Sociedade

NO PASSAMENTO DA ALDA DO ESPIRITO SANTO

vaz.jpgManuel Val Afonso Fernandes, ex-ministro da Justiça actualmente Professor Universitário em Angola e antigo Aluno de Alda Graça Espírito Santo, tem recordações e ensinos da poetisa.

Quis a lotaria da natureza nos seus jogos de dados que em Março mulher, no dia seguinte ao Internacionalmente reconhecido como o dia da mulher falecesse em Luanda capital da República de Angola, pátria do insigne Agostinho Neto, D. Alda do Espírito Santo, também conhecida por Alda Graça.

No momento particular de dor para a família, para os são-tomenses, para tantos e tantos amigos que granjeou, para todos os povos amante da concórdia e da paz, é com profundo pesar e tristezas que nos curvamos a memória da mulher, da patriota e da mãe da República democrática de São Tomé e Príncipe. A sua vida foi um exemplo que será seguido para todo sempre, clamando justiça para nossa terra, de forma que não seja necessário, “encomendar preces juras e maldições para estarmos no mesmo lado da canoa “.

Alda Graça nasceu a trinta de Abril de 1926 na cidade de São Tomé, em São Tomé e Príncipe.

Fez parte dos seus estudos em Portugal e de regresso a sua terra natal, trabalhou como professora, formou grande parte dos actuais dirigentes de são Tomé e príncipe. Depois de uma participação activa na mobilização para a proclamação a 12 de JULHO de 1975, ocupou cargos relevantes no Governo da 1ª República. Foi Ministra da Educação e Cultura (1975-1980), ministra da Informação e Cultura Foi também Presidente da Assembleia Nacional de 1980à1991. Fica como registo a entrega que com que se dedicou ao exercício das suas funções, devotadamente entregue ao serviço Publico. Nunca tentou obter benesses pessoais no exercício das suas funções, nem utilizou meios de estado para se enriquecer ou enriquecer os seus.

QUE BELA LIÇÃO DEIXA PARA OS VINDOUROS

Como pessoa dedicada a letras fundou UNEAS – União Nacional dos Escritores e Artistas de S. Tomé e príncipe, onde com grande mestria vem paulatinamente contribuindo para a formação dos jovens artistas e escritores de são Tomé e príncipe. Foi autora do Hino Nacional da Republica, participante activa pelos direitos de participação das mulheres, foi sempre uma voz destacada no universo feminino do país, tendo sido fundadora e 1ª Presidente do Fórum da Mulher de são Tomé e príncipe. Viveu e morreu sempre de coração em África. Com Agostinho Neto, Pinto de Andrade, Marcelino dos Santos, Amílcar Cabral, Pinto da Costa e outros fundou o 37 em Lisboa, Centro de Mobilização dos Protonacionalistas e dos nacionalistas das Ex – colónias de Portugal em África. Uma personalidade desta envergadura não morre, por mais barulho de fundo que provoque o seu desaparecimento físico.

Alda, no teu desaparecimento chora em conjunto com a nação os vazios que sentimos na sua despedida.

                        Luanda, 11 de Março de 2010.

 

Manuel Vaz Afonso Fernandes

Aluno da D. Alda e Professor universitário

 

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