Opinião

A Mudança de Pele da Gita

Os partidos políticos em S.Tomé e Príncipe, reiteradamente, agem como as cobras em muda de pele. A diferença é que transformam este ato, que deveria ter um significado interessante, revitalizador e indiciador de uma saúde normalizada, em propósitos miméticos ameaçadores típicos de uma relação predatória, ou melhor, canibalesca, destruidora de todos os indivíduos da espécie em causa.

Assim sendo, temos partidos políticos, em S.T.P, que, como as Gitas, invariavelmente, mudam de pele e, no entanto, neste processo, aproveitam esta oportunidade para se transformarem em serpentes velozes e astutas como a Cobra-preta ou noutras espécies temíveis como as Gibóias. Ninguém quer continuar Gita neste processo hipercompetitivo da política Santomense. Por isso, assim que chega a hora de mudança de pele, todas as nossas Gitas querem ser  Cobra-preta ou Gibóias para melhor explorarem as fragilidades dos adversários e tornarem-se temidas no ecossistema.

Todavia, a primeira contrariedade que encontram, é que a pele da Gita pode não ser a ideal para servir os interesses da Cobra-Preta ou da Gibóia e, assim, temos um cenário ideal, em S.T.P, para a existência de partidos políticos muito preocupados com os seus interesses decorrentes da luta partidária intensa entre si e, todavia, despreocupados com a roupagem própria identificadora da sua ação, missão e objetivos no ordenamento político-constitucional de origem. Isto tem sido extremamente nefasto para o nosso país, desde a instauração da democracia, refletindo alguns problemas preocupantes.


Em primeiro lugar, como o papel político representado pelos diversos grupos sociais, através das suas preocupações e posições, na dinâmica do nosso sistema partidário, não existe, ou é muito incipiente, isto torna este mesmo sistema partidário totalmente desligado do nosso sistema social. Temos, por isso, um “país político”, que inventa, sistematicamente, um “país imaginário” para as suas soluções e decisões políticas e  que não entende o “país real” que, de facto, existe e este, por sua vez, entende, cada vez menos, o referido “país político”.

Neste caso, a luta e inter-relação entre os nossos partidos políticos passa a ser o resultado principal dos interesses partidários específicos. Por isso, nesta luta acelerada de sobrevivência, ninguém quer ser Gita e todos querem mudar de pele para se transformarem em Cobra-preta ou Gibóias negligenciando a sua missão original no contexto em causa.

Com este tipo de condicionamento, a expetativa social em relação à ação política, dos diversos partidos políticos, deixa de ser o resultado de formas específicas de participação popular para passar a ser uma mera relação de satisfação aparente de esperanças temporalmente criadas e de objetivos prometidos durante as campanhas eleitorais, atividade parlamentar dos diversos grupos políticos ou governativa.

Neste caso, haverá sempre uma tendência crescente para a distanciação dos grupos sociais, em relação aos agentes políticos, acentuando a separação entre o “país real” e o “país político” porque, ciclicamente, estas mesmas esperanças e objetivos não são cumpridos. A vida política formal reduz-se, assim, ao que se passa no “país político”, ou seja, entre os diversos partidos políticos. Todavia, isto é perigoso porque, no “país real” existirá um espaço aberto em que se desenvolvem interações entre grupos sociais e sobre as quais o “país político” vai perdendo, gradualmente, o controlo.

Isto levanta dois problemas preocupantes para o aprofundamento da nossa democracia. Em primeiro lugar, os partidos políticos preocupados com a ideia de serem Cobra-preta e Gibóias, em vez de Gitas, passam a vida a condicionarem-se mutuamente mas, todavia, ficam sem capacidade para orientar a sociedade no seu todo ou em alguns sectores principais. Em segundo lugar, os grupos sociais não se reconhecem nos diversos partidos políticos e/ou nas instituições políticas da república limitando apenas a procurarem recolher o máximo de benefícios ou apoios possíveis nas diversas situações, designadamente, nos atos eleitorais que se vão sucedendo. O “banho” é filho deste expediente politico, por parte dos partidos políticos, como tentativa de salvarem a pele.

Encurralados, e sem uma fórmula para saírem deste ciclo vicioso que ajudaram a construir, os partidos políticos resolveram ensaiar, na Assembleia Nacional, o mesmo expediente para resolverem o problema do “banho” que eles próprios criaram e alimentaram durante anos. Vai daí, resolveram, outra vez, mudar de pele para serem Cobra-preta ou Gibóia porque desprezam ser Gitas.

Neste caso, aprovaram uma nova Lei Eleitoral que, entre outras modificações introduzidas, instituí o voto obrigatório no país, para os diversos atos eleitorais, sem qualquer discussão pública transversal no seio da sociedade ou, mesmo, menosprezando a referida sociedade numa matéria que constitui, talvez, a maior reforma política realizada após a instauração da democracia. Isto é um autêntico suicídio político porque, para além desta nova Lei não resolver o problema do “banho” e ter muitos condicionalismos técnicos decorrentes da sua aplicação prática encerra muitas preocupações.

Em primeiro lugar, o pluralismo político tão propalado pelos representantes dos diversos partidos políticos e atores institucionais, não deve ter limites para umas coisas e não para outras. Se desejamos e respeitamos a ideia do pluralismo político em todas as vertentes de manifestação, por que razão não devemos respeitá-lo relativamente ao grau de participação popular nos atos eleitorais e intervencionismo cívico?

Por que razão todos os Santomenses devem empenhar-se, em termos participativos e eleitorais, da mesma forma e com a mesma intensidade, nas questões políticas da nossa terra, sobretudo, num contexto, onde, há décadas, os políticos fizeram tudo para que esta tendência não se manifestasse? E quem estabelece o grau ou limites desejáveis deste empenhamento cívico e participativo de todos os cidadãos nas questões políticas? É o governo? A Assembleia Nacional decretando o voto obrigatório nas eleições nacionais? Isto não configura uma forma de manifestação de autoritarismo num contexto em que o “país político” está totalmente divorciado do “país real” e, como tal, inventou um “país imaginário” para que aquele possa manifestar a sua autoridade?

Só que os nossos políticos esquecem-se que, os cidadãos, ao interessarem-se, com maior ou menor amplitude, pela coisa política estão, definitivamente, a emitir sinais que devem ser interpretados politicamente. O baixo ou nulo interesse e a apatia dos cidadãos, num contexto em que os partidos são os principais responsáveis pelo descrédito político e orientação desastrada da nossa sociedade, também são formas respeitáveis de opinar ou de decidir, e não necessariamente a manifestação de falta de compromisso político.

Além disso, se os objetivos da recente lei eleitoral, aprovada na Assembleia Nacional, era contribuir para melhorar os níveis de participação popular nos atos eleitorais e na coisa pública a pior coisa que se poderia fazer seria prescindir do contributo desta mesma sociedade civil na sua conceição e discussão. Como é que se pode querer que as pessoas participem na coisa política afastando-as, todavia, deste propósito? Não tem qualquer sentido a ilusão de uma intervenção autoritária neste sentido com o objetivo de conceber uma mudança.

Neste domínio só uma mudança livremente desejada pode satisfazer os critérios de uma intervenção não forçada com resultados pretendidos. Estamos num domínio de fuga para frente com intenção clara de desculpabilização camuflada dos atos irresponsáveis praticados durante anos pelos nossos partidos políticos e seus principais responsáveis com consequências desastrosas no futuro.

O léve-léve, característico dos hábitos da Gita, que nos é culturalmente familiar, deve ser (re) formulado para que possamos ganhar tempo e não perdê-lo, no que se concerne a ação política dos diversos partidos políticos nacionais. Por isso a melhor forma de o fazer é, no processo de mudança de pele, como as cobras, os nossos partidos políticos devem preferir continuar a ser Gitas em vez de Cobra-preta ou Gibóias e adequar os seus processos de organização e dinâmica contra a falsa ou aparente mobilidade.

Adelino Cardoso Cassandra

49 Comments

49 Comments

  1. Diogo

    30 de Agosto de 2013 at 10:47

    Sim senhor! Boa reflexão. Esta lei deveria ser discutida pela sociedadee civil em toda a sua dimensão. Não são os partidos que estão em e o povo em baixo. Além disso eu quando votei para eleições legislativas nenhum partido político tinha no seu manifesto que iria introduzir o voto obrigatório. É assim que o povo vai-se afastando dos paretidos políticos e da política.
    Muito0 obrigado senhor Cassandra.

    • André Trindadense

      30 de Agosto de 2013 at 11:19

      Bem dito. Eu sempre tive esta perspectiva em relação aos nosso sistema. Parece que existe um fosso tão grande entre os políticos e o povo que os políticos não entendem ou fazem de propósito para que este fosso exista e com tal eles podem resolver os seus problemas.
      Este senhor fez uma gramde dissertação sobre o nosso sistema que acerta completamente nas conclusões. O povo já está cansado de ouvir as músicas dos políticos e já não acredita neles. Os políticos sabem disto. É por isso que criaram esta lei para obrigar o povo a votar neles. Muitos parabéns senhor Adelino por nos brindar com este grande artigo.

    • Lagaia de Cidade

      30 de Agosto de 2013 at 11:23

      Li e gostei muito. Muito obrigado pela crónica e parabéns para si. Grande analista.
      Fui

    • Mario Bêtodo

      30 de Agosto de 2013 at 11:42

      Leitura perfeita e real da nossa sociedade e da política. Muitos parabêns. Aconselho os nossos politicos a lerem este artigo.
      Mário

    • graca

      1 de Setembro de 2013 at 23:52

      …sera que o povo esta esclarecido,informado acerca desta lei ?…em que obriga as pessoas a votarem !..
      gostaria que ao mesmo tempo aprovassem uma
      lei em que os deputados perdessem a imunidade
      parlamentar ….
      Na qual pudessem ser julgados quando nessessario…

  2. Parvo-Voz da rua

    30 de Agosto de 2013 at 11:16

    É gritante a situação dos formandos que não conhecem seus direitos e é coagido de impunidade de reivindicar os seus direitos. Me permitam só dizer aos Representantes de Agricultura desde o Director até técnicos, que os formandos que estão na formação de mais ou menos 2,5 meses em CATAP estão sujeitos a tratos escuros, desconhecimentos dos seus direitos no que compete o subsídio, até outros acessórios para um pleno dito regime de Internato. Sendo assim como parente ou pessoa civil sinto muito estranho e acho que a melhor forma seria por cheque ou clarificar por lei quanto é que cada pessoa deve receber sem corrupção que consistia num empréstimo ao alunos que nem sabiam quanto recebe e cai na corda podre.”Eu fiz empréstimo mas não sei quanto eu ganho!…Como é possível?????? E a coisa está andando sendo um projecto que quando acaba culpa o governo “Nós mesmo estamos a dar cabo de Nós” Eu acho que deve haver uma reunião com Ministro e Director junto aos Formandos actual de apenas ouvir um formando em dizer que ele recebe abaixo de 1500.00 dbs mensal que isolamento é só para dos Príncipe?????? E se alguém põe em falar na rua é criticado Pork?????????????? voz da rua.

  3. Gente do País

    30 de Agosto de 2013 at 11:29

    Eles querem ser cobra preta para se matarem uns aos outros e destruirem o país matando também o povo. Eu não sei porquê que estes partidos políticos existem em S.Tomé e Príncipe.O senhor Adelino Cassandra tocou na ferida. Estes dirigentes deviam ler isto com atenção.
    Agradecimentos pelo texto. Muitos parabéns. Continua a nos brindar com estas maravilhas.

  4. Boi a dormir

    30 de Agosto de 2013 at 11:56

    Falas muito e fazes pouco!

    • Mario Bêtodo

      30 de Agosto de 2013 at 12:28

      Senhor Boi, discutir e refletir sobre os problemas de S.Tomé é a receita que o país precisa. Este senhor Adelino trouxe coisas interessantes para discussão sobre o nosso país que todos deveriam ler com atenção. O senhor acha que ele fala muito e faz pouco. O que é que o senhor já fez para S.Tomé? Deixemos de maus vícios e complexos. O senhor pode escrever como ele. Porquê que o senhor não faz isto? Faz alguma coisa pelo seu país e deixa de criticar só por crtiticar. Ou o senhor é também um destes políticos que nos anda a enganar durante décadas? O senhor tem medo do quê?
      Muito agradecido
      MÁRIO

  5. rostov

    30 de Agosto de 2013 at 12:03

    Este País passou a ser REPUBLICA DOS DEPUTADOS DE SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE.eles fazem e desfazem em beneficio deles. Enfim.

    • Martelo da Justiça

      2 de Setembro de 2013 at 12:17

      Meus caros, são os deputados que temos e foram eleitos pelo povo e para que em nome do povo tomem certas decisões previstas na constituição, entre elas a de elaboração e aprovação de Leis. É assim em quase todos os Países democráticos. Portanto, a qualidade dos eleitos tem a ver com a qualidade dos eleitores. Agora vamos ter que esperar as novas eleições e desta vez, oxalá que escolhamos bons deputados, se não formos influenciados pelo “banho”.

  6. joão pedro

    30 de Agosto de 2013 at 15:03

    Esta lei fantoche não terá qualquer aplicação pratica, na medida em que,a maioria da população não vive da politica do governo.
    A maioria do povo santomense vivi dos seus expedientes. Principalmente os que não teem padrinhos na politica. Vivem das suas verdades e suas aldrabices,dos seus negocios e seus desvios,da honra e da sua prostituição (alguns).Como é que o governo procederá a fiscalização desse nomativo?
    As pessoas não teram acesso aos cuidados de saude?
    As pessoas não poderam viajar se não apresetarem o comprovativo em que exerceu o seu dever de votar?
    Ou não poderam tratar qualquer documento oficial sem a respectiva prova? Quanto a isso enganem-se,porque existem individuos que nem bilhete de identidade teem.
    Na minha opinião a introdução desse normativo,visa apenas a facilitação da FRAUDE ELEITORAL,da proxima campanha. Tudo foi urdido a pensar na proxima eleição. Só que se enganaram o povo estará atento.

    • Escola Atanásio Gomes 1982

      30 de Agosto de 2013 at 23:36

      Esta lei nunca deveria ser feita nas costas do povo. Quer dizer, os senhores políticos transformaram o país num país deles. Só eles é que têm estado a lucrar com o país e seus familiares. Abandonaram o povo miúdo. Agora querem obrigar o povo a votar. Isto pode ser? Quer dizer, eu não tenho direito a nada neste país. Nunca me deram nada a não ser uma bolsa de estudo. Estou desempregado. Nunca nenhum político ou partido político se interessou de mim. Agora que eu vote. Vão mas é tomar banho.

  7. edu

    30 de Agosto de 2013 at 15:47

    Sr. Adelino peço desculpas, mas agradecia que pedisses ao Abel Veiga para trocar a tua foto, essa não é lá muito convidativa. Peço desculpas mais uma vez

    • Lanterna Vermelha

      30 de Agosto de 2013 at 19:56

      Lê o texto com atenção e deixa de baboseiras. Este senhor tem dado grande lição aos nossos partidos políticos e políticos em geral. O que é que a fotografia tem a ver com o texto? Sinceramente! É assim que os políticos deste nosso S.Tomé reagem quando são atacados por quem sabe.

    • Rubim dos Bosques

      30 de Agosto de 2013 at 23:41

      Olha o outro. Preocupado com a foto do senhor em vez de ler o excelente artigo que ele escreveu.
      Não vou repetir aquilo que outras pessoas já disseram. EXCELENTE ARTIGO. Todos os políticos deveriam ler este artigo.
      O senhor está fora do país ou cá? Peço-lhe desculpas por esta pergunta.

  8. Eusébio Pinto

    30 de Agosto de 2013 at 17:14

    Caro Compatriota Adelino Cassandra,

    Os seus artigos de opinião não me surpreendem pela qualidade, porque cada um deles sempre a tem em demasia. O que me causa desmedida admiração nas suas obras publicadas no Tela Nón é a sua elevada capacidade de criar uma “simbiose” entre a metaforização dos temas que elege para apresentar ao público leitor e o enquadramento lógico que esta metaforização acaba por ter com o nosso “país real”.

    Simplesmente EXCELENTE!

    Euséio Pinto
    Luanda – Angola

    • Carlos

      30 de Agosto de 2013 at 19:51

      Subscrevo na íntegra. Grande reflexão que todos deveriam ler com atenção. Concordo plenamente que o autor do artigo em causa é simplesmente fantástico na forma como relaciona a nossa realidade social, económica, cultural, fauna, flora, costumes e hábitos com análise política perfeita. Muitos parabéns para si meu caro. Simplesmente soberbo.

    • Lolo

      30 de Agosto de 2013 at 23:46

      Senhor Cassandra. Li e reli a sua crónica. Muito belo e com grande imaginação. O senhor tem uma grande capacidade de escrever utilizando uma linguagem e associação de ideias que consegue prender os leitores e ao mesmo tempo fazer uma análise fabulosa da realidade existente no nosso aís. Meus parabéns. Excelente, sim senhor.

    • R.R.

      31 de Agosto de 2013 at 16:38

      Já utilizaram todos os adjetivos. Simplesmente Excelente! Reli e gostei, meu caro. Quem sabe o que é Gita e Cobra Preta fica maravilhado com a sua imaginação. Muitos parabêns.

  9. Anca

    30 de Agosto de 2013 at 22:32

    Os governantes ou dirigentes cujo os espíritos, não defendem o seu solo e o seu idioma nativo, entregam a sua alma ao estrangeiro, antes de ser absorvida e dominada por ele, tal e qual, o povo cujo o espírito, não defende o seu solo e o seu idioma nativo, entrega a sua alma ao estrangeiro, antes de ser dominado por ele.

  10. Barão de Água Izé

    30 de Agosto de 2013 at 23:02

    Caro Adelino Cassandra: sem ser redutor, diria que STP tem de mudar de pele ideológica, modelo e politica económica.
    Enquanto a maioria das Roças, imóveis rústicos e urbanos estiverem na posse do Estado proprietário latifundiário e ocioso, nem o petróleo salvará a nossa Terra da pobreza. Deixemo-nos de ilusões e forcemos a nossa Terra a “mudar de pele”!

  11. F.B

    30 de Agosto de 2013 at 23:28

    dá gosto lê-lo. é a primeira vez que escrevo nestes comentários. só para agradecer ao autor do texto. muitos parabêns pela sua capacidade de imaginação e análise crítica do nosso sistema político e social.
    um bem haja
    F.G

    • Paulo

      31 de Agosto de 2013 at 16:35

      É a primeira argumentação relacionada com voto obrigatório que merece aplausos. Já falei com algumas pessoas sobre isto e já li algumas considerações sobre este tema mas as questões levantadas por este senhor neste artigo merece uma leitura atenta e aplausos. São questões muito pertinentes. Se vivemos numa democracia plena as pessoas podem se manifestar não votando em algumas eleições. Têm este direito. Sobretudo tendo em conta a conduta dos nossos principais partidos políticos. Porquê que as pessoas têm de ser obrigadas a votar? Isto é uma ditadura? Porquê que o povo não participou na discussão desta lei? Para algumas coisas precisam do povo e para outras coisas querem obrigar o povo a fazer. Onde vamos parar?

  12. Tome Gomes

    31 de Agosto de 2013 at 8:36

    Para quando a elaboracao de propostas serias e coercivas que controlem as accoes dos bandidos que infestam STP?

    Manipular a populacao com essa vergonhosa inicitiva vai funcionar ao contrario do que esses politicos corruptos e sem vergonha pretendem.

    Porque nao criam uma norma que obrigue a retirada automatica de imunidade parlamentar dos deputados sempre que sobre eles recaiam suspeitas da pratica de fraudes?

    Em parte, por culpa nossa, inaccao e notoria falta de coragem proporcionamos o saque aos mafiosos.

    • Tome Gomes

      31 de Agosto de 2013 at 12:35

      permitimos o saque do Pais aos mafiosos.

    • Lolo

      31 de Agosto de 2013 at 13:06

      Concordo consigo. Esta inação foi onsequência da atitude dos nossos políticos. Agora estão preocupados com a tendência crescente desta mesma inação. Só com Cristo como se diz aqui em S.Tomé.

    • Lick

      31 de Agosto de 2013 at 16:29

      Querem obrigar o povo a votar. E o que é que os políticos ficam obrigados a fazer pelo povo? Só estão preocupados com os seus interesses pessoais e das suas famílias. Se tudo estivesse bem ou normal não seria preciso obrigarem o povo a votar. Seria uma normalidade democrática e cada um votaria sem problemas.

    • Toda Mesa

      31 de Agosto de 2013 at 17:06

      Não há dúvidas que os partidos políticos nacionais estão numa situação insustentável. Este acto de desespero com a proposta desta lei de obrigação do voto é o fim da picada. Se existe um problema de afastamento entre partidos políticos e dita sociedade civil, como afirmou o autor do texto e eu sempre concordei com isso, não é obrigando as pessoas a votarem que se resolve este problema. O problema que se deveria pretender resolver é porquê que existe este afastamento tão acentuado entre partidos políticos e a dita sociedade civil. Eu tenho muitas dúvidas que ao recorrerem ao voto obrigatório irão resolver algum problema. Deveriam olhar em primeiro lugar para as suas deficiências e para forma como actuam na sociedade para resolver os problemas das pessoas e só depois tomarem esta atitude. Este tema deveria originar um grande debate nacional para se encontrar a melhor via para a sua resolução. Mesmo na Assembleia eu não presenciei um grande debate sobre este tema. E como alguém já disse eun não me lembro de ouvir nenhum partido prometer isto na campanha eleitoral.
      Um bem haja a todos

  13. Moncó

    1 de Setembro de 2013 at 11:13

    Congratulo com o testo de opinião ora apresentado e consequentemente com os comentários feitos por muitos compatriotas, cada um a sua maneira de pensar, pois, é sinal que estamos todos preocupados com o dito NOSSO PAÍS.
    Tal comportamento não se verifica apenas nos partidos políticos, também é manifesto e com alguma gravidade em movimento político, como por exemplo: em(União para Mudança e Progresso do Príncipe)”UMPP”, difusor de um perigoso VÍRUS chamado CASSANDRISMO, alimentado por GRUPO de AMIGUISMO, usando a televisão e ouros meios de Comunicação Social para publicitar falsamente o bem-estar das pessoas no Príncipe. E sobre este aspecto o Senhor Adelino Cassandra, não faz referencia na sua opiniõe. O País é todo, Príncipe também deve ser referido com particular enfase.
    É claro que fora do compo responde-se melhor sobre os erros e as falhas dos atletas, porém, dentro dele sofre na pele quem lá estiver para conseguir victórias.
    Faz bem quando critica, mas, não deve faze-lo com distinção. Hoje a juventude felizmente tem CLASSE suficiente para refletir e compreender. Repara: votar é um acto cujo resultado depende do actor. portanto o actor é livre em votar: EM BRANCO; NULO; NO PARTIDO QUE QUISER”A”, “B” OU “C” etc… Não há lei para se votar obrigatoriamente em partido nenhum.Por isso não HÁ ditadura nenhuma neste sentido. Sejamos mais claros. Obrigado.

    • Riboqueano

      1 de Setembro de 2013 at 17:56

      Adelino Cassandra

      Deixa-me dizê-lo claramente: o senhor tem o dom de fazer as pessoas como eu pensar. É disto que S.Tomé precisa neste momento. Eu sempre tive uma opinião favorável ao voto obrigatório tendo em conta a nossa realidade política e social. Mas tendo em conta os aspectos levantados por ti, neste teu excelente artigo também sou da opinião que se deveruia ter mais cuidado na elaboração de uma lei com esta característica e neste momento do nosso país. Eu acho o seu contributo muito válido neste momento e todos deveríamos abrir o debate sobre este tema que até pode ter no futuro resultados contrários ao que oa partidos políticos pretendem alcançar com ela.
      Não consigo compreender porquê que os partidos políticos têm necessidade de fazer uma lei desta escondido do povo, sem apresentarem nas eleições legistativas qualquer intenção neste sentido. Esta lei deve ser discutida pela nossa sociedade e contar com a participação de todos os sectores.
      Parece-me a mim, como já adiantou o autor do artigo, que não se pode anadr a dizer que o povo não participa nas eleições e noutras atividades e no entanto afastar o povo de participar na elaboração e discussão de ula lei com esta característica.
      Se os nossos partidos não abrirem os olhos tudo isto vai piorar para o lado deles.

    • Tiago

      1 de Setembro de 2013 at 18:28

      Eu não percebo toda esta aflição com um artigo apenas de uma pessoa que tem feito excelentes crónicas relacionadas com o nosso país. Primeiro disseram que o senhor não fazia nada pelo país. Depois disseram que ele estava muito feio na fotografia. Agora dizem mal da família dele. Xiê!!! Kê Kuá. Tudo isto só por causa de uma crónica? Estamos muito mal como sociedade. Eu peço desculpas se estou a ofender alguém. Eu por acaso não sei se este senhor é mesmo um tal Adelino Cassandra que foi meu colega no liceu. Se é ele só posso posso estar muito satisfeito com as crónicas dele. Ele é um grande representante da minha geração. Fico feliz pelas qualidades dele. De qualquer forma em democracia as pessoas podem escrever e manifestar a sua opinião. Porquê que têm que estar a falar mal dele e da sua família? Comentem a crónica, concordando ou não com ela. Meus senhores por este caminho não vamos a lado nenhum. Devemos respeitar a opinião dos outros. Não sei porquê que as pessoas estão com tanto medo da opinião deste senhor. Têm medo do quê? Se a lei é juta vamos dicutí-la ou não?
      Para o Adelino Cassandra desejo muitos sucessos pessoais e continua a produzir estas maravilhas para lermos.
      Um abraço do teu colega
      Tiago

  14. Me Pombo

    1 de Setembro de 2013 at 14:32

    Peco desde ja deculpas pela minha”soberba ” mas gostaria de obter um dado completo deste senhor Adelino Casandra. Simplesmente os artigos lavrados por este senhor e uma obra de reflexao envaida de logica, rica em metaforas(porem simples na compreensao)transparente, educativa, esclarecedora, construtiva-ne muitos mais adjectivos. Quem sabe este senhor ate entao”desconhecido” nao seria um bom comentador politico de renome na nossa praca se pudesse,desbloquear os seus dados.
    A intencao vale a accao.

    • Fábio

      2 de Setembro de 2013 at 8:51

      Sem comentários

  15. Sexta- Feira

    1 de Setembro de 2013 at 20:19

    Assino por baixo.
    Fui

  16. F.M

    1 de Setembro de 2013 at 22:30

    O ADI também votou esta lei de voto obrigatório na Assembleia?

    • Martelo da Justiça

      2 de Setembro de 2013 at 12:21

      Quem tem medo de voto obrigatório??? Será aqueles que apenas vão votar se tomarem banho????

    • Loló Dedo

      2 de Setembro de 2013 at 13:40

      Que eu saiba parece-me que o ADI foi o único partido que votou contra esta lei.

    • R.S

      2 de Setembro de 2013 at 15:34

      Porquê que o ADI, já que não votou esta lei na Assembleia Nacional, não cria um movimento junto da sociedade civil com o objectivo de dinamizar a discussão e melhoramento da mesma? O que é que o ADI apresenta em alternativa a esta lei? Concorda com ela? Tem outra em alternativa? Qual?
      Bem haja a todos

    • Felispote

      3 de Setembro de 2013 at 12:55

      Não senhor! O ADI também votou a favor desta lei de obrigação do voto para os cidadãos. Não venham dizer que não. Também são cúmplices deste pântano.
      Fui

  17. de Ceita

    2 de Setembro de 2013 at 12:03

    Nota 100, e sem mais comentários.

    • Mada

      3 de Setembro de 2013 at 13:42

      Nós temos a mania de copiar tudo e sermos os primeiros a inaugurar novas coisas sem termos a consciência das consequências destas coisas para o nosso país.
      Esta coisa de voto obrigatório não existe em mais nenhum Africano da CPLP. O único país que fala Português que tem esta coisa é o Brasil. Mas o Brasil tem a sua espcificidade cultural, social e política muito diferente da nossa.
      No entanto como queremos ser sempre os primeiros a inventar coisas novas resolvemos fazer uma lei id^ntica a do Brasil sem termos em conta a nossa realidade social, cultural e política.
      Ainda por cima nem sequer se envolveu a população do país na discussão deste assunto.
      Não percebo a intenção destas pessoas.

    • Flor

      3 de Setembro de 2013 at 22:38

      Senhor Cassandra

      De longe envio-lhe um grande abraço. Há muito tempo que não nos vemos.
      Mais uma vez, adorei o seu artigo de opinião. Continue assim mau caro.
      Flor

    • Jota

      4 de Setembro de 2013 at 0:06

      Falou e disse. Muito bem!.

  18. Filho das Ilhas Maravilhosas

    4 de Setembro de 2013 at 10:44

    Excelente artigo de opinião. OS nossos “pseudopolíticos” deviam perder alguns minutos e lerem este artigo. Penso que seria uma boa reflexão para os mesmos.
    Tudo que tentam fazer nesse País nasce torto, porque as pessoas ainda não aprenderam a ser construtivas, humildes e sobretudo aceitar e promover a opinião do outro. O povo devia ser ouvido na elaboração desta lei, não será com imposições que se consegue mudar esta realidade mas sim com muita reflexão e mudança profunda nos partidos políticos. Mais uma vez agradeço o autor pela excelente crítica construtiva, nem sempre a crítica deve ser mal vista porque ela muitas das vezes ajudam a mudar as coisas para o melhor. Um dos grandes defeitos da nossa classe política é o de aceitar e conviver com as críticas.

  19. inquieto diz:

    4 de Setembro de 2013 at 11:01

    TB venho aqui nesta casa que é de todos nós para parabenizar o nosso mestre, como disse, e disse muito bem a Mada, os países que tenham estes tipos de leis são países que cumprem com seus deveres enquanto estado, e S.Tomé e príncipe o que faz nada e quer vir obrigar o povo a votar mas pronto como já dissera aqui alguém o feitiço pode virar contra o feiticeiro, mas o seu artigo é de uma capital importância que nem o senhor sabe bem, si continuar assim essa nossa gente será tocada e a necessidade de S.Tomé começar a ter grupos organizados que debatem, manifestam enfim contra estas soberbas atitudes do estado

    • Lenine

      4 de Setembro de 2013 at 14:44

      100% de acordo consigo. Se eu sinto que os partidos estão afastados de mim, não me ligam nenhuma, só querem o meu voto de vez em quando para que cada um dos deputados e governantes estejam no poder a tratar da vida deles, enquanto eu e restante povo contnuamos sem perspectivas nenhumas e nãp nos ligam patavina, porquê que eu tenho de estar sempre a compactuar com esta prática? Quer dizer, eu sou obrigado a votar para que meia dúzia de pessoas vivam a sua vida, tenham do bom e melhor para si e sua familia, enquanto a minha vida e de restante população não melhora e ainda por cima gozam conosco? Isto pode ser? Porquê que eu tenho de ser obrigado a fazer isto? Porquê? Isto já é quase um abuso destes governantes. Eu não me sinto reptresentado por nenhum partido nacional, eles não resolvem nenhuns problemas meus nem do resto da população e ainda por cima serei obrigado a votar neles?
      Este tema é muito importante e tem que ser discutido na sociedade civil e cá no fórum como tem sido.
      Agradeço bastante ao autor do texto pela relevância do tema e oportunidade proprcionada.
      Todos temos que dar a nossa contribuição para a resolução dos problemas do nosso país.
      Bem haja a todos os Sãotomenses e amigos desta nossa terra

    • Paulo

      4 de Setembro de 2013 at 17:03

      Muito bem senhor Lenine. Subscrevo a sua opinião. Se a população não participa nesta lei que é tão importante para o país para quê que ela só existe para andar a votar nas eleições e encher a barriga destes sanguessugas?

    • Sum fôde Budu

      4 de Setembro de 2013 at 17:22

      Não se pode pôr em causa alguns direitos que são fundamentais, num país pobre e tão desigual como S.Tomé, como por exemplo acesso à energia eléctrica, água, bolsa de estudo e outros só pelo facto de as pessoas resolverem não votar em eleições. Isto já é um abuso. E quando os políticos não cumprem os seus deveres alguns dos seus direitos são postos em causa? Isto é uma mudança muito radical para ser implementada de ânimo leve sem discussão nem respeito pelas pessoas. Deveriam em priemiro lugar saber porquê que as pessoas têm vindo a deixar de votar sucessivamente em algumas eleições. E como é que se vai penalizar os políticos que andam a dar banho? Eles serão presos. Isto é ou não um crime?

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