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Elsa Garrido suspendeu Greve de Fome

No seguimento do comunicado publicado no dia 26 de Abril, declarando a GREVE DE FOME, que perdurou 19 dias, em protesto contra a falta de transparência e debate livre sobre a questão de consumo, introdução e experiencia dos TRANSGENICOS e/ou HIBRIDOS nas ilhas de São-Tomé e Príncipe;

http://www.telanon.info/sociedade/2017/04/26/24293/cidada-em-greve-de-fome-contra-introducao-de-milho-dito-hibrido-em-stp/

Apesar do silêncio ensurdecedor do Ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural da RDSTP, Sua Excelência Teodorico Campos (Não foi recebida qualquer resposta a carta enviada, via Embaixada de RDSTP, em Portugal);

Apesar da não divulgação, do protesto dos cidadãos reclamando o direito a Informação, por parte da TVS (televisão são-tomense), RNSTP (radio nacional de STP), atitudes que demonstram claramente a falta de liberdade de expressão, violação dos direitos cívicos, desrespeito completo pela vida humana e saúde pública dos nossos conterrâneos, que por conseguinte vem confirmar o estado geral da nossa democracia;

“ O GRITO” de alerta e descontentamento foi ouvido e compreendido por muitos nas ilhas de São-Tomé e Príncipe e alem fronteiras;

Foi ouvido por diversas personalidades e entidades São-tomenses e Portuguesas nomeadamente: Intelectuais, líderes de partidos políticos, deputados, ONGs, ONGAs  e boa parte dos são-tomenses residentes na diáspora e nas ilhas;

Tendo em conta as promessas, dos mesmos, de levar a serio este “ Grito” e de tudo fazerem no sentido de promover debates públicos, investigar e informar a nossa população sobre a questão da dita experiencia do Milho transgénico e/ou hibrido que está, neste preciso momento, em crescimento no centro do país, na zona de Mesquita, sem qualquer diálogo com a população, estudo de impacto ambiental ou parecer técnico prévio, de modo a avaliar os riscos e aplicar o princípio de precaução;

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Registando o apoio incondicional e gracioso de, pelo menos, três grandes ONGAs Portuguesas, no sentido de promover formações de sensibilização, análises científicas e eventual apoio na criação de um banco de sementes que permitiria ao país proteger espécies nativas e indiretamente garantir até um certo nível a soberania alimentar;

Venho declarar a SUSPENSÃO DA GREVE DE FOME, a partir do dia de hoje, 16 de Maio de 2017, na esperança de que das novas estratégias determinadas surjam bons resultados (não estando, portanto, excluída a hipótese dum retomar a greve de fome).

A luta pelo direito a informação, direito a debates públicos sobre TRANSGENICOS, HIBRIDOS, continua. O movimento Pró-Ambiente STP, continuará o trabalho no sentido de pesquisar, promover o debate, comunicar todas informações sobre este tema e manter abertura para um diálogo sem tabus nas questões ligadas ao consumo, produção, experiencias, dos OGMs e HIBRIDOS, e de uma forma alargada, estaremos atentos a política agraria, proteção do meio ambiente e a soberania alimentar nas ilhas de São-Tomé e Príncipe. A Declaração do Rio sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento estipula que todos os cidadãos devem ter direito a informação.

 

ESCLARECIMENTOS/ AGRADECIMENTOS 

1-Que fique bem claro. Não fui recebida, nem nenhum representante do MPASTP (Prós-Ambiente-STP) foi recebido pelo Presidente da Republica Democrática de São-Tomé e Príncipe, o Dr Evaristo de Carvalho, durante a sua visita oficial em Portugal. Simplesmente não obtivemos resposta a nossa carta de pedido de audiência, entregue na Embaixada.

2-Durante os longos dias de greve de fome, frente a embaixada de São-Tomé e Príncipe, em Lisboa, nenhuma delegação ou funcionários da embaixada se sentiram no direito de trazer-me, pelo menos, uma garrafa de água.

3-Não fui convidada para o jantar presidencial, que teve lugar em Lisboa, nem como Presidente da ONG Terra Verde STP e muito menos como cidadã são-tomense em protesto e em greve de fome. Jantar em que estiveram presentes líderes da sociedade civil organizada, personalidades diversas. É importante relembrar que sou uma das fundadoras da ONG Terra Verde STP, presente em três países (França, Portugal e São-Tomé e Príncipe). Ver Link-  https://youtu.be/tldVrk_KnVs

ONG reconhecida de utilidade pública que em 6 anos de existência, ofereceu CENTO E CINCO MIL euros de donativos e ajuda humanitária, nomeadamente a instituições nacionais (hospital central Dr Ayres de Menezes e o Corpo de bombeiros) e entre outros.

Cartaz greve4-Não fui paga para fazer greve de fome ou qualquer coisa do género. Caso alguém ousar um dia, fazer-me este tipo de proposta, levaria este ato como um insulto a minha inteligência, insulto a minha dignidade e integridade. Conterrâneos, existem pessoas no planeta que não se vendem, pessoas que acreditam num mundo melhor, pessoas verdadeiramente democratas, firmes nos seus valores, convicções como por exemplo (os direitos humanos, democracia participativa, liberdade de expressão, direito cívico, cidadania ativa…). Feliz ou infelizmente penso fazer parte destas pessoas.

a)      Não ganhei absolutamente nada em ter ousado gritar e exigir informações do interesse geral. Pior, arisco perder, ou perdi, um investimento de um projeto de caris social, nas ilhas de um valor superior a um milhão de euros. (tenho provas)

b)      Tenho duas empresas, vida profissional, social e familiar relativamente confortável.

c)       Hoje, sou considerada por alguns fanáticos do poder São-tomense, como “persona non grata” pela simples razão de ter tido a ousadia de exercer o meu direito cívico. Portanto, o meu futuro empresarial, profissional e humanitário já não será bem-vindo infelizmente.

5- A greve de fome não foi a fingir! Fui hospitalizada duas vezes infelizmente, os dias passados ao relento provocou-me uma infeção no braço direito, tive início de taquicardia e outros sintomas decorrentes da greve de fome. A quem interessar, enviar um email para elsabusiness4u@hotmail.fr , desta forma enviarei a lista de analises feitas, relatório medico e todos os documentos que comprovam o meu estado de grevista de fome.

6-Sei que alguns interpretaram mal a “ Carta a São-Tomé e Príncipe”. Ver link- http://www.telanon.info/sociedade/2017/04/24/24277/24277/ .  Nunca desistirei do meu país e espero que todos aqueles que foram tratados de loucos, burros, enxovalhados, silenciados e estigmatizados por terem defendido a pátria e os valores democráticos não desistam da nossa maravilhosa terra. A carta foi uma despedida por não saber se regressaria da greve de fome.

7-Durante este GRITO de protesto, nunca estive sozinha, simplesmente por uma razão que desconheço, fui a cabeça de lista. Redescobri os meus irmãos como são. Rebeldes, ricos intelectualmente, cobardes, corajosos, ignorantes, desleais enfim…Fui ao encontro das minhas gentes com todas as qualidades e defeitos.

8-Agradeço todos os membros do movimento Pró-ambiente, verdadeiros amigos e pessoas que se revelaram a melhor e agradável surpresa. A são-tomensidade existe e encontrei-a entre lagrimas e o sentimento de revolta. Grata por todos aqueles que telefonaram, apareceram e enviaram uma palavra de afeto carinho. Obrigada por existir são-tomenses lúcidos e com o saber suficiente para analisar situações como estas com plena objetividade.

A luta continua…

Solidariamente vossa,

Elsa Garrido. C.G.E.S

19 Comments

19 Comments

  1. Atento

    17 de Maio de 2017 at 14:46

    Mana coragem, se depender deste povo vais morrer, a muito que eles deixaram de ser cobaias, agora tornaram-se autenticos ZUMBIS…

    • rapaz de Riboque

      17 de Maio de 2017 at 15:26

      pois é verdade amigo infelizmente alguns dos nossos irmãos São-Tomenses vende-se por umas dobras por isso estamos nesta situação neste momento tantos falam mal do actual governo quando for as próximas eleições e as dobras começarem a aparecer no dito banho quem der mais leva um voto infelizmente acho que esta na hora de noves mudanças gente novo com ideias novas os avôs politicos ja deram o que tinham a dar e já tiraram o que tinham a tirar agora queremos novo sangue . Quanto a esta camarada da greve de fome acho que ela já mostrou ao povo o que a levou a fazer a greve de fome acho que ela agora devia se tratar bem para recuperar as forças e não confiar no nosso povo porque a maioria só fala na hora da verdade fogem ou deixam-se vender.

  2. Reynaldo Brito

    17 de Maio de 2017 at 15:01

    Estaremos junto com a nossa guerreira Elsa Garrido, atacaremos as marcas do desse milho, impondo essa marca como inimigo do povo e do meio ambiente…
    Estamos atentos aqui… para uma acção pontual e direcionada contra esse governo ditatorial, que não escuta a voz da população.

  3. Reynaldo Brito

    17 de Maio de 2017 at 15:25

    Estamos com a Elsa Garrido, um governo que não ha diálogo, tem que ter acção, estaremos ao longo do período, acompanhando a questões ambientais de São Tomé e Príncipe… Agiremos na marca do milho, com a propagando negativa, para o consumo humano.

  4. Martelo da Justiça

    17 de Maio de 2017 at 15:33

    Acho que as Autoridades São-Tomenses estão a esconder algo de grave sobre esse assunto. Estranho o silêncio ensurdecedor dos Partidos da oposição e das ONG´s São-tomenses sobre o assunto. Porque é que se tem o receio de abrir um debate??

  5. Carlos Pinheiro

    17 de Maio de 2017 at 16:26

    DR Patrice Trovoada fez muito bem quando nos pediu para não dar ouvidos a esta maluca oportunista, porque ela quis uma pasta de ministra e ele não aceitou.
    E Dr Patrice nos avisou que isto não ia dar em nada.
    Está aí, não aguentou fome, tinha que suspender greve.
    Como disse o nosso Ministro de Agricultura ENGENHEIRO AGRÓNOMO TEODORICO Campos, o projecto do milho veio pra ficar e ninguém nos vai parar.

    • Jaca & safu

      18 de Maio de 2017 at 0:02

      Caro Carlos Pinheiro, talvez não saiba , mas qualquer idioma quando se passa a fase escrita obedece ou deve obedecer a códigos proprios . Na grafia da língua portuguesa , Dr. e não DR corresponde a um licenciado ou seja uma frequência com resultados satisfatórios do ensino superior no minimizo 4 anos lectivos, o que não me parece que seja o caso do indivíduo em causa embora tenha pulado de pais em pais , mas mesmo na Romenia de Nicolae Ceausescu tenho serias duvidas que os seus resultados escolares tenham sido satisfatórios. Obrigado e não chame indiscriminadamente Dr. ou se prefere DR a todos os políticos . Ao César o que a César pertence.Felicidades

    • Atento

      18 de Maio de 2017 at 11:25

      Eu se fosse Carlos Pinheiro, me preocupava com a ÂNGELA que andava a dar SOPA para as elites do seu partido, invés de lamber as botas…”MAIS Ñ DIGO”

    • engenheiro não é pra todos. dr sim

      18 de Maio de 2017 at 13:13

      Kikikikiki
      TEODORICO engenheiro?????
      Usam lá dr pra toda gente em stp. Engenheiro não dá pra usar a toa meu caro.

  6. Brasileiro

    17 de Maio de 2017 at 17:08

    Perdoem-me a ignorância quanto aos regionalismos do idioma, mas, o que seria o significado da sigla ONGA? Aqui no Brasil utilizamos apenas ONG.

  7. Arroz Substancia

    17 de Maio de 2017 at 17:11

    Boa iniciativa Elsa Pena nao fizeste isso quando meteram povo a comer arroz podre ou olho fora de praso povo de s.time tem comido pocaria desde a muitos anos medicamento adulterado de Nigeriano etc etc.

    • Sim?

      18 de Maio de 2017 at 11:11

      Antes de fazermos um bem igual ao que já foi feito vamos incriminar quem fez por não ter feito mais vezes? Que Deus nos dê cabeça! Se calhar não precisamos de mais nada.

  8. Gibom N'Guê

    17 de Maio de 2017 at 19:13

    Segundo consta que o referido Milho foi subsubmetido a análises em laboratórios estraanalises para que se pudesse apurar a veracidade e a verdadeira essência do do tal milho. Penso que já devem ter passado meses e n sei se esse tão aguardado resultado é do conhecimento do público ou não…
    De facto é triste vermos Sãotomenses serenos e sem reacção perante este facto.
    Obrigado Amiga Elsa por despertar a nossa consciência para esse problema.
    A luta continua.

  9. Preocupado

    17 de Maio de 2017 at 19:21

    Apenas um extrato do que se fala sobre os OGM
    Há muita controvérsia relativamente aos OGM, uma vez que os seus efeitos no Homem, nos animais e na terra ainda não são conhecidos a longo prazo. Assim, poderão resultar irreversivelmente na poluição genética da Vida, sem contar com o facto de os alimentos do mundo inteiro se encontrarem nas mãos de algumas multinacionais. A perda da soberania alimentar das populações seria, então, outro dos graves problemas decorrentes da proliferação dos OGM…..

  10. zé maria cardoso

    18 de Maio de 2017 at 4:08

    Dolorosamente triste! Dona Elsa Garrido, obrigado por voltar à vida. Que Deus abençoe à nossa terra!

  11. Veracidade

    18 de Maio de 2017 at 9:52

    A nossa compratiota Elsa acho que ja fez uma coisa que muitos poucos santomenses com culhoes haveriam de fazer.Estou e sempre fui de acordo com seus ideiais,espero que esta iniciativa não morra por aqui.Por isso e mais nosso país foi praticamente alastrado recentemente com a doença da pele que até então passou despercebido sem se saber na verdade a origem.Meus irmãos dinheiro do banho mas o sofrimento do meus e teus continua para sempre.

  12. Horácio Will

    18 de Maio de 2017 at 12:15

    Exmª. Elsa Garrido
    Na sua “Carta a São Tomé e Príncipe”, nas suas depedidas falou em procurar o que significava a são-tomensidade. Como nunca tive a noção de o que iria fazer, limitei-me a comentar o que penso do momento da são-tomensidade. Esta poderia ser um conjunto de Valores e práticas estabelecidos em STP de modo a que respeito pelos cidadãos são-tomenses de todos os níveis tornasse um facto o que conferiria também aos estrangeiros uma referência para harmoniosa integração no nosso país. Adiante:
    A srª. Elsa partiu para uma forma inesperada e relativamente eficaz de luta (dependendo do respeito que certos governantes possam ter pela vida humana), arriscada e… temi pela sua vida e vim mais vezes ao jornal na tentativa de saber de si. Felizmente regressou.
    O milho poderá ser tansgénico potenciando males para a saúde pública e a vida dos são-tomenses a londo prazo e ser na mesma cultivado em larga escala apesar do seu protesto ou o milho poderá ser óptimo para a saúde humana. Todavia, o seu protesto nunca será inglório: Alguém fez entender que mesmo tendo razão no que fazemos é preciso respeitarmos o direito ao esclarecimento às outras partes interessadas. Se mais consciências forem despertadas, incontornável será o travão ao desrespeito pelos direitos sociais.
    Independentemente do partido no poder, as pessoas deverão lutar pela salvaguarda dos valores democráticos. Assim, poder-se-á gerar a são-tomensidade que eu penso precisar de ser criada. A Elsa Garrido pode ter começado.
    Permitam-me dizê-lo contra ninguém e a favor de todos:
    Obrigado Exmª. Srª. Elsa Garrido.

  13. Juvenal

    18 de Maio de 2017 at 13:25

    Muito bom Will. Gostei da sua explanação. O país precisa de cidadãos com esta conduta cívica e solidária. Como o senhor também desejo que os passos da senhora Elsa Garrido possam ser o farol que guiará este povo para lutas em prol do desenvolvimento do país. O país é nosso e não é de meia dúzia de pessoas que pensam ser donos do mesmo. Que pensam que podem fazer o que quiserem e os outros limitam a respeitar sem qualquer opinião válida. Isto não pode continuar. Os meus agradecimentos para a senhora Elsa Garrido.
    Juvenal Espirito Santo

  14. Garoto

    18 de Maio de 2017 at 20:47

    Lição aprendida:
    Nem o governo nem partidos de oposição, sao todos não presta!
    Aprendam a votar em alguém indipendente pela próxima vez! Ha que ir pelos extremos a partir de agora senao o povo perde o controle e o poder do direito à democrácia.
    Abraços

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