Política

Fradique de Menezes está pronto a continuar como Presidente da República

Numa conferência de imprenspr.jpga esta terça-feira, Fradique de Menezes anunciou que não renuncia o cargo de Presidente da República, apesar de manter a intenção de o fazer caso continue a ser considerado por alguns círculos políticos e da sociedade civil como sendo o factor da instabilidade no país. O Chefe de Estado agendou mais um encontro com os titulares dos órgãos de soberania para clarificar a situação política. A intenção de renunciar o cargo de Presidente da República e Chefe de Estado, está suspensa. Fradique de Menezes, disse que vai continuar dentre outras razões por causa da reacção das chefias militares e paramilitares. «Eu estou pronto a continuar, se era isto a resposta que queriam que eu desse. E o que mais me tocou foi a chefia militar e para militar. Foram me ver para me dizerem que não aceitam isso. Nós estamos consigo e viemos aqui para dizer que não aceitamos isso. Se o senhor vai então nós também vamos, ou então ter-se-á que tomar outra decisão. Senti-me bastante tocado e encorajado. E eu estou pronto, vou continuar», assegurou Fradique de Menezes.

Mas no entanto o Chefe de Estado levantou duas questões. «Continuar como? E para quê? Vou continuar para depois daqui há 1 ou 2 meses voltarmos a viver estas situações?», interrogou. Por isso mesmo Fradique de Menezes, anunciou que vai convocar mais uma reunião com os titulares dos órgãos de soberania para clarificar a situação. «Temos que falar. Eu quero que as pessoas digam de facto se querem ou não que este país avance e na estabilidade», declarou para depois acrescentar que cada órgão de soberania deverá assumir as suas responsabilidades e não o actual clima existente em que é o Presidente da República é responsabilizado por toda a situação de instabilidade que ocorre no país.

O Presidente da República disse que não quer que ninguém venha a morrer por sua causa, principalmente o povo são-tomense. Se for ele a causa de toda a instabilidade que o país vive, prefere levantar as mãos e render-se. Fradique de Menezes afirmou que não é necessário derramamento de sangue para as pessoas ambiciosas pelo poder ocuparem o palácio do povo. Ele simplesmente abandona o cargo. O Chefe de Estado acrescentou que ainda quer viver alguns anos e em paz.

A ver o futuro, o Presidente da República lançou algumas sugestões. Primeiro tem a ver com a realização das eleições legislativas de 2010. «O governo tem dito que não há possibilidade de se realizar as autárquicas agora, porque quer-se fazer uma nova lei eleitoral, uma nova ordenação eleitoral. E porque não passar tudo para 2011? Se o governo está a trabalhar bem. Há um líder político que disse isto, o governo agora tem projectos etc, porquê que a gente não dá mais tempo de vida a este governo até 2011? Eu já disse que não queria mudar de primeiro-ministro. Assim continuaríamos com o primeiro-ministro até o final do meu mandato, iríamos até 2011 e faríamos todas as eleições juntas. Eu próprio fiz um discurso a reconhecer que o governo do senhor Rafael Branco está a trabalhar bem», precisou.

Uma reflexão que conduziu o Chefe de Estado para a questão da definição do sistema de governação. Fradique de Menezes que sempre defendeu a realização de um referendo, onde o povo deverá decidir sobre o melhor sistema de governação para o país, considera esta acção como prioritária antes de 2011. «Porque não perguntar ao nosso povo qual é o sistema de governação que pretende. Era uma forma de mostrarmos que somos realmente democratas, progressistas. Vamos dar ao povo a possibilidade de ele se exprimir» concluiu.

Abel Veiga .

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