BBC/ Damien Zane
Nunca um presidente nigeriano em funções perdeu as eleições. A derrota de de Goodluck Jonathan requer explicações. Eis cinco razões.
- Fraudes mais difíceis
No passado, as eleições foram ensombradas por sérias irregularidades e suspeitas de fraude. Em 2007, observadores disseram que as eleições presidenciais não tinham sido credíveis. Em 2011, considerou-se ter havido melhorias mas os observadores voltaram a denunciar a ocorrência de fraudes.
Desta vez, a Comissão Eleitoral tomou medidas que incluíram a introdução de cartões eleitorais biométricos. Por outro lado, o Partido Democrático Popular, do presidente Jonathan, perdeu o controlo de alguns estados cruciais, significando que não pôde controlar, nesses estados, o processo eleitoral.
2: Boko Haram e segurança
As eleições presidenciais tiveram como pano de fundo a insurgência islamita no nordeste do país. Os militantes do Boko Haram assassinaram mais de 20.000 pessoas e forçaram cerca de três milhões a fugir das suas casas e Goodluck Jonathan foi acusado de não pôr cobro à situação.
O escrutínio foi adiado por seis semanas para dar tempo a que a situação melhorasse, mas embora grande parte das áreas controladas pelo Boko Haram tenha sido recapturada, foi demasiado tarde para muita gente.
3: Oposição unida, PDP em desintegração
O PDP foi descrito como uma máquina para vencer eleições. Aquando da sua fundação, congregou uma elite do norte e proeminentes políticos do sul, mas a aliança rompeu-se e o partido perdeu algumas figuras determinantes. Até o antigo presidente Obasanjo se posicionou contra Goodluck Jonathan. Simultaneamente, a oposição conseguiu unir-se sob a sigla do APC. As últimas seis semanas de desesperada e suja campanha, à qual o APC respondeu à letra, não logrou inverter a maré.
4: Economia
A Nigéria é o maior produtor africano de petróleo e a maior economia do continente, mas muitos não sentem os benefícios, com cerca de metade da população a viver abaixo da linha de pobreza. Responsabiliza-se parcialmente uma continuada prática de corrupção.
O rendimento nacional deverá crescer em mais de 5% em 2015 e 2016, mas os nigerianos não parecem dispostos a atribuir os méritos a Goodluck Jonathan.
5: Tempo de mudança
Por onde passaram, os apoiantes do APC cantaram ‘mudança’ e, pelos vistos, estiveram em sintonia com os eleitores. O PDP chegou ao poder após o fim do regime militar em 1999 e 2015 foi o ano em que os nigerianos decidiram ser tempo de entregar as rédeas a outras mãos.
O presidente eleito, Muhammadu Buhari, tem agora de provar que pode, realmente, mudar as coisas.
Queremos Mudança
2 de Abril de 2015 at 9:19
A mesma coisa fizemos em 12 de Outubro de 2014 e agora estamos ARREPENDIDOS……
Lindomar
2 de Abril de 2015 at 10:36
Render da guarda. Buhari tem fama de ser um duro. Esperemos que consiga enfrentar o Boko Haram com determinação e sucesso. Boa sorte para os irmãos nigerianos.
Atento
6 de Abril de 2015 at 14:34
Lindomar.
Desde quando os nigerianos são nossos irmãos???
Irmãos são os Cabo verdianos, portugueses, angolanos, guinenses e moçambicanos.
Agora chamar irmãos aos nigerianos, NUNCA!!!!!
irmão não se define pela côr da pele, mas sim pelo sangue que nos corre nas veias.
Lindomar
6 de Abril de 2015 at 18:07
Atento,
Você é um desconhecedor da nossa história. Investigue um pouco e talvez corrija o que disse.
Zon
6 de Abril de 2015 at 22:38
Atento, você não passa de um pobre de espírito que nada sabe da sua própria história.