbono em escala global poderia despertar uma inovação e fornecer os incentivos que as indústrias e os consumidores precisam para fazer escolhas sustentáveis.

Em quarto lugar, eu trabalharei com países para mobilizar os recursos nacionais e internacionais para apoiar a mitigação, adaptação, resiliência e a implementação de seus planos nacionais de ação climática.

E eu também focalizarei no fortalecimento da resiliência dos pequenos Estados-ilhas contra a ameaça existencial apresentada pelas mudanças climáticas.

Eu encorajarei países desenvolvidos para que cumpram as suas promessas feitas em apoio aos países em desenvolvimento incluindo o Fundo Verde do Clima.

Como uma questão de solidariedade global, a comunidade internacional deve também ajudar os países em desenvolvimento a aumentar sua capacidade de geração de seus próprios recursos e a obter acesso aos mercados de capitais.

As instituições financeiras internacionais têm um papel vital para ajudar a melhorar o financiamento inovador que response às enormes necessidades.

E por quinto, eu encorajarei parcerias novas e revitalizadas para a implementação do Acordo de Paris através da Cooperação Norte-Sul, Sul-Sul e a cooperação triangular.  Nós temos que promover o enorme potencial destas parcerias.

Em todas as áreas, eu usarei  todas as oportunidades possíveis para persuadir e impulsionar na direção do progresso. Eu também contarei com as forças vitais da sociedade civil para fazer o mesmo.

E olhando um pouco mais além, eu pretendo organizar uma Cimeira dedicada ao Clima em 2019 para assegurar que alcancemos a primeira revisão crítica das implementações de Paris com o benefício dos fortes ventos da economia em nosso favor.

Permitam-me salientar que minhas portas estão sempre abertas a todos que queiram discutir o caminho adiante, incluindo àqueles que possam ter posições divergentes.

A conservação do clima deve deixar de ser parte de um jogo de gritos.

Sim, continuará havendo diferenças fortes sobre o que alcançar como nossos objetivos sobre o clima.

Mas torna-se também claro que a jornada de Paris está num bom caminho.

O apoio em todos os setores da sociedade é profundo. A transição numa economia real é um facto.

Teremos obstáculos ao longo desta caminhada, é algo compreensível numa famíla de mais de 190 nações.

 

Abertura da cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, na sede das Nações Unidas em Nova York. Foto: ONU/Mark Garten

Mas com a participação de todos, o mundo pode fazer do Acordo de Paris uma realidade.

Eu espero continuar a envolver todos os países na promoção de uma visão verdadeiramente compartilhada do caminho a seguir para que ninguém seja deixado para trás.

Caros amigos,

Permitam-me concluir por onde comecei. Com todos vocês e com o poder das pessoas para fazer a diferença.

As mudanças climáticas são uma ameaça crescente e sem precedentes.

Os argumentos para ação são claros.

Como também são as imensas oportunidades para paz e prosperidade se agirmos rapidamente de de maneira decisiva.

Todos nós – governos, empresários, consumidores – teremos que fazer a diferença.  Mais do que isso, nós teremos que “ser” a mudança.

Isto pode ser difícil às vezes. Mas pelo bem das gerações presentes e futuras, este é o caminho que teremos que trilhar.

Esta é minha mensagem a todos os líderes do mundo.

Estudantes, cientistas e outras pessoas como vocês em todo o mundo ajudaram a colocar o tema do clima sobre a mesa.

Se trabalharmos juntos como uma comunidade global, poderemos emergir mais fortes, mais seguros e mais prósperos para o nosso futuro compartilhado e para o futuro de todos os nossos netos e netas.

Muito obrigado.”

 

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