Economia

SATOCAO perde terreno e cacau para a CECAB

Concorrência aberta e saudável no mercado de cacau em São Tomé e Príncipe. 4 roças, grandes produtoras de cacau, abandonaram a SATOCAO e enfileiraram-se na CECAB. O Téla Nón sabe que outras 8 comunidades agrícolas do país, solicitaram ao Estado a sua inserção na CECAB.

Benfica, antiga dependência da Roça Santa Margarida, com extenso terreno que faz fronteira com terras da roça Monte Café, pôs fim ao comércio de cacau com a empresa de capital maioritário suíço, a SATOCAO e decidiu enfileirar-se na Cooperativa de Exportação de Cacau Biológico (CECAB).

Benfica foi uma das roças que produzia mais cacau para a ex-empresa agrícola Santa Margarida. Monte Macaco é outra ex-dependência de Santa Margarida de grande produção de cacau, cujos agricultores desistiram de vender o seu prouto para a SATOCAO. Vão entrar na fileira de produção do cacau biológico.

Vista Alegre, é a terceira ex-dependência de Santa Margarida, que dá passos para produzir cacau biológico, abandonando assim o negócio de venda de cacau para a SATOCAO. «Já sinto que estamos dentro do cacau biológico. Vamos ter mais rendimentos. Antes vendiamos o cacau para a SATOCAO. Acho qe vamos agora ter um preço de compra mais adequado», desabafou uma agricultora de Vista Alegre.

Caldeiras, antiga dependência da Roça Agostinho Neto, também optou pela produção do cacau biológico.

Essas 4 comunidades agrícolas, foram seleccionadas num conjunto de 12 comunidades que solicitaram ao Governo a sua inserção na CECAB. A entrada na fileira de produção do cacau biológico implica, a avaliação por organismos intercionais da qualidade do produto e a emissão do certificado.

As 4 comunidades anunciadas, já receberam certificado internacional, que indicam o cacau produzido como sendo de qualidade biológica, por isso a adesão a CECAB.

Para integração na fileira de produção do cacau biológico, os agricultores reunidos numa cooperativa, devem implementar uma série de medidas. O uso de produtos químicos deve ser excluído no tratamento do cacauzal.

A CECAB apoia as cooperativas na construção de secadores solares, e outras infraestruturas para tratamento do cacau.

O Ministro da Agricultura António Dias, que na segunda-feira, visitou a roça Vista Alegre, incentivou os agricultores. O Governo vai investir 20 mil dólares na criação de condições infraestruturais para o processamento do cacau biológico em vista Alegre. Construção de secadores solares, caixa de fermentação de cacau etc.

O mesmo vai acontecer nas outras 3 comunidades, elevando a fatia de investimento para cerca de 80 mil dólares, ou seja, 20 mil dólares por cada comunidade. Montante que será assegurado pelo FIDA.

A CECAB, vai garantir assistência técnica aos mais de 300 agricultores das 4 comunidades. António Dias, actual Ministro da Agricultura, foi o líder da CECAB.

Através da produção do cacau biológico que é vendido a 45 mil dobras o quilo, cerca de 1 euro e 80 cêntimos, os agricultores passam a ser donos do seu destino. Produzem e exportam o cacau, através da cooperativa. Situação diferente em relação a SATOCAO e outros grupos privados, que compram o cacau para depois negociar no mercado internacional.

Com a entrada de Benfica, Vista Alegre, Monte Macaco e Caldeiras, a CECAB passa a representar 40 comunidades agrícolas de São Tomé e Príncipe, num total de 2050 agricultores. Outras 8 comunidades estão na lista de espera. O Téla Nón apurou que a administração da Cooperativa dos agricultores que produzem cacau biológico, teme que a avalanche de agricultores que optam pela CECAB, venha a asfixiar, os grupos privados que actuam no mercado nacional de cacau.

Através da cooperativa de exportação de cacau biológico, os agricultores são-tomenses, criam fundos para financiar a assistência técnica, assistência médica e medicamentosa, aquisição de produtos para protecção do cacaual, e outros custos sociais como situações funerárias, etc.

Abel Veiga

11 Comments

11 Comments

  1. Bingo

    6 de Agosto de 2013 at 11:40

    António Dias é sem dúvidas o mais dinâmico membro do governo.

  2. aleksander martins

    6 de Agosto de 2013 at 12:35

    Meus parabéns a CECAB.

  3. Africana de Ceita

    6 de Agosto de 2013 at 14:16

    Nunca de vemos confundir mero expediente, com as questões de fundo, tem a ver com soberania nacional.
    Não há nada de excecional nisso, apenas corrida de gata atras de rato, embora este ultimo seja conhecido como esperto.
    Chamar alguém de gato, pode ser ofensivo como não depende de contexto. Ora vejamos.
    O meu namorado é um gato.
    Este gajo é um gato que anda por ai.
    Quando se escolhe membros de governo, deve se ter em conta a imparcialidade, trabalha-se para o coletivo e não para um grupo apenas. Muito Cuidado com as desavenças.

  4. Boa vida

    6 de Agosto de 2013 at 14:17

    Bravo mercado livre!!!
    Convidam os investidores estrangeiros pra um mercado livre como este? S. Tomé está certamente à evoluir

  5. ma

    6 de Agosto de 2013 at 14:22

    Esta designação de cacau biológico, qualquer dia vai acabar. Ou todos serão biológicos.
    Todos usam sulfato de cobre, certo?
    Em STP a produção de cacau é tudo BIOLOGICO.
    Vocês querem matar a economia, com estas classificação.
    O governo deve trabalhar para certificar todo o nosso cacau do que semear ou mesmo de fazer a confusão entre os produtores.
    Compram um mais barato que outro , anoite misturam tudo, e querem tapar o sol com a peneira.

  6. J.C.BLACK

    6 de Agosto de 2013 at 14:58

    + Organização (União)
    + Trabalho
    + Produção
    + Rendimento
    + Estabilidade e Tranquilidade Familiar
    + Possibilidade de planos
    + Possibilidade dos filhos e irem a escola
    + Dignidade
    + Fecilidade e Paz

    Enfim, é esta a receita que devíamos todos promover!!!

  7. Patriota

    6 de Agosto de 2013 at 15:11

    tudo que seja pra bm das populaçoes é de salutar força Antonio Dias.

  8. tchuna baby

    7 de Agosto de 2013 at 13:27

    Pai, eu preciso fazer um trabalho para a escola! Posso te fazer uma pergunta?

    – Claro, meu filho, qual é a pergunta?

    – O que é política, pai?

    – Bem, política envolve: Povo; Governo; Poder econômico; Classe trabalhadora; Futuro do país.

    – Não entendi, dá para explicar?

    – Bem, vou usar a nossa casa como exemplo: Sou eu quem traz dinheiro para casa, então eu sou o poder econômico. Sua mãe administra e gasta o dinheiro, então ela é o governo. Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo. Seu irmãozinho é o futuro do país. A Zefinha, babá dele, é a classe trabalhadora. Entendeu, filho?

    – Mais ou menos, pai vou pensar.

    Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho o menino foi ver o que havia de errado. Descobriu que o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e viu que sua mãe estava num sono muito profundo. Foi ao quarto da babá e viu através da fechadura o pai transando com ela… Como os dois nem percebiam as batidas que o menino dava na porta, ele voltou para o quarto e dormiu. Na manhã seguinte, na hora do café, ele falou para o pai:

    – Pai, agora acho que entendi o que é política…

    – Ótimo filho! Então me explica com suas palavras.

    – Bom pai, acho que é assim: Enquanto o poder econômico fode a classe traboalhadora, o governo dorme profundamente. O povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!!!

  9. Santola Stallion

    7 de Agosto de 2013 at 18:07

    Preciso de assinaturas para criação de uma comissão espcializada para averiguar os prejuízos e destruíção causado pelos antigos diretores das grandes roças do país. Este grupo de trabalho terá como função fazer um levantamento total, analisar um por um todos os administradores das roças, fazer um levantamento de tudo que os portugueses deixaram e que as suas respetivas mulheres roubaram….depois de terminado o inquérito, vamos fazer uma acusação formal na procuradoria geral de república…..todos os santolas de verdade fazem like…obrigado.

    • Observador

      8 de Agosto de 2013 at 12:06

      Sr. Santolas, Não se pode muito culpar os antigos Diretores das Grandes Roças. Por muito que os mesmos quizesse, “para aqueles que de facto queriam trabalhar”, não encontravam espaços porque tudo era muito politizado. Um Técnico que chegasse no terreno dando uma ordem de caracter tecnico, vinha um sapateiro político desautorizar a referida orientação dos Técnicos. É verdade que alguns foram De lapidador dos grandes meios que as Roças tinham. Tudo também, devido um controle sério. Quando nacionalizaram as Roças, ouve alguma comissão creada forte e ligada as finanças, para fazer um levantamento sério de todos os meios das Roças? Tudo ficou a sua sorte.

    • Alguém

      8 de Agosto de 2013 at 18:46

      Caro Santola Stallion,
      Será moralmente correcto responsabilizar àqueles que apesar da sua inexperiência, tiveram que assumir o papel de Administradores após a Nacionalização das roças?
      Admitindo que alguns administradores que tenham cometido Gestão Danosa devam ser responsabilizados criminalmente, de que forma deveríamos proceder com o FMI que nos forçou a uma política agrária que os mesmos(mais tarde) reconheceram ter sido ruinosa?
      Não digo que se deva fazer tábua rasa do passado, mas acredito que mais importante do que chorar sobre o leite derramado, é admitir os erros, tentar corrigi-los e evitá-los no futuro.
      Temos que combater a corrupção, o nepotismo, o abuso de poder e a impunidade que se enraizaram e são tão actuais na nossa sociedade representando sérios entraves ao nosso desenvolvimento.

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