Opinião

São Tomé e Príncipe na categoria de lixo!

É engraçado que também Portugal, que é ocidental e considerado desenvolvido, seja caracterizado pelas principais agências de notação financeira internacionais como “lixo”. Fazendo o trocadilho ou a mescla das situações, ou seja, economia mais a imagem do país, no caso de São Tomé e Príncipe eu diria que a categoria é literalmente “lixo”. Mas quem sou eu para dar uma nota ou categorizar o que quer que seja num país? Sou apenas um observador atento ao que se passa no meu país, São Tomé e Príncipe e no mundo. Como são-tomense estou deveras desconsolado com a imagem que sobretudo a capital São Tomé apresenta nos dias de hoje.

Cidade centenária, São Tomé já foi considerada uma das mais lindas e limpas capitais de África. Outrora com paisagem estonteante de tons verde e azul, pintados pelas árvores da capital banhada na marginal pelo mar do Atlântico. Atualmente o contraste é marcado pela ruína dos edifícios, muito deles com alto valor arquitetónico, buracos nas estradas, valas e esgotos de escoamento entupidos, praias em que o areal está a ser inteiramente substituído pelos calhaus e muito, muito lixo espalhados pelas ruas e principais avenidas.

Como diz o filósofo brasileiro Mário Sérgio Cortella “a tragédia não é quando um homem morre. A tragédia é o que morre dentro de um homem quando ele está vivo”.

Quero com isto dizer que, a tragédia aqui não é o estado em que se encontra a cidade, mas sim, a capacidade que os sucessivos governantes do país têm tido para ajudar a deteriorar o que já foi lindo, o que já foi bom, o que já foi útil.

A capital São Tomé é o espelho das ilhas. É o que se reflete além-fronteiras. É o que todos e qualquer um vê primeiro, assim que chega/visita o arquipélago. É o cartão de visitas. A limpeza e saneamento dela não devia ser uma prioridade para os sucessivos governos e líderes camarários? Como é que o atual executivo de Patrice Trovoada vem assegurar que o turismo é para o governo uma aposta e que pode ser uma das principais alavancas da economia se a primeira imagem do país que saltará as vistas dos visitantes será de lixo, de cheiro nauseabundo, de vendas ambulantes no meio disto tudo, de buracos nas estradas e esgotos entupidos que inundam as mesmas estradas quando chove, da barreira da marginal toda destruída e das praias com estruturas como pontes partidas e cheias de pedras invés de areia? Como é que o executivo camarário de Água Grande e de Kiney Santos consegue seguir as pisadas do governo central em inúmeras inaugurações e ações, também elas importantes, como levar água e luz às populações em dificuldades, mas não traça e apresenta, com ações, uma estratégia de devolução do respeito e integridade a nossa capital?

“Ter esperança ativa é aquela que é do verbo esperançar, não a do verbo esperar. O verbo esperar é aquele que aguarda enquanto o verbo esperançar é aquele que busca, que procura, que vai atrás”. Mário Sérgio Cortella

A solução seria então, ao invés de continuarmos a espera, ir atrás. Não interessa saber de quem é a culpa do estado em que chegou a nossa capital. O mais importante seria os decisores de hoje terem a capacidade de buscar apoio do povo para arregaçar as mangas e juntos mudar o figurino da cidade. Criar estratégias e projetos, buscar apoios internacionais e nacionais não só para colocar na agenda de execuções, ações de grande envergadura como a requalificação do aeroporto e do porto de São Tomé ou a criação de um porto de águas profundas em Fernão Dias, mas também medidas não menos importantes, como requalificar toda a marginal, planos conjuntos com os proprietários para a reabilitação dos edifícios da cidade, campanhas de sensibilização e de limpeza da capital, implementação da cultura dos caixotes de lixos espalhados pelas ruas e artérias da capital, incentivar a participação do setor privado na concretização desses objetivos, por exemplo na questão de manutenção das estradas e dos esgotos. No fundo seriam esforços sinceros que visariam devolver realmente a beleza de uma cidade que no final das contas é o espelho de todos nós são-tomenses.

“A nossa casa reflete a nossa personalidade e afirma quem somos”.

Brany Cunha Lisboa

 

 

 

11 Comments

11 Comments

  1. pascoal de carvalho

    28 de Agosto de 2017 at 23:12

    Pois é meu caro, nem sempre o reflexo do homem condiz com aquilo que ele de fato é ou representa, ou seja o fidalgo são-tomense, transformou-se num desenrasque momentâneo, que ultrapassa todas as convicções trazidas de outros tempos que bem conhecemos (uma enorme pena, é só zemé e calar). Quem sabe um dia.

  2. Aristides Barros

    29 de Agosto de 2017 at 7:50

    O artigo até é bom. Só que o oceano que banha as nossas ilhas é o Atlântico.

  3. Doente

    29 de Agosto de 2017 at 16:25

    Aristides barros faltou as aulas de geografia. As ilhas de sao tome e principe sao banhadas pelos oceanos indicos e atlantico. A ilha de sao tome mais concretamente pelo oceano indico. Coitado estuda depois comenta ya

    • António

      31 de Agosto de 2017 at 0:16

      Doente mesmo! Esta dos oceanos é “de caixao à cova”! Mas que enorme disparate!

    • Afonso Massude

      4 de Setembro de 2017 at 21:40

      Kkkkk.

  4. Brany lisboa

    29 de Agosto de 2017 at 16:42

    Obrigado pela correcao aristides foi um lapo de degitacao. Teclados intelegentes. Assumo o eurro e retifico perante esse comentario. Oceano atlantico sim senhor

  5. Nuno Miguel de Menezes

    29 de Agosto de 2017 at 18:56

    São Tomé e Príncipe na categoria de lixo!

    Independência de São Tomé e Príncipe 12 de julho de 1975, os Portugueses de Portugal deram a Independência a São Tomé e Príncipe aonde existiu varios movimentos Para assim acontecer a mesma Independência de São Tomé e Príncipe Partidos Politicos criados antes da Independência de Sao Tome e Principe o Povo de Sao Tome e Principe foi escravo.

    Sao Tome e Principe quando assim aconteceu a Independência no dia 12 de julho de 1975 apenas Sobreviveu das Doações dadas Por outros Paises incluindo Republica Portuguesa de Portugal ate a data de hoje.

    Numero de habitantes em são tomé e principe ‘e 199,910 em (2016) o numero mais pequeno da Populacao da culonia Portuguesa.

    Depois da Independência de São Tomé e Príncipe 12 de julho de 1975,
    ate o ano 1980 o Povo de Sao Tome e Principe adormeceu por completo ate a data de hoje, aonde existe dificuldades para infraestruturar o Pais daquilo que o Povo necessita.

    Ate a data de hoje ‘e necessario ajuda de FMI, o Governo de Sao Tome e Principe pedir arroz a china para assim combater a fome e a pobreza que Sao Tome e Principe necessita.

    Muitos jovens nascidos em Sao Tome e Principe e com a formacao academica no estrangeiro preferem a europa do que ir a Sao Tome e Principe trabalhar na sua Profissao tudo isso por causa da infraestrutura que assim Sao Tome e Principe assim nao Tem, e preferem apenas ir de ferias a Sao Tome e Principe. Passando 15 dias de ferias abandonam Sao Tome e Principe e Voltam a europa.

    É engraçado que também Portugal, que é ocidental e considerado desenvolvido, seja caracterizado pelas principais agências de notação financeira internacionais como “lixo”

    Usando eu as suas Palavras, O Portugal ‘e um Pais desenvolvido com poucas oportunidades aonde origina o Povo Portugues nascido em Portugal ir tambem a procura das melhores condicoes nos outros Paises como Por exemplo Reino Unido,Suica,Franca,Estados Unido , Espanha e outros mais.
    A razao para tal o ingles usa a palavra FULL,milhares de pessoas com a mesma profissao,milhares de pessoas a espera de uma vaga para assim exercer a mesma profissao e muitos bem formados preferem ir a inglaterra trabalhar nas fabricas de galinhas de ovos e depois passando alguns anos alguns conseguem trabalhar na sua area de profissao.

    Isso no meu ponto de vista nao ‘e considerado “lixo”, mais sim Fluxo migratório que existe a mais….,em cada Pais e esse mesmo Fluxo migratório que assim existe a mais pessoas bem formadas Sao Tome e Principe necessita para o seu desenvolvimento e sua infraestrutura.

    E um Pais nao desenvolvido como Sao Tome e Principe sem infraestrutura o Fluxo migratório diminui nao tem condicoes de resposta a nivel de vencimento e oportunidades para os jovens nascidos em Sao Tome e Principe e nao so apenas, e esses mesmos jovens concideram e com razao São Tomé e Príncipe na categoria de lixo!

    E ao mesmo tempo aplicamos a palavra (jovens) sem jovens sem sucesso tanto a nivel professional mesmo tendo eles a escolaridade obrigatória dentro de Sao Tome e Principe.
    E Muito deles nao tem a sorte de ter um Passaporte Portugues para assim tentar a sua sorte em Portugal ou ir viver na outra europa trabalhar e sem os mesmos saberam vao infrentar coisas que em Sao Tome e Principe nao tinham conhecimento e muito vao perceber que pior ‘e ainda viver na vida de imigracao.

    Independência de São Tomé e Príncipe 12 de julho de 1975, cada Pais da lingua Portuguesa tem a sua data de independencia, uma vez na brincadeira falei a um amigo o seguinte para o Povo de Sao Tome e Principe nao chorar,Angola,Mozambique,Guine Bissau,Cabo Verde,Brazil,paises da colonia portuguesa que assim receberam a Independência Portugal quando assim deu a independencia deveria dividir capitar bruto de portugal PIB para cada o Pais. Para assim eles todos infraestruturizar o seu Pais.

    Apenas foi uma brincadeira que assim tive e a resposta dessa mesma brincadeira teve o resultado final.

    Apenas deixo uma dica que assim alguem informou a mim, eramos escravos ganhamos a independencia, na altura de escravidao nao tinhamos experiencia e produto interno apenas era o capataz que assim o tinha.

    E nesta mesma conversa alguem informou a mim que o Meu Povo de Sao Tome e Principe ‘e um Povo adormecido preferem que lhe tragam a comida do que ir a luta, jogar com o pouco que tem, e tem a mania de resolver tudo a feitiço,e feitiço trazia riqueza, Sao Tome e Principe teria melhor condicoes de vida e boas infraestruturas, e ganharia moda e Portugal tambem fazia e outros paises Tambem.

    A vida de imigracao as vezes acontece essas conversas e quando tiver a oportunidade vou falar desse artigo escrito por si neste jornal telanon.

    “A nossa casa reflete a nossa personalidade e afirma quem somos”.

    Nuno Miguel de Menezes
    Reino Unido, Lincoln

    • António

      31 de Agosto de 2017 at 0:29

      A Economia de São Tomé e Príncipe e a sua população não conseguem sustentar a as estruturas político-administrativas que foram criadas como se se tratasse de um país grande e rico. Assim, vão ter de viver de esmolas para sustentar essas estruturas e a população vai ter de comer arroz da China… quando houver.
      Tiveram a independência em 1975, para bem de alguns, mas a Libertação do Povo ficou por fazer. Continua por fazer!

  6. Vexado

    1 de Setembro de 2017 at 16:32

    Parece que Stp não aparece em lugar algum, porque não apresenta os relatórios de conta. Alguma vez o kinei bandido apresentou relatório de conta de execução de orçamento da câmara?
    Com lixo, por lixo e em lixo negócio que kinei vai amealhar dinheiro com o senhor duadi – sonape.
    Mande apresentar o contrato que azo ao serviço

  7. Mé N' piá

    2 de Setembro de 2017 at 6:02

    Doutores de mente subd. versados apenas em intrigas ódio até quando????????

  8. Guêmbu

    3 de Setembro de 2017 at 20:38

    O oceano que nos banha está longe do que nos diz banhar, já sabemos que tem o trauma do Mário Crotella e Portugal mesmo lixo nos dá todos os anos mais de 20 milhões de euros mais 25% do BISTP.

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