Sociedade

Insegurança alimentar une ONGs e o Governo durante 2 dias de reflexão

No meio dvoador.jpga reflexão sobre as formas de combater a insegurança alimentar no país, o Presidente da República, lançou um desafio ao governo no sentido de se fazer mais uma reforma agrária. Fradique de Menezes disse ser injustificável existir fome em São Tomé e Príncipe, arquipélago rico em solo fértil e chuva abundante. O Chefe de Estado pediu mais trabalho, porque São Tomé e Príncipe pode produzir excedentes para alimentar outros mercados, sobretudo da sub-região africana.

Numa altura em que São Tomé e Príncipe está a ser intensamente irrigado pela chuva, todos os dias sem cessar, dezenas de homens e mulheres, reuniram-se debaixo do tecto confortável do palácio dos congressos na capital são-tomense para falarem da insegurança alimentar.

Um problema que ameaça o planeta terra, mas que não deveria afectar o arquipélago são-tomense, se em cada momento de chuva, mais homens e mulheres, entrassem no meio dela para cultivar os campos abandonados.

A acção prática nas plantações poderia produzir argumentos mais ricos, do que as teorias sobre a insegurança alimentar, que estão a dominar mais de 48 horas no palácio dos congressos.

O Presidente da República, Fradique de Menezes, que presidiu a abertura do seminário, organizado pela federação das organizações não governamentais em parceria com o governo, desafiou as duas entidades a promover mais uma reforma agrária  em São Tomé e Príncipe. «Quero questionar o governo e as associações representativas da sociedade civil, se já não é chegada a hora de uma nova reforma agrária, que se traduza essencialmente em distribuir as terras a aqueles que verdadeiramente as sabem trabalhar, e têm a empatia que garantam a produtividade das mesmas. Aí o ministério da agricultura que saiba conduzir esta iniciativa, Que tenha dinamismo para promover parcerias e empregar indivíduos aos quais passam a ser garantidos a remuneração mensal do seu trabalho», afirmou o Chefe de Estado.

Fradique de Menezes justificou o desafio lançado, com base no abandono de grandes parcelas de terra, que se transformam em selvas. Segundo o Presidente da República, não vale ter-se o título de proprietário de terra, e não a cultivar.

A crise alimentar que se verifica no mundo, é por si só um desafio importante para São Tomé e Príncipe acrescentou o Chefe de Estado são-tomense. «Precisamos mais do que nunca arregaçar as mangas e tirar proveito da fertilidade das nossas terras, promovendo até a constituição de excedentes alimentares que poderemos comercializar com os outros países da nossa sub-região. Temos falado muito disto mas temos que trabalhar para que isso se faça. Porque continua injustificável a fome entre nós por insuficiência de produtos agrícolas que outrora produzíamos. Quando continuamos a dispor de terras férteis com água e chuva abundante que por vezes até reproduzem sementes que deixamos inadvertidamente cair na terra», reclamou.

O governo aproveitou a ocasião para anunciar uma série de acções em curso que visam exactamente prevenir a crise alimentar. Segundo o Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Xavier Mendes, o executivo está a implementar um programa de aumento da produção alimentar que promove as culturas do milho, feijão banana pão, espécies frutícolas e outras, incluindo também o aumento da produção da pecuária e da pesca artesanal. «Nestes programas o governo pretende distribuir aos pequenos agricultores, sementes, insumos agrícolas, animais, e apetrechar o mercado em materiais de pesca», assegurou o ministro Xavier Mendes.

O aumento do preço dos produtos agrícolas no mercado nacional, prova claramente a fraca produção nacional. Restam saudades dos tempos em que o mercado nacional era inundado de grande quantidade de milho seco e fresco, produzido em campos administrados pelo estado. Hortaliças e tubérculos, como batata-doce, mandioca, e sobretudo a matabala que era muito exportada para os países vizinhos.

São Tomé e Príncipe foi grande produtor de cebolas, agora é um dos grandes importadores. A habitual excedente da produção de tomate do passado, deu lugar a importação. Exemplos que confirmam o risco da insegurança alimentar.

Abel Veiga

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