Análise

Será que São Tomé e Príncipe também é um “Estado falhado”?

A o ler na comunicação social que São Tomé e Príncipe terá finalmente “porto em águas profundas” e que o governo está a negociar com a Guiné Equatorial a exploração de um bloco de petróleo na fronteira marítima entre os dois países, recordei as palavras de um conhecido escritor português quando comentava o recente golpe de estado na Guiné Bissau. Aquele escritor afirmara que o referido país é mais um dos “Estados falhados” de África (e não é o único com esta visão. Ver por exemplo http://elespululamporai.blogspot.pt/2012/04/guine-bissau-um-estado-falhado.html; http://entreonadaeoinfinito.wordpress.com/2012/04/19/tiro-no-tecto/).

Evidentemente que não concordo com tal afirmação até porque põe em causa a soberania e a autodeterminação da Guiné Bissau enquanto Estado independente. Mas, apesar disso, tal afirmação intriga-me e pergunto-me se São Tomé e Príncipe também faz ou não parte dos tais “Estados falhados”?

Vejamos o seguinte:

Somos hoje considerados um país “politicamente correto” e sem grandes convulsões sociais. Mas, apesar dessa “tranquilidade”, continuamos com um Índice de Desenvolvimento Humano baixo. Estamos na 144ª Posição em 179 países (ver http://hdrstats.undp.org/en/countries/profiles/STP.html).

Consta-se que a geração dos políticos que nos tem governado nos últimos anos são, na sua maioria, pessoas academicamente bem qualificadas. Alguns possuem experiência relevante na gestão do “bem público”, enquanto outros, residiram e estudaram fora de S. Tomé; o que supostamente traria ao País uma certa “visão cosmopolita” na forma como o Estado coopera com a sociedade civil.

Parece-me, igualmente, que o País afinal tem petróleo. Digo “parece-me” porque o “povo” está na mesma e desconheço a existência de qualquer caderno de encargos ou algum outro relatório, por exemplo da Agência Nacional do Petróleo de São Tomé e Príncipe (http://www.anp-stp.gov.st/pt/), que nos explicita os reais benefícios desse negócio para o “zé-povinho” santomense. Apesar de esta Agência ter como Missão posicionar-se “como um parceiro de confiança da indústria petrolífera mundial, através de métodos de gestão modernos e transparentes, prestando contas à sociedade e agindo de maneira a contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento económico e social do país”. Por isso, se existir por aí alguma rúbrica de Orçamento de Estado ou algum relatório sobre o benefício que o petróleo já trouxe ao País, desde já agradeço que me informem.

Mas, tal como no passado recente, também hoje fala-se de porto de águas profundas, tornar o País um ponto turístico para os chineses – resta saber se China Taiwan ou se China Popular.

Ora, na minha opinião, sem uma política consistente, coerente e faseada para a justiça social, para a Educação de jovens e adultos e para a proteção social; receio que quer o “Porto de águas profundas” quer a conceção e exploração de “blocos petrolíferos” ou mesmo o “namoro” aos chineses de que tanto se fala servirá apenas para que os ricos se tornem ainda mais ricos e, em nada beneficiará os nossos idosos que trabalharam durante a época colonial e hoje nem uma pensão de sobrevivência têm, os reformados que recebem uma miserável reforma, ou mesmo os estudantes que, em muitas situações, estão entregues á sua sorte.

Sabe-se que se encontra em preparação um Diálogo Nacional entre as forças políticas com o objetivo de “pensar” o futuro do país. Mas, sabe-se também que, os principais atores são praticamente os mesmos. Será que é desta vez que poderemos dizer finalmente que Mudou-se o disco mas não se tocou o mesmo?

Portanto, no meu entender, este é o momento certo para aproveitarmos as oportunidades de investimento que todos aplaudem para melhorar a vida de cada um dos cidadãos em concreto. Até porque, apesar de estabilidade político-social ser um “bem” que todos temos o dever de preservar, tal só é possível se criarmos uma sociedade e um sistema social mais justo, democrático e solidário onde todos podem coabitar. Se não, corremos o risco de sermos também vistos como “um Estado falhado” e com todos os pejorativos que daí advém.

Verónico Neves

23 Comments

23 Comments

  1. Bom Gosto

    6 de Dezembro de 2013 at 12:25

    UUééé !!!
    Quem é esse cara?
    O que é que ele está falando?

    • ZE MACULU

      7 de Dezembro de 2013 at 12:12

      Uuué… Bom Gosto!!
      Você não lêu o k ele escreveu… Vou resumir: Ele fala do futuro do nosso País… Todos querem o poleiro e quando lá chegam as promessas da campanha ficam na gaveta…. E BURRO SOU EU???

    • Manuel Santos

      8 de Dezembro de 2013 at 18:36

      um grande TEMA: — — 4 letras

      uma magnifica QUESTÃO: — 6 letras

      uma resposta pequena; SIM: — 3 letras

      — fiquei sem saber exatamente a tua pretensão. se for mativar? concordo. apesar dos acontecimentos eu também acredito e sempre acreditarei. se que acho ja estamos na altura de querer.

      Pessoa, F., in Mensagem, ” Deus quer, homem sonha e obra nasce”.

  2. Cabo Verde

    6 de Dezembro de 2013 at 12:31

    Isto é um artigo ou é uma confusão de ideias sem qualquer nexo misturado com links sem sentido. Por favor escrevam algo com algum sentido para se poder ler com atenção, razoavelmente estruturado. É que nem sequer apetece uma pessoa ler este emaranhado de coisas ligadas sem qualquer sentido e coerência.
    Não me levem a mal, por favor. É que eu gosto de ler coisas sobre S.T.P e isto não me apetece ler porque está um autêntico caos.

    • Santos

      10 de Dezembro de 2013 at 15:48

      Lê com mais atenção e perceberás.

  3. zeme Almeida

    6 de Dezembro de 2013 at 13:18

    Somos um Estado Falhado devido aos politicos desta terra que nunca estiveram interessados para o desenviventos deste País,mas sim preocupados com o seu bem estar das familias e amigos.

    • Indignado com quem?

      6 de Dezembro de 2013 at 16:25

      Devido aos políticos desta terra?
      Nunca estiveram interessados para o desenvolvimento deste País?
      O nunca, inclui o idolatrado Patrício Trovoada e o seu pai?
      Concordo consigo. Mas não será que eles reflectem a degradação dos valores que se vêem acentuado na nossa terra?
      Os nossos meninos crescem ouvindo que “qualquer que tirar o mel tem direito a lamber os dedos”, entre outras coisas.
      Preparemos os nossos meninos hoje para serem bons políticos de amanha.

  4. gritodosolhos

    6 de Dezembro de 2013 at 13:23

    Obrigado muito bem dito e bem visto.

  5. zeme Almeida

    6 de Dezembro de 2013 at 13:24

    Erros:desevolvimento,os politicos estao preocupados com o seu bem estar e das suas familias e amigos.

  6. Trinta Mil

    6 de Dezembro de 2013 at 14:53

    Noa somos, nem seremos um estado falhado, embora as elites tivessem feito muito pouco na consolidação do ESTADO.

  7. Bom Gosto

    6 de Dezembro de 2013 at 14:57

    Oi Cara, tu é dotor por acaso ?
    Tu saiu de universidade?
    Tu já faz treinamento profissional depois de dotor?
    Puxa vida! Cada dotor que a gente tem né?

    • Stp

      9 de Dezembro de 2013 at 7:40

      Aaaaarrrrsss, uma Pena, se o portugues do Brazil e assim ooh muita pena

  8. Verdade

    6 de Dezembro de 2013 at 15:39

    Não concordo que a culpa seja apenas dos políticos. Os políticos não vão lá para sem a nossa ajuda (o povo). O problema deste País é que há muita gente a criticar, mas não têm a coragem de fazer parte da alternativa. Muitos somos “bons”, mas não estamos disposto a ir lá e servir o País, por isso estão sempre os mesmos no poder. Muitos de nós criticamos, mas quando somos chamados a servir, dizemos não. Si não fizermos nada para mudar as coisas, ninguém o fará por nós. Vamos criticar o que está mal, mas vamos fazer mais do que isso, façamos parte da solução…
    Eu não estou de acordo que sejamos um “estado falhado”, apesar dos inúmeros problemas com que o País se depara.

  9. Zeca Afonso

    6 de Dezembro de 2013 at 18:38

    O senhor Verónio Neves fala de questões completamente desactualizadas. Confesso e peço desculpas pela minha ignorância, não entendi o que o senhor pretende com este seu artigo! Seja como for mostrou coragem em dar a cara.

  10. fernandocastanheira@hotmail.com

    7 de Dezembro de 2013 at 10:59

    Parabens pelo artigo. Quem nao entendeu e porque nao quer entender. E uma contribuicao e por isso merece gratidao.
    Nao devemos criticar por criticar ao menos que facamos tambem alguma coisa para nao ficarmos desapontados.

  11. bb

    7 de Dezembro de 2013 at 21:12

    falhadissssssssimo STP

  12. zeme Almeida

    8 de Dezembro de 2013 at 13:27

    Os trovoadas é que sao os maiores culpados da desgraca dos saotomenses?Estes pessoais do MLSTP/PSD PCD e MDFM querem ser os donos desta terra!Estes é que sao os verdadeiros saotomenses, os outros, como os de {ADI}, sao {estrangeiros}nao tem direito de governar STP!Gentes mais miseráveis.

  13. Plateia

    9 de Dezembro de 2013 at 13:19

    Nao. E somente uma questao da decisao pessoal e a consciencia nacional…
    Todavia se assim for para quem o diz; filho de peixe sabe nadar e quem sai aos seus nao degenera.

  14. Santos

    10 de Dezembro de 2013 at 15:40

    Verónico Neves tem razão.

    Irmãos;
    Por mais que gritemos e por mais que façamos de conta que não percebemos a mensagem do artigo, a verdade é uma nua e crua:

    “Sem uma política consistente, coerente e faseada para a justiça social, para a Educação de jovens e adultos e para a proteção social”, corremos o risco de convulção social que pode atrasar ainda mais o nosso processo de desenvolvimento.

    Concordo que esta deve ser o ponto de partida para qualquer projeto de desenvolvimento societário. Concordemos ou não é verdade que é isso que falta o nosso país e, como tal, concordo com Dr. Verónico Neves tem razão.

  15. seabra

    10 de Dezembro de 2013 at 16:05

    Queiram-me desculpar, mas estou plenamente de acordo , com o dizer do Cabo-Verde (eu nao sou de là). Ele tem toda a razao. Tenho notado, que os artigos e os comentàrios que dizem respeito à STP, sao sempre incompreensiveis. Têm muitas ideias misturada e nao estruturadas e mesmo às vezes incoerentes.
    Mas o que mais me choca, é um sitio que se chama o PARVO , que escreve sempre artigos sobre odios, vinganças, de posiçao tendenciosa, digo a favor do partido ADI, mais precisamente do Patrice Trovoada. Considero o tal sitio, como um sitio de intrigas, onde o autor que escreve os artingos, poe uns contra os outros. Ele nao é imparcial, nao escreve jornalisticamente, nunca fala da poliyica, mas dos homens politicos de quem ele nao gosta…a prova é que quando se responde a um dos artigos dele, dando o seu ponto de vista, ele nunca publica, se nao vai no mesmo sentido dele.
    O tal sitio, nao devia existir. Certo, podemos nao estar de acôrdo com alguém e taé manifestà-lo, mas com o autor deste sitio, nao se passa assim.Enfim!!!
    Par melhor saberem e constatar o que publico sobre este sitio, convido-vos a ir visità-lo.

  16. Barão de Água Izé

    10 de Dezembro de 2013 at 21:06

    Muitos Países já faliram, desaparecendo da mapa politico. Só que essa falência acontece a muito longo prazo, e nessa altura quem se lembrará de nós e dos projectos que foram anunciados e nunca realizados? Um País pode ter autonomia politica, mas estar morto economicamente.

  17. carlos andrade

    11 de Dezembro de 2013 at 13:38

    caro compatriota , fiquei bem atento há ler suas percupacoes com o pais que e de todos nos , e há mesmo tempo alertar os nosso dirigentes . para que não esquecao que também somos filhos da terra .

  18. Santos

    14 de Dezembro de 2013 at 12:49

    Se pensarmos bem, o nosso país tem uma bandeira, um parlamento e um nome. Mas parece não existir uma perspectiva ou um projecto a longo prazo para o país. Parece que não existe um consenso nacional para o desenvolvimento do País. Parece que o povo está a se lixar para o futuro do próprio país.

    É disso que fala verónico Neves. Ora, se assim continuar, são Tomé e Príncipe deixará de se considerado políticamente um estado credível.

    verónico Neves pretende nos alertar a todos para o risco que existe se nada for feito em nome do bem comum.

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