Análise

Crónica de Reflexão

Mário Graça, emigrante em Espanha aproveita a proximação do dia nacional do seu país, para feflectir sobre a  nação. “Estamos mario-graca.jpg a escassos dias de mais um aniversário da nossa (bendita) independência. Aproveitamos pelo menos este momento para reflexão e interrogar  tudo o que fizemos até agora e que testemunhos estamos a deixar para as próximas gerações”.

Recordo que os presentes na nossa histórica Praça da independência gritaram muitos “a partir de hoje é nosso”. Podemos perguntar pelo menos, “O que é nosso?” Não é questionar se devíamos ou não sermos independentes, mas sim questionar o que fizemos com ela.

Passados 34 anos, já perdemos quase tudo, a dignidade, o orgulho, nem as praias que serviram sempre do nosso contentamento, já não temos acesso a todas elas. Há um grupo de “Negociantes” que pensam exclusivamente  em dinheiro fácil, auto denominados de Políticos, dizem-se (des) governar nossa terra, mas sempre em defesa do interesse estrangeiro.

Por isso não pretendo falar nessa classe porque não merecem qualquer protagonismo. Aliás penso que anteriormente éramos colonizados pelos Europeus e agora, mesmo depois da “Independência” continuamos a ser colonizados, mas desta vês pelos nossos próprios “irmãos”.

Aos Santomenses de Verdade, relembro que merecemos e podemos
ter uma vida muito melhor. Vamos sim produzir, cada um trabalhando de
verdade no que sabe fazer.

Mesmo no último caso, vamos todos  trabalhar na agricultura e na pesca, pelo menos assim garantimos a nossa alimentação. Temos muita terra fértil e muito mar para pescar.

Despertemos e ignoremos de uma vês por todas aqueles senhores que
nada dão, e tiram o pouco que ainda temos. Ganhar dinheiro fácil e viver sempre de ajudas, são ideias de parasitas. Não podemos ser sempre parasitas porque não é o nosso princípio.

Vivemos 34 anos de ajudas, será que estaremos eternamente
dependendo de apoios e empréstimos! Os amigos ou parceiros também se
cansam porque têm que trabalhar para produzir de forma a manter a sua
economia e ao mesmo tempo sustentar-nos. Porque não tentamos imitar
esses amigos! Será que somos os piores, não temos ideias, não temos
recursos, não podemos!

Claro que podemos, mas para isso temos que mudar umas formas de pensar que com andar dos tempos adquirimos como o caso de inferiorizar algumas profissões e trabalhos. Muitos pensamos que ser agricultor ou pescador é sinal de inferioridade. Não esquecemos que há muita gente no estrangeiro a trabalhar no campo e pescar de forma a apoiar com produtos agrícolas e peixe para saciar a nossa fome.

Paremos de discursos bonitos e promessas sem fundamentos nem
intenções, somente para conquistar o presente. O presente é bom, mas
o futuro é bem melhor. Trabalhar hoje e comer amanha é bem melhor que
comer hoje e trabalhar amanha. Comecemos a trabalhar porque é só
assim que podemos garantir o nosso bem-estar, outros argumentos não
passam de mera ficção.

Paremos de servir sempre de “papel químico”
dos projectos de outras paragens, esquecendo que cada país é uma
situação. Deveríamos sim adaptar as situações a nossa realidade e
possibilidades de forma colocar em marcha o projecto ou plano em
causa desde que seja benéfico ao País e não como muitas vezes
acontece “fazer por fazer”, só para noticiar novidade. Assim não
deixamos de passar pelo ridículo.

Aproveitamos a data para fazermos um pouco de reflexão para apurar a
causa verdadeira do mal-estar no seio da nossa sociedade, o que
origina o desgosto em massa dos Santomenses na sua terra. Não é nada
digno as pessoas sentirem tão mal nas suas próprias terras, como se
sentissem perseguidas. Aliás a sensação de ser estrangeiro é muito
incómodo.

Mas a situação depende de todos os Santomenses, cada um a sua forma
conseguiremos alcançar o que o que ficou pela intenção no dia 12 de
Julho de 1975.
Unidos Podemos.


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