Sociedade

Navio Príncipe mais uma vez paralisado por tempo indeterminado

navio-principe-na-terra.jpgO calvário do navio Príncipe, parece não ter fim a vista. Na passada quarta – feira a embarcação não resistiu ao temporal e foi arrastado para a terra. Segundo o Comandante Júlio Silva a equipa de mergulho que na segunda-feira, avaliou os estragos detectou que uma das hélices está danificada.

Uma semana depois da reparação de várias avarias, com a supervisão da empresa espanhola Aresa, que construiu a embarcação, mais um acidente aconteceu e o navio está paralisado sine die.  A embarcação que foi arrastada para a terra pelo mau tempo da semana passada, encalhou na praia Brasil.

Após remoção, uma equipa de mergulhadores entrou em acção segunda – feira para avaliar os estragos na parte inferior do navio. «O que sofreu foi a hélice do estibordo. No trajecto em que vínhamos sendo arrastados pela corrente. A hélice enrolou-se com as amarras da embarcação Andreia, e a hélice danificou-se», explicou o comandante da embarcação.

Júlio Silva, acrescentou que o casco do navio Príncipe não sofreu qualquer dano. «Três patas da hélice estão dobradas. Há muita vibração na popa e mesmo o rendimento das máquinas seriam nulas. O navio não está em condições para navegar», reforçou.

Paralisação confirmada e por tempo indeterminado, o comandante da embarcação, anunciou no entanto que as peças sobressalentes estão nos armazéns. « Quando estivemos em Espanha uma das coisas que recomendamos foi a hélice e um veio. Esses materiais estão aqui em São Tomé», pontuou.

Por isso a embarcação que custou 1 milhão e duzentos mil euros, deve subir mais uma vez ao estaleiro. Príncipe foi construído na Espanha, pela empresa Aresa Boats. Foi entregues as autoridades são-tomenses em Setembro de 2009. Em Dezembro paralisou-se por causa de uma série de avarias, que foram tratadas em Março por uma equipa da empresa construtora.

Os técnicos da empresa espanhola haviam dito que a embarcação tinha sofrido acidente em Janeiro, mesmo na Baía de Ana Chaves, tendo embatido contra outra embarcação durante um temporal, e que tal acidente estaria na base das múltiplas avarias.

Na passada quarta – feira, chuva e algum vento marcou a noite de São Tomé. Vento e chuva de fraca intensidade em comparação com os tornados que tradicionalmente atingem São Tomé e Príncipe nesta altura do ano.

Certo porém é que o navio Príncipe, ao contrário de outras embarcações que estavam atracadas na Baía de Ana Chaves, acabou por ser arrastado para terra. A tripulação estava no navio. «Notamos que o vento era muito forte e punha em causa a segurança do navio no cais, nós desatracamos o navio. Mas a vaga era tão intensa que o navio começou a ser arrastado. Tudo complicou porque o navio bateu na embarcação Andreia e a hélice enrolou-se na corrente da outra embarcação. Lutamos muito para que o navio não chegasse a Praia mas foi em vão», confessou o comandante Júlio Silva.

Para a tripulação na base dos dois acidentes, está a falta de uma âncora forte que possa estabilizar a embarcação. «O navio trouxe uma âncora muito pequena fizemos um relatório a ENAPORT dando conta disso. E mesmo quando a equipa da Aresa esteve cá fizemos saber que a âncora era insuficiente, mas não sei nada foi feito», criticou Júlio Silva.

Príncipe está novamente a flutuar na Baía de Ana Chaves, graças a uma âncora cedida pela ENAPORT, a empresa que administra a embarcação. O navio está a espera de tratamento para mais uma avaria. Enquanto isso a ligação marítima entre as duas ilhas está suspensa.

Abel Veiga

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