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A pobreza: Debate Científico

A pobreza parece ser um flagelo para punir, sobretudo os povos de países menos desenvolvidos, mas também enfrentam importantes segmentos quantitativos classificados como países desenvolvidos. É um problema muito atual sócio-económico, tanto para pessoas ao redor do mundo para tratar do estado comprometido com o desenvolvimento dos seus países.

A pobreza: Debate Científico

Autores: Aida Maryleid Dos Santos Trigueiros y Jesús René Pino Alonso

Introdução

A pobreza parece ser um flagelo para punir, sobretudo os povos de países menos desenvolvidos, mas também enfrentam importantes segmentos quantitativos classificados como países desenvolvidos. É um problema muito atual sócio-económico, tanto para pessoas ao redor do mundo para tratar do estado comprometido com o desenvolvimento dos seus países.

A percepção do problema da pobreza que vai além do que eles pensam sobre isto aqueles que não sofrem na carne. A literatura sobre o conceito reflete os fundamentos e abordagens diferentes. Definir um conceito de pobreza, que reflete o nível conceitual sobre as diversas dimensões em que as taxas existência real em um país como São Tomé e Príncipe é o ponto de partida para a abordagem da identificação de suas causas e fatores relacionados como ponto de partida para opções de visualização para resolver o problema neste país.

As agências internacionais, tais como os vários departamentos das Nações Unidas (PNUD, FAO, UNICEF, UNESCO e outros), organizações como o Banco Mundial ou o Banco Africano de Desenvolvimento, entre outros, e várias ONGs, têm abordado a questão da pobreza. Nos fóruns internacionais têm discutido esta questão com diferentes níveis de atenção e compromisso com a sua redução, mitigação ou eliminação. No entanto, a realidade da vida contemporânea é responsável por demonstrar a prevalência do problema, inclisive em todos os cantos do mundo, sobre todo em tempo de dispersão das crises econômicas que afligem a humanidade.

Os países subdesenvolvidos com maior incidência de pobreza, dada a fragilidade de suas economias nacionais, também reflete a instabilidade na gestão política e, portanto, as condições sociais de vida da população.

Este artigo se destina a servir como guia conceitual e metodológica sobre a pobreza. Começa, portanto, com as discussões conceituais sobre o que é pobreza, questões que remete inevitavelmente a discussão sobre as necessidades humanas. Se revisam esquemas conceituais de vários autores, se busca uma base do conceito de pobreza e necessidades humanas em antropologia filosófica e se discute o problema de determinar as necessidades de uma determinada sociedade. Tudo isso de uma forma muito resumida. O terreno fica preparado para uma discussão que constitui uma das principais questão controversa entre os estudiosos do mundo inteiro. A parte conceitual termina com uma breve apresentação sobre os principais estudos realizados em São Tomé e Príncipe.

As definições da delimitação de um nível de pobreza e a sua crítica

Não existe um sentido único do termo pobreza, mas um elemento comum das definições é identificar um padrão de vida que não pode ser alcançado por algumas pessoas, o que lhes representa uma dificuldade socialmente inaceitável.

A pobreza é um termo que se refere à privação de elementos necessários para a vida humana dentro de uma sociedade e os meios ou recursos para alterar essa situação. A preocupação com a pobreza tem sido expressa por séculos, mesmo que a sua prioridade na agenda de ação política nem sempre tem sido elevada. Seus diferentes significados e manifestações tem sido objecto de estudo por historiadores, sociólogos e economistas, principalmente, o que resultou em uma variedade de definições.

Segundo o Governo de São Tomé e Príncipe no seu Programa, define a pobreza como “(…) a negação efectiva de oportunidades e opções das mais elementares, capazes de assegurarem ao indivíduo as bases para uma vida condigna.” Ainda afirma que “esta perspectiva de análise ultrapassa a noção do estado de empobrecimento, mais também relaciona-se com a terra, habitação, capital, escolas, serviços de saúde, agregados familiares sólidos, organizações comunitárias, estradas, transportes, água e electricidade, de entre outros.” E conclui que “(…) A luta contra a pobreza constitui uma das prioridades fundamentais do Programa do Governo”.

Para o Banco Mundial a pobreza é a fome, é a falta de proteção, é estar doente e não ter com qué ir ao médico, é não ter como frequentar a escola, não sabem ler, não poder falar corretamente, não ter um emprego, é medo do futuro, é viver cada dia, a pobreza é perder uma criança por doença causada por água contaminada, é o desamparo, a falta de representação e liberdade (World Bank, 2000b). Em outro documento, a agência define a pobreza como um fenômeno multidimensional, incluindo a incapacidade de atender às necessidades básicas, a falta de controle sobre os recursos, a falta de educação e desenvolvimento de competências, de saúde, desnutrição, falta de moradia, acesso limitado a água e saneamento, a violência e criminalidade, a falta de liberdade política e de expressão “(World Bank Group, 1999:2).

Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (CEPAL), “O conceito de pobreza expressa na falta de recursos económicos ou condições de vida que a sociedade considera como base, em conformidade com as normas sociais que refletem os direitos sociais mínimos e objetivos públicos. Estas regras estão expressas tanto em termos absolutos e relativos, e são variáveis ​​no tempo e nos diferentes espaços nacionais “(CEPAL, 2000a: 83). Em termos monetários, a pobreza significa falta de ingresso suficiente para o limite de renda absoluta, ou linha de pobreza “, que corresponde ao custo de uma cesta de consumo básico.” Relacionadas à linha de pobreza está a linha de indigencia, para o qual o umbral de ingresso apenas alcança para atender às necessidades nutricionais básicas de uma família. O conceito de pobreza com base nos níveis de ingresso não pode explicar o acesso efectivo aos bens e serviços essenciais, bem como a capacidade de escolha dos consumidores e, portanto, “revela apenas parcialmente o impacto da disponibilidade monetaria sobre o bem-estar, embora seja assumido que o ingresso pode satisfazer as necessidades básicas “(CEPAL, 2000a: 83).

Em contra da pobreza baseada unicamente em níveis de renda demonstraram países mais desenvolvidos na cimeira dos oito. Alí se afirmó que a pobreza vai além da falta de ingresso, porque este é multidimensional e inclui económicos, sociais e governamentais. Economicamente os pobres são privados não só de ingresso e de recursos, mas também de oportunidades. Os mercados e os empregos são muitas vezes de difícil acesso devido à capacidade de baixa e exclusão geográfica e social. A falta de educação afeta as possibilidades de encontrar um emprego e aceder a informações que poderiam ajudar a melhorar a qualidade de suas vidas. A assistencia sanitaria e serviços de saúde insuficiente, mais a alimentação inadequada, limita as oportunidades de trabalho e realizar o seu potencial físico e mental. A situação acima é ainda mais complicada, porque a estrutura das sociedades e instituições que tendem a excluir os pobres de participar na tomada de decisões sobre os direccionamentos do desenvolvimento económico e social” (Pobreza Global Report de 2000: 3).

Outra definição de pobreza está relacionada com o grau de satisfação das chamadas necessidades básicas, que são considerados universais e incluem uma cesta mínima de consumo individual ou familiar (comida, abrigo, roupas, utensílios domésticos), o acesso aos serviços básicos (saúde e educação, água potável, coleta de lixo, esgoto, energia e transportes públicos), ou ambos os componentes. A partir do anterior a pobreza e sua magnitude depende do número e características das necessidades básicas a consideração. Para seu caracter geralmente discreta os índices das necessidades básicas presentam limitações na estimativa da extensão da pobreza, porque tendem a igualar a quem está mais perto do límite com o que está mais longe (CEPAL, 2000a: 83).

Uma abordagem mais complexa para a pobreza é o proposto pelo premio Nobel de Economía, Amartya Sen, para quem a pobreza é sobretudo a privação de capacidades e direitos dos indivíduos. Isto é, nas palavras de Sen, se trata da privação das liberdades fundamentais de que gozam os individuais (Sen, 2000:114). Deste ponto de vista, “a pobreza deve ser vista como privação de capacidades básicas e não meramente a ausência de ingresso, que é o critério usual que identifica a pobreza” (Sen, 2000:114). Isto não significa uma rejeição da idéia de que a falta de ingresso é uma das principais causas da pobreza, pois “a falta de ingresso pode ser uma razão importante por que uma pessoa seja privada de capacidades” (Sen, 2000: 114). No entanto, como enfatiza o autor, “o que faz a perspectiva das capacidades em análisis da pobreza é contribuir a compreender melhor a natureza e as causas da pobreza e privação, transladar a atenção principal dos meios (e em determinado meio, que muitas vezes objecto de atenção exclusiva, ou seja, ingresso) para os fins que os indivíduos têm razões para prosseguir e, portanto, a liberdade necessária para satisfazer esses fins “(Sen, 2000:117)

O autor apresenta vários exemplos que ilustram essa afirmação. Por exemplo, “ser relativamente pobre em um país rico pode ser uma grande desvantagem em termos de capacidades, mesmo quando a renda é alta pelos padrões do mundo”, porque “é preciso mais ingresso para comprar bens suficientes que permitisse alcançar as mesmas funções sociais “(Sen, 2000: 116). Do mesmo modo, “a melhoria da educação básica e da saúde não só melhora a qualidade de vida diretamente, mas também a capacidade de uma pessoa para ganhar um ingresso e livrar-se também de pobreza de ingresso”, assim, “a maior cobertura da educação básica e de saúde, o mais provável é que mesmo as pessoas potencialmente pobres, tenham mais oportunidades para superar a pobreza “(Sen, 2000: 118).

Outra abordagem para a pobreza é a que chamados pobreza humana proposta pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Esta abordagem refere-se a privação em termos de ter uma vida longa e saudável, ter acesso ao conhecimento para atingir um padrão de vida digno e acesso à participação. Este conceito difere da definição de pobreza, que parte da privação de um fator único: o ingresso, ja porque se acredita que este é apenas o único empobrecimento que interessa ou que qualquer privação pode ser reduzida a um denominador comum. Segundo o PNUD, o conceito de pobreza humana considera que a falta de ingresso adequado é um fator importante da privação humana, mas não único, e, portanto, nem tudo pode ser reduzido pelo empobrecimento do ingresso. “Se o ingresso não é a soma total da vida humana, a falta de ingresso não pode ser a soma total da privação humana” (PNUD, 2000: p.17).

Da mesma forma, o conceito de pobreza está relacionada aos direitos humanos, na medida em que permitem aos pobres para reivindicar seus direitos econômicos e sociais: alimentação, habitação, educação, saúde, decente e bem remunerado segurança social e participação na tomada de decisões.

Em outras áreas, a pobreza é apresentada como um problema moral, mais do que económica. A teoria económica considera apenas as interações humanas que envolvem a troca de dinheiro e de bens, na verdade ignora grande parte da existência humana. A economia não considera o amor, família, cultura, saúde, espiritualidade, meio ambiente ou qualquer outra coisa que torna a vida rica e significativa (World Faiths Development Council, 1999).

Neste sentido, Amartya Sen destaca que “a economia moderna foi substancialmente empobrecida pelo crescente fosso entre economia e ética.” Como se pode observar, a definição da pobreza não é fácil. No entanto, tudo parece indicar que a pobreza é uma categoria multidimensional e, portanto, não pode ser abordado a partir de um ângulo, mas deve ser abordada como um problema complexo que envolve fatores tais económicas, sociais, culturais, morais, políticos e até mesmo natural, como é o caso de catástrofes naturais, bem como o deslocamento forçado da população devido à guerra, milhões de pobres no mundo anualmente. Nesse sentido, as políticas destinadas a reduzir a pobreza também deve ser de caracter integral, focando não apenas na melhoria material das pessoas, mas também no desenvolvimento efectivo das suas capacidades, bem como o fortalecimento dos seus direitos.

Necessidades Humanas.

A economia trata de resolver o problema de como satisfazer as necessidades humanas com recursos escassos e sujeitos a usos alternativos. A finalidade da atividade econômica realizada por seres humanos é para satisfazer suas próprias necessidades. Necessidade é uma sensação de desejo para uma finalidade específica, biologicamente ou psicologicamente causados. São necessidades económicas se os recursos disponíveis para enfrentá-los são escassos.

Amartya Sen, Manfred Max Neef e outros tentaram fazer a distinção entre as necessidades e outros conceitos mais proximos, que são freqüentemente confundidos. Sen, discutindo o conceito de padrões de vida, distinguiu os conceitos de “capacidades”, “realizações” e “bens e serviços.” “Desempenho de diferentes meios condições de vida (as várias dimensões do ser e fazer) que podem ou não ser alcançado, enquanto a capacidade refere-se à nossa capacidade de atender a essas condições de vida.” “Uma realização é uma conquista, enquanto a capacidade é a habilidade de alcançar. Os resultados são, em certo sentido, mais relacionado às condições de vida que são os diferentes aspectos das condições de vida.” Capacidades, ao contrário, são noções de liberdade no sentido positivo do término: as possibilidades reais que estão sobre a vida que se pode levar “(Sen, 1987:36).

A partir daqui, os autores chamam as seguintes conclusões: a] necessidades humanas básicas são finitas, poucas e classificáveis, b] são as mesmas em todas as culturas e períodos históricos, c] O que é culturalmente determinado, não são as necessidades, mas sim os  satisfatores dessas necessidades.

Ao analizar a questão da pobreza podemos usar diferentes abordagens para classificar as famílias pobres. Esses métodos tentam medir o mesmo fenômeno, mas, a informação que precisam e os resultados obtidos podem diferir consideravelmente.

Principais enfoques de medição da pobreza ao nível internacional

Definir a pobreza como um estado objetivo susceptível de medição, é muito complexo. Não existe um consenso ao nivel internacional que permita obter um único método de medição. E é que a pobreza está relacionada com as diferentes condições de insatisfação e da privação de seres humanos. Por exemplo, as despesas de compra ou de consumo das pessoas abaixo do mínimo exigido, podería ser um critério de medição. O não acesso de uma casa a um serviço básico de água ou luz, as limitações no acesso aos serviços de saúde e educação, também pode ser considerado como outros critérios de medição.
Existem três principais abordagens para a medição da pobreza e cada uma contém vários métodos para identificar os pobres (Boltvinik, 1999).

A orientação e o consistente método a utilizar depende do tipo de pobreza que se pretende quantificar. Antes de discutir essas técnicas é necessário deter em algumas decisões metodológicas que qualquer investigação deve levar em conta como uma estrutura conceitual e, que por vezes passam por alto, tomando como as questões implícitas no estudo (Boltvinik, 1999, Comitê Técnico de Medição Pobreza (CTMP), 2002).

A medição da pobreza dependerá, em medida significativa do conceito adoptado. Os resultados obtidos a partir de diferentes investigações podem variar significativamente de acordo com a definição de pobreza. Dentro desta definição deve ser expressa de que o indicador de bem-estar que permite determinar a situação da unidade de observação.
Depois de definir o conceito, se deve selecionar a unidade de observação do estudo. Decisão não é trivial a decisão de quantificar a pobreza em termos absolutos de hogares ou alterar, em termos relativos ao número de pessoas que neles vivem, este é devido a fatores como tamanho da família ou do estatuto profissional dos seus membros, entre outros.
É por isso que os casos devem ser expostos para a unidade de observação para uma correcta medição da pobreza. Tendo definido anteriormente a unidade de observação é possível definir a indivíduos ou famílias em situação de pobreza. Se deve construir um padrão que permite realizar comparações entre as unidades de observação, a fim de classificár-los como pobres ou não pobres. Este padrão mínimo de satisfação é o que é conhecido como Linha de Pobreza. Finalmente, é importante especificar a agregação das unidades de análise. A agregação pode ser absoluta, onde as pessoas ou famílias que não conseguem ultrapassar o conjunto mínimo padrão será considerado como pobres ou de agregação ponderada, onde se mede a intensidade da pobreza, conforme o nível de carência dos indivíduos. Uma vez feita esta clarificação metodológica é possível rever as diferentes abordagens para a medição da pobreza e descrever cada um dos métodos utilizados nos mesmos.

Método de Medição da Pobreza desde o Enfoque Directo

A abordagem direta se refere às condições sob as quais um indivíduo está em um determinado momento em relação aos padrões da sociedade. Sua falta ou distância destas normas determina o seu estado como pobre ou não pobre. O bem-estar de uma pessoa mediante este ponto de vista é dada pelo consumo que esta realmente realizó. Este consumo pode ser de bens ou serviços, que vão desde alimentos e uma nutrição adequada, à educação básica e um lugar decente para viver. O método de necessidades Basicas Insatisfeitas (NBI) corresponde a esse enfoque.

Necessidades Basicas Insatisfeitas (NBI)

É o métudo mais tradicional no análisis social e é a metodologia, dentro da abordagem directa, mais utilizado em América Latina (Boltvinik, 1999). Consiste em especificar certas necessidades básicas do ser humano, por exemplo, o analfabetismo, a água, estado nutricional, etc, e, em seguida, estabelecer um mínimo aceitável para cada uma delas. Uma vez especificados os requisitos e padrões se procede a calcular a população que não satisfez um ou todos os requisitos que compõem o índice, essa população é considerada pobre (CTMP, 2002). Como mencionado acima, este modo não fornece a capacidade de atender às necessidades futuras, mas sua medição é a satisfação de ex-post das necessidades básicas definidas (CEPAL, 2001). A unidade de observação nestes métodos são geralmente as casas. Embora estritamente o número e a diversidade das necessidades a quantificar depende inteiramente do pesquisador, existe algum consenso (Boltvinik, 1999) (CEPAL, 2001); (CMTP, 2002) que as necessidades básicas, por definição são: alimentos, vestuário, habitação, saúde e educação, que são medidos por parâmetros diferentes, tais como os níveis de superlotação, o material de que são feitas as habitações, nível de escolaridade dos membros da família, oabastecimento da água potável, etc (CTMP, 2002).

As vantagens deste método consiste na sua fácil implementação e na ausência de problemas de agregação de indicadores. No entanto, tem algumas limitações: conforme aumenta o número de necessidades básicas também aumenta o número de famílias pobres. Além disso, também se considera pobre tanto o hogar que não tem satisfeitos pelo menos um dos requisitos básicos como aquele que não tem logrado satisfazer 4 ou 5 (CTMP, 2002).

Enfoque Indirecto de Medição da Pobreza

Quando o interesse do observador não é se as necessidades básicas foram atendidas de forma eficaz, mas a capacidade que um indivíduo tem para satisfazer as mesmas, então é quando se utiliza o método indireto. Neste enfoque, o bem-estar de uma pessoa pode ser medido pela quantidade de recursos que tem para chegar a um padrão previamente estabelecido de vida. Pessoas ou famílias que não têm recursos suficientes para atender a essa normativa de vida vai ser consideradas pobres (Ravallon, 1998). A este tipo de pertencem a Linha de Pobreza, incluindo a linha de pobreza alimentar.

Linha de Pobreza (LP)

O método mais utilizado internacionalmente, apesar das suas limitações, é o método da Linha de Pobreza, que usa o ingresso ou gasto de consumo como as medidas de bem-estar, o estabelecimento de um valor per capita de uma cesta mínima de consumo necessários para sobrevivência, ou seja, uma cesta de satisfações essenciais, o qual permite a diferenciação dos niveis da pobreza.

Ravallion (2000) observa que a definição de uma linha de pobreza deve começar a pré-determinar o conjunto de necessidades básicas que correspondem a uma boa saúde e uma vida activa, as necessidades nutricionais são geralmente aqueles que são predominantemente. Em quanto à linha de pobreza a define pelo “valor em termos monetários”, bem-estar econômico individual, como são os gastos com todos os bens e serviços no qual essas necessidades básicas encontram a preços dados e com referências comprovadas. As pessoas são julgadas como pobres se e só se o seu gasto está abaixo desta linha, e a medição da pobreza é estimada na distribuição (tais como o índice head-count dado para a proporção que está abaixo da linha).

As diferenças metodológicas desta aproximação é conhecida por produzir diferentes medidas de pobreza. Para Ravallion (1998), determinar uma linha de pobreza a utilizar é importante para responder a duas questões fundamentais: o primeiro é a denominada identificação do problema: Quais são as pessoas pobres e que tão pobres elas são? Quanto à segunda questão refere-se a um problema adicional: Quanta pobreza existe? Na literatura, existem essencialmente duas linhas de pobreza, uma é a absoluta e outra é relativa. O uso de cada uma delas depende do pesquisador e do estudo que se leva a cabo, por isso toda linha de pobreza é subjetiva a partir do momento da utilização desta se estabelece porqué se considera a mais adequada. Ravallion define: “uma linha de pobreza absoluta é aquela que é fixada em termos de indicadores estandares de vida utilizado e esta fixa acima de todo o domínio das comparações da pobreza. Então, as comparações da pobreza absoluta julgará a duas pessoas com base no nível de consumo real como pobres ou não pobres” (Ravallion, 1998: 25), “linha de pobreza relativa tenta capturar a desigualdade na distribuição de ingresso que pode ser pensado como dependente da curva de Lorenz”. (Ravallion, 1998: 30)

O Banco Mundial considera em situação de pobreza extrema a uma pessoa cujo o ingresso (ou despesas) média diária é inferior a um dólar dos EUA, e pobreza moderada, se forem menos de dois dólares por dia. Uma vez que estas linhas de pobreza são usados ​​em comparações internacionais e o poder de compra de um dólar difere entre os países, as linhas devem ser ajustadas para levar em conta a paridade do poder de compra (PPC) de cada país (Banco Mundial [Metas do Milênio], 2000). As linhas de pobreza esta estreitamente ligada com a desigualdade económica. Para relacionar esses três conceitos o raciocínio é o seguinte: se houver um aumento do nível de pobreza, não é possível afirmar que a desigualdade é maior porque o ingresso dos mais pobres estão caindo, por sua vez, um aumento do grau de desigualdade não implica um aumentomaior na pobreza pois poderia ser uma maior dispersão dos ingressos dos indivíduos ou famílias que estão acima da linha da pobreza a que responde a esse aumento na desigualdade. Ou seja, a linha de pobreza absoluta serve para determinar em que ocasiões e por qué o grau de desigualdade não explica a magnitude da pobreza.

Pode-se concluir que a linha de pobreza extrema é o valor dos activos necessários para adquirir os requisitos nutricionais básicos, enquanto a pobreza moderada é o valor da canastra de bens que fornece as determinadas necessidades básicas de uma sociedade em particular.

Enfoque Integrador de Medição da Pobreza

A partir dos enfoques direto e indireto, recentemente tem surgido um enfoque misto, que combina as duas medidas tanto multidimensionais como monetárias para medir a pobreza. Suas origens remontam à obra de Beccaria e Minujin (1987) quem comparou os métodos da Necessidades Básicas Insatisfeita (NBI) e da Linha de Pobreza (LP), encontrando não apenas diferenças na população identificadas como pobres, de acordo com a metodologia utilizada, mas sim que a interseção de ambos tem resultado muito mais pequeno do que se esperava. Segundo esses autores, a explicação para os resultados encontrados é que cada metodologia mede um tipo de pobreza diferente: método NBI identifica os pobres estruturais, enquanto LP detecta a pobreza pauperizada.
Tentando superar essas limitações, Minujin e Beccaria (1987) levaram a cabo um novo método que combina, de forma matricial, os métodos de NBI e LP. Em vez de classificar apenas os pobres, segundo um critério, os autores construíram uma matriz em que, por um lado, se classifica os pobres e não pobres de acordo com o critério do PL e do outro, os pobres e não-pobres, conforme determinado pelo NBI. Assim, os indivíduos ou hogares que se enquadrem dentro da categoria de pobres para ambos os métodos seram comprovadamente classificados como pobres (CTMP, 2002:45).

No entanto, o mais popular dentro da abordagem mista é o método desenvolvido por Boltvinik chamado Método Integrado de Medição da Pobreza (MMIP), que é “combinar a variante melhorada do NBI com a variação da cesta normativa e generalizada da LP e incorporar um indicador de pobreza de tempo, para obter um índice de pobreza integrado por hogar que permite calcular todas as medidas agregadas de pobreza (Boltvinik, 2003: 460).

Com este método, a população é classificada em quatro grupos:

a) Pobres crônicos que são os grupos mais vulneráveis ​​porque têm pelo menos uma NBI e ingressos ou despesas abaixo da linha da pobreza.

b) Pobres recentes, ou seja, aqueles que têm suas necessidades básicas satisfeitas, mas os ingressos ou gastos estão abaixo da linha da pobreza.

c) Pobres inerciais, que são aqueles que têm pelo menos uma necessidade básica insatisfeita, mas seus ingressos e despesas estão acima da linha da pobreza.

d) Integrados socialmente, ou seja, aqueles que não têm necessidades básicas insatisfeitas e as despesas estão acima da linha de pobreza (Boltvinik, 2003: 460).

Vantagens e limitações do enfoque integrado

Este método tem a vantagem de reconhecer os diferentes segmentos da população pobre para definir políticas econômicas e sociais. A população identificado pelo método da linha de pobreza (pessoas com ingressos ou consumo insuficientes), requer de políticas salariais, de emprego, geração de ingresso, ou seja, a políticas económicas.

Por seu lado, a população identificada pelo método das necessidades básicas insatisfeitas requer de politicas que permitam o acesso à água, educação, moradia adequada, etc., ou seja, política social.

O método NBI é muito útil para identificar as necessidades básicas da população e constitui uma ferramenta essencial para a implementação de políticas públicas. No entanto, também foi visto que este método não é inteiramente adequado para realizar uma medição de pobreza, principalmente porque não conta com um indicador de bem-estar, teoricamente sólido que permite a agregação dos resultados. Por sua vez, um “método indireto” de medição, tais como linhas de pobreza, é possível realizar um processo de agregação, mas não identificar e situar geográficamente a gama de necessidades da população. Assim, existe uma razão adicional para determinar a complementaridade dos mapas da NBI e as medições de pobreza obtidas pelo método de LP.

Além disso, na medida em que os indicadores utilizados por ambos os métodos (NBI e LP) têm comportamentos diferentes ao longo do tempo, poderia identificar as situações de pobreza estrutural (sob o enfoque do método das NBI) e pobreza conjuntural (sob o enfoque do método da linha de pobreza).

Do exposto acima, cada método fornece uma diferente magnitude da pobreza em um país, no que se refere ao conteúdo, conceitos e interpretações. Por conseguinte, é conveniente que o país disponha de resultados através destes métodos, com cuidado para não fazer comparações de dados entre diferentes métodos. A análise da tendência deve ser realizada com os resultados obtidos no mesmo método.

Breve retrospectiva sobre a situação da pobreza e da fome em S. Tomé e Príncipe

Das várias noções de pobreza o Guverno São- Tomense retive que ela é um fenómeno multidimensional que toma simultaneamente diversas formas, algumas de carácter económico, como a diminuição (ou a perda) de rendimentos, a dificuldade (ou a impossibilidade) de acesso aos serviços sociais de base (saúde, educação, alojamento, água e saneamento do Meio) e outras de carácter não económico como a perda de valores comuns a Sociedade, o não reconhecimento da sua identidade ou a exclusão social.

Em S. Tomé e Príncipe, a descapitalização das antigas EAA(*), aliada às péssimas condições de vida dos trabalhadores agrícolas em todo o sector social (habitat sem condições de convivência condignas, favorecendo situações de promiscuidade, saneamento básico praticamente inexistente, ausência de serviços sanitários nas dependências das EAA) e conjugada com os baixos salários, concorria para alimentar um êxodo rural irreversível. Os assalariados ao abandonar as EAA, convergiam para as zonas citadinas provocando a aceleração do processo de urbanização desorganizada, da segunda metade dos anos 80 e os inícios de 90. Assim, a pobreza rural associa-se também a pobreza urbana e suburbana.

A maior incidência de pobreza verifica-se no mundo rural que emprega a maior parte da mão-de-obra (mais de 50%) e é o (quase)único produtor de receitas de exportação. O processo de distribuição de terras beneficiou com parcelas de terra um total de mais de 8.300 famílias, o que corresponde a uma população de aproximadamente 40.000 pessoas (cerca de 1/3 da população do país e metade da sua população rural) ocupa uma área superior a 17800 hectares. As mulheres representam uma proporção significativa nesse processo, constituindo cerca da terça parte dos chefes de família beneficiários de terras  concedidas pelo Estado.

Ainda no Meio Rural, a aparição de uma classe agrícola dispondo de fracos ou nenhuns meios em capital faz questionar sobre o modo de financiamento dessas novas estruturas agrárias para a valorização e intensificação das terras concedidas.

À partir de 1997, o acesso ao crédito através das caixas rurais descentralizadas esteve limitado a financiamento de curto prazo por um lado, e por outro, sem ter em conta as necessidades objectivas das parcelas e dos respectivos beneficiários.

As difíceis condições de vida do meio rural têm tido um impacto negativo nas mulheres, particularmente nas que receberam parcelas de terra.

No domínio da Educação, as instalações escolares registam todas uma ocupação muito intensa. No entanto, verifica-se a incapacidade do Estado para garantir a recuperação dos edifícios e a extensão do Parque Escolar face a crescente procura. Os professores que asseguram a docência em quase todos os níveis de ensino têm uma formação científica globalmente bastante baixa e praticamente não têm qualquer qualificação pedagógica. A quase inexistência de transportes colectivos e as distâncias, algumas vezes, consideráveis que as crianças têm de percorrer condiciona a frequência as aulas e é também um dos factores que está na base de uma alta proporção do abandono escolar.

No domínio da saúde, os principais problemas têm a sua origem em situações preveníveis, como as que provocam o paludismo, as doenças respiratórias agudas e as doenças diarreicas que constituem as principais causas de mortalidade e de morbilidade da população.

A mal nutrição tem também uma elevada responsabilidade nas causas de morte em crianças menores de 5 anos, estimada em cerca de 15%. As anemias nutricionais – deficiência de ferro- reportam valores de hemoglobina abaixo da norma em mais de 60% da população inquirida. O índice de prematuridade (baixo peso à nascença) situa-se nos 15,2 (MICS /2000).

Por outro lado, o aprovisionamento de medicamentos em S. Tomé e Príncipe é bastante imperfeito e frágil. O circuito de medicamentos vem padecendo de várias falhas no interior do sistema sanitário.

Os primeiros sinais exteriores de pobreza começam a aparecer nos finais da década de 80, produto do efeito combinado da desvalorização da moeda nacional face a de outros países com os quais S. Tomé e Príncipe mantém relações comerciais, da supressão das subvenções aos produtos alimentares de base e aos combustíveis, provocando uma subida vertiginosa de preços e uma consequente carestia de vida. Esta situação provocou uma rápida erosão do poder de compra do trabalhador (tanto do sector público como privado), reforçado pelo congelamento dos salários a que se acrescentou o aumento do desemprego, produto da reestruturação e/ou liquidação das empresas públicas. Essa conjuntura está na origem do recrudescimento do fenómeno da pobreza.

De facto, segundo o estudo financiado pelo PNUD :”Relatório sobre o limiar da pobreza (1987 à 1990)” publicado em Janeiro/1991, verifica que a situação dos serviços sanitários agravou-se consideravelmente devido a ausência de meios necessários a importação de medicamentos e materiais bem como para a melhoria das infra-estruturas existentes; doenças como o paludismo e a cólera que tinham quase desaparecido passaram a ter uma forte ascensão marcada particularmente por uma situação que se tornou endémica das duas doenças, tendo culminado com um surto epidémico da cólera em 1989. A mortalidade infantil tinha aumentado. A pobreza começava a manifestar-se visivelmente.

Segundo o mesmo estudo, a pobreza vinha aumentando rapidamente no país. De 36% da população total em 1987, ela sobe para 41% em 1990.

Um segundo estudo financiado pela mesma instituição (PNUD) :”O Limiar da Pobreza em S. Tomé e Príncipe (período 1991 – 1994)” publicado em Março de 1995 vem confirmar esta tendência; com efeito, em 1992 o valor sobe para 48% como se pode ver no quadro seguinte:

Tabela nº. 1 – Percentagem da população em situação de pobreza

Situação da população 1987 1990 1992 1994
% em estado de pobreza extrema 23 33 39 35
% no limiar da pobreza 13 8 9 11
% total de pobres 36 41 48 46

Fonte :” O Limiar da Pobreza em S. Tomé e Príncipe (período 1991 – 1994)”; PNUD, Março de1995.

Nesse relatório, foram identificados os grupos sócio-económicos mais vulneráveis à pobreza, à saber:

  • Os trabalhadores agrícolas;
  • Os funcionários dos escalões mais baixos;
  • Os pescadores e palaiês;
  • As mulheres chefes de família; e,
  • Os idosos solitários (pessoas com mais de 60 anos).

Mais recentemente, o estudo “Perfil da Pobreza em S. Tomé e Príncipe” (Novembro 2000 à Fevereiro 2001) com financiamento do BAD – publicado em Maio de 2001 – produziu dados e elementos extremamente importantes para a actualização dos conhecimento sobre as características da pobreza no país.

Este estudo confirma o processo de êxodo rural e a consequente urbanização acelerada; assim, a população urbana estimada em 44 % da população total em 1992, passa a 55,6 % nos finais do ano 2000. Confirma que 1/3 das famílias santomenses são dirigidas por uma mulher. As famílias de 4 a 7 pessoas perfazem 57% da população total enquanto que as maiores (com 8 pessoas ou mais) totalizam apenas 26,7% do total.

Também segundo este estudo, a pobreza afecta 53,8 % da população total do país. Ela  atinge mais as famílias dirigidas por mulheres (55,7 %) do que as dirigidas por homens (53 %). Contrariamente aos 2 estudos anteriores sobre a pobreza, segundo este último, a pobreza extrema atinge  (apenas)15,1 % da população santomense(1).

O tamanho médio da família evolui na razão inversa do seu nível de rendimentos; assim, ela é de 6,43 pessoas para as famílias extremamente pobres e de 3,78 pessoas para as famílias consideradas não pobres.

No que concerne a pobreza das condições básicas de vida (acesso à educação, saúde, água potável, saneamento do Meio e habitação), o estudo conclui que 11,8 % da população nunca frequentou uma escola. No mesmo sentido constatou que o analfabetismo aumenta com o grau da pobreza. Com efeito, ele atinge 9,6 % da população não pobre em comparação com os 12,9 % dos pobres e 15,9 % dos extremamente pobres. Com relação aos cuidados da saúde, o estudo observou que a atenção para com a sua saúde aumenta com o nível dos rendimentos. Assim, 23,2 % de doentes não pobres já consultaram um médico numa clínica privada contra apenas 8,7 % de doentes pobres e somente 2 % dos extremamente pobres.

No que diz respeito a água canalizada, a situação a nível nacional é bastante grave pois apenas 19,6 % da população total possui água canalizada. Cerca de 9,2 % das famílias extremamente pobres têm agua canalizada em comparação com 13 % das famílias pobres e 25,5% das não pobres. Tal como a água canalizada, o saneamento do Meio apresenta uma situação verdadeiramente catastrófica. Apenas 16 % de famílias santomenses dispõem de uma fossa séptica ou estão ligada a uma rede de esgotos pública. 69 % da população faz as suas necessidades fisiológicas ao ar livre.

Como se faz referencia nos parágrafos anteriores, as primeiras tentativas para medir a pobreza no país remontam aos finais dos anos 80 e a primeira metade dos anos 90. Com efeito, o “Relatório sobre o limiar da pobreza” (1987 à 1990) e o “Limiar da Pobreza em S. Tomé e Príncipe” (período 1991 – 1994) forneceram os primeiros elementos para análise da pobreza. Ambos estudos utilizaram o método do custo das necessidades essenciais (CNE).

Na altura foram feitas várias estimações, em ausência de dados mais fiáveis, o que acabou por dificultar a fiabilidade e a compatibilidade estatística com estudos realizados posteriormente. No entanto, é perceptível o agravamento da situação pelas manifestações exteriores de pobreza (fenómeno “meninos de rua”, abandono de menores, diminuição da taxa bruta de escolaridade no ensino básico, entre outras).

Com efeito, o inquérito sobre as condições de vida das famílias (ICVF), que permitiu definir o “Perfil da Pobreza em S. Tomé e Príncipe” (Novembro 2000 à Fevereiro 2001) utilizou o método dos rendimentos médios (RM), e determinou que o limiar de pobreza em S. Tomé e Príncipe era de Dbs. 2.638.618 por ano (cerca de USD 294/ano). Este valor apenas cobre as despesas mínimas de uma refeição diária e algumas despesas não alimentares essenciais (vestuário, alojamento, combustível para confecção das refeições). Por isso, os rendimentos disponíveis para fazer face as demais despesas básicas, sobretudo a educação e a saúde da família são irrisórios.

Evolução da pobreza

Os dados estatísticos sociais e económicos para a caracterização da pobreza são escassos e têm de ser utilizados com prudência.

No entanto, todos os estudos até então realizados têm concluído sempre no mesmo sentido: a evolução da pobreza no país têm vindo a agravar-se.

Quando conjugamos os resultados dos 2 últimos inquéritos sobre as condições de vida das famílias (ICVF) – apenas em termos de peso relativo dos parâmetros considerados -, obtemos os seguintes resultados:

Tabela nº.2 – Estrutura das despesas no limiar da pobreza em S. Tomé e Príncipe (%)

Tipo de Despesa 1991 1992 1993 1994 2000/2001
extremamente pobres pobres não pobres
Alimentação 73,0 74,6 75,0 84,1 81,7 79,1 66,17
Educação 0,8 1,9 2,0 1,2 1,2 1,6 2,09
Saúde 3,1 3,9 4,3 3,1 3,2 3,5 5,33
Habitação (renda de casa) 6,3 5,7 5,4 2,7 ____ ____ ____
Outras despesas 16,8 9,9 13,3 8,9 13,9 15,7 26,41
TOTAL 100 100 100 100 100 100 100

Fonte : De 1991 a 1994, dados tomados de: “O Limiar da Pobreza em S. Tomé e Príncipe (período 1991 – 1994)”; PNUD, Março de 1995;De 2000/2001, dados tomados de “Perfil da Pobreza em S. Tomé e Príncipe” (Novembro 2000 à Fevereiro 2001); BAD, Maio de 2001.

Da análise dos dados da Tabela nº. 2 observa-se que, qualquer que seja o nível de rendimentos, as despesas com a alimentação constituem a principal fonte de consumo do orçamento familiar, tendo aumentado sempre durante todo o período, com um mínimo no início (73 % em 1991) e um máximo em 1994 (84,1 %); no entanto, a diminuição vários anos depois (2000/2001) é insignificante –  variação de 81,7 % para a população extremamente pobre a 79,1 % para a população pobre.

Desigualdade  geográfica

O estudo “Perfil da Pobreza em S. Tomé e Príncipe” (Novembro 2000 à Fevereiro 2001) constatou que, quase 2/3 da população total (mais especificamente  64 %) vive na região Centro (Distrito de Água Grande e Mé Zochi) do país. De igual modo observou uma grande desigualdade na distribuição das despesas de consumo médio/habitante que no meio rural é quase 1/3 (especificamente 32 %) inferior ao do  meio urbano.

O fenómeno da pobreza concentra-se em 1º lugar na região Norte (Distritos de Lembá e Lobata) – 70,6 % da população da região; seguida da região Sul (Distritos de Cantagalo e Caué) – 65,1 % da população da região; da Região Autónoma do Príncipe (60 % da população da região) e a região Centro com 46,4 %.

Desigualdade social e de género

A desigualdade observada na repartição do consumo médio/habitante na  dicotomia cidade/campo, também se observa com relação ao sexo. Assim, esse consumo é inferior em 11 % para o caso das famílias dirigidas por uma mulher.

O consumo médio/habitante é maior em 42% na categoria sócio-profissional “Independentes” (artesãos, comerciantes, pequenos proprietários de actividades geradoras de rendimentos não agrícolas, etc.) com relação a classe mais pobre, a dos “Agricultores, pescadores e criadores de animais”. Esse consumo diminui a medida que  se afasta da Capital. De igual modo, o consumo médio/habitante aumenta na razão inversa ao tamanho da família; assim, ela é 2,3 vezes superior para as famílias constituídas por 1 pessoa do que para as que têm 10 pessoas ou mais.

Conclusão

Com o analisis realizado sobre as teorías dos diferentes autores e instituições, desde diferentes pontos de vista, podemos concluir que, a difinição da pobreza não é uma tarefa facil. Ainda assim, todo parece apontar que a pobreza é uma categoria multidimensional e por tanto não se pode abordar desde um só ângulo, mas sim que debe ser determinada como um problema conplexo que implica fatores de índole económico, social, cultural, moral, político e incluso matural, como é o caso dos desastres naturais, assim como o deslocamento forçoso da população devido as guerras, que anualmente empobrecem a milhões no mundo.

Dentro dos enfoques metodológicos para a medição da pobreza, podemos encontrar fundamentalmente tres métodos mais utilizados internacionalmente: o da Linha da Pobreza, o das Necesidades Básicas Insatisfeitas e o Método Integrado da Medição da Pobreza; os quais têm sido objetos de contínuas contribuições teóricas, permitindo sua evolução e utilidade na actualidade.

No plano nacional podemos dizer que desde a conquistada independencia, S. Tomé e Príncipe encontra-se inserido num processo de reconstrução que se considera notavel, mas a economía do país segue sendo debil , e ainda hoje é um dos países do mundo cuja a economía depende mais directamente da ajuda externa. A nação seguirá necessitando elevados niveis de assistencia internacional para poder uma base mais firme para o tipo de desemvolvimento que é indispensável para poder reduzir ou por fim a pobreza.

EscucharLeer fonéticamenteBibliografia

  • Altimir, O. (1979), A dimensão da pobreza em América Latina. Chile: Cadernos da CEPAL, Nações Unidas.
  • Atiknson, Anthony (1991). ” Comparando a taxa de pobreza Internacional: lições dos estudos recentes nos países desenvolvidos.” World Bank Economic Review, vol. 5, n. 1, pg. 3-21
  • Banco Mundial (2000). Relatório sobre o Desenvolvimento Mundial 2000/2001. Luta contra a pobreza. Visão geral. Setembro. Pdf. www.worldbank.org
  • Beccaria, L; Minujin, A. Métodos Alternativos para medir a evolução do tamanho da pobreza. Working Paper, INDEC, N.6
  • Boltvinik, J. (1999a). “Métodos de medição da pobreza. Conceitos e tipologia”, no Social. Revista Latino-Americana de Política Social, nº 1, outubro.
  • Boltvinik, J. (2003). “Tipologia dos métodos de medição da pobreza. Os métodos combinados. ” México: Revista do Comércio Externo, Vol. 53, Nº 5.
  • CEPAL (2001). Panorama social de América Latina 2000-2001, Santiago de Chile.
  • Sen A. (1987). Commodities and capabilities, Oxford University Press, Oxford India Paperbacks, Nueva Delhi.
  • Sen, A. (2000). Desenvolvimento e Liberdade . Planeta Colombiana Editorial S.A. Santafé de Bogotá, D.C. Julio, primera reimpreção. 440p.
  • World Faiths Development Council (1999). Moral Economics. www.wfdd.org.uk
  • World, B. (2000b) Understanding Poverty. Poverty Net. En Internet Retrieved from http://www.worldbank.org/poverty/mission/up1.htm.
  • CTMP (2002). Medição da Pobreza: variantes metodológicas e estimação preliminar, México, Ministério do Desenvolvimento Social, Série: Research Papers 1.
  • Porvety Relatório Global. Cimeira do G8 de Okinawa. Julho. Http: / / versão em pdf www.adb.org/Documents/Reports/Global_Poverty/g8_2000.pdf.
  • Grupo Banco Mundial. “Compreensão da Pobreza”, em Pobreza Net. URL: http://www.worldbank.org/poverty/spanishi/mission/up1.htm.
  • Grupo Banco Mundial. “A medição da pobreza”, em Pobreza Net. (URL: http://www.worldbank.org/poverty/spanishi/mission/up2.htm)
  • INE (Instituto Nacional de Estatística). Os resultados do Recenseamento Geral da População e da Habitação de 2001 – S. Tomé, 2004, p.45. Disponivel: http://www.ine @ cstome.net.
  • INE (Instituto Nacional de Estatística). (N / A). Estratégia Nacional para a Redução da Pobreza, Dezembro 2001, p.13. Disponivel: http://www.ine @ cstome.net.
  • PNUD. (2000). Relatório sobre o Desenvolvimento Humano. Oxford University Press.http://ceidas.org/documentos/Centro_Doc/Superar_la_pobreza_humana_PNUD_2000.pdf
  • Ravallion, M. 1998. “As linhas de pobreza na teoria e na prática”. 4ta Conferencia Regional do MECIVO. A medição da pobreza: o método da linha da pobreza. Buenos Aires, Argentina.
  • Ravallion, M. (2000), “As medidas de pobreza devem ser anexadas às contas nacionais? Económico e político semanalmente” Agosto-Setembro.

[1] Estudante da carreira de Licenciatura em Economía, Faculdade de Ciencias Económicas e Empresariais, Universidade de Cienfuegos Carlos Rafael Rodríguez, República de Cuba.

[2] Dr. C. Económicas, Professor Titular do Departamento de Estudos Económicos da Facultade de Ciencias Económicas e Empresariais, Universidade de Cienfuegos Carlos Rafael Rodríguez, República de Cuba.

(*) Empresas Agrícolas Estatais.

(1) De facto (cf. Tabela nº. 1), os 2 estudos acima mencionados e financiados pelo PNUD, basearam-se no método dos custos das necessidades essenciais (CNE), enquanto este último (Perfil da Pobreza em STP – Maio/2001) utilizou o método dos rendimentos médios (RM); de aí a discrepância entre as cifras determinadas pelos 2 métodos, dificultando assim a fiabilidade e a compatibilidade estatística entre os mesmos.

24 Comments

24 Comments

  1. cesario verde segundo

    25 de Abril de 2011 at 12:41

    isto é trabalho de que semestre d teu curso? interessante! tiveram 5 os dois?

    • Aida Trigueiros

      29 de Abril de 2011 at 20:29

      agradeco o comentario, mas este vai ser o meu trabalho de diploma agora em julio

  2. Digno de Respeito

    25 de Abril de 2011 at 14:50

    Olá Aida Trigueiros,

    Tu e a tua equipa de trabalho estão de parabéns. Gostei, espero tenho conquistado nota máxima neste trabalho (talvez académico)

    Força amiga!

  3. Mafioso

    25 de Abril de 2011 at 15:20

    Existe autor que defende a pobreza como um problema daquele que é pobre, por outras palavras, é o azar do pobre.
    Temos uma pobreza mental, sobretudo a elite nossa é muito pobre.
    Veja só a nossa cidade!!

  4. artigo 5.7

    25 de Abril de 2011 at 17:52

    em cheio , não si pode chamar aquilo de elite , é tudo menos elite meu caro, aqueles maltrapilos de ideias fazem politica de misseria …

    • Filipe Trigueiros

      25 de Abril de 2011 at 21:21

      Quase perfeito. Mesmo assim nota máxima.
      Parabens minha filha.

  5. BARÃO DE ÁGUA IZÉ

    25 de Abril de 2011 at 20:56

    A pobreza só tem solução com criação de riqueza. Em STP enquanto não se regressar à Agricultura, por mais que chova petroleo, o baixo nivel e qualidade de vida dos Saotomenses irá perdurar. Se paralelamente se apostar também no Turismo e Pescas, a riqueza estará a caminho e deixaremos de ter crianças subnutridas e idosos sem apoio.

  6. Edson Francês

    25 de Abril de 2011 at 21:12

    Devo dizer que achei este trabalho cientifico, muito interessante. Charles Darwin, jà dizia que a sociedade humana, é comparàvel à uma selva, aonde somente os mais fortes sobrevivem, ou seja a pobreza (material) é nada mais nada menos do que uma distribuição deficiente e injusta da riqueza social. “A sociedade esta devidida em classe aonde todo o objectivo de um homem é de lutar para chegar a classe superior a sua, e toda a intenção desta classe é de impedi-lo de chegar” [Stendhal, 1840)].

  7. Passô

    26 de Abril de 2011 at 7:25

    Convido-me a este debate que se quer ciêntifico. E como tada ciência nao é perfeita, se me permitir, poderei tecer algumas criticas, au meu ver “ciêntifica e constructiva”. Como a palavra critica é pesada de significados, muito deles pejorativos, quero antes de mais tirar a minha venia a qualidade de trabalho que demonstra uma certa maturidade academica (pesquisa aprofundada, sintese coerente e exposiçao pertinetnte). A minha venia tambem vai para a autora, que com muito respeito é linda e inteligente.

    Mas como se intitula, e bem, o trabalho (“Pobreza:debate cientifico”). Como tal penso estar aberto o confronto de ideias e opinioes.

    1. O titulo do trabalho nao reflecte o conteudo da dissertaçao. Porque o termo pobreza é geral, enquanto que grande parte do trabalho limitou-se a tratar dos metodos de calculo da pobreza. Talvez o titulo deveria ser “os diferentes metodos de calculo da pobreza”, “Como constatar a pobreza e quais sao os seus efeitos de uma forma geral, em sao tomé no particular…”

    2.Como falar da pobreza e nao falar da heterogeneidade da économia mondial, e do fenomeno de mondialisaçao?

    3. Como falar da pobreza cientificamente sem falar dos indices de desenvolvimento (Producto nacional bruto, producto interno bruto, indices de desenvolvimento humano-logevidade, educaçao e nivel de vida-)Abordaste implicitamento quando poderias ser mais explicita?

    4. Fiquei decepcionado em nao poder abordar a componente historica de uma maneira mais contundente: nao podemos ignorar o nosso passado (mundial:as guerras mundias, o reflexo da guerra fria,…; nacional: descolonialisaçao, partido unico, democracia (?)…) Todos esses factores historicos influenciam o que somos hoje!

    5. O factor sociologico e cultural tambem aqui sao negligenciado: segundo maxweber (sociologo alemao) no seu livro “ética protestante e o espirito de capitalismo” os factores culturais e religiosos devem ter em conta na analise économica. ex os protestantes sao mais receptivos a ideia de enriquecer que os catolicos. A filosofia catolica quer que o homem mais rico na terra é o ultimo no reino de deus, enquanto que o mais pobre sera o primeiro. A igreja catolica prega a pobreza como valor adquerido. Quando sabemos a porcentagem da nossa populaçao catolica acho que sao variantes a ter em conta. Por outro lado os judeus sempre estiveram abertos a emprestimos com jusros, emquanto os catolicos ao principio condenavam essa pratica. é so ver os américanos, populaçao maioritariamente protestante, a riqueza nao é um tabu – o “god bless américa” Deus abençoe américa espelha essa realidade.

    Por outro lado em termos culturais, sabemos que a nossa populaçao é fatalista!! Nascemos pobres ou ricos e assim ficamos: “ngué na tê clêssê, ê pô soda opé” Que nao é predestinado a crescer pode soldar as pernas, na nossa mentalidade se alguem enriquece nao é porque reuniu os requisitos (estudos, trabalho…) mas sim porque a pessoa teve sorte, portanto ha uma especia de dinvindade que escolhe os “sortudos” para serem ricos ” os azarados” para serem pobres…

    6. Nao se pode falar da pobreza em Sao Tomé sem falar do FMI e do Banco mundial. Se olharmos cronologicamente a entrada do FMI provocou mais pobrezas que antes da entrada.Ex: com as privatisaçoes das terrenos, deu-se terrenos a pessoas pouco qualificadas, sem capital para investir… e o resultados esta ai: a maior parte da pobreza se verifica no meio rural.
    Pode-se constatar que nenhum pais do mundo saiu da porbreza extrema com os conselhos impostos dos peritos do FMI Baonco mundial. Nao se esqueçam que FMI banco mundial sao organismos financeiros e as suas metas finasis é fazer lucros com as taxas de juros elevadissimas.

    7. Como falar da pobreza e nao falar da industrialisaçao (todos sabemos que os paises ricos se industrialisaram, e antes da revoluçao industrial sempre houve uma revoluçao agricola. Portanto se almejamos a riqueza social teremos que pensar sériamente no devir da nossa agricultura. Todas as grandes civilisaçoes desenvolveram graças a sedentraiçao, e desenvolvimento da gricultura/pecuaria, ex: crescente fertil. Nao quero dizer com isso que somos nomadas, mas sim que a produçao alimentar em sao tomé ainda nao atingiu o grau de auto satisfaçao!

    Em conclusao, lamento nao ter procurado a cerne do problema da pobreza, e as respectivas possiveis soluçoes.

    Em todo caso parabens pelo trabalho e pela “demarche” ciêntifica. Espero que a minha abordagem lhe ajude a ter em conta outros factores.

  8. SPC

    26 de Abril de 2011 at 8:49

    Linda…tu és realmente LINDA menina,
    Parabéns pelo trabalho. É efectivamente um trabalho de carris universitário.
    Sugiro a leitura da obra daquele Alemão “Camaradas, Clientes e Compadres…” e a obra do Sociologo Inglês Antonhy Giddens “Sociologia”. Existe também o João MOsca (acho que é Moçambicano). Estas obras, acho poder-te-ão ajudar a enquadrar mais e melhor a pobreza no continente Africano e em S. Tomé e Príncipe em particular.
    Parabéns mais uma vez pelo trabalho…Linda.
    Viva Mulher Linda e inteligente.
    Viva S. Tome e Principe

  9. Ogimaykel da Costa

    26 de Abril de 2011 at 12:56

    I loved IT! Escreva sempre!

  10. Dá Demonio Cara D'ele

    26 de Abril de 2011 at 14:12

    O lábio desta rapariga é me deixa todo derretido, escreva sempre vou adorar olhar para a tua boca linda…..Bjs grande do teu apaixonado secreto..

  11. J. Maria Cardoso

    26 de Abril de 2011 at 17:21

    É um princípio para quem ainda tem pela frente o mundo universitário.
    O esforço cronometrado na busca científica para dar nome as coisas e confrontá-las com os demais, embora (materialmente) o conhecimento não seja estático, daí os contributos críticos não faltarão, vale a pena parabenizar o teu pensamento.
    Aidinha, saiste em cima!

  12. Andrade

    26 de Abril de 2011 at 19:50

    meu parabens mas gostaria que me explicasse o sentid desta frase “”””Em termos monetários, a pobreza significa falta de ingresso suficiente para o limite de renda absoluta, ou linha de pobreza “”””

    o k quer dizer engresso????

    • Aida Trigueiros

      29 de Abril de 2011 at 20:26

      agradeco o comentario, resumindo tudo o que te posso dizer sobre o ingresso, é que este pode ser por exemplo o teu salario é um ingresso ou rendimento,o que ganhas por conta propia é outro tipo de ingresso, se tiveres duvidas te posso enviar mais sobre o que é ingresso

    • lucivaldo araujo

      4 de Novembro de 2015 at 1:58

      estou lendo sobre linhas de pobreza e politicas publicas logo espero que resulte em artigo.
      A temática se dará em como o brasil obteve a transferência de renda sem auxílios externos.

  13. Amor é Cego

    27 de Abril de 2011 at 13:43

    “Estou apaixonado……, este amor é tão forte…..Estou apaixonado……, este amor é tão forte…..” Ai linda como sofro por ti…

  14. Matazele

    27 de Abril de 2011 at 15:33

    Agricultura!
    Qual é o Ministro que mandou o filho estudar agronomia. Só para veres que eles mesmo não acreditam no futuro da Agricultura.
    Ciencias agrarias era uma vez!
    O saber fazer perdeu com a saida do branco e velhice do criolo caboverdiano.
    Quem salvará a nossa agricultura.
    Precisamos de uma nova reforma agraria, que passa pela aprovação da nova lei fundiaria.
    Mas os juristas possuidores de terras, ficam excluidos deste trabalho.

  15. Matazele

    27 de Abril de 2011 at 15:42

    Os pobres são um recurso, não um problema”: foi o que reafirmou o Arcebispo Dom Francis Chullikatt no seu discurso à Comissão População e Desenvolvimento do Conselho Econômico e Social da ONU em Nova Iorque. O Observador permanente da Santa Sé junto à ONU criticou a visão distorcida de desenvolvimento de que a erradicação da pobreza eliminaria os pobres. O prelado, então, pediu aos governos que respeitem a dignidade da pessoa e em particular o direito dos pais a terem filhos, livres de qualquer tipo de coerção. Ainda hoje, alertou Dom Chullikatt, quando se trata de saúde reprodutiva e desenvolvimento, a discussão é orientada pela “falsa convicção de que, num contexto de crescimento da população”, o ato de dar a vida deve ser visto com medo ao invés de ser incentivado. Esta corrente de pensamento, observou o prelado, está baseada em um “individualismo radical, que considera a reprodução humana como um bem que deve ser regulado” para tornar a economia de mercado mais eficiente. Uma visão, disse o Arcebispo Chullikatt, que pode não corresponder aos objetivos das Nações Unidas. Essas interpretações erradas, continuou, “conduzem a uma visão distorcida” segundo a qual o crescimento da população, especialmente dos pobres, deveria ser reduzido de modo a contrastar a pobreza, o analfabetismo e a desnutrição. Ao mesmo tempo, afirma a teoria sem provas, de que o aumento da população devastaria o meio ambiente e levaria a um conflito sobre o uso dos recursos. “Essas preocupações – advertiu – contribuiem para a disseminação de formas de técnicas reprodutivas que denigrem a natureza da sexualidade humana”. Tais concepções erradas, acrescentou, “levaram alguns governos a adotar leis e políticas que desestimulam os pais a exerçerem o seu direito fundamental de terem filhos e livres de coerção”. Políticas que, em alguns casos , “tornam até mesmo ilegal para uma mãe dar a vida e para uma criança ter um irmão ou irmã”. Dom Chullikatt, então criticou duramente a teoria segundo a qual “se houvesse menos mulheres pobres que dão a luz haveria índices mais limitados de mortalidade materna” e, ainda, se nascessem ”menos pessoas com fome seria mais fácil alocar recursos para o desenvolvimento”. Essa visão distorcida – é a denúncia do prelado -, “considera os pobres um problema” a ser enfrentado como se fossem “objetos sem importância” ao invés de “pessoas com uma inata dignidade” merecedora de total apoio da comunidade internacional. Além disso, disse Dom Chullikatt, em algumas áreas do mundo, a diminuição das taxas de fecundidade tem levado a problemas com o envelhecimento da população, com problemas para desenvolvimento e o necessário apoio aos idosos. O prelado reiterou então a necessidade de um desenvolvimento humano integral que leve em conta os aspectos políticos, culturais e espirituais da pessoa, da família e da sociedade. Daí, o apelo à comunidade internacional para respeitar a dignidade de cada pessoa, que é a base de “uma nova ética para o desenvolvimento”. Em particular, salientou o bispo, a Santa Sé pede à comunidade internacional para aumentar o seu apoio à família e ao acolhimento da vida, ao invés de se concentrar em políticas destinadas a reduzir o número de pessoas pobres, com métodos que atacam o matrimônio e a família; e concluiu, seria necessário concentrar os recursos em favor daquele bilhão de seres humanos subnutridos e trabalhar a fim de assegurar a educação primária aos 69 milhões de crianças que correm o risco de se tornar uma outra geração de analfabetos

  16. Matazele

    27 de Abril de 2011 at 16:01

    Não citem BM e FMI em estudos no país.
    O melhor estudo é a nossa visão das coisas. Basta fazer uma incursão as antigas roças e suas dependencias. A pobreza fere, arrepia qualquer humano. Mas não é falta de agua, porque vés agua nas torneiras a correr todo o dia sem parar.
    E dizem:
    Queremos apoio…
    pergunto para fechar a torneira que está gastar agua?. dizem não.
    Queremos uma cerveja!!
    Incrivel!!!

  17. Madalena

    29 de Abril de 2011 at 12:19

    Aida e Jesus
    Podiam fazer apresentação deste trabalho no dia 25 de MAio, no Liceu.
    Contactem o Professor de F, aquele que desvia teste de Geografia para aluna do 9º ano.
    A pobreza começa com estes actos inglorios.

  18. Aida Trigueiros

    29 de Abril de 2011 at 20:39

    ola a todos e agradeco pelo vosso comentario, e desculpa se cometi algum tipo de erro ortografico, estudo em Cuba este artigo é uma parte do meu trabalho de diploma para a licenciatura em economia. uma vez mais agradeco pelos comentarios que me vao servir para melhorar o meu trabalho.
    Sem outro assunto.

  19. Dr. Agostinho Sanca

    12 de Maio de 2011 at 19:51

    Estou a procurar uma porta que pode me ajudar a dar vida o meu projecto social que trabalho com crianças de pais sem recursos ecómico e de rua.
    Faso-me contactos pela rua e levos-as para academia de Futsal onde serão trabalhado anivel p´sicologico, e de novo seão reentegrados na escola publica
    onde seram integrados de novo na escola e são acompanhados por professores especilista em disseplinas de Matematica, francês, inglês fisica,quimica.
    Mas como sinto muita falta de verba para pagar os professores por isso que pesso ajuda para dar a vida a esse projecto.
    E se alguem comhese o caminho que posso percorer para não deixar sofrer essas crianças eu agradesia muito.
    Mesmo fazer ligarme com qualquer organisação que apoia essas inicitiva esta a limpar lagrimas nos olhos dessas crianças que precisas de apoios do tipo.
    Abraço do tamanho do mar…..

  20. Comentador

    10 de Novembro de 2011 at 16:32

    Sr. Mafioso; Não temos uma pobreza mental. A nossa elite só pensa é nos seus BOLSOS. Mesmo viajando constantemente, eles só pensam em puxar brasas as suas saldinhas.

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