Opinião

Tenente Coronel reage ao artigo de Danilo Salvaterra

Alfredoelsa.jpg Marçal Lima, Tenente Coronel das Forças Armadas São-tomenses, responde ao artigo de Danilo Salvaterra que defende a abolição das forças armadas.Foi com bastante prazer que tive a oportunidade de ler a reflexão do senhor engenheiro Danilo Salvaterra, publicado no diário digital Tela Nón de 14 de Julho de 2008.
Confesso que surpreendeu-me a abertura e a frontalidade na abordagem do tema que julgo ser actual.

Também devo confessar a minha admiração pelo articulista, enquanto actor presente e sempre muito atento a terra que o viu nascer. Talvez seja de facto ocasião para repensarmos sem tabus nem complexos as Forças Armadas em S.Tomé e Príncipe, não na lógica do senhor engenheiro, da ausência da ameaça ou da total incapacidade instalada para responder a uma eventual invasão externa.

De facto, face a multiplicidade de ameaças a que estão sujeitos os nossos paises, impõe-se que medidas sejam tomadas em termos de avaliação do grau de risco e com base na capacidade de sustentação criar umas forças armadas flexíveis, polivalentes, com alguma capacidade instalada de resposta nem que seja em comunicações e controlo, estabelecendo concomitamente parcerias e entendimentos que garantam a defesa da nossa soberania e integridade territorial.

O senhor engenheiro disse e bem, a guerra hoje ganha-se com tecnologia, se alguém escreveu ou disse o contrário, então não percebe mesmo nada do tema em debate ou meteu-se em caminhos impróprios.

S.Tomé e Príncipe tem uma localização estratégica no golfo da Guiné, numa região conhecida hoje como muito importante. Sem se esquecer que temos acordos com países da região que nos impõem determinados engajamentos em nome da salvaguarda dos superiores interesses nacionais.

Infelizmente por razões que compreenderá não poderei partilhar consigo os últimos avanços que temos conhecido com vista a atingir os objectivos que mencionou no final do seu texto. Dir-lhe-ei apenas que estamos atentos a tudo quanto escreveu, embora esteja de acordo consigo da necessidade de irmos mais rápido.

Na abordagem moderna, quando falamos da Segurança Nacional, integramos todas as capacidades internas, humanas, materiais, físicas, envolvendo como é natural a policial e militar, na lógica da “homeland security”.
Todo o resto de facto é conversa de caserna.

Alfredo Marçal Lima, Tenente Coronel.
06-08-2008.

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