Sociedade

Juiz Hilário Garrido mandou soltar as 3 senhoras alegadamente envolvidas no trafico dos gémeos

Após audição na terça – feira das duas senhoras, que foram detidas no Gabão e extraditadas para São Tomé, juntamente com o casal de gémeos, o Juiz Hilário Garrido ordenou que aguardassem  pela instrução preparatória do processo crime, em liberdade. 

Ernestina Paris e Adelaide Andreza(na foto) foram detidas no Gabão pela Polícia local, numa parceria com a Polícia de Investigação Criminal de São Tomé e Príncipe, e a Interpol. O casal de gémeos de 4 meses, que a Ernestina Pires vulgo Gabi levou de São Tomé para o Gabão após ter segundo a PIC, pago a mãe dos gémeos, o valor de 5 milhões de dobras e entregue um saco de roupa, foi recuperado pela polícia gabonesa e  enviado para São Tomé, na última segunda feira, junto com as duas senhoras suspeitas de trafico de crianças.

As duas senhoras foram detidas na capital gabonesa – Libreville, desde 1 de Junho. O Téla Nón apurou que a polícia gabonesa só retirou as algemas que prendiam as mãos das duas suspeitas, quando entraram no avião na segunda – feira com destino a São Tomé.

Após audição no Ministério Público na segunda feira, foram enviadas para a cadeia central, onde também estava a mãe dos gémeos, a senhora Milita Duarte.

Na terça – feira as três senhoras foram ouvidas pelo juiz de instrução Hilário Garrido, que não confirmou a solicitação do Ministério Público, para que as três senhoras aguardassem a  evolução da instrução preparatória em regime de prisão preventiva.

O juiz ordenou a libertação das três senhoras suspeitas de trafico de crianças, e enviou o processo para o ministério público, para aprofundamento da investigação e a devida estruturação do processo de instrução preparatória.

Em declarações ao Téla Nón o Juiz Hilário Garrido, confirmou a sua decisão, e avisou que a prisão preventiva, « é uma medida excepcional, que um juiz pode aplicar».

Segundo o Juiz, « o processo seguiu para o Ministério Público a fim de se apurar a verdade material».  Provas mais consistentes, devem segundo o Juiz, serem recolhidas para dar corpo a instrução preparatória.

O Juiz considera que não encontra no comportamento das três suspeitas, sinais de ameaça que possam por em causa o processo de investigação em curso. Por isso, ordenou como medida coactiva, o Termo de Identidade e de Residência, proibição de se ausentarem do país, e que ciclicamente as três senhoras se apresentem obrigatoriamente no Ministério Público.

No entanto a decisão do Juiz provocou desânimo no seio da Polícia de Investigação Criminal. Fonte da PIC disse ao Téla Nón que «após tanto sacrifício, em que contamos com a ajuda de muita gente incluindo o jornal Téla Nón, cuja notícia divulgada ajudou muito a polícia gabonesa na investigação do caso em Libreville, nomeadamente as fotografias publicadas, deparamos agora com esta decisão do juiz. É triste», reclamou a fonte da PIC.

A fonte policial acrescentou que a forma como os gémeos foram levados do país sem deixar qualquer pista, colocou a PIC numa situação de alguém que estava a procurar uma agulha no palheiro.  «Como sabe as crianças foram levadas do país, sem deixar qualquer registo no porto de São Tomé.  Temos muitos aspectos a investigar em torno disso. Temos que saber como é que isso foi possível. Há suspeitas de que estamos diante de uma rede de trafico. Como executar uma investigação para o desmantelamento dessa rede, estando os suspeitos a solta e em eventual contacto com os seus parceiros da rede? », interrogou a fonte da PIC.

Sentimento de frustração domina a Polícia de Investigação Criminal. No entanto o Estado são-tomense assumi u toda responsabilidade na protecção do casal de gémeos de 4 meses, que está num centro de acolhimento. Os bebés foram levados para o Gabão no dia 7 de Março passado, após negociações entre a mãe e a senhora Ernestina Paris, numa transacção que rondou 5 milhões de dobras cerca de 200 euros, e um saco de roupa.

Abel Veiga

32 Comments

32 Comments

  1. luisó

    12 de Junho de 2013 at 23:25

    Se a liberdade até ao julgamento não prejudicar a investigação, se não continuarem a praticar este tipo de crime e se não fugirem do País, acho que é uma boa decisão e normal em Países democráticos. Depois da instrução do MP e do julgamento então terão muito tempo para cumprir pena, que é muito bem merecida, a provarem-se os factos.
    Concordo com esta decisão que até nem é boa para elas porque se estivessem em prisão preventiva esta prisão contaria para descontar na decisão final e assim terão que cumprir tudo.
    Agora esperemos que a tal senhora tal como da outra vez não consiga sair pelo porto para o Gabão e fugir ao julgamento.
    Tenho dito.

    • Dias

      13 de Junho de 2013 at 8:09

      Meu caro amigo. disse e disse muito bem, mas esqueceste que da expressão que usaste inicialmente. Se… Certamente sabes que no decorrer desses tempos, pode haver outros envolvidos e com essa abertura dada podem ausentar do país e depois?

    • luisó

      13 de Junho de 2013 at 15:17

      Cabe as autoridades policiais a observância de que a senhora não se ausente do País e sendo STP uma ilha não será difícil fazê-lo, só pelo aeroporto ou pelo porto, não acredito que a senhora vá a nado ou de piroga para o Gabão.

    • "Nós por cá e a nossa maneira"

      13 de Junho de 2013 at 17:14

      ……é o mesmo juiz que decidiu a situação da Mafalda sobre trafico de menores…..agora a criminosa anda em Portugal a falar mal da justiça que a deixou viajar nos mesmo moldes…..

      …..haver vamos ……

    • menina stp

      17 de Junho de 2013 at 12:03

      Além da Sra Mafalda falar mal da Justiça de STP, fala mal das mães são-tomenses que são pobres e não dão amor aos filhos mas a Sra não é culpada. Quando a Justiça não funciona bem, fica tudo entregue à “alheios!.

  2. luisó

    12 de Junho de 2013 at 23:28

    Outro assunto;
    os agentes da PIC, tal como descrito, não têm nada que comentar as decisões dos tribunais, apenas têm que fazer o que foi feito e por sinal bem feito.
    Façam o vosso trabalho bem e deixem o resto para os tribunais, deixem-se de comentários.

  3. ôssobó1

    13 de Junho de 2013 at 8:19

    Bom dia Carros Compatriotas.

    A decisao do Juiz tem todo o fundamento.os agentes de PIC fizeram seu trabalho, mas nao sabe o procedimento de codigo processo penal. A prisao preventiva é ultimo rácio, das medidas de coação, so se aplica quando houver : perigo de fuga, continuidade da pratica criminosa, destruição, ou ocultação das provas. no presente caso nada disse parece aplicar, pelo que o Juiz Ilario Garido agiu bem. estudem o codigo processo penal. Bem Haja.

    • Ze

      13 de Junho de 2013 at 9:51

      Concordo consigo. Mas nesse caso há muitas possibilidades das senhoras fugirem. Repare que elas conseguiram sair do país com duas crianças sem deixar rasto. Assim, é possivel que as senhoras possam sair também sem deixar rasto. Muita gente conhece Gabi.

    • luisó

      13 de Junho de 2013 at 15:19

      As tuas palavras vêem ao encontro das minhas.
      Cumprimentos.

    • Tiberio

      14 de Junho de 2013 at 9:53

      Não se esqueçam quer já houve situações com a mesma decisão do mesmo juiz, que as pessoas visadas conseguiram ausentar-se do país. Todos sabemos que em STP não há condições para evitar que as pessoas saiam clandestinamente. Por outro lado as duas senhoras foram apanhadas em flagrante delito e presas num outro país com provas, neste caso as crianças e por outro lado não há nenhum registo da saída das crianças e elas não são as mães das crianças. Mais uma decisão polémica desse senhor juiz. Francamente!

  4. Desgraçado

    13 de Junho de 2013 at 8:23

    É uma decisão triste para sociedade mas o juiz apenas cumpriu com a lei, justiça não pode ser feita pela sociedade, eu até tenho duvida se existe no nosso código penal crimes de trafico humano ou venda do ser humano… não se pode condenar ninguém se não existir lei para tal e prova consistente, deputados têm que ver isso muito bem em prol da justiça justa em S.Tomé

    • luisó

      13 de Junho de 2013 at 15:21

      Se este tipo de crime não estiver previsto no código do processo penal então não há acusação e elas ficam livres.

    • Augerio Amado vaz

      13 de Junho de 2013 at 17:23

      O crimes estão descritos na parte especial do código Penal. O Código Processual Penal trata apenas de questões adjetivas e Procedimentos.

    • Augerio Amado vaz

      13 de Junho de 2013 at 17:26

      Os crimes queria eu dizer.

  5. CEITA

    13 de Junho de 2013 at 8:48

    Muito bem ôssobó1 assim é que fala…

  6. adriano rosamonte vaz da conceição

    13 de Junho de 2013 at 8:49

    Do meu lado , tenho a dizer que honestamente, não fiquei sensibilizado com esta decisão do Juìz Garito,sebem que a respeito. O meu sentimento é porque, acho que provavelmente por detrás desta detenção de mérito poder-se -á vir a desvendar outros casos, porque se não fizermos de esquecidos, existem duas crianças que tivemos conhecimento oficial de seu desaparecimento, há já algum tempo para cá e sem deixar rastos e até este momento a sociedade não sabe nada de seus paradeiros e o pior é que Têm insultado a mãe de uma das crianças de traficante do seu próprio filho, lá no Riboque, portanto, acho que sobretudo estas duas senhoras que vieram da república gabonesa deveriam ficar encarceradas enquanto se evolui o processo de instrução, de modo a evitar possíveis riscos e ou vícios que poderem apagar outras possíveis pistas. Para mim estas senhoras deveriam ficar incomunicáveis durante este período, porque estamos no mundo da máfia moderna em que está em curso nonos crimes que não se conhece certos contornos. Mesmo a mãe dos gémeos também deve-se investigar bem, porque depois deste negócio é possível que ela ficasse animada a fazer mais negócio do género com outras crianças que não fossem seus filhos, Portanto é necessário uma boa investigação.

  7. alvaro lopes

    13 de Junho de 2013 at 9:55

    caros leitores e comentadores do tela non, muito bom dia, deixemos de ser justiceiros, olha se o ministério público pode mais fundamentar a acusação, então que o faça, o juíz decidiu por outra medida de coação mais branda, acatemos, as autoridades policiais que façam o seu papel e não deixem que as senhoras fujam do país, pronto acabemos com isto e vamos trabalhar, a PIC parabéns um belo serviço e continuem e nada de entrar em declarações e comentários as decisões dos juízes, força e continuação de bom trabalho.

  8. Pers Ferreira

    13 de Junho de 2013 at 10:06

    Este assunto deverá ser muito bem investigado uma vez que o mesmo poderá ajudar a desvendar outros desaparecimentos misteriosos que jáocrridos.
    A Policia de Fronteira não deverá limpar as mãos como Pilatos por que não é facil esconder 2 crianças. Lista de passageiros… Enrequecimento duvidoso só dá coisas assim….

  9. Fruta k caiu

    13 de Junho de 2013 at 11:53

    So pode ser brincadeira, meus senhores,dizer que a decisao do juiz Hilario Garrido criou desanimo no seio dos agentes da PIC. Para mim,das duas uma, ou tela nom quer fazer tempestade no copo de agua, ou a fonte da PIC nao tem noçäo da sua responsabilidade. Ora vejamos, passo a transcrever, (…)No entanto a decisão do Juiz provocou desânimo no seio da Polícia de Investigação Criminal. Fonte da PIC disse ao Téla Nón que «após tanto sacrifício, em que contamos com a ajuda de muita gente incluindo o jornal Téla Nón, cuja notícia divulgada ajudou muito a polícia gabonesa na investigação do caso em Libreville, nomeadamente as fotografias publicadas, deparamos agora com esta decisão do juiz. É triste», reclamou a fonte da PIC (…). A PIC tem uma estrutura funcional, com juristas e pessoas com credito em materia da legalidade. Alias, a senhora Vera Cravid, a atual diretora da PIC é uma jurista, Näo acredito que ela tenha indicado ou permitido um agente que venha opinar sobre a decisao de um juiz de tribunal. Portanto convenhamos meus senhores, ou o Tela nom tenha responsabilidade na forma como passa a informaçäo ou na PIC näo ha quem manda e, todos falam.

  10. sotavento

    13 de Junho de 2013 at 12:24

    Creio que a PIC e os tribunais devem andar de maos dadas teem que estar em sintonia.A decisao do juiz se é boa ou nao cabe a otros orgaos judiciais analisar e recorrer se necessârio.Neste caso o melhor é ter as imputadas sob vigilancia e esperar para que se conclua a investigacao e logo o julgamento e nada mais.

  11. Kuá scá bi.

    13 de Junho de 2013 at 12:30

    Parabéns pelas diligências feitas pelos Setores competentes para a conclusão do ato apreensivo. Pic. fez o seu trabalho limpinho, limpinho, como dizia Jorge Jesus Treinador do Benfica. Espero que a Pic continua sempre disponível para outro caso que poderão advir. Há uma história de um dono do cão. Ele era caçador, caçou um pássaro. O cão tinha que procurar bastante para apanhar o referido pássaro, quando o trouxe, o dono dizia. Fizeste bem. O dono do cão viu que o pássaro não o servia, de momento pendurou em cima duma planta com um pouco de altura e disse ao cão vamos embora, buscar os condimentos para prepará-lo. Ao regressa, outro alguém que passava na altura, levou o referido pássaro. Mas o cão está sempre disponível para nova segunda caça e pronto a procurar outro pássaro. Não desanime. O seu serviço não foi em vão. Coragem é a nossa tarefa. Bem haja. Força PIC e outros Setores ligados a esta tarefa.

  12. Mina Zequentxi

    13 de Junho de 2013 at 15:57

    E de facto uma tristeza que casos do genero nao suscitem interesse as autoridades porquanto, a meu ver, so depois de uma investigacao MINUCIOSA E CUIDADA poderia se ditar qualquer tipo de veridicto (mesmo nao conclusivo) a este caso que apenas comecou. Sabemos o quanto a nossa sociedade padece de vicios logo, deviam ser tomadas varias medidas acautelatorias por forma a se evitar novas fugas seja por mar ou ar.

  13. Herminia dos Santos

    13 de Junho de 2013 at 16:24

    È bem provável que depois de trabalho árduo da PIC, haver uma insatisfação, com a decisão do juiz, é natural tal agente não concordar, mas tinha que aceitar a regra, mas isso não pode ser objecto para tanta tempestade jornalística. Isso apenas é tentar minar mais a relação instituicional, é bom que tenhamos cuidado com aquilo que dizemos.

  14. carlos gomes

    13 de Junho de 2013 at 18:37

    Estamos num mundo de trafico e traficantes,o juiz a tomar esta medida penso que existe algum contorno por tras existe alta figura do estado envolvido,apartir do porto e aeroporto de s.tome,caso contrario elas estariam detidas so mesmo em s.tome haver vamos

  15. minus

    13 de Junho de 2013 at 21:28

    quem seriam neste caso os piores carrascos da selva, os abutres, as hienas,os chacais, os leopardos, as leoas ( a lista e quase infinita )ou as sanguessugas? pois percebe-se que estao tentando com muita gana desancar as mulheres sem antes ouvir seus depoimentos… queria ver-vos numa situacao assim, quando a midia traz a tona verdades sem todos os detalhes que se encontram no segredo dos deuses! e simplesmente delicioso colocar a cabeca de outros no cepo sem pestanejar, nao importa quanto ela jure ser inocente… tomem cuidado com a justice dos homens, pois nenhum de nos esteve nos bastidores!

  16. Antonia freitas

    14 de Junho de 2013 at 8:43

    Espero que isso nao aconteça nunca com os filho do Juiz Garido, pq se um dia isso acontecer quero ver qual sera a reação dele….Bem pouco tempo passou-se na televisão a telenovela brasileira salve Jorge e que acredito que o senhor Juiz tenha acompanhado uma situação identica de trafico de bebese mais………….

  17. Direito

    14 de Junho de 2013 at 9:31

    A decisao correta por parte do juiz. O juiz fundamentou bem a sua decisao.

  18. E. Santos

    14 de Junho de 2013 at 9:46

    É engraçado como o nosso país funciona. Tudo gira a volta da importância que as coisas têm para um grupo de pessoas.
    Os fenómenos que o mundo combate hoje são os da Pirataria, Pedofilia, tráfico de seres humanos, tráfico de órgão, trafico de droga, branqueamento de capital, para citar os mais pertinentes.
    Admira-me como é que um Juíz consegue tratar um caso de tráfico de crianças, seja de que dimensão for (uma rede ou um acto isolado), com tanta leviandade. Entender que não há risco é subestimar a inteligência da rede mundial de trafico de seres humanos.
    Se tivessem raptado o filho de um dos nossos dirigentes, provavelmente o caso já seria para julgamento sumário com pena exemplar para que ninguém ouse voltar a cometer um crime desta natureza.
    Mas, sendo filho do POVO, olha, tivesse tido mais cuidado.
    Este é um país que não zela pelos seus cidadãos, pelo que de mais importante tem. A sua força de trabalho. Fazer o quê?
    Vamos acreditar que baiaram para o juiz…para ele proferir esta sentença. è o nosso consolo.

    • E. Santos

      14 de Junho de 2013 at 9:48

      Esta sentença não, esta suave medida preventiva, queria eu dizer.

  19. Brillho

    14 de Junho de 2013 at 10:48

    Ho meus caros leitores

    A decisão do Juiz é mais correcta, mas pode ter criado um certo desanimo no seio dos Agentes da Pic por não ter havido talvez dialgo entre as duas instituições antes da tomada de decisão, pese embora a lei fosse bem clara nesse aspecto.-

    Mas por outro lado quem de facto deveria ter sido condenado e bem preso da cadeia é o subscritor do 14º. comentário desta notícia que ainda ousa em falar de honestidade chegando ao ponto contrariar a decisão de um Juíz

  20. Pânico do Banho

    15 de Junho de 2013 at 11:01

    Excelente Juiz, um expert em Habeas corpus.Viva a separação de poderes e as lacunas do erro jurídico.

  21. Eduardo

    16 de Junho de 2013 at 14:00

    Bon trabalho, isso traz a liçao pra os outros,q deseja fazer o mesmo.

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