PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Produção do cereal deve crescer 1,4% em 2017; Brasil deve aumentar exportações de carne; índice mensal revela subida dos custos globais pela primeira vez em três meses.
Foto: FAO/Joseph Agcaoili
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
A América Latina e a África Austral devem estar à frente dos produtores de milho a nível global, e serão responsáveis pelo crescimento da produção em 1,4% este ano.
A informação consta no Resumo da Oferta e Demanda de Cereais publicado esta quinta-feira pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.
Brasil e EUA
O estudo divulgado em Roma revela que a produção mundial de trigo vai baixar 2,2% enquanto a de arroz deve aumentar 0,7%. Em geral, a FAO prevê uma queda de meio ponto percentual na produção mundial de cereais em relação ao ano passado, que deve situar-se em 2.594 milhões de toneladas em 2017.
O relatório cita o Brasil e os Estados Unidos porque devem aumentar as exportações da carne, cuja produção global deve estagnar pelo terceiro ano consecutivo. O principal fator será uma queda que está prevista para a China.
A produção global de leite deve aumentar 1,4% em 2017, impulsionada por uma rápida expansão na Índia.
Índice de Preços
A agência publicou ainda o seu Índice de Preços dos Alimentos revelando que maio houve uma subida dos custos globais pela primeira vez em três meses.
O índice atingiu 172,6 pontos, que equivale a um aumento de 2,2% em relação a abril. O valor é cerca de 10% mais alto que o do mesmo período de 2016.
O açúcar foi o único alimento que não aumentou de preço no grupo que inclui ainda cereais, óleos vegetais, derivados do leite e carne.
A FAO revela ainda que há um equilíbrio nos mercados mundiais de produtos alimentares, impulsionado pela grande oferta de trigo, de milho e pela produção de oleaginosas.
Custos de Importação
Na análise semestral com o título Perspetivas Alimentares, a agência prevê que aumentem as importações globais de alimentos para US$ 1,3 trilhão este ano com a subida de custos de envio e dos volumes de importação. O aumento corresponde a 10,6% em relação a 2016.
Os peixes são a única categoria que não vai aumentar o preço dos alimentos importados pelos países menos desenvolvidos.
O ritmo da subida será mais acelerado em países de baixa renda com défice de alimentos e na África Subsaariana pelos elevados volumes de importação de produtos como carne, açúcar, laticínio e oleaginosas.
A crescente procura dos peixes nos países em desenvolvimento deve ser satisfeita com o crescimento robusto na aquicultura local.
*Apresentação: Laura Gelbert.