Sociedade

“São Tomé e Príncipe está longe de ser um país onde se possa dizer que existe democracia”

Declaração de Acasa-cultura.jpgrmindo do Espírito Santo, quadro são-tomense que publicou esta terça feira na Casa da Cultura, o livro que mostra o estado da economia são-tomense entre o período de partido único e o multipartidarismo. O escritor preferiu designar o período que vai de 1991 até a data presente como sendo apenas multipartidário, porque considera que o arquipélago ainda não conquistou a democracia. O livro que mostra a estrutura económica do país de 1975 até a data presente, confirma que o arquipélago perdeu-se no tempo, não tendo encontrado caminho para o desenvolvimento.

Na análise das mudanças estruturais tanto a nível económico como político, o livro de Armindo do Espírito Santo, neutraliza os discursos políticos que nos últimos 34 anos anunciaram, que São Tomé e Príncipe caminha para o desenvolvimento. «O livro mostra que as reformas económicas introduzidas em todo o período pós independência não colocaram o país no caminho do desenvolvimento», afirmou o escritor.

Certas porém são as consequências do atraso. «A pobreza geral das pessoas aumentou de forma assustadora, económica, política, social, a pobreza em termos de valores culturais ética etc», acrescentou

Fragilidade total de um estado adulto, que dificulta a afirmação da democracia. «Estando hoje em causa não só a liberdade de expressão individual, mas também pela liberdade humana caracterizada por um conjunto de privações derivado da acção do poder político local, conjugado com a precariedade da situação económica do país», explicou Armindo do Espírito Santo.

A obra lançada na casa da cultura, prova que São Tomé e Príncipe vive desde 1991 uma etapa chamada de multipartidarismo, e não de democracia. «É uma consequência da forma como a elite política são-tomense tem conduzido os destinos do país. São Tomé e Príncipe está longe de ser um país onde se possa dizer que existe democracia. Ainda não temos uma democracia. Razão pela qual defino o país de multipartidarismo e não democracia, porque a democracia tem outros valores que ainda não estão presentes na sociedade são-tomense», concluiu.

O escritor diz que a liberdade de expressão é um dos valores da democracia que ainda não existe no país.

Abel Veiga

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