Cultura

Lei que define património histórico – cultural deverá ser accionada para tirar das mãos de privados o património cultural são-tomense que foi extorquido nos últimos 34 anos

A Directora damuseu.jpg Cultura Nazaré Ceita, anunciou esta semana que o sector competente do estado, deverá fazer respeitar a lei 4-2003 que define o que é património histórico-cultural. Parte deste património comum, passou a ser propriedade privada, o que obriga a tomada de medidas para que o património histórico e cultural volte a ser nacional.

A directora da cultura, explicou que está em curso um árduo trabalho de reflexão em torno do património histórico e cultural de São Tomé e Príncipe. Reflexão ainda mais quando a maior parte do património histórico e cultural não está registado. «São situações gritantes que o nosso país enfrenta, não temos nada sinalizado, não temos história das nossas localidades, nem os actores históricos. Isso é extremamente preocupante, isso só se faz com um trabalho árduo de concertação e pedagógico», afirmou Nazaré Ceita.

A Directora anunciou por outro lado que o sector está a munir-se de armas no sentido de fazer a inversão da situação. Uma realidade diferente em relação a outros países africanos, com destaque para os da África Ocidental, como Senegal onde a preservação do património histórico-cultural, é uma das grandes prioridades, sublinhou Nazaré Ceita.

Daí que o recurso a lei 4/2003 que estabelece regra, em torno do que é património histórico-cultural, é fundamental para repor a ordem. Uma comissão nacional será criada brevemente para gerir o património histórico-cultural, e segundo a directora da cultura vai ser criado um fundo para dentre outros aspectos assegurar a manutenção do património.

Privados que passaram a ter direito sobre o património histórico-cultural de São Tomé e Príncipe, terão que devolver o bem á nação. «A lei do património prevê algumas formas de actuação aos patrimónios que estão em mãos de privados, tem que haver um trabalho árduo de negociação e não vale a pena partir para conflitos. É uma questão de fazer um trabalho concertado no sentido desses patrimónios serem considerados não de privados mas do país». Pontuou.

Note-se que alguns dirigentes do país, são donos de patrimónios históricos culturais da nação são-tomense.

Abel Veiga

 

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