Política

Estudantes são-tomenses manifestam-se contra o Primeiro-Ministro Rafael Branco, e fazem vigília na embaixada de Portugal em São Tomé, implorando a concessão de visto de entrada para prosseguir os estudos

Os estudantevisto.jpgs que beneficiaram da bolsa de estudo ofertada pela câmara de Maia-Portugal, no quadro do acordo de geminação com autarquia são-tomense de Água Grande, puseram em marcha um movimento de luta, por causa da decisão da embaixada de Portugal em não conceder o visto de entrada. Os 25 jovens estudantes (na foto – origem Jornal Parvo), beneficiários da bolsa camarária, juntaram-se a outras dezenas de jovens estudantes já matriculados em centros de ensino português, num protesto sem tréguas diante da representação diplomática portuguesa. No último fim-de-semana, fizeram uma vigília a porta do edifício da embaixada, e na segunda-feira organizaram uma manifestação contra o governo do MLSTP/PSD liderado por Rafael Branco.

Desesperados os jovens estudantes são-tomenses, questionam o tipo de relacionamento que existe entre São Tomé e Príncipe e Portugal, uma vez que são beneficiários de bolsas de estudo concedidas por instituições portuguesas no quadro da cooperação bilateral, mas são lhes negado o visto de entrada em Portugal.

O Presidente da câmara distrital de Água Grande, João Viegas, que assinou com o seu homólogo da câmara portuguesa de Maia, o acordo que abriu as portas para a formação de jovens são-tomenses nas áreas de formação profissional e universitária, manifesta-se decepcionado.

O Presidente da autarquia de Água Grande, diz não compreender o que se passa com a embaixada de Portugal em São Tomé, uma vez que a candidatura dos estudantes preenche todos os requisitos exigidos pela câmara de Maia, nomeadamente a idade máxima exigida que é de 25 anos.

Os estudantes que deveriam desembarcar na última segunda – feira em Portugal para dar continuidade aos estudos, não escondem a fúria. «Nós estamos cá para ganhar o visto para irmos estudar no estrangeiro. Para melhorar a situação do país queremos ser formados. Vamos permanecer aqui até o embaixador de Portugal resolver o nosso problema. A embaixada de Portugal em São Tomé não nos quer conceder o visto, não sabemos porquê. Vamos continuar a manifestar até que o problema se resolva», afirmou o porta-voz do grupo, Bruno Nascimento.

A representação diplomática portuguesa que foi convocada para uma reunião com o Governo, já reagiu em relação a situação, através do encarregado de negócios Vasco Seruya. «A questão dos estudantes, é um problema que tem a ver com os que têm mais do que 21 anos. Existe uma legislação neste momento que não permite a concessão de vistos de estudo para o ensino secundário e técnico-profissional a estudantes com mais de 21 anos. A embaixada está sempre aberta a falar com os estudantes. O problema está a ser acompanhado em Lisboa, pelo ministério dos negócios estrangeiros e outros ministérios competentes. Agora existe a legislação e não podemos contorna-la», explicou o representante da embaixada de Portugal.

Depois da vigília do último fim-de-semana diante da embaixada de Portugal, os estudantes bolseiros marcharam nas primeiras horas da última segunda-feira em direcção do palácio do governo, para protestar contra a passividade do executivo de Rafael Branco. Palavras de ordem contra o Primeiro-ministro foram proferidas, sem qualquer resposta do Chefe do Governo.

Mais um batata quente nas mãos do governo do MLSTP/PSD, que começa a enfrentar alguns problemas, exactamente após a celebração dos primeiros 90 dias de governação.

Genisvaldo Nascimento/Abel Veiga

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