Opinião

Patrice Trovoada dança Mão Chão-Chão de Osvaldo Santos

Quem diria!?

Das últimas semanas e dentre as várias notícias com que debruçaram os jornais feitos em São Tomé e Príncipe, há duas que marcaram a diferença, ou seja, conseguiram oferecer aos leitores menos desatentos os dois mundos que distam a agenda governativa da actualidade são-tomense.

O paralelismo entre elas, tendo como protagonistas opostos, de um lado, o Primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe e do outro, o menino de dez anos dos arredores do Parlamento do país, trouxe ao baile a indigência da política e a manifesta insensibilidade das palestras do Governo.

Osvaldo Santos MaoO digital STP-Press deu a saber que o chefe do executivo são-tomense na corrida desenfreada de inaugurações de Va Plega, latrinas públicas e chafarizes como arquitectura de menos esforço e umas tantas outras de um orçamento candongueiro paralelo ao OGE, saiu do seu gabinete mais a sua equipa da capital para ir até a Praia de Morro Peixe dançar Mão Chão-Chão. Isso mesmo. Mão no chão.

Ingenuamente para reanimar a nota informativa que nem valeu um longo vasculhar das fotografias, fui a esclarecer quem tocava e cantava para Patrice Trovoada tirar um pé aqui e outro pé lá da dança de Tlachá. Sem necessidade de qualquer espalhafato, quem mais seria? O povo.

Enquanto isso, o digital Transparência noticiou que a Associação Terra Verde comandada por uma filha radicada em França, nas suas obras sociais de colmatar a desgraça nacional e que já deu de oferta transporte, medicamentos e utensílios sanitários ao hospital do Estado, Ayres Menezes e, não só – são-tomenses da diáspora em Angola são dos mais sensíveis e contributivos nas ajudas financeiras a ATV- abraçou mais uma causa dos não beneficiados por inaugurações de Patrice Trovoada.

Na sua agenda, a Associação de Elsa Garrido arregaçou as mangas para angariação de meios financeiros e materiais a melhorar as condições de habitabilidade da família de Osvaldo Santos, que desde a nascença dança o seu Mão Chão-Chão, junto a mãe, o padrasto e mais seis irmãos com que divide o mesmo quarto na capital, à boca e nariz da casa de aprovação e prestação das contas dos governos da república.

A subserviência em que estão expostos os funcionários púbicos retirando a liberdade de exercício, por mais que sejam intelectuais e donos das respectivas áreas de formação, não lhes resta outra alternativa que poputacho para sobreviver a jogada dos políticos.

AIbEiAIAAABDCP3FuYv6iZ2tISILdmNhcmRfcGhvdG8qKDAwNTNiMTYyOThhZDk4MTlhNjFjNDZhNzU4NjhlMWYxMTVjNmVjZTEwAaOFE0cFPpyIB8R5HwYOVqMGBfQQ geral IMG_6757 Osvaldo Santos MaoOs gritos de socorro que inundam o país, só por incorrecta interpretação dos actos de governação, algum jornal sairia a enobrecer e levar ao conhecimento de uma Nação que o responsável máximo da agenda política, económica e social dos são-tomenses teve o sensacionalismo extremista de ir dançar Mão Chão-Chão – coisa longe de encomendar ao charme de Patrice Trovoada – contra as correntes da Natureza que atiraram Osvaldo Santos, na sua deficiência física, a dançar com os deputados o seu Mão Chão-Chão na terra lamacenta de Vila Maria.

O Governo no seu programa orçamental especulativo não mede esforços em inaugurações cirúrgicas nem cansa o povo a cantar, enquanto o Primeiro-ministro dança até as presidenciais da próxima gravana sem que Pinto da Costa na coabitação política ouse tirar um pé de novo tango ou coisa parecida nem que Patrice Trovoada lhe solicite ao fundão de Sô Gido. Resta-lhe sair para a reforma política com honras dignas nesta oportunidade única oferecida pelo povo são-tomense ao seu Presidente.

Há menos de um ano das eleições, os partidos do poder, a ADI e da oposição, o MLSTP/PSD, que anunciaram atempadamente os seus Congressos para o início do ano que acelera ao fim, continuam de data marcada para o dia San Nunca como que dizer na boca brasileira, tudo vai bem com a gente.

Nem os traumas pós terramoto de há um ano que já deveria ter dado um fora ao “camarada” Jorge Amado, no intuito de arrumar a casa, dar nova roupagem e dinâmica vencedora a banda, não deixaram qualquer ilação a um partido de olhos no poder. Francamente!

Porque nem toda a terra está disponível a dançar bulawé Mão Chão-Chão, tendo na língua a mestria do actual Primeiro-ministro, não fiquei pelos dois jornais nem a procura do Parvo digital que no seu compromisso com os leitores ditou sempre nas primeiras páginas e assinadas pelo editor «o jornal que mais mexe com o poder em STP». Tempo mudou a cantiga. Povo tira governo, Parvo vira poder.

Do Tela Non, duas notícias mereceram um olhar político, económico e social. A ventania política e a gravana económica para são-tomense ver e crer como dita o santo.

Agapito Mendes que foi chá-de-quebra-febre há seis meses com sirene no STP-Press, na despedida, já não mereceu notícia nesse órgão de informação do Governo pela incómoda razão de não ter aceitado ser bobo de fato e gravata e sujeitar-se a dança de Mão Chão-Chão de Patrice Trovoada no desvio do conselheiro económico de gabarito internacional os importantes dossiers do executivo.

A boa nova económica vem da iniciativa de um empresário nacional, Manuel Roque, a pensar o país no seu todo, estar a construir na terra, do seu bolso e de raiz, um barco made in São Tomé e Príncipe para navegar as águas e ligar as duas ilhas a partir de 2016 dando com uma só mão empreendedora de alavanca económica o alívio a população de duplo e caríssimo isolamento.

É de reconhecer os são-tomenses que dão cartas ao governo de Patrice Trovoada que o país não é só dançar, custe que custar, Mão Chão-Chão para as eleições presidenciais de 2016.

Finalmente. Eram 7h22 de quarta-feira no lugar di plé mundo onde eu abro a manhã, dois dias depois da inauguração da rnstp (Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe) na internet, que sintonizei a rádio da terra, após convite de um amigo e, nada demais, as coincidências das coincidências podia cair na estreia dos meus tímpanos permanentes de saudades daquele «lugar onde a mãe dos meus filhos namorei, onde a primeira namorada eu beijei» de Teta Lando a anunciar-me o poema «eu vou voltar».

Minutos depois, um jornalista com a voz inconfundível de décadas ofereceu o serviço de Agenda Pública, onde não faltou alerta de “atirar a matar os animais soltos” em Mé-Zóchi que destruem o suor da agricultura e agradecimentos de populares à Maria das Neves e Patrice Trovoada na contribuição financeira aos festejos bairristas em Cantagalo e Água Grande.

Cheira ao quê?

Continuar a remendar aqui e acolá com o propalado orçamento do cidadão sem que o Governo redimensione e estimule de chão a cabeça o país económico, não me poluam mais a terra com Mão Chão-Chão de Patrice Trovoada sem qualquer sensibilidade a Mão Chão-Chão de Osvaldo Santos, criança e deficiente físico de Vila Maria.

Mais um testemunho dos Cinco de Oito Objectivos do Milénio não atingidos por São Tomé e Príncipe dos quais não há contas a pedir a ninguém. Faz-de-conta que eram só Três os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio traçados pelas Nações Unidas.

José Maria Cardoso

17.09.2015

7 Comments

7 Comments

  1. SABE-TUDO-ADI

    18 de Setembro de 2015 at 9:54

    O Lider do Governo- SABE-TUDO-ADI, tem q saber dançar MAO-CHÂO-CHÂO como forma de fazer o povo esquecer-se do DUBAY e ARROZ de 13 contos prometidos e granjear simpatias na luta desenfreada pela conquista das presidenciais de 2016! Com o cofre cheio de placas e placas de Euros, dólares e FCA no banco q Patrice tem em casa em Vila Maria vai conseguir enganar de novo esse pobre povo com banhos de cervejas e vinhos d baixa qualidade! A verdade é q o povo vai continuar na lama, com cortes permanentes de energia, a beber a agua Suja, com saúde em caus onde todo mundo com problemas cardíacos, como ALY- Libanês, Idalina Bonfim, só têm um destino q é a MORTE!

  2. Alfredo Gentil

    18 de Setembro de 2015 at 10:43

    Reflexão brilhante. Parabéns, como sempre nos tem brindado com as suas opiniões. Contudo, a uma pequena nota a ser introduzida. Naquele sábado, quando Patrice Trovoada rumou para Mouro Peixe para ir inaugurar chafarizes, e dançar o seu Bulawê Mão no Chão, decorria no Estádio 12 de julho a 2ª jornada de Futebol para o CAN 2017, entre a selecção de todos Nós e Marrocos, em que todas as autoridades máximas deste país estavam presentes. Mas, ele preferiu ir dar uma força ao seu grupo Mão Chão-Chão, financiado e equipado por ele, cujo repertório é no mínimo ridículo: minha vizinha é fofoqueira, onde apela ao Povo para deixarem o PT em Paz (Minha Vizinha é fofoqueira) Querem acabar com Patrice/ Eu não sei porquê/ Querem acabar com Patrice Trovoada/ Eu não sei porquê/ Êi êi êi êi mamã ê/ Minha vizinha é fofoqueira. O Mais caricato de tudo isso, é que, quando há um jogo em que a selecção do Gabão joga, este senhor, esquece-se do seu Mão Chão-Chão, do Osvaldo Santos, na sua perene dança Mão Chão-Chão na terra lamacenta de Vila Maria e ruma para o Gabão assistir o Jogo da selecção nacional do Gabão.

  3. Maria silva

    18 de Setembro de 2015 at 12:14

    Na corrida desenfreada as presidências de 2016, o senhor primeiro ministro transformou stp num ring de MMA aonde vale tudo , até dançar bulawê mão chão !!
    OBS: o pior disto tudo é o POVO que acha que assim é que é bom , o homem é gente do povo , o homem é a pessoa certo ……
    A nossa estupidez é tão grande que deixa qualquer ser racional revoltado!!

  4. MN

    18 de Setembro de 2015 at 12:31

    Este é mesmo STP!

  5. Mutende

    18 de Setembro de 2015 at 14:53

    Inveijosos,porrrra…

  6. Ta ligado

    19 de Setembro de 2015 at 20:23

    Só digo,que a nossa ignorância, o ódio existente entre os políticos, entre nós os povos pequenos, ainda nos custará muito caro. Assim como dizem os Brasileiros que também infelizmente vivem os meus problemas que vivemos,ainda bem que Deus é Brasileiro, e eu aproveito para dizer, que este Deus também é Santomense. Aí de nós se Ele não fosse.

  7. Dawilson

    20 de Setembro de 2015 at 3:32

    Ai minha terra….. Q Deus nos ajude.

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