Economia

São Tomé e Príncipe e a Nigéria avançam para a exploração conjunta dos recursos piscícolas na zona marítima comum

A Autoridade Conjunta, órgão criado pelos dois países para gerir os recursos da zona conjunta, tem um departamento para recursos não petrolíferos. Olegário Tiny (na foto) é o director do referido departamento e anunciou o início da investigação científica com vista a exploração dos recursos piscícolas e outros, que habitam as águas da zona de exploração conjunta São Tomé e Príncipe – Nigéria.

Minérios, plantas subaquáticas, e peixe são os alvos da investigação científica que um navio norueguês, está a realizar nas águas da Zona Conjunta São Tomé e Príncipe-Nigéria. Uma investigação que visa definir a quantidade de peixe e o seu comportamento migratório, assim como as plantas e minérios existentes na zona. A investigação que começou no dia 7 termina no dia 19 de Maio.

Olegário Tiny, Director Executivo do Departamento de Recursos Não Petrolíferos da Autoridade Conjunta, disse ao Téla Nón, que após mais de 5 anos passados sobre o funcionamento da Autoridade pela primeira vez, os dois países dão passos decisivos no sentido de explorar os recursos não petrolíferos da zona conjunta. «A nossa estratégia passa em primeiro lugar por saber o que é que temos na zona», referiu o director.

O navio norueguês que está a realizar a investigação marítima da zona, foi contratada após a avaliação de vários parceiros contactados para a realização da tarefa. «A Noruega respondeu aos nossos anseios e decidiu participar com 70% de financiamento para esta pesquisa que está em marcha. Trata-se de um barco de investigação científica apetrechado com o mais modernos equipamentos, desde sondas e outros, para recolha de dados. Essa operação começou no dia 7 e vai durar 19 dias», explicou Olegário Tiny.

O financiamento da Noruega é equivalente a cerca de 600 mil euros. Um donativo segundo Olegário Tiny. «Após a recolha de amostras de diversos tipos de plantas, peixes e eventualmente de minérios os resultados serão enviados a Autoridade Conjunta. Ao mesmo tempo em que trabalhamos na pesquisa, foram criadas normas e regulamentos para a zona conjunta», acrescentou.

A Autoridade Conjunta através do seu departamento de recursos não petrolíferos já começou a negociar com algumas empresas internacionais a possibilidade de virem a explorar os recursos identificados pela investigação em curso. «Dentre os contactos temos uma empresa nigeriana séria, que tem perfil adequado com larga experiência nesta área, e que trabalha em parceria com empresas espanholas e russas, no comercio do peixe no mercado internacional», frisou.

Segundo Olegário Tiny, a Autoridade Conjunta, pretende ser parte do projecto. Não vai limitar-se apenas a vender pescado para a empresa contratada. «Queremos é ser parte do projecto, transformar o pescado na Nigéria ou em São Tomé e Príncipe, com prioridade para São Tomé e Príncipe. No capítulo da transformação não queremos apenas produzir enlatados. Queremos sim é, produzir também derivados de peixe, farinha etc», sublinhou.

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Para além do Atum abundante nas águas do Golfo da Guiné, onde se situa a Zona Conjunta São Tomé e Príncipe-Nigéria, Olegário Tiny, avançou estudos já realizados pela FAO, que apontam para a existência de grandes cardumes nas águas do golfo da Guiné de uma espécie de peixe, muito utilizada na indústria de transformação. «Há um peixe muito pequeno a que se chama peixe lanterna, cuja quantidade dele, é das maiores no mundo para a produção de farinha de peixe e derivados. Estudos feitos pela FAO diz que na zona do Golfo da Guiné e na zona conjunta, existe este peixe em abundância e suficiente para que possamos ter tanto na Nigéria como em São Tomé e Príncipe, a maior industria de transformação de peixe do mundo. Mas não temos tirado partido disto, por falta de estudos que identifiquem o cardume», explicou.

Daí a importância da pesquisa que o navio norueguês está a realizar nos 34.500 quilómetros quadrados que formam a Zona de Exploração Conjunta São Tomé e Príncipe-Nigéria. «Já temos contactos com empresas europeias interessadas em montar unidades de transformação seja na Nigéria como em São Tomé e Príncipe. Os dados da investigação serão disponibilizados as empresas interessadas em desenvolver projectos em São Tomé e Príncipe ou na Nigéria», pontuou, Olegário Tiny.

A parceria com a Noruega será reforçada no futuro com vista a tratar das questões ambientais. Afinal de contas a zona de exploração conjunta São Tomé e Príncipe-Nigéria, deverá produzir petróleo e peixe para satisfação das necessidades económicas e financeiras dos dois países. «Na zona conjunta foram feitos 5 perfurações no ano passado e descobriu-se petróleo ou gás em cada uma dessas perfurações. Pretendemos iniciar agora e depois das pesquisas as actividades piscatórias. Então surge uma certa contradição entre a actividade petrolífera que normalmente é poluidora e as actividades piscatórias que têm a ver com recursos vivos que em princípio são renováveis, e precisam por isso de condições adequadas para a sua renovação e protecção. Então entra a questão ambiental», precisou.

A questão ambiental é crucial, e a autoridade conjunta já assinou um acordo de princípio com a Noruega para gestão integrada da zona conjunta. «A Noruega é o melhor exemplo no mundo desta gestão integrada ambiental, entre a alta produção de pescado e alta produção de petróleo e gás, e a melhor gestão ambiental equilibrada que se possa imaginar», garantiu o Director do Departamento dos recursos não petrolíferos da Autoridade Conjunta.

Abel Veiga

20 Comments

20 Comments

  1. peixe lanterna

    20 de Maio de 2011 at 8:23

    a noroega nao finaciou a 70% por altruismo, indulgencia, filantropia ou expirito caritativo. Qual é a contra partida da noroega nestas pesquisas??

    Pra pesacar é preciso todo este aparato?
    Sera que quando a Uniao europeia quando vem ca pescar fazem este estudo de 1 milhao antes de começar as actividades.
    Com um milhao de dolar quantos barcos de pescas podiamos comprar e começar por nos mesmos a explorar esta zona?

    disperdicio de tempo e dinheiro!!!!!

    • jaka doxi

      25 de Maio de 2011 at 23:15

      Mais um do PCD comedor de dinheiro.

  2. Vigário

    20 de Maio de 2011 at 8:25

    Seria boa ver com esses senhores ai da Nigéria, e esses parceiros pra q esse projeto essa instalado em STP. E porque nao aproveitar doca de pesca pra isso hein, isso pode trazer emprego pra nossas ilhas e seria uma coisa seria. Tomara n seja mais um desses falsos projeto q so fica no papel.

    Ja agora convenhamos neh Tiny Ja Eh tempo de trocares da cadeira, Ja estas muito tempo nisso de zona conjunta, saia, mude ja, porque trocar os diretores e esses da autoridade conjunta nao, palhaçada.
    Sao tome pais pobre mas esses senhores ganhando ai nesse esquema rios de dinheiro.

    • cumade

      20 de Maio de 2011 at 14:00

      Ignorancia total senhor Vigario.
      Ate eu Cumade que nao sei ler nem escrever sabe que e necessario conciliar a producao petrolifera com outras actividades duma maneira sustentavel, isto e , ela deve co-habitar com o turismo, a pesca, a agricultura etc. O dinheiro do petroleo deve servir para financiamento de outras industrias.
      Cumade no ceu.

  3. Tribério

    20 de Maio de 2011 at 9:21

    Irão construir nova Doca em STP?

  4. sao-tomense

    20 de Maio de 2011 at 9:28

    as vezes ouvimos mal de Autoridade Conjunta, mas, a verdade é que esta instituição estar a trabalhar seriamente em prol do desenvolvimento de STP.
    Viva o Dr Olegário Tiny pelo seu empenho.
    Fui

  5. Pumbu fresco

    20 de Maio de 2011 at 14:14

    Um bla bla bla que nao justifica o enorme disperdicio de 1 milhao de dollares!!!
    Viva a corrupcao e a canalhice???

  6. renato correia

    20 de Maio de 2011 at 14:50

    Muito Bem mais uma oportunidade para criar posto de trabalho para o nosso infinito numero desempregados.

  7. Liberado

    20 de Maio de 2011 at 21:37

    Palhaçada.

    Olegário Tiny, 5 anos nisto e nao produz nada palpavel para o Pais.Carros,casa na Nigeria + 5 funcionarios na Nigeria a fazerem nenhum.

    bla bla bla ..
    Sorte STP

  8. Carlos Ceita

    22 de Maio de 2011 at 20:46

    O mar e as potencialidades que oferece sem duvida deve ser uma actividade estratégica para o desenvolvimento de qualquer país. De uma coisa concordo com Olegario Tiny a Noruega é sem duvida um bom investidor para este tipo de actividade. Confio e aprecio muito a mentalidade e a seriedade dos países nórdicos. Dizia uma vez do Dr Teotonio Torres numa das suas notas que os Nórdicos são países de homens honrados e no caso da Noruega é rico e com petróleo e portanto não precisaria de nos tirar nada.
    Mas meu caro Olegario não penso o mesmo em relação à Nigéria. Não tenho nada contra o país e o povo até porque muitos saotomenses e até eu próprio podemos ser oriundos de umas tribos Hausas ou iorubas. Se existe empresas serias na Nigeria é para mim uma novidade. O que sei isso sim é que o país tem a fama de ser um dos se não o mais corrupto do mundo. Sinceramente preferia que fizéssemos negócios apenas com os noruegueses na nossa zona económica exclusiva. Mas mas já que metemos na alhada com os Nigerianos temos de assumir as nossas responsabilidades.
    Abraços

  9. Virtual

    23 de Maio de 2011 at 9:21

    Pois, 5 anos e só agora é que decidiram entregar tudo a Noruega. O que me deixa as vezes triste nisso é que os recursos são nossos! E quando se fala nestes tipos de projectos, onde fica a transferência de conhecimentos para que os são-tomenses e nigerianos possam também vir a gerir todo esse processo? Dá-se sempre preferência a fazer mais do mesmo… Até quando terra???

    • paciencia

      23 de Maio de 2011 at 17:48

      Nem a famosa zona conjuntra é conjuta. ela é esclusiva de STP. Só nós santomenses para aceitarmos isso. mas que fazer. Li isso num dos livros do Espirito Santo

  10. Pantufo é vila?

    23 de Maio de 2011 at 11:10

    Os tipos não bricam em serviço.
    Ja falam em normas e regulamentos.
    Conclusão, ja pensam em ganhar dinheiro com tachos para juristas.
    Vocês sabem muito…
    O povo este vai chupar no dedo.
    Juristas em tudo … truque velho.

  11. Filó

    23 de Maio de 2011 at 11:18

    Minha gente, da-me raiva os termos usados por gente com responsabilidade em com salario razoavel. Como se pode dizer “peixe muito pequeno que se chama Lanterna”
    Onde está biologo marinho? Quando é assim chamam gente da area, e deixem de fazer papel de parvo.
    Se tivessemos inspectores de pesca, junto às embarcações da União europeia, eles teriam de certeza descobeto a captura desde peixe mágico, que só agora figem tomar o conhecimento.
    Fiquei satisfeito em saber que os novos acordos com UE, são menos lesivos ao País, mas inspecção nos barcos é já!!

  12. madalena

    23 de Maio de 2011 at 11:23

    Aonde ja se viu jurista a falar de recursos marinhos. A despesa que estas gentes têm dado ao País, com conluio do governo só visto.
    Tentam comparar o salario destes com todos custos da educação em Neves ou Angolares.

  13. Sara

    23 de Maio de 2011 at 11:28

    Minha gente rotação nesses lugares precisa-se, em nome da tranparencia, uma das vezes com uma simples mudança nos certos lugares da administração, descobre-se coisas e mais coisas.

    Esse senhor já está neste lugar a 5 anos, tempo do mandato de Precidente da republica.
    Porquê que Presidente da Reuplica de 5 em 5 ano tem q

    • Bejunto Aguiar

      23 de Maio de 2011 at 19:34

      Cara Sara,

      transparencia precisa-se com certeza. Tambem concordo. Mas existe maneiras de implementar transparencia nos cargos sem ser necessario despedir ou mudar pessoas. Um dos grandes males do nosso país é o facto das pessoas atirarem contra tudo e contra todos. É preciso haver continuidade sobretudo quando as coisas funcionam e andam bem. (por acaso não sei se é o caso). 5 anos para sí pode ser muito, mas para determinados projectos pode não ser.
      Acho que em casos similares há que se fazer uma avaliação periódica da gestão, perfomance, objectivos, metas alcançadas….. E se for positiva porque não continuar com a mesma pessoa?

  14. invejoso

    23 de Maio de 2011 at 13:34

    Diga ao meu caro Olegario Tiny de que segundo o estatudo da Autoridade Conjunta ele ja deve ir para casa, de acordo com a idade,mas ele e seus compatriotas saotomenses que estao na organizaçao eestao a ou ja violaram o estatuto para permanecer nesta instituiçao e o Olegario Tiny e o cabeceiro principal de manipular o tal estatuto, espero que o governo saiba disso.Fiquei triste pk nem os negerianos foram capazes de fazer a tal alteraçao,mas a cabecilha saotomense esta a faze-lo ou ja o fez.
    Bandidos nao querem dar lugar ao outros e querem permancer e morrer por la.
    O mais caricato e que Olegario responde por tudo desta organizaçao e mesmo na area que nao o compete como na area tecnica.
    Muito obrigado

  15. Chimberlingue

    23 de Maio de 2011 at 16:30

    Ai! Meu São Tome.
    Meu São Tome e Príncipe
    Entristecido por nasceres no alto mar
    Desolado na fúria do temporal
    Sem vizinhos
    Para compartilhar as azáfama da vida

    O bater das ondas
    Transfiguraram as suas faces
    As lágrimas dos teus olhos
    Em fortes torrentes revoltadas
    Transbordaram ate as calcadas

    Por culpa de alguém
    Esse que te deu o nome
    De um Santo que mesmo
    Na cavalgada de Cristo
    Duvidou das suas palavras

    Pobre São Tome e Príncipe
    Agora carregas os fardos
    De quem não tem coração
    Perdoa-nos por ser-mos seus filhos
    E de teres nascido no alto mar.
    Com muito orgulho
    Somos filhos de São tome e Príncipe

  16. Confuso

    23 de Maio de 2011 at 22:34

    Esses senhores Estão é a procurar de pessoas para beberem sangue!! Onde é que já se viu uma transparência desse jeito!! vossa transparência é mais é “A LAMPÂDA NEGRA QUE VOCÊS INVENTARAM” isso sim foi a grande transparência até então, desde dos tempos remotos que ouço falar de acordos acordos e ainda não se viu nada?? Bem também não se pode dizer “NADA” né! Ainda falta ver o Saldo da vossa conta Bancaria!
    Se é “NADA”!! CÛA BUIAAAA

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