Política

“Regime presidencialista tarda a vir”


A posiçãofradique-pestana.jpg é do Presidente da República. Para Fradique de Menezes, São Tomé e Príncipe não vai a lugar nenhum, enquanto existir o actual sistema de governação de pendor parlamentar. O Chefe de Estado, apoia as acções de alguns partidos políticos, que defendem a revisão da constituição política, e garante que se o povo se manifestar a favor o presidencialismo será realidade em São Tomé e Príncipe.

Apesar da constituição política em vigor vedar ao povo o direito de referendar o sistema de governação, o Presidente da República Fradique de Menezes defensor do sistema presidencialista, diz que é o povo quem mais ordena, e se o povo manifestar a favor da instalação de um regime presidencialista, nada poderá evitar que se torne realidade. «É o povo quem mais ordena. Se o povo decide amanhã que tem que haver um referendo poderá haver mesmo, desde que se manifeste de maneira clara para que haja o referendo. E se o povo achar que de facto é necessário que haja isso, terá que haver», afirmou o Chefe de Estado.

 

Desde 2001, que Fradique de Menezes defende a instalação do regime presidencialista em São Tomé e Príncipe. O Chefe de Estado considera que é a melhor opção para dar um rumo seguro a governação do arquipélago. «Este país não sairá de onde está, enquanto continuar com este tipo de sistema de governação. Comigo ou sem eu que venha outro depois de mim. Um país pequeno como nosso com este sistema de governação, enquanto funcionar o diálogo, se houver uma assembleia nacional que possa actuar de forma a fiscalizar sem obstaculizar, talvez um governo possa trabalhar com sossego e na altura de prestar contas o fazer», acrescentou para depois demonstrar a pesada burocracia que actualmente marca a acção governativa, e que complica a execução de projectos de desenvolvimento. «Um governo em cada gesto que faz, tem que ir prestar contas. Quer fazer aquilo, não pode ser temos(parlamento) que analisar aquele projecto antes de fazer, meus senhores isso não funciona em coisa nenhuma», reclamou.

 

Numa altura em que se regista algumas movimentações de partidos políticos, sobretudo os que não têm assento parlamentar, no sentido de promover uma revisão da actual constituição política de forma a dar lugar ao sistema presidencialista, Fradique de Menezes diz que a reviravolta está a tardar. «Tarda a vir, e cada vez estamos a afundar mais. Não é o presidencialismo que vai ser uma varinha mágica que nos vai tirar da miséria para a riqueza. Mas é preciso dar as pessoas a confiança para fazer coisas, e com meios de fiscalização uma vez que somos seres humanos, e podemos cometer actos criticáveis. Há pessoas convencidas que no presidencialismo não há fiscalização. Há sim senhor. Então no Brasil não há fiscalização, é Presidencial. Nos Estados Unidos não há fiscalização? É presidencial. Por favor não venham para cá dizer que não há fiscalização», pontuou.

 

O presidente da república garante que num sistema de governação presidencialista, os dirigentes serão mais responsabilizados pelos seus actos, ainda mais quando o espírito do presidencialismo, está enraizado na alma do são-tomense.

 

Com o poder retalhado por vários círculos, o que anima bastante a luta de interesses, o Chefe de Estado, não esconde a sua insatisfação pelos 7 anos que está a frente dos destinos do país. Fradique de Menezes diz que foi um falhanço. « Se fosse eu sozinho a decidir, porque é o que eu tenho dito as pessoas que me perguntam o senhor está contente? E eu digo não. Não estou porque foi um falhanço esta minha decisão de candidatar-me a Presidente da República, porque até hoje não sinto a realização de coisas que me pudessem satisfazer», declarou.

 

Fradique de Menezes continua no combate pelo presidencialismo em São Tomé e Príncipe.

Abel VEIGA

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