Sociedade

Príncipe quer ser património cultural da humanidade

principe-aereo.jpgA ilha que assinalou no passado dia 17 de Janeiro,  539 anos sobre o seu descobrimento, por navegadores portugueses, conserva uma natureza virgem, abrigo de espécies animais endémicas. Um valor natural que as autoridades da ilha em parceria com a cooperação portuguesa, pretendem transformar em património mundial.

José Cassandra, Presidente do Governo Regional do Príncipe, fez o anúncio dos preparativos do Príncipe para se candidatar a património mundial, numa altura em que a ilha é palco de uma ampla campanha de protecção e conservação da tartaruga marinha, com destaque para a espécie SADA.

Uma espécie de tartaruga cujos últimos exemplares no mundo só são encontrados no Príncipe. «Esta espécie no mundo só existe no Príncipe. E desta espécie no ano passado os dados estatísticos que demos indicam que só foram vistos 12 tartarugas dessa espécie. Por isso estamos a trabalhar em parceria com a Universidade de Algarve e o oceanógrafo de Lisboa no sentido de podermos conservar e proteger estas espécies que estão em vias de extinção», afirmou José Cassandra.

O dia 17 de Janeiro último, data em que a ilha assinalou 539 anos sobre o seu descobrimento, serviu para homenagear a natureza do Príncipe. Uma natureza virgem que cobre toda a ilha como um manto verde. Uma riqueza que as autoridades da ilha querem transformar em património mundial. «Virarmos todos para a protecção e conservação da natureza numa perspectiva de transformarmos o Príncipe no património cultural da humanidade», frisou.

Príncipe quer ser património mundial, porque para além das tartarugas Sada, desenvolve outras acções em prol do equilíbrio natural. «Esta ideia, esta visão para nós, assenta muito bem porque estamos a atravessar um período onde estamos a desenvolver no Príncipe uma agricultura biológica, estamos a desenvolver no Príncipe uma perspectiva de turismo ecológico, daí que veio a ideia trabalharmos numa proposta de candidatura do Príncipe a património natural da humanidade», pontuou, José Cassandra.

Para o governo regional do Príncipe o projecto tem sustentação. «Tem pernas para andar, e estamos a trabalhar com a cooperação portuguesa que vai enviar dois técnicos para fazer os levantamentos iniciais necessários para elaboração da proposta», explicou.

Na festa dos 539 anos sobre o descobrimento da ilha todas as crianças do Príncipe, dos 0 aos 6 anos receberam um brinquedo de tartaruga SADA. Uma campanha de sensibilização para protecção da espécie promovida pela Universidade do Algarve – Portugal. «Isto é a forma de começarmos nesta idade a sensibilização para a protecção das tartarugas marinhas. Sob pena de nós perdermos uma espécie de tartaruga que está em vias de extinção, a Sada», concluiu, o Presidente do Governo Regional.

Abel Veiga

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