PARCERIA – Téla Nón / Rádio ONU
Relatora da ONU pede mais ações de educação do público; especialista elogiou diminuição de denúncias de ataques no fim da visita ao país africano.
Foto: Unicef Mozambique/Sergio Fernandez
Eleutério Guevane da ONU Nes em Nova Iorque.
A relatora da ONU sobre pessoas com albinismo disse esta sexta-feira na Tanzânia que no meio rural as pessoas com a condição continuam com medo de atitudes generalizadas que levam à violência.
As declarações foram feitas no fim da primeira visita de Ikponwosa Ero ao país, onde revelou que “apesar da redução de ataques é preciso trabalhar mais para debater a feitiçaria e educar o público”.
Registo
As áreas que precisam de mais trabalho incluem o cuidado às crianças albinas em abrigos e às suas famílias e as medidas para abordar práticas de feitiçaria. Ela elogiou o registo de curandeiros tradicionais no país.
A especialista indica que a situação de vida dos albinos é muito frágil, que as causas profundas dos ataques continuam estagnadas e os efeitos de mais de uma década de violações ainda têm peso.
A relatora deve produzir um relatório sobre a visita de 11 dias à Tanzânia a ser apresentado em março no Conselho dos Direitos Humanos.
Ero aponta que a queda de ataques relatados às autoridades foi resultado das ações do governo para abordar a questão “enraizada na crença equivocada de que as partes do corpo de pessoas com albinismo têm valor nas práticas de feitiçaria”.
Supervisão
Ela saudou o registo de curandeiros tradicionais mas disse não haver ainda uma supervisão total sobre o seu trabalho e que existe “confusão nas mentes do público em geral entre a feitiçaria e o trabalho dos curandeiros tradicionais”.
O cancro da pele é para a relatora “uma das maiores ameaças à vida de pessoas com albinismo para a qual defende ações de forma sustentada.
Ero disse ter ficado preocupada com o uso das escolas como centros de proteção para crianças com albinismo. Em alguns casos, esses locais evoluíram de abrigos temporários para locais de acomodação a longo prazo.