Economia

Dificuldade na angariação da ajuda financeira internacional, abrandou crescimento económico em 2009

euros-20.jpgA constatação é da equipa do FMI na conclusão de 15 dias de avaliação do desempenho do governo na implementação do programa de financiamento para redução da pobreza e crescimento aprovado em 2009 pelo conselho de administração do FMI. Após encontro quinta-feira com o Primeiro-ministro Rafael Branco, o chefe da delegação do FMI, Tsidi Tsikata reconheceu que São Tomé e Príncipe está a ter dificuldades para atrair investimentos, e também não tem conseguido em 2009 angariar ajuda financeira internacional. Por isso mesmo o crescimento económico abrandou. No entanto segundo o FMI, a perspectiva de arranque em 2010 das obras de construção do porto em Águas Profundas, poderá vir a galvanizar a economia nacional.

A perspectiva de investimentos superiores a 500 milhões de dólares na construção do porto em águas profundas, poderá dinamizar o crescimento económico em São Tomé e Príncipe. Uma projecção da equipa do FMI, que registou importante abrandamento da economia nacional no ano em curso.«Observou-se um abrandamento da economia de aproximadamente 6% em 2008 para cerca de 4% no presente ano, que se ficou a dever a um significativo declínio do investimentio estrangeiro», diz o comunicado da equipa do FMI.

A conjuntura internacional de crise financeira, acabou por complicar a situação do país que depende da ajuda financeira internacional. O sector do turismo é o único que não parou de crescer. «O crescimento do sector do turismo manteve-se contudo acentuado, testemunho da melhoria significativa das respectivas infra-estruturas nos últimos anos», explica o FMI.

Segundo projecções do FMI, São Tomé e Príncipe deverá retomar o crescimento económico em 2010. «O país deverá retornar a um elevado ritmo de crescimento a partir do próximo ano, devido essencialmente aos novos e substanciais investimentos estrangeiros, que incluem a construção dop porto de águas profundas, cujos trabalhos deverão começar em breve», reforça o comunicado do FMI.

Ao mesmo tempo o governo não tem conseguido aumentar as receitas. A reforma fiscal operada nos últimos meses , que provocou quebra acentuada no valor dos impostos, por exemplo o IRC baixou de 45% para 25%, está a deixar com cofres do estado com menos receitas. «O défice orçamental foi maior do que o programado devido a uma quebra na arrecadação das receitas. Sem donativos externos adicionais, o governo poderá ter que adiar algumas despesas planeadas», refere o FMI.

Para melhorar a arrecadação das receitas, o governo foi orientado no sentido de alargar a base tributária. A ministra do Plano e Finanças, Ângela Viegas, explicou que o processo não é fácil, mas assegurou que o executivo está determinado em trabalhar no sentido de recolher mais dinheiro, através da cobrança de impostos nos grupos sociais que até agora não têm cumprido com as suas obrigações fiscais.

Apesar dos percalços numa altura de crise financeira mundial, o FMI, manifesta-se satisfeito com as acções desenvolvidas pelo governo no sentido de conter a subida da inflação. «O rigor acrescido das políticas fiscal e monetária, em conjunto com a descida dos preços mundiais dos bens alimentares e do petróleo, fizeram baixar a taxa de inflação homóloga anual de 37% em julho de 2008 para menos de 15% em Agosto de 2009», explica o FMI no balanço da avaliação.

O porta – voz do FMI garantiu que a decisão do governo são-tomense em ancorar a moeda nacional ao euro vai reforçar a estabilidade da dobra e consequentemente com uma baixa mais acentuada da inflação.

Abel Veiga

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