Política

“Estou perfeitamente tranquilo”

Reacção do Primeiro-ministro Patrice Trovoada em relação a onda de greves que tende a paralisar o país. O Chefe do Governo, avisa que o país é de todos nós, e que o Governo só poderá atender reivindicações que não extravasam as reais possibilidades do país.

Com o trabalho e a produtividade a nível nacional, a aproximar-se do nível zero. A gerir um país que só produz cerca de 10% das receitas que precisa para viver durante 12 meses, Patrice Trovoada começa a sentir calor de uma batata bem quente nas mãos.

Tudo porque o custo de vida a nível nacional, disparou para níveis insuportáveis, e o salário auferido pela maioria dos trabalhadores, já não dá resposta as refeições de uma semana.

Por isso, greves começam a marcar o sector da função pública. Mal uma termina, outra está em forja. «O país é de nós todos. É normal que as pessoas reivindicam por melhores condições de trabalho e salário. É por isso que existe a concertação social. Veremos caso a caso, o que é reivindicado, o que é possível fazer-se», declarou o Chefe do Governo.

Divergências e desunião entre as organizações sindicais do país, estão a contribuir para fragilizar a concertação social. Algumas organizações sindicais do sector da Função Pública, não se revêem nas decisões que as duas centrais sindicais, nomeadamente a UGT e a ONTSTEP, subscrevem nas reuniões do Conselho de Concertação Social. Um órgão composto pelo Governo, o Patronato e os Sindicatos. «A função deste governo é servir a todos os são-tomenses, e veremos o que é possível fazer em função das disponibilidades. Por isso estou perfeitamente tranquilo. Felizmente que as pessoas podem fazer greve, felizmente que as pessoas podem manifestar, e depois tem-se que encontrar uma solução», sublinhou, Patrice Trovoada.

Questionado pelo Téla Nón sobre a acusação de falta de diálogo de que o Governo tem sido alvo por parte dos sindicatos, o Chefe do Governo, respondeu. «Sabe, eu não tenho nada a responder quanto a isso».

No entanto, a tendência grevista cresce. Para além do aumento do salário, alguns sindicatos, exigem justiça salarial. Para alguns sindicatos, a enorme discrepância de salário entre os funcionários públicos, tem que ser resolvida. Há quadros superiores cujo salário não ultrapassa 3 milhões de dobras, e outros também quadros superiores, ganham cerca de 80 milhões de dobras.

Batatas, umas mais quentes que outras, todas nas mãos de Patrice Trovoada.

Abel Veiga

14 Comments

14 Comments

  1. gfernandes

    31 de Outubro de 2011 at 15:04

    Concordo com PM quando diz que o pais só produz 10% das suas necessidades e que é preciso produzir mais,por outro lado a culpa é de governo que não tem uma politica séria de controlo de preços sobre bens da primeira necessidade,os sindicatos reivindicam salário mínimo para 200€ o que por se só é surreal para não dizer ridículo e insensato ,mas imaginemos que o governo concorde em estabelecer este valor como salário mínimo nacional mas por outro lado os comerciantes “especuladores” aumentam os preços de forma exorbitante e descontrolada, iria dar ao mesmo, por isso antes de negociar o aumento do valor de salário mínimo nacional o governo deveria é criar o mecanismo que travasse esta onda de especulação por parte dos tais comerciantes.

  2. Edson Francês

    31 de Outubro de 2011 at 16:13

    “Estou perfeitamente tranquilo”, também pudera, ganhando o salàrio colossal que o senhor ganha eu também estaria na perfeita tranquilidade!! Esse Governo està a ser uma grande decepção para muita gente que nele depositou confiança e esperança!

  3. vive com gosto e guarda segredo

    31 de Outubro de 2011 at 16:47

    É ridiculo a situação k vivemos neste país, Sr. Primeiro ministro, com todo o respeito, mas o Senhor abosou, vem dizer k felizmente as pessoas podem fazer greve?…..quer dizer se dependesse de si isso não acontecia…….mas ora vejamos, se o país só produz 10%, porque uns alguns ganham milhões e outros simplesmente miseria…..miseravel o ´povo k tem por dirigentes pessoas sem amor ao proximo…..falamos greve com moderação, ………

  4. Anca

    31 de Outubro de 2011 at 17:31

    Queremos ter estilos e nível de vida do Ocidente, não sabemos é o que custou a independência e liberdade ao Ocidente, nem cronologicamente, no tempo e no espaço, conhecemos mal a História Mundial.

    Lembrem-se da canção

    Os meninos a volta da fogueira.

    Não, sabemos relacionar conhecimento, para o bem estar de todos, hora vejamos;

    -País produz somente 10% do que consome anualmente.

    -País é o mais pobre do mundo, e vive de 90%, de ajuda e doações externa.

    -O nível de produtividade, do país é de quase 0.

    -Mais de metade da população vive com menos de 1 Dolar.

    -Ninguém mais quer trabalhar a terra, na agricultura, todos acreditamos erroneamente, que a partir do advento, da exploração do ouro negro, que a vida vai melhorar, que já não é necessário, trabalhar, que somos agora, um país rico.

    -Relacionem, aquilo que se está a passar, no mundo, a nível de, economia e finanças, soberanas, dos países ocidente(nossos doadores) e perguntem se querem ainda, assim pedir aumentos salariais a nível discrepante em relação, aquilo que se produz, no país.

    Sejamos mais realistas, o problema não é somente dos governos, é da consciência e realismo do Homem Santomenses, perante seus iguais, perante os problemas que aflige o seu território.

    Mais unidade, mais disciplina, mais e melhor trabalho, para um melhor, progresso, crescimento e desenvolvimento sustentável do país(território/população).

    Mais esclarecimento na acção.

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica-nos bem

    • Anca

      31 de Outubro de 2011 at 17:49

      Andamos a enganar a nós próprios, com benefícios, para aqueles, que nos dão com uma mão e tira com a outra.

      É o que acontece, quando temos a mão por baixo e cruzadas, para o mal da nossa liberdade e justiça, para o mal da nossa sociedade, em termos sócio-político-económico-financeiro.

      Até quando a nossa burrice e distracção.

      Até quando a nossa falta de conhecimento e consciência, daquilo que deve ser um país(território/povo).

      Aceitem o bem, como pratica em tudo quando pensamos e fazemos, em tudo quanto queremos concretizar, mediante a ponderação e humildade, o realismo, a sinceridade, a verdade individual e social, política, económica, e financeira do país(território/população).

      Pratiquemos o bem

      Pois o bem

      Fica-nos bem

    • Anca

      31 de Outubro de 2011 at 18:32

      A repartição justa e equitativa dos recursos do país, deve ser a base de do lema do país, mais unidade, mais disciplina, mais trabalho.

      Mais equidade e justiça na repartição dos recursos, que pertence a todos.

      Pese embora para mim, o termo “recursos de todos”, em São Tomé e príncipe, seja país mais pobre do mundo e nada produz, vive dos recursos de outros povos.

      Aí temos que pedir contas as autoridades competentes, do descalabro do país, desde 1975 até 1990 e de 1990 até a data.

      Mais para isso não temos esperteza, a justiça não funciona, nem mesmo a justiça popular.

      Nem idoneidade, nem a moral, nem a ética, nem a consciência cívica, pois alguns, que têm e que tiverem responsabilidades, não querem saber de isso, para nada.

      Mas eis que é chegada altura da encruzilhada, na caminhada rumo a subdesenvolvimento, pobreza e miséria.

      Podemos vir a enfrentar uma revolução interna se se nada for alterado.

      É altura de repensar o país, rumo uma mudança efectiva do país(território/população).

      Pratiquemos o bem

      Pois o bem

      Fica-nos bem

      Deus abençoe São Tomé e Príncipe

  5. Carlos Ceita

    31 de Outubro de 2011 at 20:15

    Meus amigos pegando nas palavras do gfernandes eu também concordo com o governo. A verdade é que tanto o governo quanto ao sindicato têm razão. nem o país produz riqueza suficiente para poder distribuir da mesma forma que é uma indignidade viver com o salário que se pratica em São Tomé e Príncipe. Ou seja o que se passa no nosso país resume-se em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão. Mas se o governo tem razão no que tem a ver com o que país produz actualmente ser insuficiente por outro lado falha (como os outros falharam) na aposta dos sectores (agricultura, turismo e pescas) que deveriam criar mais riqueza para poder distribuir. Temos de produzir e apostar nestes sectores. Infelizmente não temos feito isto. O que se vê no país é uma multiplicação de bancos que alguns consideravam ser solidificação do sistema financeiro nacional. A mim parece lavagem de dinheiro. Oxalá me engane.
    Abraços

  6. NINA

    31 de Outubro de 2011 at 20:26

    ENASA , ENAPORT, EMAE , OS DIRECTORES GANHAM CERCA DE 90 MILHÕES DE DOBRAS. ONDE JÁ SE VIU ? SERÁ QUE O PAÍS É MESMO POBRE ?

  7. Biboss

    1 de Novembro de 2011 at 7:49

    O país precisa de um grande “STOP”.
    È preciso reajuste salarial, é inadimissivel num País como STP,um individuo auferir um salario de 80 milhões de dobras,isto chega para pagar 4 salarios.
    Por outro lado a taxa de inflação, é uma questão essencial a resolver.Tenho dito.

  8. Mimi

    1 de Novembro de 2011 at 7:53

    Acho que as reinvindicacoes sao mais pela injustica salarial e social. Se o pais nao produz o suficiente para cobrir as suas despesas, de onde e que saem os recursos para pagar bons salarios a uns e nao a todos? Porque nao se converte as senhas de presenca nas empresas em recursos para bens sociais dos que menos ganham? De onde e que saem os recursos para sustentar as ostentacoes de riqueza que persistem. Onde e que esta a mina de ouro? Mostrem-nos a todos e sosseguem os grevistas. Concordo com as greves sim senhor ate que haja mais justica e mais dinamismo do poder em fazer gerar riquezas.

  9. Santomista

    1 de Novembro de 2011 at 8:18

    Sabem qual é o grande problema de STP?
    É a falta de EQUIDADE:
    1.Equidade na redistribuição dos rendimentos;
    2.Equidade nos salários;
    3. Equidade na produtividade.
    Reclamamos muito sobre o aumento salarial, e será que todos trabalham o suficiente para justificar esse aumento?
    Será que os médicos vão agora aumentar as suas produtividades e melhorar os seus desempenhos? Vão começar a tratar melhor os utentes?
    Todos devemos exigir melhores condições de trabalho e melhores salários. Concordo.
    Mas será que cada um de nos vai dar o nosso máximo para justificar e sustentar esses aumentos?
    Há! Outra coisa: acho que já está na altura de pararmos de politizar o País. Não é uma questão deste ou aquele Governo. Não é uma questão to Governo do Patrice, do Rafael ou da Maria.
    Nenhum Governo de qualquer que seja o partido político poderá fazer milagres enquanto todos nós os Santomenses não estivermos dispostos a trabalhar de forma honesta e com espírito de sacrifício para o bem de todos, que se traduzirá para o bem de cada um de nós.
    Cada um tem a sua função e que faça a sua parte.
    Não podemos ser sempre críticos sem a capacidade de dar mérito ao que é bem feito e criticar o que não esta bem. Não criticar só por criticar por não gostar deste ou daquele. Ou criticar porque esse tirou-me a facilidade que tinha de usurpar bens do estado.

  10. malekitone

    1 de Novembro de 2011 at 9:18

    Muito houvimos a falar do combate a corrupção, de instabilidade, da justiça…..ora vejamos, como pode um país que diz ser independente e ainda ser escravo do banco mundial e demais organizações, se a Europa fosse o exemplo de boa gestão, eles não estariam falidos como agora, Essas organizações são uma máfia parta satisfazer os interesse dos Europeus em determento da africa…eles vivem nos oludindo. Sr.Primeiro ministro, o país não tem dinheiro porque não produz, mas compra carros no valor de €50.000,00 ou mais para os politicos e no final dos mandatos eles ficarem com os carros.Mas não temos dinherio para pagar os jornalistas.-………abaixo governação de propaganda e falsas promeças, …..sim a greve e nossos direitos, deixemos de disculpas k não temos dinheiro nem queremos trabalhar agricultura…..Querem k trabalhemos a terra, sim é bom e o país precisa, ….mas onde está acesso, agua canalizada, mercado para exportação, onde está terra, sabendo k está na mão dos dirigentes para construir quintas para levar as meninas……não há dinheiro e Sr.Primeiro ministro abandona sua casa e vai viver em Condominio Pistana para que o Estado pague, ….Pôvô biliuê,…..

  11. Bocagem Agua

    2 de Novembro de 2011 at 12:17

    ok,
    Para dizer k cá em S.Tomé e Príncipe, actualmente estas ondas de greves refletem a miséria e injustiça social/salarial k se tem constatado no nosso dia a dia. Existe uma elite a enriquecer-se cada vez mais, a custa da CORRUPÇÃO, pork nunca herdaram tanto para ostentarem tanta riqueza, e a maioria do povinho trabalhador da “disfunção pública nacional” a quem sempre é exigido mais trabalho, mais trabalho, e que o “troco” que recebem mensalmente não chega para sequer comerem com as suas famílias numa semana, tendo em conta k o tal “troco” chamado de salário é MÍSERO. Portanto seria bom que houvesse uma greve geral, para parar o país, e os goverantes trabalharem como deve ser e como juraram na tomada de posse. Nenhum ministro deve dizer que também vive com dificuldades, por se fosse assim, pederiam logo a demissão, portanto, dizendo isso, não passa de uma autênctia ironia. Portanto, é necessário mais greves e a todos o níveis dessa “disfunção pública nacional santomense” que tanto sofrem nessa neocolonização interna.

  12. Angolano

    2 de Novembro de 2011 at 20:33

    02-11-2011 10:02

    África precisa de lideranças com nova visão – defende historiador

    Angop

    Mapa do continente africano

    Luanda – A África precisa de lideranças com nova visão para o desenvolvimento e também democráticos para trabalhar com as competências africanas, defendeu hoje em Luanda, o
    historiador gabonês Jean Martial Arséne Mbah.

    O também docente de história do Instituto Superior de Ciências de educação (ISCED) sustentou que novos líderes de África, além da visão para o desenvolvimento, têm que ser também democráticos para aceitar a trabalhar com as competências internas que a África possui.

    “A África tem muitos intelectuais com visão para desenvolver o continente, mas que não são consultados e muita das vezes preteridos”, por isso, a simples reestruturação da União Africana, sem nenhum projecto sério, não dará resultados positivos.

    Para o investigador, a estruturação da União Africana não chega para mudar a letargia do continente, mas a África precisa de líderes com visão diferente e uma vontade com vista a desenvolver o seu continente.

    Sublinhou que mudança de Organização da Unidade Africana (OUA) para a União Africana (UA) até hoje não deu resultados palpáveis,” porque não se está a ver o trabalho que a UA tem feito a nível político, económico e social em prol dos africanos”.

    Por isso, defende para o continente, dirigentes honestos, com visão e projectos, não apenas estadistas que vão participar em cimeiras da organização sem dar resultados palpáveis.

    Apelou que os dirigentes africanos deveriam olhar o que está a se passar na América Latina, com a nova geração de líderes, munidos de projectos para a acabar com o atraso e a miséria naquele região do globo.

    Jean Mbah apontou que os planos gizados pelas lideranças latino-americanos na cimeira da Mercosul em 2006, nos domínios da cooperação económica, política e monetária.
    Realçando que o intercâmbio entre países do bloco permite-lhes hoje pôr as riquezas naturais e minerais ao serviço dos seus povos.

    Essa visão de cooperação proposta por Cuba e pela Venezuela consubstancia-se na cedência pelo primeiro de médicos e professores, recebendo do segundo, petróleo e outros produtos que não produz.

    A fonte frisou que proposta similar tinha sido feito pelo falecido líder líbio Mummar Kadhafi à União Africana, na qual países que possuem água em abundância poderiam canalizá-la aos Estados do Sahel que a carecem, recebendo em troca produtos que não têm.

    “Os produtores de petróleo trocarem-no com outros produtos produzidos por outros países de África”, mas projectos dessa natureza precisam de lideranças com visão para darem certo, lamentou.

    Doutorado pela Universidade Paris I (Panthéon-Sobornne), Jean Martial Mbah é professor de metodologia de investigação histórica do ISCED e da Faculdade de Ciências Sociais, da
    Universidade Agostinho Neto (Angola), licenciou-se em História pela Universidade Omar Bongo, de Libreville (Gabão), obteve o mestrado em Poitiers, França.

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    11:49 – Historiador Jean Mbah apela a africanos a recusar campanha contra Kadhafi

    10:02 – África precisa de lideranças com nova visão – defende historiador

    9:31 – Financiamento do ocidente ao desenvolvimento de África contribui para a pobreza

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