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Alteração climática põe em causa a vida de 70% da população africana

Se o mundo não se unir para travar as alterações climáticas, e não facilitar ao continente africano meios para se adaptar a tais alterações do clima, até 2050,o continente negro só terá capacidade para alimentar cerca de 30% da sua população.

É um relato preocupante para cada cidadão africano e foi transmitido aos 55 jornalistas do continente que participam em Marrocos numa visita a luz da preparação da vigésima segunda conferência das partes da Convenção das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas.

África que é o continente que menos degrada o ambiente por via da emissão de gases de efeito estufa para a atmosfera, é a principal vítima das mudanças climáticas.

jornalista-perguntaO assunto gerou intenso debate entre os jornalistas africanos e a comissão que está a preparar o evento COP22 aqui em Marrocos.

A luz da cimeira de Paris sobre o clima realizado em finais do ano 2015, a partir de 2020 e no quadro do fundo verde criado para lidar com o fenómeno, será desbloqueado cerca de 100 biliões de dólares a favor de África. Verba que será partilhada pelos países africanos para financiar projectos de redução das emissões de gases, como a produção de energias renováveis, e ao mesmo tempo assegurar a execução de projectos de luta contra as mudanças climáticas.

Valor considerado escasso aqui em Marrocos, ainda mais quando se registam dificuldades dos doadores em colocar o montante definido a disposição dos projectos. Uma vez que África emite menos gases, o seu combate maior tem a ver com as mudanças climáticas, geradas por tais gases que as grandes potências económicas emitem para a atmosfera.

No entanto do bolo financeiro que é atribuído para lidar com a questão do clima, apenas 14% é atribuído a luta contra as mudanças climáticas. A maior fatia é dirigido para a redução da emissão de gases, ou seja, os emissores de gases é que ficam com a maior fatia do bolo.

A sensibilização de cada cidadão africano para o grave problema para o seu futuro, que são as mudanças climáticas, exige segundo peritos a concentração dos esforços de todos os africanos, para que os seus dirigentes, defendam na conferência de Marraquexe de Novembro próximo, a questão de financiamento aos projectos das mudanças climáticas como a questão mais candente da actualidade.

Com a realização da COP22 em Marrocos, os países africanos deverão definir uma estratégia comum, que visa dentre outros objectivos aumentar o fluxo de financiamentos para os projectos de produção de energias renováveis, e que permitem a sua  adaptação às mudanças climáticas.

oradorPeritos em Marrocos anunciaram que «há fundos que os países africanos nem conhecem a sua existência». Por isso foi criado um guiché único para orientar os Estados africanos e não só sobre as modalidades de os obter. Uma iniciativa apoiada pela Alemanha e que será lançada oficialmente durante a realização da COP22.

Os peritos em negociações sobre o clima, defendem que os Estados Africanos devem unir esforços para mobilização de mais fundos, para combater a ameaça das alterações climáticas, independentemente dos 100 bilhões de dólares, previstos para serem alocados a partir de 2020.

A atracção do investimento privado para realização de projectos de produção de energias renováveis é bom exemplo que o Reino de Marrocos apresenta, e convida os outros Estados africanos a seguirem a mesma via. Mais de 50% da energia produzida em Marrocos é limpa.

Através das empresas de seguros, o sector privado é chamado a participar no processo de economia verde, criando serviços de seguro que atendam situações de catástrofes naturais, como a seca por exemplo, que cada vez mais flagela o continente e é resultado directo das mudanças climáticas.

Tudo para que de forma equitativa em 2100 cada continente possa contribuir para a redução da temperatura global em cerca de 2 graus, como ficou definido no acordo de Paris sobre o clima.

A conferência de Marraquexe (COP22) pretende ser um ponto de viragem no desafio para a estabilidade do clima no mundo.

É a segunda vez que Marrocos acolhe a conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre o Clima. A primeira no ano 2001, reuniu o esforço do mundo em torno da implementação do protocolo de Kyoto. Desta vez, pretende dar um empurrão forte para a implementação do acordo de Paris, e a sua respectiva ratificação por maior número possível d países.

Abel Veiga – Rabat / Marrocos

 

 

4 Comments

4 Comments

  1. ANCA

    8 de Setembro de 2016 at 15:25

    A África, foi sempre vista como a zona do globo primordial, para as economias ocidentais, ou seja Territórios/Populações, onde se pode ir buscar às matérias primas, que faziam ou fazem falta, necessárias a metrópoles ocidentais, hoje juntando a metrópoles da China, do Japão, do Brasil, da Índia, etc, etc… no Festim, é assim a nível ambiental, económico e financeiro.

    Desde mar, juntado a terra física, poucas são empresas ou empresariado Africano, que exploram os recursos para a transformação(mais valias), exportação,para o mercado ou seja estão descapitalizados, vivem ou sobrevivem de apoios, internacional estatal, para investimentos necessários à inversão do quadro negro do emprego, se se é que se pode falar em classe empresarial, com devidas excepções.

    A questão do clima para África, é uma consequência, jamais uma causa, pois que o continente, apesar de más politicas e acções, poucas empresas nacionais, na exploração dos recursos naturais, matérias primas, as comodities, Café, Cana de açúcar, Bananas Chocolate, Ouro, Prata, Diamantes, Pedras Preciosas, Petróleo, etc, etc…na verdade matérias primas de fazem falta à industrias ocidentais;

    Quando é que viram ou vimos, uma parte considerável das mulheres africanas a usar, ouros ou diamantes, colares de pedras preciosas, nos brincos e acessórios? excepto algumas classes normalmente ligadas ao poder.

    Quando é que viram ou vimos, as crianças africanas a deliciar de um bom chocolate Suíço, Belga, ou Europeu? Excepto alguma crianças em que os membros estão ligados ao poder.
    Mas no entanto o cacau é plantado, colhido e seco, nos seio do Território/População Africana, com rendas salários de miséria.
    Quem diz cacau, diz café, açúcar, etc, etc…

    Tudo por falta vontade, egoísmo, falta de humildade, a ganância, gosto pelo poder, falta de organização das instituições, administrações dos próprios Africanos.

    Os ocidentais só se preocupam com África, Ásia, ou América do Sul, porque seus territórios estão a arder, as suas populações e indústrias estão a ser afectadas, pelas alterações climáticas, cheias, fogos, tempestades secas, furações, tremores de terras, etc, etc….
    Centenas ou milhares, de Africanos morrem na travessia do mediterrânico todos dias a fugir da guerra da pobreza, … mas ninguém no ocidente(União Europeia, Estados Unidos da América, China, India, Japão) se preocupa, ou se preocupam,…milhares de Africanos morrem por causa da seca, passam fome, vivem na miséria, têm falta de acesso a educação, agua potável, energia, durante séculos, anos, mas ninguém se preocupa, nunca se preocupou, etc, etc…

    Como disse um dirigente europeu, são baratas a sair do chão, são ratazanas,…são escumalha.

    Hoje fala-se de alterações climáticas e acena-se com milhões, alguns olhos fica, regalados, alguns espíritos africanos ficam entusiasmados, mais mais milhões,…

    Os problemas do clima jamais se resumem aos milhões, resumem-se as causas dessa alteração mudanças do clima, nomeadamente a questão do comportamento do Homem nas suas actividades para com o planeta, para com os diferentes climas, nas diferentes latitudes, longitude.

    Quanto à São Tomé e Príncipe, nós os cidadãos, a sociedade civil organizada, as instituições nacionais, o Presidente da Republica, o Governo e seus Ministérios, o Governo Regional do Príncipe, as autarquias locais, as forças armadas, a polícia nacional, os tribunais, as escolas, as empresas nacionais e estrangeiras fundamental pensar, antecipar, prevenir, através de acções legislação, organização, responsabilização, prevenção, monitorização, fiscalização, a questão de recolha e separação resíduos sólidos/químicos urbanos, empresariais, hospitalares(lixos urbanos,vidros, metal, plásticos,pilhas, resíduos hospitalares, descargas de água contaminadas, poluídas, sucatas de carros seus componentes, os químicos agrícolas, os adubos químicos, etc, etc…) a questão de protecção, preservação de rios, aguas, mar, estações de recolha e tratamento de água residuais, ETAR, a questão da reflorestação do território, plantio de árvores, quer seja de frutos ou de sombras, que sejam características e nativas sua preservação, a questão da erosão costeira, extracção de areias, e detritos, a qualidade do ar que se respira, a questão do plano ou planos de ordenamento do território bem como da população e seus actividades, responsabilização, política utilizador pagador, formação, informação, cultura de preservação ambiental, tendo em conta o Território(mar, terra, agua, rios, solo, subsolo)/População.

    Enquadrar o crescimento económico financeiro, com desenvolvimento social, cultural, ambiental, desportivo, político, económico e financeiro que se quer sustentável hoje e agora no futuro.

    Fundamental, enfrentar as causas da pobreza, nomeadamente a educação, a formação, a falta de produção e diversificação económica, pouca divisão do trabalho, a falta de organização, instituições fracas, pouco solidificadas para os objectivos concretos, a questão da fome da alimentação, valorização da gastronomia nacional, através de programas televisivos, formação na novas técnicas de medicina, enfermagem, técnicos de saúde, cuidados de saúde, saúde reprodutivo, a falta de cultura de responsabilização pelos actos, a questão da evolução da justiça nacional, o acesso e celeridade, as infraestruturas, a questão da saúde, etc, etc,….em suma a luta pela paz.

    Mediante o conceito de paz jamais se restringir a somente a guerra.

    A fome pode se considerar a falta de paz e sossego, assim a questão dos crimes, o crime organizado, falta de saúde, falta de alimentação, a pobreza, falta de educação, a falta de trabalho, a questão da pobreza, etc, etc….

    Tudo isto cria problemas conflitos sociais, culturais, ambientais, desportivos, políticos, económicos, financeiros e retrocessos na sociedade que se pretende sustentável integra hoje e agora a nível social, cultural, ambiental, desportiva, politica, económica e financeiramente.

    Se se quiseres ver o País o Território, a População, a Administração bem

    Acredita

    Juntos somos capaz

    Juntos somos mais fortes

    Pratiquemos o bem

    Pois o bem

    Fica-nos bem

    Deus abençoe São Tomé e Príncipe

  2. o Investidor

    8 de Setembro de 2016 at 21:23

    São Tomé é uma terra de miséria!
    Não por falta de recursos, mas culpa de mentalidades instituídas e institucionalizadas.
    Se vierem aqui a São Tomé daqui a 500 anos, estará tudo igual…
    Menos a dependência do exterior para alimentar o Orçamento Geral do Estado, que passará de 90% para 95% ou 97 %.
    País mendigo…
    Gente que vive não do trabalho mas apenas de expedientes e artimanhas…
    Investidores FUJAM ENQUANTO PUDEREM…

    • ANCA

      9 de Setembro de 2016 at 7:22

      Lembra-te

      Incluindo a tua mentalidade.

      “Gente que vive não do trabalho mas apenas de expedientes e artimanhas…”

      Incluindo tu.

      Pois que também és filho e producto da terra.

      Ou pensas que és a pescadinha de rabo de fora?

      Ao invés que falarmos mal, trabalhemos e apresentemos soluções, ideias, se tem pouca estuda, investiga, pergunta, partilha.

      Se se queres ver o País o Território, a População, a Administração bem

      Acredita

      Juntos somos capaz

      Juntos somos mais fortes

      Acredita em ti

      Pratiquemos o bem

      Pois o bem

      Fica-nos bem

      Deus abençoe São Tomé e Príncipe

  3. Ralph

    12 de Setembro de 2016 at 8:10

    É importante levantar estes assuntos mas este é um problema de proporções gigantes que será muito difícil resolver. Talvez seja impossível solucionar. Os países que têm criado a situação (os mais desenvolvidos), atraves das suas emissões de gases de efeito estufa devido ao uso prolongado de combustíveis fosseis, não querem reduzir as suas emissões sem haver um compromisso do mundo menos desenvolvido para fazer o mesmo. No entanto, muitas nações que atualmente estão numa fase de desenvolvimento rápido, como o Brasil e a China, não desejam seguir este rumo porque isso significaria que não pudessem usufruir das mesmas fontes baratas de energia de que os países ricos aproveitavam enquanto subiam ao seu estatuto de ser ricos. Sentem que se os países avançados atuais pudessem tornar-se ricos por causa do seu acesso a energia barata fornecida por combustíveis fosseis, aquelas nações pobres deveriam ser capazes a seguir o mesmo rumo.

    Por isso, as nações ricas têm de concordar em diminuir as suas emissões por um período enquanto os países pobres continuem a crescer as suas a um nível determinado. Por este meio, os povos sub-desenvolvidos serão capazes de beneficiarem das vantagens do uso de energia barata fornecida pelas combustíveis fosseis que permitiam que os países desenvolvidos se tornaram ricos. Ao mesmo tempo, todo o mundo terá de se comprometer a substituir energia de fontes não renováveis por energia de fontes renováveis tanto logo que for possível.

    Ao meu ver, esta seria a única maneira provável de alcançar alguma medida de sucesso com este o mais difícil de problemas.

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