Opinião

Os jovens e o estalinismo histórico

Doutor Carlos Graça, ex-Primeiro Ministro, um dos intelectuais do país,  diz-se escandalizado com o conteúdo do artigo publicado no Téla Nón pelo Doutor Armindo de Ceita do Espírito Santo. Por isso reage.

O artigo do Dr. Armindo de Ceita do Espírito Santo publicado recentemente no Téla Non não direi só que me chamou a atenção, direi mesmo que me escandalizou…

Não por causa da sua análise, que é judiciosa e consensual, sobre o papel fulcral desempenhado pelo eleitorado jovem e citadino na vitória do ADI e de Patrice Trovoada nas eleições legislativas.

Também não por causa do seu asserto possivelmente correcto sobre o futuro do histórico MLSTP/PSD: renovação ou “morte”. Mas lembrarei que a cada derrota deste grande partido aparecem vaticinadores do seu desaparecimento que nunca se concretiza e, pelo contrário, ele obtém sempre quaisquer que sejam as adversidades, um número de deputados na casa da vintena…

O peso inexpugnável do MLSTP no xadrez político de S. Tomé e Príncipe radica-se no seu protagonismo em comunhão com o Povo Santomense nos dois grandes momentos da nossa História:  a Independência e a Democracia.

Há muitos anos mantive com o Armindo Espírito Santo uma acesa polémica, devido a divergências de interpretação duma tese marxista, com palavras duras roçando o insulto! Foi no “Parvo”: coisas de outros tempos…

Recentemente li o seu livro “S. Tomé e Príncipe: problemas e perspectivas para o seu desenvolvimento” que é uma obra que contém dados muito completos, sabiamente recolhidos e analisados, sobre a economia e a sociedade do nosso país, e que vivamente aconselho aos estudiosos.

Após estas reflexões e recordações entro no principal escopo destas minhas linhas.

Realçando o dinamismo juvenil que parece ter estado na base do surpreendente resultado das eleições de 1 de Agosto, Armindo Espírito Santo descambou para a “deificação” dos jovens santomenses. (Mas sabemos que não são deuses, são humanos que humanamente erram e prevaricam…)

Deixando-se arrastar por uma emotiva e pouco lúcida exaltação dos jovens escreveu duas frases “estalinianas”, pois o governo soviético de Estaline foi o mais useiro e vezeiro na falsificação da História. Lembramo-nos que quando Trotsky foi banido das suas altas funções na direcção do Partido Comunista até as fotografias onde aparecia com os camaradas foram retocadas para apagar a sua imagem!

A primeira frase:

“Foram os jovens santomenses que desencadearam iniciativas entre 1974 e 1975 que conduziram à independência de S. Tomé e Príncipe.”

E esta, hem! Escamoteados: o Povo de todas as idades, o CLSTP, o Movimento de Libertação de S. Tomé e Príncipe!

Reconhece-se a influência exercida sobre o dr. Armindo pelos saudosos apaniguados dos jovens da Associação Cívica (dita pró-MLSTP) que labutam com afinco para que essa versão estaliniana se cristalize na História de S. Tomé e Príncipe.

A segunda frase:

“Foram igualmente os jovens santomenses que precipitaram a queda do regime do partido único em 1990”.

Quem serão estes jovens? Escamoteado o MLSTP (partido único)!

Esses jovens pertenciam à chamada “ala renovadora” do MLSTP (Rafael Branco, Armindo Vaz, Guilherme Posser, Manuel Vaz, etc) que à volta de Pinto da Costa em Dezembro de 1989 tiveram a iniciativa da organização da Conferência Nacional que desencadeou o processo da democratização (com oposição da ala “conservadora”) que culminaria com a aprovação por referendo popular da Constituição de 1990.

Américo Espírito Santo é excelente economista mas parece ter também vocação para historiador à moda de Estaline…

Carlos Graça

Setembro 2010

39 Comments

39 Comments

  1. Zovirax

    10 de Setembro de 2010 at 14:10

    Prezado Senhor Doutor Carlos Graça,
    Sendo o senhor Carlos Graça uma figura histórica de STP, um homem que conhece profundamente a historia do país, com todo respeito, insto-lhe a escrever um livro da sua memória, narrando e relatando factos, desde a independência do país até aos nossos dias. A nova geração carece e precisa de conhecimentos históricos importantes que visam contribuir para consolidação de uma identidade própria.
    Com o seu livro de memórias “Memórias do Carlos Graça”, certamente o senhor Carlos Graça estará a dar um grande contributo para a consolidação da identidade são-tomense numa busca permanente do itinerário para o desenvolvimento. Um povo ou uma geração que não conhece a sua história, dificilmente conhecerá um desenvolvimento sustentado que prima pelo bem-estar e justiça social. Não se pode planear o futuro sem o conhecimento do passado, pois, se assim for, gerações e gerações de são-tomenses serão sacrificadas em prol do nada e do vazio.
    Creio que o senhor Carlos Graça, o senhor Pinto da Costa e muitos outros históricos da sociedade são-tomense têm a responsabilidade de passar testemunhos históricos a nova geração de são-tomenses. Uma geração que é conhecedora da sua história estará mais unida e preparada para dar seu melhor no Projecto de Desenvolvimento de S. Tomé e Príncipe com ou sem existência do petróleo.
    Um Bem-haja!

    • Ernestino Santos

      25 de Setembro de 2010 at 16:03

      O Srº Drº Carlos Graça, O srº Filintro Costa Alegre, o srº Leonel Mário D`Alvaro, o Srº Oné,o Srº Miguel Trovoado, foram e são grande resposáveis pela situação da minzéria que se econtra o povo santomense; isto porque após a Revolução de 25 de Abril de 1974, havia duas alas com Idiologias políticas diferntes: Uma queria a Independência e outra queria Dependência da Suberania Poutuguesa na altura e optaram pela Independêcia e oprimiram todos aqueles que queriam Dependência como a Srª Maria do Carmo, Sr. Albertino Bragança e muitos outros que foram impedido de discutir sobre esta matéria dwevido interesses pessoais ,com a construção esforçada da sede do MLSTP pela Associação Cívica em todo fim de semana liderada pelo grupo da Transição pós – Colonialismo, por essas razões o MLSTP foi iresponsável na condução de milhares de contos que receberam da ajuda externa para o desenvolvimento do país e que foram utilizados para interesses pessoais.O MLSTP é o passado com idiologia política retardada no contexto actual.

  2. Chocolate - Biológico

    10 de Setembro de 2010 at 14:31

    Sr. Doutor Carlos Graça,

    Já nao era sem tempo…!!!
    Os meus parabéms e obrigado pelo aqui postado.

    Que se escreva e re-escreva sobre o passado das Ilhas, suas gentes e os seus feitos, que se interprete e se re-interprete, que se opine e desopine…, que o fassam por favor sem que seja necessário um deturpe as realidades do nosso passado.

    Este é um apelo a todos quantos desejam ver STP nos horizontes do progresso. Um desafio para todos nós…, sobre tudo os ESTUDIOSOS como Sr. Armindo E. Santo.

    Senhor dr. Armindo, por todo o respeito que me o liga, como leitor das posicoes por vós postadas, mais cuidado é vos exigido meu caro.

    Salve a todos
    Chocolate-Biológico

  3. Democratico 1

    10 de Setembro de 2010 at 14:47

    Quem é vivo sempre aparece…

  4. Alberto Nascimento

    10 de Setembro de 2010 at 14:51

    Estes senhores nao t’em mais nada para fazer para andarem a brincar ‘as comadres no TelaNon?

  5. SAMAMGWANA

    10 de Setembro de 2010 at 14:58

    Todos estes “portuguêses bonitos” que compôem este artigo, so me levam a concluir que estamos na presença de mais um “Ceiva Bruta do MLSTP”, inconsolável com a recente derrota. Nós que perdemos as eleições… fiquemos calados por favor! Não atrapalhemos a nação e aprendamos usar telemóvel para dar estas lições ao invês de ocupar os leitores.

  6. osvado pinheiro

    10 de Setembro de 2010 at 14:58

    assim que se realsa as questões sempre pela verdade e não pela criação de simpatia q até parece q senhor armindo quer algum tacho ou pretende candidata-se a presidente de alguns orgão social ou politico no país, num meu ponto de vista se armindo é homem de visão não pode maneira nehuma fazer essas analizes ou cometarios q não identifica com um escritor ou fadista,esse país tem a sua historia quem viveu só pode falar e nós apredemos,muito obrigado doutor carlos graça,isto tambem tem a ver com oportunismo,viva são tome viva armindo,queremos a sua contribuição para levatar a ecomomia do país,o lema de de quem estalou a democracia é deicha-nos trabalhar vem dar a sua colaboraçaõ agora ou q numa precisasmos de te armindo.

  7. Madalena

    10 de Setembro de 2010 at 15:20

    Grande líder mas muito mal compreendido pelos seus pares.
    Quando o MLSTP perdeu eleições em 90 ele foi o único que pegou a batata quente. Quase todos os ditos renovadores resolveram sair do País, O dito dr Manuel Vaz esse foi estudar em Coimbra.
    O médico viveu dias tristes, foi tirado da sede e mandado instalar no Riboque. O meu partido PCD estava na altura a procura do Palacio do Governo, não havia outra solução.MAs agora é tarde.

  8. Joana

    10 de Setembro de 2010 at 15:27

    Não podemos andar a dizer que, no país, não há democracia e, despois, impedir ou tentar condicionar as participações cívicas e de aprofundamento de cidadania das pessoas em prol disto mesmo. Mas o que é que querem afinal???? As pessoas podem e devem escrever e dar a sua opinião sobre assuntos do nosso interesse colectivo ou não? As opiniões individuais destas pessoas põem em causa os interesses de outras pessoas ou do senhor Alberto Nascimento? Por favor, deixem as pessoas participar, escrever, desabafar, contrariar as outras com outros argumentos, etc. Ou queremos ou não queremos a democracia… Dizer que as pessoas não têm nada para fazer porque elas ousaram dar o seu contributo individual em prol do aprofundamento da nossa democracia parece-me próprio de uma escola totalitária. Isto só pode vir de alguém que está muito próximo de uma escola totalitária que despreza as opiniões e contribuições dos outros ou, que não podendo fazê-lo por limitações intelectuais ou de outra natureza, tenta desprezar o trabalho dos outros.
    Beijinhos

    Joana Trindade

    • FC

      10 de Setembro de 2010 at 18:19

      Concordo consigo!

  9. Budumauita

    10 de Setembro de 2010 at 15:41

    Todos os dinossauros estão a sair da incubadora!

  10. budobaxana

    10 de Setembro de 2010 at 15:54

    Pinto da Costa deu a contribuicao valiosa no processo democratico do nosso pais.

    Como Economista de profissao teve o tempo suficiente para inovar , usar as suas influencias e criar parcerias que pudessem conduzir ao pais a um futuro melhor.

    Somos uma ilha pequena e com pouca populacao.

    Repare que no Principe vivem 7 000 pessoas.

    A Pinto da Costa e os membros do MLSTP de uma forma geral falta-lhes visao,capacidade inovadora e a vontade de serem realmente uteis ao nosso pais.

    Qual a diferenca entre o Rafael Branco,Maria das Neves , Guilherme Posser, Alcino Pinto e o Dr. Tiny. Que perguntem ao Adelino Izidro.

    Infelizmente esta é a cultura do MLSTP.

    Qual e a contribuicao de deram ao nosso pais ? Absolutamente nada que se veja.

    Usaram os cargos,viajaram,compraram residencias privadas e do estado, fizeram amizades e influencias que lhes permitam conseguir ‘tachos’ depois de deixarem cargos publicos.

    Deveriam serem capazes de gerirem o pais no sentido a conseguir-se crescimento economico ao longo prazo.Implica:

    Investir nas infraestruturas
    Na educacao
    Saude
    Em todos sectores productivos

    Infelizmente depois de tantos ano de independencia nao temos:

    – Hospital decente
    – Na ha energia elec.
    – Temos cidadaos que nao conhecem os Ministro.So nas epocas da campanha.
    – Educacao de qualidade

    Nao temos um aeroporto.

    Repare que , sao tao maus dirigentes e falta de visao é tanta que nem se apercebem que aquilo é uma prioridade para o desenvolvimento do pais.Veja o caso de Cabo Verde.Que viajem a Dubai, Japao ou Singapura e vejam.

    Uma banda de mer…s.

    Fico triste quando vejo tanto sofrimento no nosso pais.Sinceramente as nossas criancas , velhos, mulheres , a todos merecemos o melhor.

    Sigo acreditando que para STP é agora ou nunca.O ADI nao devera continuar no poder se nao der provas de ser um partido capaz de efectuar mudancas radicais que conduzao a um desenvolvimento sustentavel do nosso pais.

    Kargaaaaaaaaaaaaaaa

  11. Hilário

    10 de Setembro de 2010 at 15:55

    Concordo plenamente com a senhora Joana. Nós temos que começar a respeitar os outros mesmo não concordando com os seus argumentos. Ou melhor, a melhor forma de manifestarmos a nossa discordância é escrevermos outro texto com argumentos que vão no sentido contrário. Agora, impedir que as pessoas possam dar a sua opinião eu não concordo. Isto não é uma ditadura do proletariado.
    Um grande abraços a todos, mesmo aos não democractas do nosso país.
    Hilário Fuba da Glória

  12. Lúcio Pinto

    10 de Setembro de 2010 at 16:38

    Èsa cada Cuá
    bó bila bì!!!
    !!Bó té téma….
    STO no coração

  13. sheila

    10 de Setembro de 2010 at 17:17

    É verdade Alberto Nascimento, eles não têm nada mesmo que fazer, se tivessem por exemplo que dá no duro para levar pão para os filhos, não estariam aqui a brincar às comadres.

  14. Armindo do Espírito Santo

    10 de Setembro de 2010 at 17:41

    Antes de mais quero apresentar os meus respeitosos cumprimentos ao Dr. Carlos Graça. Achei interessante a sua reflexão em torno do meu artigo, mas está enganado quanto às conclusões a que chegou. Ver naquelas frases pressupostos de estalinismo não só é excessivo como até pode ser encarado como uma provocação para aqueles que são estalinistas. Esclareço-lhe que o meu enquadramento ideológico é a social democracia, que, como sabe, nada tem a ver com o estalinismo.
    Concorda comigo que precisamos caminhar em direcção ao desenvolvimento, mas isso só se consegue com mudanças estruturais de ordem institucional. O nosso problema não é económico mas sim político-institucional pelo que sem uma mudança a este nível não haverá desenvolvimento no nosso país. Por conseguinte, precisamos lutar para ultrapassar os constrangimentos político-institucionais de maneira a encontrarmos, á semelhança de Cabo Verde, rumo para o nosso desenvolvimento. E isso não pode ser feito com o imobilismo e inacção mas sim com irreverência e vontade e decisão de vencer.
    Naquele meu artigo, eu não exclui, como válidos e valiosos, os mais velhos, idosos ou outros, mas somente me dirigi aos que não souberam percepcionar a mudança, ou são contrários à ela, por enércia ou falta de ambição de ir mais longe.
    Quanto aos jovens são-tomenses, permita-me dizer-lhe que eles constituem a nossa maior riqueza, o país é um país de jovens, e que se forem bem cuidados mais rapidamente avançaremos.

    • FC

      10 de Setembro de 2010 at 18:36

      Li o seu artigo e estou inteiramente de acordo com o que diz, tanto agora como antes no referido artigo, e isto não é por ser jovem.

      Não sei onde o Dr. CG foi buscar esta visão. Mas noto nas palavras do Dr. CG alguma animosidade em relação as gentes da cívica. E obviamente da visão estalinistas que a “malta” desta altura tinha.

      Mas hoje, pergunto ao Dr. CG o que tem uma coisa a ver com a outra? Hoje em dia, não se dá muita importância às ideologias. Hoje, a vida humana e o bem estar têm muito mais valor que as ideologias, religiões, etc. E nenhum jovem fora de um patido comunista pensa nisso.

      É evidente que as grandes mudanças na história se fizeram com “sangue novo”, pois esta é a força motriz por detrás de qualquer ideologia.

      Cmpts

    • FC

      10 de Setembro de 2010 at 18:40

      Só para completar o meu raciocínio:
      ideologia ou conjunto de ideais, sem qualquer base cientifica, se assim posso chamar.

    • Chocolate - Biológico

      11 de Setembro de 2010 at 0:15

      Caro Armindo, é simtomático e isto sabes, em disputes entre o velho e o novo e sobre tudo, entre são-tomenses, – permita-me este à parte – um “diálogar de surdos entre si”. Porque senão…, vejemos.

      O senhor Carlos Graça escreve realçando duas das tuas frases como sendo um atentar contra o ontem, pelo deturpe dos engajamentos entre outras, dele próprio, nos tempos da luta de libertação no CLSTP e posteriormente no MLSTP.

      A primeira frase:
      “Foram os jovens santomenses que desencadearam iniciativas entre 1974 e 1975 que conduziram à independência de S. Tomé e Príncipe.”
      A segunda frase:
      “Foram igualmente os jovens santomenses que precipitaram a queda do regime do partido único em 1990”.

      Meu caro, é precisamente a esta falta de cuidado, permita-me, de sensibilidade da tua forma de escrita, penso ter correctamente interpretado, que salienta um deixar de fora, assim como, um sentimento de tentar apagar do antes existente – CLSTP – que conhecera todo um engajamento de muitos nacionalistas são-tomenses, jovens, estudantes e não só, que leva o Sr. Carlos Graça a um comparar das tuas duas frases com as práticas utilizadas pelos estalinistas.

      Um deixar de fora dos que ontem, independentemente das suas virtudes e seus erros, tudo pensaram ter feito pelo bem da sãotomensidade.
      É verdade que, e cito, “…Ver naquelas frases pressupostos de estalinismo não só é excessivo como até pode ser encarado como uma provocação para aqueles que são estalinistas.” Mas verdade é também que, um banir dos feitos positivos de ontem nas interpretações históricas dum hoje, só poderá provocar reações nos limiares dos extremos como as do Sr. Carlos Graça hoje, em defesa de uma não expatriação dos sentimentos e engajamentos nacionalistas do ontem.

      Salve a todos
      Chocolate-Biológico

      P.S.: – Meu caro, sabes que o teu, cito: “…enquadramento ideológico é a social democracia, que, como sabe, nada tem a ver com o estalinismo”; mas não nos imunisa contra possíveis descalabres…!? Existem muitos exemplos de boa gente das ciências, da cultura, da política etc…, com um enquadramento ideológico social democrata, que tanto ontem como hoje, pensam, dizem, escrevem e fazem entre outras, declarações menos felizes nas bordas do estalinismo, racismo e muitos outros ismos, por esse nosso Mundo fora.

    • Franz K

      11 de Setembro de 2010 at 12:24

      Concordo com o que diz sobretudo quando refere ao “excesso” na resposta do Dr. CG. Mas queria deixar-lhe uma pergunta e extensível também ao Dr. CG.

      O que vale ter um exército de oficiais se não existirem soldados para porem em prática as estratégias e tácticas destes oficiais?

      Penso que o texto do Dr. Armindo só sublinhou o papel que a juventude tem a desempenhar em qualquer estratégia eleitoralista de um partido político, numa população como a nossa.

      De facto escamoteou outras pessoas e/ou organizações que tiveram naturalmente o seu papel na história de STP, mas não vejo nisso uma táctica estalinista, mas algo para realçar este momento de mudança eleitoral que se viveu em STP.

  15. Mané Petema

    10 de Setembro de 2010 at 17:48

    Curto, objetivo mas não sei se é o baixo nível da minha intelectualidade, não pude entender muito o nexo ou onde quis chegar o Senhor Carlos Graça.
    Mas, pude perceber que tem muita coisa que senhor primeiro Ministro tem a nos ensinar, tem muita coisa que o senhor esconde, assim como a formula mágica pra que pudéssemos sair num foguete com destino ao sucesso.

    PS: Problemas em STP, todos conhecemos.
    Soluções todos queremos.
    Não voltamos as costas pro Passado, afinal é ele quem traçou nosso caminho até aqui.
    Mas viver dele é como estar no MUSEU, Tempo la é ETERNO e ESTÁTICO.

    • Mané Petema

      10 de Setembro de 2010 at 17:51

      Senhor EX-Primeiro Ministro, quis dizer eu acima!

  16. Digno de Respeito

    10 de Setembro de 2010 at 19:11

    Caros,

    Continuo a dizer que segundo a história da Opinião Pública, ela nunca foi benvida na história da democracia. Basta olhar para a sua origem, isto é, desde a Antiga Grécia.

    Contudo, a liberdade de expressão deve ser respeitada em Espaço Democrático. Ao menos que seja em Estados não democráticos. Já alguém dizia através do dito popular: “quem semeia vento, colhe tempestades”. Isto para relembrar que a história se constrói através de factos e acontecimentos. E, de tudo quanto aconteceu desde periodo pré e pós CLSTP até os nossos dias, qual dos envolvidos e ditos pedras relevantes teve a amabilidade de brindar os leitores ou mesmo á estudiosos geracionais com uma obra literária que testemunhasse a história de STP?!! Na ausencia de qualquer obra desta natureza, cada um vai tentando fazer o que pode e pelos meios de despõe. Ao menos esses tentam mostrar a votande pelo (des)conhecimento de factos contextuais da nossa história. Agradeço que me corrijam se estou enganado na presente narrrativa.

    Não basta as licenciaturas, mestrados e doutoramentos.

    É preciso que se dinamise e o espaço para partilha de conhecimentos. Assim, pode ser um passo seguro para os que podem valiciar. E por sinal, todos estamos sujeitos ás falhas, erros. Importante é saber ouvir e fazer-se ouvir para comungarmos de boas práticas sociais rumo ao desenvolvimento.

  17. Fr07

    10 de Setembro de 2010 at 21:34

    uma coisa que eu tenho pra vos dizer é que os politicos santomenses so passam tempo a falar do que agir, tamos cansados com isso,por favor calem essa vossa boca, ajudem o pais en vez de passarem tempo a falar de blal bla bla, assim n vamos longe. temos que nos unir, nao pra estarmos juntos, mas pra fazer alguma coisa juntos……..

    • pumbo

      19 de Outubro de 2010 at 18:35

      Estou plenamente de acordo que nao se constroi com “bla bla bla”. A nossa terra precisa de individuos pragmaticos, capazes de realizar os sonhos da nossa sociedade em ter uma vida mais digna. Basta de dimagogia que so faz perder tempo. Com todo respeito e melhores votos.

  18. José Maria Cardoso

    10 de Setembro de 2010 at 23:27

    Gozo do privilégio de ter lido, nesta tribuna, o trabalho do Economista Armindo Esp. Santo na sua visão a anunciada “morte do MLSTP” pós eleitoral.
    Partindo do princípio que o seu raciocínio levantou alguma poeira que tivesse despertado uma ilustre figura desse partido e do país, Dr. Carlos Graça, a quem prezo respeito e estima, por si só, valeu a pena a pertinência de Dr. Armindo Espírito Santo.
    Infelizmente, o contraditório que vem a baile com o trabalho em causa, colocando duas análises opinativas, nada mais que isso, encontra intromissão de alguns comentadores que não perdem oportunidades de se manterem a distância daquilo a que o fato não lhes sae pela medida (momento certo de prescendirem de participação). É compreensão de cada um do alcance da liberdade de expressão sem limites, a que há muito alguns denominaram de libertinagem, outros de analfabetismo propositado ou ainda de vandalismo letrado.
    Parabens Dr. Carlos Graça, parabens Dr. Armindo Ceita.
    Enquadro-me na lista daqueles que exigem dos lideres do passado, os fundadores da Nação e não só, a memória escrita da nossa existência enquanto um membro no Concerto das Nações.
    Não acredito que amanhã seremos forçados a condená-los com a linguagem corrente e tradicional de que os velhos da terra morreram e levaram consigo as folhas, as cascas e as raizes que se punha debaixo da língua e desaparecia-se ou coisa semelhante.
    Para compreender melhor o alcance sociológico e as peripécias que ditam o nosso estar e fazer, faço o especial esforço em possuir os livros das minhas ilhas e não pude dispensar o do economista Armindo Ceita do Espírito Santo no seu pensamento “S.T.P. problemas e perspectivas para o seu desenvolvimento” a quem proponho para a próxima investigação um trabalho acerca do famoso Engº Salustino Graça.
    O seu livro é, sem dúvidas, mais um e grande contributo que faz falta a muitos dos comentadores que por aqui aparecem para chamarem bisca de sueca ou vice-versa, apenas por serem partidas de baralhos.
    Bem-haja!

  19. BLAGA PENA

    11 de Setembro de 2010 at 12:24

    Drº Caros Graça é por excelência um dos arquivos vivos que temos na nossa terra natal, temos que tirar o maior proveito dele, com muita estima e respeito srº Drº Carlos Graças, devemos muito a vossa Excelência, e esparamos da vossa parte o maior contributo no desenvolvimento do nosso S Tome e Principe

  20. Jeka

    12 de Setembro de 2010 at 11:56

    Tenho feito vários apelos à todos quantos fazem comentários neste espaço, para que usem uma linguagem comedida, tolerante e urbana.

    O propósito é o de resgatarmos a qualidade e o brilhantismo que caracterizavam os são-tomenses nos finais do século XIX e inícios do século XX. Relembre-se, a título meramente exemplificativo, a qualidade e profundidade intelectual dos artigos escritos no jornal “O NEGRO”, editado pela Liga dos Interesses Indígenas, organização amplamente dominada por intelectuais são-tomenses. Impressiona a qualquer um, a maneira e o cuidado com que cada palavra era escolhida ao longo daqueles textos, que revelavam simultaneamente, uma certa acutilância face ao poder colonial, mas o respeito pelas pessoas e instituições do regime.

    O que se tem de compreender é que nutrir opiniões contrarias é perfeitamente compatível com o respeito mútuo, a consideração e a urbanidade nas relações inter-pessoais.

    Dizia alguém neste blog, que era preferível que certas pessoas de abstivessem de comentar certos assuntos, sobretudo aqueles de natureza mais complexa, que ultrapassam a capacidade de compreensão mediana.

    Nesses casos, diria que a melhor postura que se espera daqueles que eventualmente não podem contribuir para o engrandecimento dos assuntos em discussão, é a de seguirem atentamente as discussões e não se ridicularizarem em comentários completamente despropositados, que normalmente descambam para o desrespeito e para a obscenidade.

    Nos últimos tempos tem-se mencionado de forma muito recorrente a necessidade de os cidadãos que são o testemunho vivo da fase da história pré-independência de STP, designadamente os sobreviventes do CLSTP, transmitirem as suas memorias às gerações mais novas e vindouras.

    Concordo plenamente com esta corrente e acho que o Dr. Carlos Graça está numa posição privilegiadíssima, pois alem de ser um dos cidadãos são-tomenses mais honrados e respeitados no arquipélago e fora dele, é um intelectual de craveira e possui dotes comprovados para a escrita.

    Por isso, aproveito o ensejo para reforçar o repto, aqui lançado, apelando e encorajando o Dr. Carlos Graça a tornar público as suas memorias e deste modo, partilhar a sua experiência e deixar ensinamentos certamente muito valiosos para várias gerações.

    Bem haja.
    Jeka.

  21. Salvador da Pátria

    12 de Setembro de 2010 at 13:34

    Parabéns ao Senhor Dr. Armindo Ceita do Espírito Santo e também ao Senhor Dr. Carlos Graças,o facto de terem exercido o direito de cidadania.
    Só lamento o reacção por parte do Dr. Carlos Graças em relação ao conteúdo do artigo de autoria do Dr. Armindo Ceita, porque ao invés do Ex-primeiro ministro contrariar o referido artigo com argumentos plausíveis, fê-lo criticando de forma destrutiva, e quase pondo em causa a capacidade intelectual do Professor Universitária.
    Pelo exposto, sou de opinião que o conhecimento não é absoluto, o que quer dizer, que devemos respeitar a ideia de outrem. Caso contrário, estaremos a pôr em causa, um dos pilares do Estado do Direito Democrático, que é a liberdade de expressão.
    Viva a Dialéctica e a Democracia!
    Bem haja.

    Salvador da Pátria.

  22. JORGEK

    12 de Setembro de 2010 at 17:44

    HOMENS COMO CARLOS GRAÇA SAO HISTORICOS MAS NÃO LIBERTADORES, SAO SIM COMBATENTES DA FORTUNA!

    ROUBARAM STP E POR ISSO HOJE ESTAMOS ASSIM, FEZ POR ELES E NAO PELO POVO!

    PS: N SOU INGRATO. ELES É K DEVIAM PEDIR PERDAO AO POVO POR ANOS DE USURPAÇÃO.

  23. ze cabra

    12 de Setembro de 2010 at 18:14

    sim senhor faz coisas que nos poça beneficiar

  24. ze cabra

    12 de Setembro de 2010 at 19:08

    eu ja nao digo nada porque eu por causa de umas cabrinhas e umas galinhas e uns porquinhos estou ca fui burro devia era escolher as dobras

  25. ze cabra

    12 de Setembro de 2010 at 19:17

    as proximas eleiçoes vou-me canditar mas no meu partido nao vai haver banho quem quizer dinheiro que trabalhe nos bons terrenos e produtivos que temos queremos bons politicos com qualidade com poucas palavras e mais acçao como o nosso primeiro ministro parece querer fazer e pedimos os conteraneos que estam no estrangeiro que voltem seje qual for as suas formaçoes para selecionarmos a qualidade das chefias e dos cargos porque os que temos ca estao viciados queremos melhores chefias nas forças de segurança de certeza temos em portugal conteraneos com curço policiais engengenheiros tecnicos agrarios e muito mais sei que o nosso governo esta formado por gente seria espero que nao nos disiludem

  26. Folha Pacatá

    13 de Setembro de 2010 at 10:03

    Todas as opiniões são interessantes, e sobretudo dos antigos lideres parlamentares e indivíduos que de uma forma ou outra puseram a disposição a sua sabedoria aos seus compatriotas. O Dr. armindo publicou um livro sobre a economia de STP. Tem dado a sua contribuição ilucidando-nos com artigos sobre ecnomia e alguma intervenção obviamente sobre a política embora não todas felizes. O tem feito o Dr. carlos Graça e o seu amigo Dr. Pinto da Costa? Estes( Pinto, Graça e Armindo não esquecendo de Teotone Torres) deviam promover um debate televisivo sobre a Economia o bem estar social.

  27. Alexstandard

    13 de Setembro de 2010 at 14:57

    Caros leitores antecedentes, também concordo com a ideia que o DR.Carlos Graça deve escrever um relatando, historiando e relevando o nosso STP, mas não um livro que debruce só sobre si e sobre os seus bons momentos no MLSTP/PSD, um livro que revele e que fale de tudo e até das suas traições ao Dr. Manuel Pinto da Costa e sobre o seu interesse pessoal em relação ao do Próprio povo que o viu crescer.

    por outro lado, quero dizer ao Dr. Carlos Graça que a derrota do MLSTP/PSD de 1 de Agôsto passado não é e não foi surpreendente para ninguém e que próprio Sr. já previa isto e que deve dá graças ao Deus pelos 21 Deputados

    o melhor que devia fazer é agradecer á aqueles que humildemente ainda acreditam no MLSTP mesmo com as suas Histórias negras e com a fama de “Dilapidadores”

  28. Digno de Respeito

    16 de Setembro de 2010 at 4:44

    Já agora falando da luta dos “contrários” e o princípio da negação, questiono se alguém poderá esclarecer o seguinte:

    Durante o processo da dos “movimentos da Libertação” e em relação aos intervenientes santomense (daquela altura), houve ou existiu algumas vez alguma contradição entre Carlos Graça, Pinto da Costa, Tomás Medeiros, Miguels Trovoada, Filinto e os da Frente Popular Livre? Se sim, qual teria sido o motivo ou os motivos?

    OBS: Quem pergunta não erra. Fico grato.

  29. Zé Maria

    10 de Outubro de 2010 at 2:16

    Pois é,
    O Sr. Carlos Graça esqueceu-se de frisar no seu discurso quando se refere a democracia, que, a Democracia foi instituida em STP não por iniciativa do seu partido (MLSTP)que era contra, mas, sim, por uma questão de obrigação, por pressão da comunidade internacional (França, EUA, Portugal…)como condição para continuar a conceder ajuda externa ao país.

    Esqueceu-se de frisar ainda, que as circunstâncias do fato assim obrigavam-no [queda do murro de Berlim em 1989, desmantelamento do bloco socialista na ex URSS e consequentemente a falta de apoio desses países marxistas, queda na balança comercial de STP,…].

    [Quem não se lembra do fechamento das Embaixadas dos países do leste em São Tomé[localizavam-se nos edificios em frente ao Liceu Nacional?].

    Com todo respeito, é bom não se esquecer desses fatos antes de discursar porque o povo não tem memória curta.

  30. Conde de Monte Cristo

    13 de Outubro de 2010 at 9:48

    Gostei muito da frase de alguém que dizia que o Dinassairo saiu da encomadoura.E saiu realmente para brincar com o seus compadres comadres e as suas comadres e ver se consegue mais uma vez passar-lhes as pernas.
    O C.M.C. consegue descobrir essas artemanhas desses lobos encobertos na peles de carneiros.
    Vejamos: si o DR.C.G na sua estrategia politica conhecida como”Vamos Derrubar”
    derrubou o PCD-GR em menos de 5 anos de governação e reconduziu o MLSTP/PSD ao poder,qual seria o seu sentimento natural
    e real ao colocar o MLSTP/PSD ao peito no momento mais critico da sua historia? Qual seria o motivo de tanta animosidade de alguém que a bém pouco tempo vivia numa letargia profunda, isto é desde da 2ª eleição prsidencial em que o mesmo foi enganado pelo Leão da Juba Grande que fez o tiro pela colatra, dividindo o seu proprio partido e favorecendo o adversario e aniquilando por completo aquele que conseguiu a maior victória de todos os tempos dos ditos Sociais Democratas?
    Não seria essa magoa passada do passado recente 15 anos o nutriente que anima agora a atitude do Doutor?
    Penso que é suficiente para descobrirem a onde C.M.C.quer chegar.
    Magi Sum dotolô na ka tlabafa, sum dotolô na bilá tê saôgi fá. Mom ni gibela só!
    Pena ça de Ludimila ê!Cuidado com os truques!

  31. P.F.

    22 de Outubro de 2010 at 15:20

    Por tudo que já se disse sobre este tema e o que ainda ficou por dizer, a verdade é que muita àgua ainda vai correr por baixo desta ponte. Afinal o tema: “Os jovens e o estalinismo histárico”, até é engraçado e desperta algum interesse em todos quantos se sintam Sao Tomenses uma curiosidade de saber cada vez mais a razão da nossa existencia,o porquê da nossa presença no mundo como povo suberano. Permitam-me que eu vos diga meus caros senhores e com todo respeito que este facto do ponto de vista sociológico ultrapassa o imaginário da nova geração e atravessa as gerações vindoras. Sem comentários.Na verdade a nossa história precisa de ser reescrita para nos ajudar a compreender melhor a nossa passagem e presença no planeta de modo a que cada um de possa dormir sossegado.Confesso-vos meus caros leitores que até hoje não consigo dormir descansado. Imaginem as novas gerações!Deixo no ar uma pergunta: Quem é o srº, que se segue? O tempo dirá. O País precisa de saber. Vamos meus amigos desmontar os tabús. O anal da nossa história reclama por isso,pois existem paginas vazias por preencher e um livro branco para todos estes objactores de consciencia ou nem por isso assinarem. Num País pequeno como STP, onde todos mereciam estar a viver em paz, harmonia, sem reservas e resentimentos é no minimo o que se pode exigir aos homens que ocuparam cargos políticos de relevo no nosso País.Aqui fica os meus desejos, na esperança de que um dia a história encargar-se-à em resolvê-lo.Reforço dizendo:Explicar o País.Porque a nação precisa saber!
    Bem haja Sao Tomé e Principe..

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