Sociedade

Rússia Unida apoiará Putin nas eleições presidenciais

É um dos temas do Diário Informativo da Rússia. Apoio de Filipe Samba em Moscovo.

  • Nikolay Levitchev eleito novo presidente da Rússia Justa
  • Em 2030, a população da Rússia pode diminuir em quase 4 milhões de pessoas
  • Peskov: Governo não tenciona submeter à censura e limitar a Internet
  • Rússia e Turquia abolem vistos
  • Medvedev vê poucos progressos na luta contra a droga
  • · Rússia Unida apoiará Putin nas eleições presidenciais
  • As fantasias sobre a influência do BRICS tornam-se realidade

Nikolay Levitchev eleito novo presidente da Rússia Justa

Moscovo, 18 de Abril – RIA Novosti.

O congresso da Rússia Justa elegeu sábado Nikolay Levitchev, dirigente da bancada da RJ na Duma de Estado, novo presidente do partido.

O antigo presidente do partido, Serguey Mironov, foi nomeado dirigente do Conselho da Câmara de Deputados da Rússia Justa.

Serguey Mironov renunciou voluntariamente às funções de presidente do partido.

Nikolay Levitchev é “a única pessoa a quem posso confiar a direcção do partido neste período complexo”, disse Mironov, ao apresentar a candidatura de Levicthev ao congresso. Nas suas palavras, em conformidade com os novos estatutos, o presidente do partido é eleito por 2,5 anos, isto é o período mais complexo das eleições federais. O partido enfrenta a tarefa de não apenas participar na vida política, mas também de ganhar a maioria parlamentar na Duma de Estado, destacou Mironov.

O senador adiantou que só no caso da Rússia Justa o dirigente da sua bancada na Duma de Estado não é o presidente do partido. Na opinião de Mironov, nos próximos tempos complexos o dirigente da bancada deve ter competências de presidente do partido, para falar em qualquer momento em nome do partido.

Serguey Mironov caracterizou Nikolay Levitchev como político e organizador muito experiente. “Levitchev raciocina perfeitamente e pode proteger os interesses das pessoas trabalhadoras”, disse.

Serguey Mironov dirigiu-se aos delegados do congresso, pedindo-lhes que votassem a favor do novo presidente do partido.

“Vou valorizar (a votação a favor do presidente do partido e do dirigente do Conselho da Câmara de Deputados do partido) como o nível de confiança dos membros do partido em relação a mim pessoalmente”, disse Mironov.

Mironov ressaltou que o dirigente do Conselho da Câmara de Deputados é eleito também por um prazo de 2,5 anos.

A votação das candidaturas de presidente do partido e de dirigente do Conselho da Câmara de Deputados do partido foi secreta, com a utilização de boletins eleitorais.

Ao intervir após a eleição como presidente da Rússia Justa, Nikolay Levitchev destacou ter dedicado os últimos dez anos da sua vida à formação de um partido político real na Rússia.

“Sabemos que o futuro nos pertence, trabalhamos no partido, na política para as pessoas e não para nós próprios. Devemos lutar pelas mentes das pessoas e não pelos mandatos”, disse Levitchev.

Levitchev agradeceu a eleição como presidente do partido, acentuando que Mironov continua a ser o líder da Rússia Justa e uma “autoridade incondicional”.

Mironov prometeu que nas listas de candidatos nas eleições para a Duma de Estado em Dezembro próximo aparecerão novas personalidades.

Mironov, nas suas palavras, após a eleição como dirigente do Conselho da Câmara de Deputados do partido, dedicará a maior parte do tempo do trabalho no partido à solução de problemas dos quadros – à selecção de pessoas para as listas de candidatos nas eleições.

“Haverá novas pessoas que não figuravam nas listas de candidatos nas eleições para a Duma de Estado em 2007”, disse Mironov aos jornalistas.

“Vou preparar todos os candidatos a deputados – este é um trabalho enorme”, disse Mironov.

Questionado pelos jornalistas sobre os novos símbolos do partido, Mironov disse que a Rússia Justa inclui as “cores mais radiosas”.

“As nossas cores tradicionais são cores radiosas, enquanto a Rússia Unida utiliza cores frias e ursos polares”, adiantou.

Por seu lado, o novo presidente do partido, Nikolay Levitchev, considera que o surgimento de dois cargos fortes no partido não testemunha quaisquer contradições dentro da Rússia Justa, mas, pelo contrário, “confirma mais uma vez que somos o partido mais democrático”.

Em 2030, a população da Rússia pode diminuir em quase 4 milhões de pessoas

Moscovo, 18 de Abril – Interfax.

Os peritos consideram que em 2030 a população da Rússia pode constituir 139 milhões de pessoas. “Como se espera, em 2030 a população total da Rússia deverá estabilizar relativamente ao nível de 139 milhões de pessoas. Nessa altura, a redução da população economicamente activa irá superar 11 milhões de pessoas”, diz-se nos materiais divulgados este sábado na Escola Superior da Economia em Moscovo, numa reunião dedicada à elaboração da concepção de política de migração na Federação Russa. Os materiais citam o boletim do Serviço Federal de Estatísticas (RosStat) “Número previsto da população da Federação Russa até 2030”.

Segundo os dados preliminares do Censo Nacional de 2010, divulgados anteriormente pelo RosStat, a população da Rússia entre 2002 e 2010 diminuiu de 145,166 milhões para 142,905 milhões de pessoas.

Peskov: Governo não tenciona censurar ou limitar a Internet

Moscovo, 18 de Abril – Interfax.

O Governo não tenciona censurar ou limitar a Internet, declarou à Interfax o secretário de imprensa do chefe do Governo, Dmitry Peskov. “Não se trata de quaisquer limitações à Internet”, disse Peskov em resposta ao pedido de comentar o estudo encomendado pelo Governo sobre a regulação da responsabilidade na Internet, publicado no site de compras estatais. “Semelhantes conclusões (sobre as limitações) tiradas do pedido de efectuar pesquisas científicas são absolutamente erradas”, apontou Peskov.

O secretário de imprensa destacou que os mencionados estudos “têm por objectivo conhecer a experiência estrangeira na regulação da responsabilidade nas relações jurídicas na rede”.

Rússia e Turquia abolem vistos

Moscovo, 18 de Abril – Interfax.

O regime de isenção de vistos entre a Rússia e Turquia entrou em vigor a partir deste sábado.

“A 16 de Abril, entra em vigor o acordo entre o Governo da Federação Russa e o Governo da República Turca sobre as condições de viagens recíprocas de cidadãos da Federação Russa e da República Turca, assinado a 12 de Maio de 2010 em Ancara”, comunicara anteriormente o MNE da FR.

Segundo o acordo, para a entrada, saída ou trânsito e permanência no território de outro país durante 30 dias a partir da entrada, os cidadãos da Rússia e da Turquia devem ter apenas o passaporte ou passaporte de serviço (especial). Ao mesmo tempo, o prazo total de permanência no território de cada país não deve ultrapassar 90 dias durante cada período de 180 dias.

Medvedev vê poucos progressos na luta contra a droga

Irkutsk, 18 de Abril, RIA Novosti

As autoridades russas não têm obtido grandes sucessos na luta contra o tráfico de droga, apesar das numerosas medidas aprovadas recentemente, declarou hoje o presidente russo, Dmitry Medvédev.

“Ainda que prestemos muita atenção a este problema, ainda que exista o

Comité Estatal Antidroga e há um ano tenhamos aprovado a estratégia nacional contra o narcotráfico até 2020, há muito poucas mudanças para melhor nesta área”, declarou Medvedev ao inaugurar hoje uma sessão do Conselho de Estado na cidade de Irkutsk (Sibéria).

O presidente russo assinalou que, segundo os especialistas, pelo menos 2,5 milhões de pessoas na Rússia consomem drogas, dos quais 70% são jovens.

Assim, o líder russo anunciou as medidas principais que devem ainda ser tomadas na luta contra a droga, nomeadamente um sistema nacional de controlo e promover acções de prevenção contra a toxicodependência. A Rússia, disse, deve criar um sistema nacional de reabilitação médica e social dos toxicodependentes, antes de mais os jovens.

Neste contexto, Medvedev advogou a necessidade de submeter os estudantes das escolas e universidades a testes de consumo de drogas, com base na respectiva lei federal.

EM FOCO NA IMPRENSA RUSSA

Komsomolskaya Pravda, Kommersant

Rússia Unida apoiará Putin nas eleições presidenciais

Um alto funcionário do partido governante Rússia Unida, Yuri Chuválov, declarou que o partido apoiará a candidatura de Vladimir Putin nas eleições presidenciais de 2012, escrevem os jornais Komsomolskaya Pravda e Kommersant.

“Actualmente, os órgãos de poder na Rússia funcionam de forma estável e aplicam uma política coordenada porque o presidente e o primeiro-ministro trabalham em estreito contacto. Quanto à posição do partido sobre as eleições de 2012, a Rússia Unida orientar-se-á para o seu líder, Vladimir Putin, disse Chuválov.

Esta declaração não é propriamente inesperada. É lógico que o partido tenha que apoiar o seu líder.

Entretanto, o director da Fundação “Estratégia 2020”, Mikhaíl Rémizov, anunciou ontem que a elite russa preferiria que a conjuntura actual não mudasse. Segundo ele, o resultado mais desejável das próximas presidenciais seria a reeleição do presidente em exercício, Dmitry Medvédev.

Rémizov destaca várias vantagens de Medvedev como candidato à presidência da Rússia em 2012. Antes de mais, trata-se das suas boas relações com o Ocidente e as perspectivas da integração da Rússia no mundo ocidental, o que é muito importante para a elite russa. Para além disso, trata-se da manutenção da estabilidade através de promessas de mudanças “porque as promessas de mudanças é o instrumento mais importante de manutenção desta estabilidade”, disse Rémizov.
Nezavisimaya Gazeta
Países do grupo BRICS são contra o monopólio mundial do Ocidente

Na cimeira do grupo BRICS  (Brasil, Rússia, Índia, China  e África do Sul), que terminou esta quinta-feira na ilha de Hainan, na China,  os participantes avaliaram em termos críticos a intervenção do Ocidente na Líbia.

A cimeira do BRICS na China decorreu pela primeira vez no formato “de cinco”, com participação do presidente da África do Sul, Jacob Zuma.

O dirigente russo, Dmitry Medvedev, qualificou de inadmissível as tentativas de interpretar de forma livre as resoluções do Conselho de Segurança da ONU e sublinhou que esta opinião é compartilhada pelos seus colegas do Brasil, Índia, China e África do Sul.

“Partimos do princípio de que as resoluções do Conselho de Segurança devem ser acatadas independentemente de se ter votado a favor, como a África do Sul, ou de se ter abstido. Há que cumpri-las de acordo com a sua letra e espírito e não em função das interpretações arbitrárias que certos países lhe tenham dado”, disse Medvedev aos jornalistas após o termo da cimeira.

Votámos no Conselho de Segurança da ONU a favor da resolução 1973, que permite estabelecer uma zona de exclusão aérea na Líbia para prevenir uma escalada maior do conflito e, em resultado, na Líbia está a desenvolver-se de facto uma operação militar”, disse o dirigente russo.

A declaração final da cimeira do grupo BRICS expressa uma “profunda preocupação” pelos dramáticos acontecimentos em várias zonas do Médio Oriente, no norte e no oeste de África, assim como o “sincero desejo de que os países afectados alcancem a paz, a estabilidade, a prosperidade e o progresso, passando a ocupar um lugar digno no mundo de acordo com as aspirações legítimas dos seus povos”.

“Compartilhamos o princípio de que convém evitar o uso da força. Consideramos necessário respeitar a independência, a soberania, a unidade e a integridade territorial de cada Estado”, sublinha-se no documento.

As fantasias sobre a influência do BRICS tornam-se realidade

Fiodor Lukiánov, para RIA Novosti

A 14 de Abril na cidade de Sanya, na ilha chinesa de Hainan, teve lugar a terceira cimeira dos grandes países emergentes, denominados até há pouco BRIC (Brasil, Rússia, Índia, China).

Ao contrário das reuniões anteriores, na Rússia e no Brasil, esta chamou-se BRICS, por ter contado com mais um país-membro, a África do Sul. Esta inovação não muda a atitude face ao grupo no mundo, que não deixa de perguntar o que podem ter em comum países geograficamente tão distantes e tão diferentes cultural e politicamente.

O grupo BRICS não tem análogos na história da política mundial, rica em exemplos de nascimento e desenvolvimento de diferentes instituições internacionais.

A equipa de economistas do Goldman Sachs, encabeçado por Jim O’Neill, inventou em 2003 a sigla BRIC para chamar a atenção para os mercados emergentes, prevendo que esse grupo de países iria representar uma proporção cada vez maior do crescimento mundial.

(continua)

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