Opinião

  PARABENS MEU PAI (I)

Amigo Máximo estou longe de ti hoje que comemoras mais um ano da tua existência. Como sempre só a distância geográfica nos separa porque estamos pertinho um do outro nos nossos corações e nos nossos pensamentos. O texto que se segue é a minha forma de desejar-te toda a felicidade do mundo e de dizer-te o quanto eu te AMO! Parabéns meu Camba!

A SOLIDARIEDADE

Com origem na palavra francesa « solidarité », o termo solidariedade deriva do latim solidus (massivo) e também da expressão latina in solidum que significa « pelo todo ». Na sua acepção geral, o termo solidariedade caracteriza as pessoas que escolhem ou moralmente sentem a necessidade de assistir uma outra pessoa e vice-versa.

O sociólogo francês Émile Durkheim, na sua obra « De la division du travail social » (1893) retomou e desenvolveu a noção de solidariedade social enquanto ligação entre indivíduos de um grupo ou de uma comunidade. Segundo Durkheim, para que uma sociedade exista, é necessário que os seus membros manifestem solidariedade entre si. Ela está ligada igualmente à consciência colectiva que faz com que quaisquer infrações e ato criminoso em relação à comunidade suscitem a indignação e a reação dos seus membros.

Passando agora ao conceito de ativista, este pode definir-se como sendo uma pessoa combativa, que luta por uma causa, uma ideia, um partido. É acima de tudo um pacifista, um patriota.

Não é portanto surpreendente que Máximo Aguiar tenha integrado o ativismo e a solidariedade na sua vida de todos os dias ainda muito novo. Lembro-me quando eu era criança em Moçâmedes (atual cidade do Namibe no sul de Angola, onde eu nasci) o entra e sai na nossa casa : todos por lá passavam, todos lá vinham em busca de ajuda, de cuidados, de uma cama ou de uma refeição. O Paizinho e a Mãezinha não recusavam nada a quem quer que fosse, ao ponto de cederem o meu quarto, a minha cama e também dos meus irmãos para albergar os compatriotas, os primos e outros membros da família, amigos e desconhecidos que de « boca à orelha » chegavam à casa da D. Alice e do Sr. Máximo.

Em Moçâmedes (Namibe) havia o Forte de São Nicolau, uma prisão criada pelo regime português onde eram encarcerados os prisioneiros políticos vindos de todas as colónias portuguesas da época. Para muitos deles foram as suas famílias, os seus amigos, que enviaram mensagens aos meus pais pedindo a estes que se ocupassem dos seus entes queridos feitos prisioneiros. Máximo e Alice executavam-se ao risco das suas próprias vidas… Eles lutavam pelos que estavam privados de recursos financeiros ao ponto de quase não terem com que sobreviver, por aqueles que eram injustiçados, perseguidos, maltratados… enfim, por aqueles cujos direitos eram violados.

Após as independências eles não mudaram… Quantos amigos, membros da família, desconhecidos « desfilaram » sem cessar pelo nosso lar, uns de passagem precisavam de um alojamento temporário, muitos doentes precisavam de tratar-se, outros sem emprego, muitos desesperados pela morte de um ente próximo, devastados ou humilhados… em suma pessoas aflitas e necessitadas. Tudo o que nos ouvíamos dizer era : « é nosso dever de cristãos ajudar o nosso próximo » !

Eu não vou contar toda a história… Faço um salto até ao São Tomé de 1979 aos anos 80 quando se desencadeou uma série de perseguições culminando muitas delas em prisões arbitrárias, … Os anos duros da primeira república, os anos das restrições de toda ordem incluindo das liberdades, de todo tipo de penúria. Os anos do êxodo para as cidades e migração para o estrangeiro de muitos cidadãos seja para continuarem os seus estudos, para aspirarem a uma vida melhor, fugir à perseguição, fugir simplesmente à miséria … Muitos não tiveram essa sorte, mas puderam encontrar ajuda in sitius . Como ?

Ora bem, isto retraça uma dessas inúmeras formas de solidariedade que viram o dia no arquipélago: as Caritas de São Tomé e Príncipe criadas pelo Padre João de Freitas Alves que veio a falecer num acidente de viação em Luanda, Angola.

É então que vindo de Angola o Sr. Bispo D. Abílio Ribas desembarca em São Tomé. Nessa altura a Dra. Suzana é a primeira Presidente da Caritas. Máximo Aguiar começa a dar a sua contribuição na qualidade de voluntário da recém criada instituição nacional. Em Maio de 1989 ele é designado Secretário Geral. Ainda no mesmo ano, ele vem a ser designado Presidente da Caritas Nacional de São Tomé e Príncipe, Organização Não-Governamental (ONG).

Aguiar faz crescer a instituição que rapidamente torna-se incontornável na sociedade são-tomense. A Caritas adquire uma média empresa agrícola cujos benefícios vão para a instituição, ocupa-se dos meninos da rua, das mães solteiras ou das famílias monoparentais em geral, fornece material escolar, o rancho, ocupa-se dos doentes, dos funerais…

Muitos compatriotas encontraram ajuda entre os muros dessa ONG, pessoas de todas as origens, de todas as categorias sociais. Muitos deles se forçados de certa maneira a vencer o orgulho e a vergonha para bater à porta da Caritas, iam diretamente à residência do Sr. Máximo. Lá D. Alice, esposa de Máximo Aguiar, fazia-os aguardar, partilhando o que ela possuía no seu lar com aqueles que, vencidos pelo pudor, sentiam-se incapazes de atravessar « a porta do orgulho e da vergonha ». Sim, como se eles fossem culpados de se encontrarem mergulhados no desespero e não lhes restar outro recurso que pedir ajuda. A Casa dos Pequeninos que acolhe as crianças da rua e as crianças necessitadas, o acompanhamento dos estrangeiros que desejavam adoptar crianças : todos dirigiam-se ao Sr. Máximo.

A instituição cresce graças à dedicação e ao trabalho árduo do Sr. Máximo. Dia e noite ele consagrou-se à sua causa : interpelado na rua, no mercado, na igreja, em sua casa, ele demonstrava-se sempre disponível e procurava soluções para tornar a vida dos seus compatriotas menos difícil.

Paralelamente ele não esquece as suas convicções e o seu ativismo pela liberdade de expressão, pelos direitos humanos, pela dignidade humana, pela justiça. E é por isso que ele se expõe e dá a cara pelas causas que lhe são preciosas e que ele defende sem esperar nada em troca. Ele compromete-se, desempenha o seu papel de ativista, ele apoia porque ele é assim : integro, digno, incapaz de fazer o que quer que seja pela metade… pois ávido de justiça !
…/…
Continua.

 

 

 

 

 

PARABENS MEU PAI… (IIª parte)

Esta missiva foi escrita há já algum tempo, por , achei-a interessante e decidi publica-la aqui no meu mural.
Publicá-la-ei em duas partes, pois é um pouco longa, caso tenha preguiça, pode lê-la aos pouquinhos. Assim, saberá um pouco mais sobre esta figura emblemática e discreta de São Tomé e Príncipe.

Grata

Eis a segunda parte:

E eis que chegamos a esta palavra « justiça ». No passado mês de Setembro Nova York foi o palco da abertura da 70a Sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas (15/09/2015. A terra inteira esteve de olhos postos sobre Nova York, em particular, a abertura da Cimeira da ONU sobre o Desenvolvimento (25/09/2015), momento solene, marcado pelo discurso de Sua Santidade o Papa Francisco. A terra inteira partilhou, twitou, comentou, analisou as palavras de Francisco. Ah Grande Francisco ! Ei-lo, nascido Jorge Mario Bergoglio, ele tornara-se, para os grandes media o homem mais influente do mundo.

O Papa Francisco desenvolveu o seu discurso com base na justiça, que na sua definição clássica, segundo ele, « detém como elemento essencial uma vontade constante e permanente : Iustitia est constans et perpetua voluntas ius suumcuique tribuendi (A justiça é a vontade perpétua e firme de dar a cada um aquilo que lhe é devido). « Dar a cada um aquilo que lhe é devido, com base na definição clássica de justiça, significa que nenhum individuo ou grupo humano pode considerar-se todo-poderoso, autorizado a passar por cima da dignidade e dos direitos das outras pessoas físicas ou de seus reagrupamentos sociais ». Foi nessa base que o Papa invocou os « falsos direitos » e defendeu as vitimas desses mesmos « falsos direitos ». Ele ergueu-se contra o mau exercício do poder que tem efeitos nefastos sobre o meio ambiente e sobre os homens e as mulheres excluídos.

Sem pretensão, eu tenho a convicção que Máximo Aguiar está no seu pleno direito quando ele reclama justiça, justiça não somente para ele mas sobretudo para todos os excluídos por quem ele lutou e continua a lutar durante a sua longa vida de cidadão e de cristão.

Num outro registo, isto é, o livro « Les reflexions spirituelles sur la vie apostolique », o Papa Francisco escreve o seguinte no preâmbulo : « Nenhum d’entre nós vive para si mesmo » (Rom. 14, 7). Ele acrescenta que « Toda a vida decide-se segundo a capacidade de se dar a si próprio. É assim que ela torna-se fecunda. Ao invés disso, viver e morrer para si mesmo pressupõe um encerramento, uma incapacidade a ser fecundo ». Nessa obra , Francisco deixa-nos algumas « regras básicas » destinadas à « formação de si ». Eu fui interpelada por uma passagem da parte 2 intitulada « Marchar na esperança ». Já quase no fim ele diz o seguinte : « Comecemos pela experiencia da consonância interior com a sua própria identidade. O homem que sai à procura de Deus deve saber conhecer-se a si próprio nas suas aspirações mais profundas. Ele deve procurar Deus com a suas própria realidade, e não com uma mascara. Ele deve crescer do interior, com o seu esqueleto, e não procurar a força de uma carapaça. Um dos fracassos de vários anos de vida religiosa provém precisamente dessa ausência de identidade inicial consigo próprio, do facto de deixar-se conduzir pelas referencias ao supereu que não correspondem à realidade intima da pessoa. Donde a grande importância do conhecimento de si ao longo do caminho do encontro com Deus. »
Podemos assim colocar questões sobre a vida apostólica, sobre a vocação de certos homens supostos nos transmitir a palavra de Deus, pois eles são chamados a darem-se (entregarem-se), única maneira, – segundo a minha humilde interpretação das palavras do Papa – de estar ao serviço de Deus e da sua comunidade, de divulgar a palavra de Deus, numa palavra, proclamar e viver o Amor para com os seus semelhantes. Eu penso em particular num certo D. Manuel A. Mendes dos Santos, Bispo de São Tome e Príncipe que é também poeta nas suas horas vagas…

Nascido em 1960, ele chega a São Tomé em 6 de Janeiro de 1994 após ter passado 1 mês em Luanda. Até Dezembro do ano seguinte ele foi o Padre das paróquias de Guadalupe e de Neves. A 1 de Dezembro de 2006, ele é nomeado Bispo do Arquipélago pelo Papa Bento XVI. Ele instala-se assim em S. Tomé, « apoiado na sua larga experiencia missionária em África e no conhecimento profundo das suas idiossincrasias e singularidades » (apenas citei) – entrevista intitulada « à conversa com D. Manuel António Mendes dos Santos, Bispo de S. Tomé e Príncipe, Clarim, 26 de junho de 2015 » – http://www.oclarim.com.mo/…/a-conversa-com-d-manuel-antoni…/ )

Ele atribui-se como tarefa principal de fazer com que o arquipélago saia da descrença e da transgressão e ajudar os necessitados. Ele apoia-se nas estruturas existentes nas ilhas (que ele não deixa de criticar), Interfere na atualidade política e na vida social do pais e como diz o povo « mete o nariz em tudo » : tanto do que lhe diz respeito como do que não é da sua responsabilidade. Ele avança como argumento o seu amor pelo pais que é tão grande que lhe foi atribuída a nacionalidade são-tomense que obteve sem duvida em nome da reciprocidade… Com a sede de poder que o caracteriza, o Bispo utiliza a autoridade que lhe é conferida pelo seu estatuto para fazer a sua própria lei. Ele apodera-se da Caritas nacional de São Tomé e Príncipe e se autoproclama Presidente sem se preocupar com o regulamento e os estatutos dessa instituição local.

Isso não é de surpreender pois D. Manuel conhece bem as particularidades da sociedade são-tomense. Compreendeu que trata-se de uma sociedade onde, por um lado tudo o que vem do exterior é considerado bom para não dizer excelente e, por outro lado, apesar de se comentar os assuntos a pequena voz, os são-tomenses dificilmente assumem posições.

Fino conhecedor desses preceitos, decide pura e simplesmente desfazer-se de Máximo Aguiar, demasiado incómodo pois demasiado honesto, face às suas ambições pessoais. Tudo isso por causa da « Casa dos Pequeninos », criada por Máximo Aguiar que investiu-se com um afinco e uma persistência inabaláveis para conseguir os fundos necessários para levar adiante esse projeto, (bem como muitos outros), que fizeram com que a Instituição tenha ganho autonomia financeira.
Pois bem, D. Manuel « fez melhor » : empregou a sua irmã, D. Paula Mendes, como dirigente da « Casa dos pequeninos », pô-la a residir nos locais da diocese, com direito a cama e mesa e oferecendo-lhe um salário 10 vezes superior ao que Máximo Aguiar recebia até então.

Recorde-se que Aguiar, que foi chamado a exercer as funções de administrador nacional do Banco Equador, num gesto de solidariedade e espírito de ajuda, abdicou do seu salário de Presidente da Caritas a favor da instituição. Ora, o Banco Equador foi à falência, os responsaveis por esse dano estão livres como o ar e Maximo Aguiar está a pagar por ter sido honesto. Apesar da sua inocência, ele está privado do seu salário e das suas indemnizações a mais de um ano…

Tendo porém continuado a exercer as suas funções de Presidente das Caritas sem ser remunerado e tendo em conta a situação no Banco Equador, Aguiar pediu em toda a legalidade que o seu salário lhe fosse de novo atribuído para que pudesse honrar as suas necessidades bem como da sua esposa, os dois com idade avançada. O Sr. Bispo decidiu o contrario e anunciou a Máximo que ele tinha sido destituído do seu cargo de Presidente das Caritas e, por consequência, não tinha direito a receber salário Pior, D. Manuel decide conduzir uma campanha de difamação dizendo que afastou Máximo Aguiar porque este desviava fundos das Caritas, em português corrente, « Máximo Aguiar roubava » !

Ora tendo sido Aguiar quem concebeu o projeto « Casa dos Pequeninos », quem bateu-se para encontrar os financiamentos necessários, tornando o projeto credível e viável, eu pergunto : Porque é que Máximo Aguiar deve ser o voluntário de serviço em detrimento da irmã do Sr. Bispo D. Manuel ? A Sra. encontrou o trabalho feito, serviu-se e serve-se com a ajuda do seu irmão para « abraçar com carinho e abnegação » as suas novas funções de gestora e benfeitora da « Casa dos Pequeninos ».

Máximo Aguiar vai todos os dias às Caritas a partir das 8h30 e n ao tem hora de sair chegando muitas vezes a casa já tarde durante a noite. Todos sabemos que um dia, Máximo Aguiar, como todos os homens deixará este mundo e, certamente, não levará com ele a Caritas de STP para a cova.

Eu pergunto, enquanto autoridade suprema da Igreja, D. Manuel A. Mendes dos Santos tem o direito de menosprezar a justiça e empurrar Máximo Aguiar das Caritas de STP? Será que ele pode autoproclamar-se Presidente das Caritas de STP e empregar a sua própria irmã com um salário multiplicado por 10 ? Podem o Sr. Bispo e a sua irmã assumir a gestão financeira da Casa dos Pequeninos ? Pode dar-se ao privilégio de difamar Máximo Aguiar e de sujar a sua postura de Homem Integro ? Poder-se-à considerar isto como o resultado do que o Papa Francisco considera como « o sentido e o dever de servir » enunciado aquando da sua visita a Cuba ? Ou trata-se finalmente a maneira de agir do Sr. Bispo com base no conceito de justiça pronunciado pelo Papa Francisco em Nova York ? Donde vem a vocação de D. Manuel ? Será que ela vem do « conhecimento de si mesmo » ? Ou será que ela vem do desejo de « servir e de dar » ?

A ultima obra de poemas de D. Manuel intitula-se « Aqui onde estou os sonhos são verdes »… Eu diria que lá onde ele está ele torna os sonhos negros, os sonhos das pessoas tornam-se negros de desespero, negros por falta de respeito, negros de mentiras, negros de enganos, negros de descriminação, negros de racismo… negros porque D. Manuel não respeita a integridade, a humanidade de centenas de excluídos que devem sobreviver à margem da sociedade e, talvez, num canto perdido dos seus « sonhos verdes »

Neste momento, muitos compatriotas estão a manifestar-se solidários com Beirute e Paris que sofreram atentados terroristas e com varias injustiças que proliferam pelo mundo. Pergunto : pois que são a favor da justiça porque é que não se mobilizam por Máximo Aguiar, um patriota que sempre lutou pelo seu pais quer a nível político, social ou económico, empenhando-se nos bastidores para que outros pudessem vir a estar no topo.

Pergunto ainda : se fosse o contrário, ou seja, se Máximo Aguiar ou um outro homem africano se auto proclamasse Presidente da Caritas e emprega-se a sua irmã como gestora e administradora financeira de uma instituição, não haveria reação por parte dos cidadãos e dos media ? Como trata-se de um homem branco (não digo isto com intenções racistas) todos fecham os olhos.

Iustitia est constans et perpetua voluntas ius suumcuique tribuendi ( A Justiça é a firme e perpétua vontade de dar a cada um aquilo que lhe é devido). Autorizo-me a lembrar-vos estas palavras do Papa Francisco em nome de Máximo e Alice Aguiar, um casal de cristãos, casados a mais de 50 anos, ativistas sociais, que aspiram simplesmente a ter um fim de vida DIGNO SEM ABDICAREM DA VONTADE QUE LHES ANIMA DE DAR !!!

D. Manuel pare de denegrir o Sr. Máximo e a D. Alice e dê-lhes o que lhes é devido !!!

Violeta Aguiar

 

18 Comments

18 Comments

  1. MIGBAI

    18 de Dezembro de 2015 at 10:05

    Por favor, desculpe a minha franqueza.
    Mas afinal onde quer chegar?
    Na minha modesta formação académica e com os poucos neurónios que ainda me restam, só lhe tenho a dizer: SEM COMENTÀRIOS.
    Tenha um Feliz Natal e um próspero ano novo.

  2. Zé Maria Cardoso

    18 de Dezembro de 2015 at 12:00

    Até prova em contrário, uma carta a merecer solidariedade não fosse o muro da preguiça de leitura erguido defronte dos leitores do TN.
    Numa altura em que as máscaras do ano caem das nossas faces para o enaltecer do amor, não esperava um brinde tão desajustado a quadra natalícia.
    “Eu pergunto, enquanto autoridade suprema da Igreja, D. Manuel A. Mendes dos Santos tem o direito de menosprezar a justiça e empurrar Máximo Aguiar das Caritas de STP? Será que ele pode autoproclamar-se Presidente das Caritas de STP e empregar a sua própria irmã com um salário multiplicado por 10 ? Podem o Sr. Bispo e a sua irmã assumir a gestão financeira da Casa dos Pequeninos ? Pode dar-se ao privilégio de difamar Máximo Aguiar e de sujar a sua postura de Homem Integro ? Poder-se-à considerar isto como o resultado do que o Papa Francisco considera como « o sentido e o dever de servir » enunciado aquando da sua visita a Cuba ? Ou trata-se finalmente a maneira de agir do Sr. Bispo com base no conceito de justiça pronunciado pelo Papa Francisco em Nova York ? Donde vem a vocação de D. Manuel ? Será que ela vem do « conhecimento de si mesmo » ? Ou será que ela vem do desejo de « servir e de dar » ?” Violeta Aguiar

  3. Fluso

    18 de Dezembro de 2015 at 12:45

    NO paragrafo que faz referencia ao trabalho levado a cabo pelo Elustre Senher, depois do seu amadorecimento, a sociedade sao-tomense colocou a seguinte pergunta, que ate o presente nao se obteve a resposta, que e:
    A onde foram as criancas que estavam sob a tutela das caritas, e que, se desapareceram?
    De igual modo, a onde esta o velho desaparecido, tambem das caritas.
    Todos queremos saber a resposta.

  4. seabra

    19 de Dezembro de 2015 at 2:59

    Como começa e como acabara o seu “conto de natal? Está sendo complicado de compreender aonde quer chegar,visto do jeito como partiu… Forca!

  5. Francisco Bebê Zaua

    22 de Dezembro de 2015 at 19:15

    O Amigo Máximo está na idade para reformar ainda quer comer “no tacho da” Caritas depois do fracasso do Banco Equador.

    Não percebo e não vejo o que a filha quer chegar com essas acusações tristes e que fere a própria igreja santomense- facto para dizer, ainda bem… A filha devia agora ajudar o pai a ter uma boa vida na reforma, aproveitar o que ainda resta-lhe na vida. Os filhos servem para isso!

    O Maximo é Vice-Presidente e continua a usufruir de todas as regalias. Conheço a realidade desta instituição que não tem recursos.
    Para quê de tanto kidalê,
    kua di mancha glêja de klistu, sá ngue pa bá kê, eh xiga hola di sum Maximu munjá pensa ku kabeça.
    ++++++++

    • Violeta Aguiar

      23 de Dezembro de 2015 at 8:13

      1. Se o Senhor ou a Senhora conhece tanto a realidade da Caritas porque é que não se identifica e faz comentários sob um nome falso e sem mostrar a sua cara? Só por isso o seu comentário deixa a desejar e não seria digno de resposta.

      2. No que diz respeito ao Banco Equador, já que se interessa tanto por esse assunto porque é que nunca se pronunciou? Se tem alguma prova contra Máximo Aguiar então diga. Ponha nos jornais e saiba que enquanto cidadão de um pais livre e democrático tem o direito de recorrer ao Ministério Publico para que se abra um processo contra Máximo Aguiar.

      3. Se não tem provas e nem sequer tem coragem de dar à cara, então abstenha-se de fazer comentários.

      4. Quanto às suas acusações de “estarem a denegrir a igreja”, enquanto crista e numa altura em que o chefe Máximo da Igreja católica, o Papa Francisco, apela à justiça, tenho apenas a dizer-lhe que é o responsável da Igreja de Aso Tomé que está a denegrir-se a si próprio e… a todos aqueles que o apoiam.

      5. Se tem provas que o Sr. Máximo usufrui de todas as regalias enquanto vice-Presidente da Caritas, então traga-as a publico.

      6. O culto da juventude é infelizmente a panaceia de muitos que se servem desse argumento para “pensarem” como o Sr. ou Sra. (pois não se identificou), ou seja, excluírem os idosos, detentores de um certo conhecimento e guardiões da memoria necessários para o desenvolvimento e enriquecimento de qualquer sociedade.

      7. Porque é que Máximo Aguiar é considerado velho e outros são-tomenses na mesma facha etária continuam a exercer funções publicas, quer a nível nacional como internacional sem serem perturbados? Ao que eu saiba o meu Pai não sofre de amnésia, nem de “alzheimer” ou outra doença cerebral degenerativa que o impeça de trabalhar.

      8. Em São Tomé e Príncipe parece de bom tom denegrir-se a velhice e o trabalho prestado à sociedade (por alguns), quando no exterior os “mais velhos” (como temos o habito de dizer) são valorizados, condecorados e algumas vezes elevados ao titulo de património vivo da nação. A titulo de exemplo, todos bateram palmas (e são merecidas) para a irmã Lúcia Cândido que foi condecorada com o grau da Ordem de Mérito pelo Presidente da República de Portugal, pelo trabalho que desenvolveu na cidade de Neves (São Tomé e Príncipe) lutando contra a pobreza e ajudando os mais necessitados. Pergunto: durante os últimos 30 anos, o que foi que Máximo Aguiar fez nas Caritas?

      9. Se a Caritas não tem recursos para remunerar os serviços de Máximo Aguiar, onde é que a Instituição encontra meios para remunerar 10 vezes mais a irmã do Sr. Bispo?

      10. E fique sabendo que o meu Pai, Máximo Aguiar, apresento a sua demissão das Caritas. Um dos Padres da diocese de São Tomé e alguns funcionários da Caritas pediram-lhe que ficasse.

      11. Que os filhos se ocupem dos Pais, trata-se de uma questão particular, intrínseca a cada família no sentido restrito. Por isso, permito-me não comentar. No entanto, enquanto filha de Máximo Aguiar, trouxe o assunto à esfera publica poi trata-se, em minha opinião de uma questão de sociedade: todo individuo que trabalha tem de ser remunerado e, cabe às estruturas erigidas na sociedade de assegurar que cada individuo tenha uma vida digna desde o momento em que ele nasce até à sua morte, e isto conforme a Carta dos Direitos Humanos, que São Tomé e Príncipe é signatário.

      12. Seria bom que todos fossem capazes de sair da sua zona de conforto e abandonar as ideias pré-concebidas para serem capazes de refletir e analisar os fatos, pois até o Papa Francisco tem incitado os católicos assim como todos os seres humanos a usarem dessa faculdade. É refletindo, discutindo civilizadamente e assumindo as suas posições dando a cara, que se pode estabelecer uma forma de dialogo que possa criar condições que tragam soluções justas para os problemas com que nos deparemos.

      Assino : Violeta Aguiar

  6. Isabel de Santiago

    22 de Dezembro de 2015 at 23:24

    A tristeza das PALAVRAS, está na pobreza do ser HUMANO.
    Vamos lá conhecer – parafraseando as palavras d’El Rey Dom Carlos – a “piolheira” da mente

    Como santomense, confesso, não sei se me ria de tantas alarvidades e português tão mal escrito, que merece – diria – porventura CONDESCENDÊNCIA, ou se chore.

    Como é possível – partindo deste pressuposto – “onde houver o BEM A FAZER, QUE SE FAÇA (António Maria Claret), que uma pessoa, filha? diz ela? autora de um senhor de tão proveta idade, se preste a tão infeliz contributo ao desenvolvimento da sociedade santomense que tanto carece de literacia, apoio ao desenvolvimento, EDUCAÇÃO…

    Terminei e apresentei – Ofereci aliás – o primeiro estudo epidemiológico sobre o consumo de álcool e drogas em São Tome e Principe. Os resultados, já na posse da Tutela, Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Roberto Raposo. Essse estudo nasceu devido a discussão e visita de todos os lares e cantos e recantos de duas ilhas maravilhosas que vê os seus cidadãos – sem trabalhar – a desculpa não pode estar sempre no Estado…virados a litradas de cacharamba e Ussua, fermentada a pilhas e/ou substâncias licitas e legais, todavia nocivas a saúde humana.

    Sabe minha senhora: o povo precisa de ser mobilizado para a saúde, estilos de vida mais saudáveis.

    Fui fazer recentemente, fruto de uma exposição acolhida em Lisboa, pelo ex Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, atual Primeiro Ministro de Portugal, uma doação de medicamentos – o dinheiro – que quis oferecer à Caritas, o Senhor Bispo, D. Manuel dos Santos, que muito respeito, pediu-me para comprar géneros e entregar (o que fiz) ao Principe – Missão Católica e outra parte ficou em São Tome, para as missões que cuidam de idosos da idade do seu pai.

    A senhora, com essa jovem idade, não acha que deveria cuidar do seu pai? dediquei grande parte da minha exposição nos maus tratos aos velhos para promover a saúde dos mais novos, como o exemplo infeliz da Casa dos Pequeninos.

    Sabe que nesses tempos idos, aquela Casa era um depósito, inundo e inumano, onde se depositavam crianças?

    e que hoje, graças ao apoio e controlo de géneros – que deixaram de ser furtados – e os cuidados das mulheres (eu vou lá muitas vezes) e estou a angariar mais dinheiro – NÃO É PARA O SEU PAI- (já lá vamos ao tema…), mas para esses meninos e meninas. Que são filhos de mães alcoólicas e que por essa razão, nasceram com Sindroma Feto-alcoolico.

    Sabe o que é? Não me apetece explicar-lhe. consulte a internet. Trata-se do SEU Povo! Nosso Povo.
    Faça a diferença, Tenha dignidade na forma mal educada e criminosa como acusa.

    eu dir-lhe-ei, em breve o que farei. E irei escrever ao Diretor deste Jornal.

    Mas sobre si:

    É mãe? Foque-se nessa missão. e Como filha do seu pai e mãe, deixo-lhe estas perguntas para refletir, numa cabeça certamente desocupada de assuntos sérios, como os problema de saúde da Casa dos Pequeninos…

    Vamos lá ao que interessa:

    Quer dinheiro? Trabalhe que é o que faço. E as doações que consigo (olha que são muitas… ) não são para FINANCIAR CUSTOS DE VIDA PARTICIULARES.

    Manifesto a minha surpresa de ver um homem com 89 anos a mendigar emprego.

    Os filhos que ele formou não são capazes de ajudar o pai com esta idade?

    Formaram-se à custa de quem? Do Governo? e os pobres ficaram para trás?

    Só os filhos de Ministros se formam fora, Os pobres ficam para trás na miséria e sobrevivem na miséria para pessoas como a senhora viver com dupla nacionalidade, e nunca mais regressar a São Tome, porque as condições de vida NÃO LHE INTERESSAM.

    ESTOU CERTA? MAS INTERESSA-LHE RETIRAR, PARA DAR AO SEU PAI, O DINHEIRO QUE EU E OUTRAS INSTITUIÇÕES LEVAMOS PARA A CARITAS.

    MAS OLHE, persegui-la-ei e acusa-la-ei onde for preciso que a SENHORA, e NÃO O BISPO, quer retirar os fundos da Caritas (porque foi que o seu pai saiu? e depois entrou? sem os poderes que tinha? Não acha que a idade já vai avançada e que ele precisa de umas pantufas e uns ténis para fazer caminhadas conforme o estado de saúde)?

    E depois pergunto-lhe: com arrogância… se, como afirma, o Bispo quer “tirar” o Sr. Máximo da CARITAS, porque continua ele lá como Vice-Presidente?

    NA VERDADE O QUE FAZ O MAXIMO? QUER DINHEIRO? O ESTADO PROVIDÊNCIA ACABOU… A senhora e os seus irmãos que ajudem o pai de proveta idade.

    Quem o nomeou para esse cargo?

    E pergunto também: se o Bispo é corrupto, injusto, desviou dinheiro… (acusações graves que não se podem fazer de ânimo leve) PORQUE TERÃO CONSEQUÊNCIAS CRIMINAIS – COMO CIDADÃO IREI AGIR CONTRA SI, PORQUE SOU BENFEITORA DA CARITAS – repito – mas não é para financiar o seu PAI… é para os MENINOS.. ESTÁ A PERCEBER?

    como e que o Sr. Máximo continua a trabalhar numa Instituição dirigida por um corrupto?

    Está a ser conivente? OU A CHANTAGEAR?

    SABE O QUE A SENHORA ESTÁ A DEMONSTRAR, além da vergonha do “SHOWER PHENOMENON vote”, o pior que por vezes surge no santomense: DINHEIRO FÁCIL SEM CONTRIBUIR PARA O DESENVOLVIMENTO DA SOCIEDADE.

    Estamos cheios – eu e muitas mais pessoas – DE SANTOMENSES COMO A SENHORA. O seu pai, com ERROS, conhecidos, lamento a idade, já deu o seu contributo. Obrigada. Deixe-o descansar o resto da sua vida.

    E um conselho, aviso: PORTE-SE COMO UMA SENHORA. Ajude a sua família.

    Não FURTE Á CARITAS E AOS IDOSOS SEM MEIOS E AO FUTURO DO PAÍS, para sustentar a sua família.

    SHAME ON YOU.

    O país precisa de desenvolvimento. Não de cabeças em vias – REPITO! VIAS – de desenvolvimento.

    • Violeta Aguiar

      30 de Dezembro de 2015 at 6:12

      Sra. Isabel de Santiago, sou livre de escrever e de exprimir a minha indignação face à situação que está a ser imposta ao meu Pai, Sr. Máximo Aguiar. Faço-o enquanto filha e enquanto cidadã, face a uma situação de injustiça que se arrasta há um tempo longo. Que isso lhe agrade ou não é problema seu.

      As questões que coloquei, e que, voltou a colocar, pois a Sra. e os seus amigos fingem não perceber são :

      Será que o Sr. Bispo de São Tomé e Príncipe tem o direito de autoproclamar-se Presidente da Caritas de São Tomé e Príncipe sem ter em consideração os estatutos da instituição?

      As mudanças e as reformas constituem a essência do ciclo de vida de um ser humano. Assim sendo, Máximo Aguiar, nunca se manifestou contra as reformas no seio da instituição a que presidia, bem pelo contrario sempre conduziu os destinos da Caritas de São Tome e Príncipe com o intuito de a tornar autónoma e capaz de responder às situações com que se confrontou. No entanto, para que toda e qualquer mudança possa ser válida ela deve à partida ser conduzida no respeito estrito das regras que existem, neste caso, dos estatutos da Caritas de São Tome e Príncipe. É capaz de compreender?

      Será que o Sr. Bispo aproveitando-se da autoridade que lhe é conferida pela função que desempenha pode, numa atitude déspota, autonomear-se Presidente da Caritas e, nomear a sua irmã como Diretora financeira da Casa dos Pequeninos (instituição criada no seio da Caritas de São Tome através de um projeto elaborado por Máximo Aguiar), e privar o Sr. Máximo Aguiar de uma remuneração que lhe fora acordada por direito?

      Será que a atitude do Sr. Bispo enaltece a Igreja? Estará essa atitude à altura dos preceitos veiculados pela Igreja católica? Será que essa atitude poderá fazer eco às reflexões e orientações proferidas pelo chefe máximo da Igreja católica o Papa Francisco? Que pensaria o Papa Francisco da atitude do Sr. Bispo?

      O Sr. Máximo sempre trabalhou no respeito das leis da integridade de cada um e observando estritamente as regras da ética e da equidade em todas as instituições e serviços por onde passou. Animado por essa conduta, Máximo Aguiar nunca mexeu no que não lhe pertencia e agiu de forma a que aqueles, que com ele trabalhassem fizessem o mesmo. Máximo Aguiar pode ter todos os defeitos deste mundo, foi inclusive chamado de “banana”, por um alto dirigente de STP, mas nunca se serviu das instituições por onde passou para enriquecimento pessoal, nunca pôs as mãos na coisa alheia. A titulo de exemplo, lembro-me da sua saída do Namibe (ex Moçâmedes) para Luanda, quando a guerra se intensificou após o 25 de Abril de 1974. Nessa altura, Máximo Aguiar remeteu as chaves do cofre com todo o seu conteúdo que estavam sob a sua responsabilidade aos seus colegas que até hoje se lembram desse gesto raro.

      O que está por detrás do meu texto não é apenas uma questão de dinheiro por dinheiro, como a Senhora e os seus amigos pretendem fazer crer. Trata-se da REPARAÇÃO DE UM ERRO, TRATA-SE DE UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA E DE RESPEITO PELA DIGNIDADE DE UM HOMEM HONESTO E INTEGRO. Se o Sr. Bispo tivesse escutado o Sr. Máximo este quiproquó, que já dura a mais de um ano com a publicação de um decreto que viola os estatutos da Caritas de São Tome e Príncipe, certamente não teria chegado ao ponto em que estamos.

      No meu texto nunca me referi a quem quer que seja como “corrupto”, apenas levantei a questão da justiça.

      A ligeireza com que a Sra. Isabel de Santiago se exprime sobre as pessoas idosas arrepia, sobretudo numa altura em que a esperança de vida não deixa de crescer e que, em consequência, muitos países desenvolvidos tentam encontrar soluções para reformular as suas politicas sociais, de molde a que estas sejam mais adaptadas ao novo estilo de vida dos seniores (expressão utilizada nesses países) mais saudáveis e mais ativos que outrora. Não é pois por acaso que a idade da reforma em muitos desses países aumentou substancialmente e a tendência é para que não se fique por aí.

      A Sra. é livre de criticar e não estar de acordo com o que eu escrevi. Pode defender a posição do Sr. Bispo mas nada nem ninguém lhe dá o direito de usar esse tipo de linguagem que destoa tratando-se de alguém que diz-se instruído. A sua linguagem aproxima-se perigosamente dum tipo retrógrado, utilizado em lugares menos próprios, longe da esfera pública, e que faz-nos lembrar uma época que felizmente já passou, com o contributo dos meus pais e dos meus antepassados.

      Permito-me colocar algumas questões a si cara Sra. detentora da verdade e grande conhecedora da realidade santomense:

      Na sua resposta que mais parece um apregoado de mercado de baixo nível, a Sra. diz que Máximo Aguiar “cometeu erros”. Por favor, diga quais foram esses erros. Admitamos que eventualmente o Sr. Máximo “cometeu erros” (pois errar é humano), pergunto: fê-lo com o intuito de prejudicar a Caritas de São Tomé e Príncipe? Pode ser clara e indicar quais são os erros a que a Sra. e os seus amigos se referem?

      Onde estava a Sra. a 12 de Julho de 1975? Quando é que despertou em si a “necessidade de servir os seus semelhantes que se encontram num pais que a Sra. de toda a evidencia não conhece?

      Onde estava a Sra. quando foi criada a Caritas de São Tome e Príncipe? Onde é que estava quando a Dra. Suzana achou por bem remunerar os colaboradores da Caritas de São Tome e Príncipe? Onde é que estava a Sra. quando Máximo Aguiar elaborou o projeto da Casa dos Pequeninos e foi batendo inúmeras portas para arranjar meios para viabiliza-lo? Onde é que a Sra. estava quando Máximo Aguiar criou o projeto rural de Canta Galo, que durante muito tempo abasteceu a Caritas em produtos frescos ?

      Está preocupada com o desenvolvimento de São Tomé. Belo sentimento que foi certamente despertado em si após ter construído a sua vida em Portugal e, decidido voltar “às suas supostas origens” para mostrar aos seus herdeiros esse lugar exótico e pitoresco, com mercados sujos e desordenados, barulhentos e com odores estranhos, praias maravilhosas e « uma população pobre, pior embebida pela miséria que tenta esquecer através do álcool e da droga… » Ah, parece que a Sra. faz uma tese sobre o assunto… não sei se voltarei a esse aspecto pitoresco de si mais tarde mas não consigo deixar de me perguntar se a Sra. não seria o seu próprio objecto de estudo, donde tanta incoerência e pequenez.

      A Sra. não me conhece, não sabe quem eu sou, como vivo e como ganho ou não a minha vida. Aliás a minha vida pessoal não é o objecto do meu texto. Contrariamente a si não tenho tempo e não preciso de aparecer nas « revistas people » para existir. Madona e Beyoncé fazem-no com muito profissionalismo, por isso a César o que é de César! Abstenha-se pois de fazer comentários sobre a minha pessoa, a minha família e a idoneidade do meu Pai.

      Não que a Sra. mereça mas eu vejo-me obrigada a dizer-lhe que sou filha de Máximo Aguiar e de Alice Trovoada Aguiar. Neta de Violeta da Graça Espírito Santo, de Caetana da Costa Quaresma, de Miguel dos Anjos Trovoada e de António Manuel Adolonimo Aguiar. Os meus antepassados são oriundos de São Tomé, de Cabo Verde e do Brasil. Nasci em Angola fruto dos laços históricos que unem esse país a São Tomé e Príncipe. Laços esses que a Sra. naturalmente desconhece. Orgulho-me do que sou pois sou o fruto não só de um cruzamento de culturas mas sobretudo de um conjunto de valores e princípios resumidos no Amor à terra que os meus pais, receberam dos seus antepassados e transmitiram-me para todo o sempre. Pois é minha Sra. trata-se de um sentimento que forjou a identidade que é a minha e que a Sra. e os seus amigos por desconhecerem teimam em não aceitar pois, trata-se de algo que incomoda e faz sombra aos espíritos pequenos, medonhos e retrógrados.

      A Sra. é de toda a evidencia ignorante em relação ao assunto por mim abordado. O seu pensamento revela uma incoerência manifesta e, desta forma, a Sra. vê-se obrigada a recorrer a argumentos de autoridade dizendo “eu sou…”, “eu conheço…”, eu fiz…”. Pior, usa esses argumentos e os seus “altos contactos” para proferir ameaças. Devo confessar que estou cheia de medo… como os meus antepassados tiveram certamente ao baterem-se pela independência de STP. Pois é, não sei se reparou mas STP é um pais independente desde 12 de Julho de 1975.

      O fato de a Sra. ter dinheiro (como faz questão de mencionar), brincar de mecenas e frequentar certas personalidades (que ao que parece têm muito tempo livre) não lhe confere o direito de posicionar-se como agente do desenvolvimento e ter atitudes que no país onde eu vivo e trabalho (porque contrariamente à Sra. eu trabalho), são consideradas como reacionárias e contrárias à ética, aos valores e princípios de sociedades desenvolvidas e democráticas. Trata-se de uma atitude que não dignifica um país como o seu, (Portugal) onde estou em crer você representa uma ínfima minoria. Tenho amigos portugueses e estou certa que não se reconhecem no seu tipo de linguagem, saída diretamente dos anais da escravatura, da época colonial e das roças onde pessoas como a Sra. reinavam e os “pretos” eram considerados seres inferiores e preguiçosos!

      O desenvolvimento não é essa palavra vã que a Sra. pretende conhecer. Se a Sra. for capaz de aprofundar os seus conhecimentos académicos poderá talvez compreender que trata-se de uma questão que é debatida no seio de inúmeras escolas que estão todas de acordo para dizer que um desenvolvimento sustentável, inclusivo e harmonioso, só é possível através de uma mudança profunda nas relações entre os atores que intervêm nessa área e, em particular, na cooperação internacional. É aliás por isso que de alguns anos a esta parte existe uma reflexão intelectual autónoma liderada por investigadores africanos (pois eles existem) acerca do crescimento económico e social dos países do continente e sua relação com as politicas de desenvolvimento que incluem a cooperação internacional. Fico-me por aqui, pois como vê, em matéria de desenvolvimento não tenho lições a receber de si.

      Quanto ao meu Pai, Sr. Máximo Aguiar, eu peço a Deus que ele viva, chegue aos 89 anos e os ultrapasse pois ele ainda está muito longe… É um homem ativo, que sempre trabalhou e trabalha na sua média empresa para cobrir as suas necessidades e as da sua esposa bem como das famílias que eles continuam a ajudar. Enquanto católicos eles seguem o preceito da nossa religião que diz que “o que a mão direita dá, a esquerda não precisa saber”. Não é o caso da Sra. Aliás se a Sra. conhecesse minimamente STP não teria escrito nem em sonhos o que escreveu.

      A Sra. ameaçou-me dizendo que perseguir-me-ia até às ultimas instancias. Pois saiba que eu estou pronta, só que levarei a cabo esse combate nos tribunais. Esteja descansada pois serão sem dúvida alguma tribunais situados em países onde o poder jurídico é independente e não se deixa corromper por autoproclamados “agentes do desenvolvimento” ou adeptos do neocolonialismo disfarçados de mecenas.

      Ainda bem que a Sra. “descobriu” São Tomé e Príncipe para vir brincar de agente do desenvolvimento, “domadora” de gentios e grande mestre da educação. Em Cabo Verde, Angola, Senegal, Nigéria, Etiópia Gabão, Ruanda e muitos outros países africanos que conheço e onde tive o prazer de trabalhar, você nunca teria ousado nem em sonhos proferir tamanhas barbaridades e… sair impune. O tempo d’El Rei em que que os negros tinham piolhos e eram desprovidos de inteligência pertence ao passado.

      Sabe, até que dou-lhe um certo desconto porque a culpa não é sua… É pena que os ministros, homens políticos e outras figuras públicas santomenses que a Sra. frequenta não se interessem, não leiam, não publiquem ou valorizem os inúmeros estudos e trabalhos de pesquisa desenvolvidos por outros santomenses e muito menos tenham tempo para os receberem e/ou debaterem de assuntos de interesse para o país. É pena que impere, salvo casos raríssimos, a política da exclusão da excelência nacional a favor da inclusão estrangeira de baixo nível.

      No entanto, como a Sra. tem grandes contactos e influencia nos media e se quiser usar dessas vias para debater civilizadamente poderei eventualmente vir a considerar uma tal proposta. Escuse-se porém de continuar sobre esta via em que se lançou por azar pois não terei tempo para responder a esse tipo de inépcias. Tenho que trabalhar e, enquanto mulher, negra e africana tive que fazer (e continuo fazendo) 10 vezes mais que os outros para que o meu trabalho fosse (e seja) reconhecido.

      Repito, a si e aos seus amigos comerciantes da miséria e traficantes do desenvolvimento esta é e será a única resposta. Desejo-lhe um Ano Novo à medida do seu pensamento e da sua atitude : medíocre e pobre sobretudo de espírito, ou do pouco que lhe resta. Se for capaz, faça uma cura, desintoxique-se e desfaça-se de uma vez por todas dos fantasmas do tempo d’El Rei… e, visto que entramos no jubileu da misericórdia, como boa cristã pedirei a Deus que se ocupe de si, pois só um milagre lá do alto para salvar-lhe e permitir-lhe qui ça reconciliar-se com a história e reintegrar a civilização do século XXI.

    • Violeta Aguiar

      30 de Dezembro de 2015 at 7:23

      Sra. Isabel de Santiago, sou livre de escrever e de exprimir a minha indignação face à situação que está a ser imposta ao meu Pai, Sr. Máximo Aguiar. Faço-o enquanto filha e enquanto cidadã, face a uma situação de injustiça que se arrasta há um tempo longo. Que isso lhe agrade ou não é problema seu.

      As questões que coloquei, e que, voltou a colocar, pois a Sra. e os seus amigos fingem não perceber são :

      Será que o Sr. Bispo de São Tomé e Príncipe tem o direito de autoproclamar-se Presidente da Caritas de São Tomé e Príncipe sem ter em consideração os estatutos da instituição?

      As mudanças e as reformas constituem a essência do ciclo de vida de um ser humano. Assim sendo, Máximo Aguiar, nunca se manifestou contra as reformas no seio da instituição a que presidia, bem pelo contrario sempre conduziu os destinos da Caritas de São Tome e Príncipe com o intuito de a tornar autónoma e capaz de responder às situações com que se confrontou. No entanto, para que toda e qualquer mudança possa ser válida ela deve à partida ser conduzida no respeito estrito das regras que existem, neste caso, dos estatutos da Caritas de São Tome e Príncipe. É capaz de compreender?

      Será que o Sr. Bispo aproveitando-se da autoridade que lhe é conferida pela função que desempenha pode, numa atitude déspota, autonomear-se Presidente da Caritas e, nomear a sua irmã como Diretora financeira da Casa dos Pequeninos (instituição criada no seio da Caritas de São Tome através de um projeto elaborado por Máximo Aguiar), e privar o Sr. Máximo Aguiar de uma remuneração que lhe fora acordada por direito?

      Será que a atitude do Sr. Bispo enaltece a Igreja? Estará essa atitude à altura dos preceitos veiculados pela Igreja católica? Será que essa atitude poderá fazer eco às reflexões e orientações proferidas pelo chefe máximo da Igreja católica o Papa Francisco? Que pensaria o Papa Francisco da atitude do Sr. Bispo?

      O Sr. Máximo sempre trabalhou no respeito das leis da integridade de cada um e observando estritamente as regras da ética e da equidade em todas as instituições e serviços por onde passou. Animado por essa conduta, Máximo Aguiar nunca mexeu no que não lhe pertencia e agiu de forma a que aqueles, que com ele trabalhassem fizessem o mesmo. Máximo Aguiar pode ter todos os defeitos deste mundo, foi inclusive chamado de “banana”, por um alto dirigente de STP, mas nunca se serviu das instituições por onde passou para enriquecimento pessoal, nunca pôs as mãos na coisa alheia. A titulo de exemplo, lembro-me da sua saída do Namibe (ex Moçâmedes) para Luanda, quando a guerra se intensificou após o 25 de Abril de 1974. Nessa altura, Máximo Aguiar remeteu as chaves do cofre com todo o seu conteúdo que estavam sob a sua responsabilidade aos seus colegas que até hoje se lembram desse gesto raro.

      O que está por detrás do meu texto não é apenas uma questão de dinheiro por dinheiro, como a Senhora e os seus amigos pretendem fazer crer. Trata-se da REPARAÇÃO DE UM ERRO, TRATA-SE DE UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA E DE RESPEITO PELA DIGNIDADE DE UM HOMEM HONESTO E INTEGRO. Se o Sr. Bispo tivesse escutado o Sr. Máximo este quiproquó, que já dura a mais de um ano com a publicação de um decreto que viola os estatutos da Caritas de São Tome e Príncipe, certamente não teria chegado ao ponto em que estamos.

      No meu texto nunca me referi a quem quer que seja como “corrupto”, apenas levantei a questão da justiça.

      A ligeireza com que a Sra. Isabel de Santiago se exprime sobre as pessoas idosas arrepia, sobretudo numa altura em que a esperança de vida não deixa de crescer e que, em consequência, muitos países desenvolvidos tentam encontrar soluções para reformular as suas politicas sociais, de molde a que estas sejam mais adaptadas ao novo estilo de vida dos seniores (expressão utilizada nesses países) mais saudáveis e mais ativos que outrora. Não é pois por acaso que a idade da reforma em muitos desses países aumentou substancialmente e a tendência é para que não se fique por aí.

      A Sra. é livre de criticar e não estar de acordo com o que eu escrevi. Pode defender a posição do Sr. Bispo mas nada nem ninguém lhe dá o direito de usar esse tipo de linguagem que destoa tratando-se de alguém que diz-se instruído. A sua linguagem aproxima-se perigosamente dum tipo retrógrado, utilizado em lugares menos próprios, longe da esfera pública, e que faz-nos lembrar uma época que felizmente já passou, com o contributo dos meus pais e dos meus antepassados.

      Permito-me colocar algumas questões a si cara Sra. detentora da verdade e grande conhecedora da realidade santomense:

      Na sua resposta que mais parece um apregoado de mercado de baixo nível, a Sra. diz que Máximo Aguiar “cometeu erros”. Por favor, diga quais foram esses erros. Admitamos que eventualmente o Sr. Máximo “cometeu erros” (pois errar é humano), pergunto: fê-lo com o intuito de prejudicar a Caritas de São Tomé e Príncipe? Pode ser clara e indicar quais são os erros a que a Sra. e os seus amigos se referem?

      Onde estava a Sra. a 12 de Julho de 1975? Quando é que despertou em si a “necessidade de servir os seus semelhantes que se encontram num pais que a Sra. de toda a evidencia não conhece?

      Onde estava a Sra. quando foi criada a Caritas de São Tome e Príncipe? Onde é que estava quando a Dra. Suzana (que a sua alma descanse em paz) achou por bem remunerar os colaboradores da Caritas de São Tome e Príncipe? Onde é que estava a Sra. quando Máximo Aguiar elaborou o projeto da Casa dos Pequeninos e foi batendo inúmeras portas para arranjar meios para viabiliza-lo? Onde é que a Sra. estava quando Máximo Aguiar criou o projeto rural de Canta Galo, que durante muito tempo abasteceu a Caritas em produtos frescos ?

      Está preocupada com o desenvolvimento de São Tomé. Belo sentimento que foi certamente despertado em si após ter construído a sua vida em Portugal e, decidido voltar “às suas supostas origens” para mostrar aos seus herdeiros esse lugar exótico e pitoresco, com mercados sujos e desordenados, barulhentos e com odores estranhos, praias maravilhosas e « uma população pobre, pior embebida pela miséria que tenta esquecer através do álcool e da droga… » Ah, parece que a Sra. faz uma tese sobre o assunto… não sei se voltarei a esse aspecto pitoresco de si mais tarde mas não consigo deixar de me perguntar se a Sra. não seria o seu próprio objecto de estudo, donde tanta incoerência e pequenez.

      A Sra. não me conhece, não sabe quem eu sou, como vivo e como ganho ou não a minha vida. Aliás a minha vida pessoal não é o objecto do meu texto. Contrariamente a si não tenho tempo e não preciso de aparecer nas « revistas people » para existir. Madona e Beyoncé fazem-no com muito profissionalismo, por isso a César o que é de César! Abstenha-se pois de fazer comentários sobre a minha pessoa, a minha família e a idoneidade do meu Pai.

      Não que a Sra. mereça mas eu vejo-me obrigada a dizer-lhe que sou filha de Máximo Aguiar e de Alice Trovoada Aguiar. Neta de Violeta da Graça Espírito Santo, de Caetana da Costa Quaresma, de Miguel dos Anjos Trovoada e de António Manuel Adolonimo Aguiar. Os meus antepassados são oriundos de São Tomé, de Cabo Verde e do Brasil. Nasci em Angola fruto dos laços históricos que unem esse país a São Tomé e Príncipe. Laços esses que a Sra. naturalmente desconhece. Orgulho-me do que sou pois sou o fruto não só de um cruzamento de culturas mas sobretudo de um conjunto de valores e princípios resumidos no Amor à terra que os meus pais, receberam dos seus antepassados e transmitiram-me para todo o sempre. Pois é minha Sra. trata-se de um sentimento que forjou a identidade que é a minha e que a Sra. e os seus amigos por desconhecerem teimam em não aceitar pois, trata-se de algo que incomoda e faz sombra aos espíritos pequenos, medonhos e retrógrados.

      A Sra. é de toda a evidencia ignorante em relação ao assunto por mim abordado. O seu pensamento revela uma incoerência manifesta e, desta forma, a Sra. vê-se obrigada a recorrer a argumentos de autoridade dizendo “eu sou…”, “eu conheço…”, eu fiz…”. Pior, usa esses argumentos e os seus “altos contactos” para proferir ameaças. Devo confessar que estou cheia de medo… como os meus antepassados tiveram certamente ao baterem-se pela independência de STP. Pois é, não sei se reparou mas STP é um pais independente desde 12 de Julho de 1975.

      O fato de a Sra. ter dinheiro (como faz questão de mencionar), brincar de mecenas e frequentar certas personalidades (que ao que parece têm muito tempo livre) não lhe confere o direito de posicionar-se como agente do desenvolvimento e ter atitudes que no país onde eu vivo e trabalho (porque contrariamente à Sra. eu trabalho), são consideradas como reacionárias e contrárias à ética, aos valores e princípios de sociedades desenvolvidas e democráticas. Trata-se de uma atitude que não dignifica um país como o seu, (Portugal) onde estou em crer você representa uma ínfima minoria. Tenho amigos portugueses e estou certa que não se reconhecem no seu tipo de linguagem, saída diretamente dos anais da escravatura, da época colonial e das roças onde pessoas como a Sra. reinavam e os “pretos” eram considerados seres inferiores e preguiçosos!

      O desenvolvimento não é essa palavra vã que a Sra. pretende conhecer. Se a Sra. for capaz de aprofundar os seus conhecimentos académicos poderá talvez compreender que trata-se de uma questão que é debatida no seio de inúmeras escolas que estão todas de acordo para dizer que um desenvolvimento sustentável, inclusivo e harmonioso, só é possível através de uma mudança profunda nas relações entre os atores que intervêm nessa área e, em particular, na cooperação internacional. É aliás por isso que de alguns anos a esta parte existe uma reflexão intelectual autónoma liderada por investigadores africanos (pois eles existem) acerca do crescimento económico e social dos países do continente e sua relação com as politicas de desenvolvimento que incluem a cooperação internacional. Fico-me por aqui, pois como vê, em matéria de desenvolvimento não tenho lições a receber de si.

      Quanto ao meu Pai, Sr. Máximo Aguiar, eu peço a Deus que ele viva, chegue aos 89 anos e os ultrapasse pois ele ainda está muito longe… É um homem ativo, que sempre trabalhou e trabalha na sua média empresa para cobrir as suas necessidades e as da sua esposa bem como das famílias que eles continuam a ajudar. Enquanto católicos eles seguem o preceito da nossa religião que diz que “o que a mão direita dá, a esquerda não precisa saber”. Não é o caso da Sra. Aliás se a Sra. conhecesse minimamente STP não teria escrito nem em sonhos o que escreveu.

      A Sra. ameaçou-me dizendo que perseguir-me-ia até às ultimas instancias. Pois saiba que eu estou pronta, só que levarei a cabo esse combate nos tribunais. Esteja descansada pois serão sem dúvida alguma tribunais situados em países onde o poder jurídico é independente e não se deixa corromper por autoproclamados “agentes do desenvolvimento” ou adeptos do neocolonialismo disfarçados de mecenas.

      Ainda bem que a Sra. “descobriu” São Tomé e Príncipe para vir brincar de agente do desenvolvimento, “domadora” de gentios e grande mestre da educação. Em Cabo Verde, Angola, Senegal, Nigéria, Etiópia Gabão, Ruanda e muitos outros países africanos que conheço e onde tive o prazer de trabalhar, você nunca teria ousado nem em sonhos proferir tamanhas barbaridades e… sair impune. O tempo d’El Rei em que que os negros tinham piolhos e eram desprovidos de inteligência pertence ao passado.

      Sabe, até que dou-lhe um certo desconto porque a culpa não é sua… É pena que os ministros, homens políticos e outras figuras públicas santomenses que a Sra. frequenta não se interessem, não leiam, não publiquem ou valorizem os inúmeros estudos e trabalhos de pesquisa desenvolvidos por outros santomenses e muito menos tenham tempo para os receberem e/ou debaterem de assuntos de interesse para o país. É pena que impere, salvo casos raríssimos, a política da exclusão da excelência nacional a favor da inclusão estrangeira de baixo nível.

      No entanto, como a Sra. tem grandes contactos e influencia nos media e se quiser usar dessas vias para debater civilizadamente poderei eventualmente vir a considerar uma tal proposta. Escuse-se porém de continuar sobre esta via em que se lançou por azar pois não terei tempo para responder a esse tipo de inépcias. Tenho que trabalhar e, enquanto mulher, negra e africana tive que fazer (e continuo fazendo) 10 vezes mais que os outros para que o meu trabalho fosse (e seja) reconhecido.

      Repito, a si e aos seus amigos comerciantes da miséria e traficantes do desenvolvimento esta é e será a única resposta. Desejo-lhe um Ano Novo à medida do seu pensamento e da sua atitude : medíocre e pobre sobretudo de espírito, ou do pouco que lhe resta. Se for capaz, faça uma cura, desintoxique-se e desfaça-se de uma vez por todas dos fantasmas do tempo d’El Rei… e, visto que entramos no jubileu da misericórdia, como boa cristã pedirei a Deus que se ocupe de si, pois só um milagre lá do alto para salvar-lhe e permitir-lhe qui ça reconciliar-se com a história e reintegrar a civilização do século XXI.

  7. Natasha Guerra

    24 de Dezembro de 2015 at 21:09

    Senhora Isabel Santiago (se for mesmo o seu nome ). Deveria informar-se melhor antes de pronunciar-se. Quer processar uma pessoa só pelo facto de ela ter manifestado a sua indignação pela injustiça cometida contra o seu pai? Quer que o jornalista deixe de informar? Se fosse o seu pai? Sabe qual é a história desse senhor e da sua família?
    Como diz o ditado: “malagueta no olho do outro é refresco.”
    FELIZ NATAL PARA SI E PRÓPERO ANO NOVO

    • seabra

      26 de Dezembro de 2015 at 16:35

      Natacha,é agora a minha vez de pergunta-la se você é mesmo Natasha,ou J.V. ou um parente dos Aguiar.
      Em todo o caso, os argumentos apontados pela sra dona Isabel Santiago,são sólidos,bem sublinhados…denuncia os oportunistas,cujo o senhor Aguiar.
      Contra factos não há argumentos…tal como o seu citado proverbo”pimenta no k dos outros é refresco,é no meu k que arde”.
      Reflita,sra dona anônima Aguiar…

    • Natasha Guerra

      30 de Dezembro de 2015 at 9:34

      Sr Seabra! Tem dúvidas? Ou quer ser meu fã e não tem coragem de assumir? Quem me garante também se não é um dos amiguinhos desta tal Isabel? Ou está ao serviço do Bispo…. Que eu saiba estamos num país demócrático. Posso e devo expressar a minha opinião independentemente de ser ou não da família. Se não gostou, problema seu!!! Já agora, mas que luz é essa que os AGUIAR teem que o incomoda tanto? Parece que o Sr quer fazer um ajuste de contas. Se sabe que estão envolvidos em algum facto menos lícito, não fique pelas insinuações ou alucinações…. DENUNCIE!!!! O Sr defendeu um ponto de vista e eu defendo o outro. O Sr entende que a dna Isabel está certa e eu entendo que não! Ou será que quer que voltemos a outros tempos em que dizíamos sim a tudo sob pena de ficarmos debaixo das chibatadas? Mais uma coisa: não citei nenhum PROVERBO, mas sim PROVÉRBIO!

    • seabra

      30 de Dezembro de 2015 at 20:30

      Fã de uma puxa saco e
      frustrada como você..? .Parece que tem uma violencia,uma agressividade,um ódio…rancor e uma tormenta interior, na sua expressão.
      …e por cima é mesquinha.
      A Natasha tem um grande mal estar ,uma destabilidade emocional incontrolável…é por acaso maníaco-depressiva? O seu jeito de exprimir, leva-me a pensar q tem algum problema desta ordem. Ou então você ferve na pouca água…nervos excessivos.
      Com gente como você,não tenho por hábito de “tomar o meu tempo inutilmente”!
      Vueillez m’excuser, madame la nevrosee…desolee!
      Que o ano 2016 lhe traga saúde psicológica,calma e serenidade…sobretudo a paz interior.
      Allez,bon vent et Bonne chance.

  8. seabra

    25 de Dezembro de 2015 at 2:17

    Isabel S.,o seu argumento é excelente…queira Deus que hajam + I.S. para esclarecer e denunciar certas pessoas de má fé,de má indola.,que quer distinguir-se,gozar de privilégios,esmagando tudo e todos,únicamente para fins pessoais….vivendo egoistamente. Incrível!
    O objectivo é dinheiro,fama…”venha à nós, o vosso reino nada” .
    Os velhos oportunistas,que já muito tiraram proveito financeiro e pessoal de STP,devem retirar-se definitivamente da vida pública…já prejudicaram a nação e a população,suficientemente. Basta…o senhor em questão,o Miguel Trovoada,o Fradique de Menezes,o Pintinho da Costa e companhia,deve libertar a “Poltrona” para os mais jovens e mais competentes que eles,porque em STP nada de Bom fizeram,até hoje…para além de se terem enriquecido,às custas do país,em detrimento do povo e do desenvolvimento do país.
    Dona J.A., deixe o seu pai ir ao repouso…estima-se Feliz,porque pelo que se dele,foi uma sorte dele não ter tido a enfrentar a justiça.
    A discrição é de rigor…deixe que o seu pai parta com pezinhos de lã,sem fazer barulho…pode virar contra ele.

    • Violeta Aguiar

      30 de Dezembro de 2015 at 6:33

      A resposta que dei mais acima à sua amiga Sra. Isabel de Santiago serve igualmente para si e para todos os que partilham as mesmas incoerencias.

      Arbor bona fructus bonos facit!!!

  9. Maria

    30 de Dezembro de 2015 at 19:33

    Muito bem Doutora Isabel de Santiago (grande personalidade internacional recebida até pelo primeiro Ministro cessante), muito bem Doutor Seabra, teem toda a razao é Portugal quem dà o dinheiro, logo sao voces senhores doutores quem mandam. O Bispo é portugues, os portugueses daoo dinheiro, portanto ele tem o direito de por a sua irma como directora Finaceira, A contabilidade fica nas maos de dois irmaos, que mal tem isso? Acho bem que uma parte do dinheiro da ajuda seja para os portugueses. Fora com esse preto velho, que tema mania que sabe tudo… Eu se fosse o Sr Bispo ia para Angola fazer queixa dele. Sao Tomé é o unico pais dos PALOP, que tem Bispo portugues, por isso tem que lhe respeitar dom Manuel, a si e a sua irma, que tem todo o direito deviver lconsigo Sr Bispo. Era o que faltava… o dinheiro é da Doutora Isabel ela é quem manda, nao existe Caritasnacinalem Sao Tomé. A caritas de STP, é portuguesa, somos nos quem mandamos. Viva El Rei.

  10. seabra

    30 de Dezembro de 2015 at 20:45

    …já agora,quero pergunta-la se vive e se participa no progresso de STP?
    Ainda quero sublinhar algo de muitíssimo importante,q certamente,a sra dona Sabichona “excitee” desconhece…se hoje pode usufruir desta democracia,desta liberdade de expressão (q estimo legitimo),é graças a muitos membros da minha familia q lutaram e foram assassinados (sem terem desfrutado do seu combata..),pelos traidores,puxa saco,falsos…pelas pessoas como você,Natasha.
    Termino aí a minha perda de tempo.
    Enjoy!

  11. Mario

    31 de Dezembro de 2015 at 5:06

    Trata-se de uma questão de justiça!!!!! Porque não se investiga para apurar a veracidade dos factos? Existem estatutos da Caritas de São Tome e Príncipe? A forma como o Bispo passou a presidente é incontestavel?

    “trata-se da REPARAÇÃO DE UM ERRO, TRATA-SE DE UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA E DE RESPEITO PELA DIGNIDADE DE UM HOMEM HONESTO E INTEGRO” escreve a Sra Violeta Aguiar. O Centro de integridade publica de STP (CIP-STP)que diz “trabalhar para uma sociedade mais justa” (sic) porque nao se ocupa do caso?

    Vamos todos meter a cabeça na areia como a avestruz?

    Boas Festas, que 2016, seja um ano mais justo e solidario.

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