Economia

Nacionalização das roças e a reforma agrária

30 de Setembro é feriado em São Tomé e Príncipe. Inicialmente designado dia da Nacionalização das Roças, a acentuada degradação das mesmas, levou as autoridades a designar o dia como sendo da Reforma Agrária.

36 anos depois do jovem Estado independente a 12 de Julho de 1975, ter decidido nacionalizar todas as roças do país, para pôr fim ao domínio dos colonialistas portugueses, sobre os meios de produção, não há palavras para descrever o nível de degradação das roças de São Tomé e Príncipe.

Degradação social e económica. Dados recolhidos pelo Téla Nón junto ao sector das estatísticas, demonstram o nível da baixa da produção do cacau. Em 1979 as 15 grandes empresas agrícolas de São Tomé e Príncipe, e as suas respectivas dependências, produziram 7489 toneladas de cacau.

Água Izé e as suas dependências destacaram-se com 1006 toneladas de cacau, e Santa Margarida ficou no segundo lugar com 990 toneladas, seguindo-se Agostinho Neto com 902 toneladas.

Com excepção das duas antigas grandes roças da ilha do Príncipe, nomeadamente Sundy e Porto Real que produziram cerca de 200 toneladas de cacau, todas as outras grandes empresas de São Tomé, garantiram em 1979 produção acima de 500 toneladas do principal produto de exportação, o cacau.

Actualmente a produção do cacau a nível nacional não ultrapassa 2 mil toneladas por ano. Baixa da produção e da produtividade com impacto negativo na economia nacional. O pior acabou por acontecer com a distribuição das terras das grandes roças, em pequenos lotes para exploração familiar.

Parte importante das terras, passou a ser matagal. Cacaueiros, que são arbustos se transformaram em árvores, porque os donos de muitos lotes, não têm vontade de trabalhar, ou porque não sabem fazer o devido tratamento de limpeza na planta que produz cacau.

Muitas das terras que eram trabalhadas sob ordens de feitores e capatazes, que definiam as tarefas e as técnicas de tratamento dos cacaueiros, passaram a ser propriedade de muita gente, que não sabe nada da agricultura, e principalmente do tratamento que deve ser dado ao cacaueiro ou ao cafezeiro.

A reforma agrária implementada com maior intensidade nos finais da década de 90, pôs fim a autoridade local nas grandes roças e suas dependências, que na era colonial e ainda nos primeiros anos da independência, funcionavam como um Estado dentro do outro.

Tinham hospitais, creches, morgue, cantinas, oficinas de carpintaria, mecânica, marcenaria, serralharia, água canalizada, energia eléctrica etc…etc.

Estrutura económica e social, que era mantida por responsáveis locais. Havia pessoal que se encarregava diariamente da limpeza do quintal da roça, do tratamento dos jardins que ficavam cheios de borboletas. Motivo de muitas brincadeiras de infância de são-tomenses que nasceram na roça.

Havia pocilga de bois, de porcos, muitos cavalos, e muita alegria no terreiro das sanzalas. Tempos em que a televisão não era realidade em São Tomé e Príncipe, e em que o espírito de grupo e de entre ajuda, era fortalecido no seio das crianças que a noite, cantavam e dançavam em roda no terreiro.

Outras vezes ouviam histórias contadas sabiamente pelos mais velhos. Todos sentavam a volta do mais velho no meio do terreiro, para ouvir histórias e contos de gigantes, de feiticeiras, da esperteza do coelho ou do macaco, ou da sabedoria e paciência da tartaruga. Contos e histórias, que contribuíam para moldar personalidades dignas, tendo em conta o conteúdo sempre rico, na promoção de valores éticos e morais.

Mas tudo acabou, tudo desmoronou. O cenário actual das roças de São Tomé e Príncipe é equiparado a de um lugar que tivesse sido alvo de uma tremenda guerra, com bombardeamentos incessáveis.

Sem autoridade local, o capim invadiu os quintais, as luxuosas residências dos antigos patrões, foram abocanhadas por novos donos, que infelizmente, nada fizeram deixando a arquitectura singular e histórica dos imponentes edifícios, cair aos bocados até se transformar em simples escombro.

A imundice e a pobreza tomaram conta dos habitantes das roças. Santa Margarida, antiga grande roça, um dos principais centros de desenvolvimento económico da região da Madalena, é um exemplo disso mesmo. Dava emprego a centenas de pessoas daquela região e não só, no sector agrícola, assim como nos serviços de carpintaria, marcenaria etc.

Actualmente tudo desmoronou. Alguns moradores passaram a viver no balneário público da roça. O nível de pobreza é gritante, a insalubridade é insuportável. O poder local de Mé-Zochi, visitou a roça e prometeu tomar medidas para pôr fim a insalubridade. «Encontramos situações muito constrangedoras em que as pessoas defecam nas valas que passam pelo quintal, enquanto as casas de banho estão a ser utilizadas como habitação. Há necessidade de intervirmos, retirando as pessoas das casas de banho que ocuparam e aloja-las num outro espaço», declarou Nelson Carvalho, Presidente da autarquia de Mé-Zochi.

Pocilgas de porcos tomaram conta do quintal da roça. Crianças e animais convivem no mesmo espaço. «Vimos pessoas a criarem porcos praticamente nas habitações, junto com crianças. As pessoas terão que desmantelar as pocilgas e recuperar o bairro como era antes», advertiu o Presidente da Câmara de Mé-Zochi.

A autarquia de Mé-Zochi prometeu agir o mais breve possível para sanear o ambiente na sanzala de Santa Margarida e de outras roças do distrito.

Em mais um dia de nacionalização das roças ou da reforma agrária, resta dizer “Santa Margarida e outras roças quem vos viu e quem vos vê”.

Abel Veiga

54 Comments

54 Comments

  1. Renato Correia

    30 de Setembro de 2011 at 18:13

    todos os actos têm as suas consequências…

  2. Nando Vaz(Roça Agostinho Neto)

    30 de Setembro de 2011 at 18:31

    Antes de começar gostaria de felicitar o Abel Veiga pelo inquestionavel artigo. Gostaria também de Honagear calorosamente todos os Habitantes das antigas roças, porque são grandes Hérois!..
    É lamentavel a situação das roças todos sabemos, mais nunca é tarde um dia as antigas roças vai conhecer novos horizontes, a esperança é último à morrer!
    Como disse um Monge do século XII ” As pessoas escuras têm que acreditar, as pessoas esclarecidas devem saber!.. Como jovem formando devo saber!.. Viva roças, viva liberdade, viva democrácia, viva STP!..

  3. psiu!

    30 de Setembro de 2011 at 18:38

    boa ideia. tomem na mao de toda a gente. maria das neves, rafael, os familia costa, todos…delfin neves, joao carlos silva, nacionalizem tudo aquilo que eles apoderaram-.

  4. HLN

    30 de Setembro de 2011 at 19:31

    Vila de Madalena, lá onde cresci. Conheci bem a empresa Santa Margarida só quem viu pode dizer quanto era uma empresa bonita e organizada. Hoje nem vale pena comentar é muito triste, como está Santa Margarida é quanto estão outras tantas, Abel valeu isso demonstra a tua boa fé por lembrares de Santa Margarida.

  5. luisó

    30 de Setembro de 2011 at 21:48

    afinal no tempo dos colonialistas nem tudo era mau…
    havia de tudo ( como diz o autor do artigo 9 e agora não têm nada e defecam nas valas junto ás casas!!!!!!
    os colonos eram o diabo…. mandem-nos embora rápidamente para sermos nós a governar a nossa terra….
    ah, ah, ah,
    falta autoridade e o forro não reconhece autoridade ao seu semelhante tem que mesmo o branco…
    terra sem futuro!!!!

  6. luis

    30 de Setembro de 2011 at 22:37

    Que sentimento de tristeza que este artigo me transmite…. Boa sorte

    • luisó

      1 de Outubro de 2011 at 19:19

      tristeza porquê?
      triste é ver como vivem os santomenses especialmente os dos roças.
      ou será que não leste bem o artigo que por acaso foi feito pelo abel veiga, ou ele não é santomense?

    • luis

      3 de Outubro de 2011 at 9:26

      Tristeza sim, porque não tem de ser assim, talvez tenha lido o artigo com mais atenção que o senhor, ou não me diga que fica indiferente com o que e dito…. os sentimentos são pessoais ou tambem acha que é uma noticia alegre e de festejo….

  7. zeca diabo

    1 de Outubro de 2011 at 0:33

    Como e triste ir as nossa rocas hoje em dia! Cresci na Roca Agua Ze, uma das grandes potencias em todos os dominios…tinhamos portos onde os bateloes iam carregar toneladas de cacau, cafe etc…e os bateloes tambem traziam mantimentos para as emprezas circundantes…as casas eram bem tratadas as estradas e quintais, hospital de agua ze, escola, cresce, igreja ate prais nos beneficiavamos! tinhamos de tudo naquela roca! Numa das minhas ferias a STP, resolvi dar uma vista de olhos da roca onde cresci, nao conti de lagrimas porque foi como perder o seu primeiro filho depois de tera vida feita!!! O pomar onde havia laranjeiras, tangerineiras atraz da casa dos meus pais onde se podia brincar ou mesmo repousar, tornuo’se em sanitario onde tudo quanto e procaria atiravam pra la, as casas nao se falam, todos esburacados a cairem aos pedacos, o hospital desapareceu o pior sao as caras tristes das pessoas k la habitam sem beira nem eira!!! Pergunto…porque k nao soubemos proteger o k de bom os colonos nos deiaram, talvez hoje nao estariamos a passar por tamanha dificuldade, com certeza que nao reunirmos condicoes de erguer novamente as nossas ricas rocas abondonadas por meia duzias de politicos k queriam lavar as suas maos sobre responsabilidades com as populacoes das rocas por falta de competencia e ganancia de vida facil, e hoje pagamos pelos erros destas irresponsabilidades!!! Quem vai pegar nas rocas nestas condicoes onde ja nao tem nada onde pegar! As infraestruturas estao totalmente desfeitas, e o resto nem se fala a natureza esta a tomar conta!
    Como fomos tao ingeneos, e ate a data nada mudou estamos ainda a derivar no alto mar sem um rumo, pois as dificuldades continuam e a pobreza nao se fala!
    Haja paciencia…

  8. Mê Paciência

    1 de Outubro de 2011 at 8:01

    Voz do emigrante querias que votassem em quem, em você que nem tem cabeça para pensar e só fala besteiras, cuida da tua vida e deixa que o senhor Presidente trabalhe. O que devemos faer é ajudar incentivar e não com estupidez. Bom fim de semana.

  9. Mê Paciência

    1 de Outubro de 2011 at 8:02

    Corrigir, não “faer” mas sim fazer.

  10. JOSE TORRES

    1 de Outubro de 2011 at 9:09

    Atrazado mental o Sr “VOZ DO EMIGRANTE”
    Deixe o Dr Pinto da Costa em paz e trabalhe ou da-lhe boa sugestao. Se voce quer ser Presidente espere daqui a 5 anos e concorra ok?

  11. De Longe

    1 de Outubro de 2011 at 9:18

    Passei a infância e a juventude na vila de Madalena. Este retrato é de Santa Margarida, onde eu ia ver os flmes que os colonos mandavam projectar para os seus serviçais, permitindo a entrada a outras pessoas.
    Esses mesmos colonos fizeram o melhor espaço da fregeuesia para a prática de futebol. Tentem se lembrar de alguns grandes jogadores da Andorinha e da primeira selecção são-tomense saídos de Santa Margarida.
    Quanto aos miúdos que convivem com os animais e vivem em balneários, eu gritei juntamente com os pais e avós naquilo que era a festa da nacionalização.
    Sei que os princípios podiam ser bons; Estou inseguro quanto à legitimidade do acto à luz dos direitos internacionais;
    O fim é o que se vê.
    A nossa insensibilidade matar-nos-á?
    Estamos gananciosos e a errar sem vergonha nem receios.
    A ver, vamos.

  12. Nando Vaz(Roça Agostinho Neto)

    1 de Outubro de 2011 at 10:39

    Um dia tão importante na história de STP governo não diz nada,não faz nada para comemoral a efemérede, afinal em que pais estamos. Gostaria só de alertar de que a política passa de geração em geração. Já sabemos que o governo ignorou as roças,porém a económia do pais. Tenho fé que próximas gerações políticas que sem duvida eu ferei parte irá dinamizar as antigas roças. Por consequência gerar muita requeza e fazer progredir a nossa debil económia!..

  13. rapaz de riboque

    1 de Outubro de 2011 at 11:06

    roça para quê? se nós forros somos malandros não queremos trabalhar só sabemos falar exibir e mostrar resto são cantigas logo que temos banana fruta e peixe e uma ou duas mulheres para satisfazer-mos os nossos desejos sexuais estamos felizes somos a vergonha das ex-colonias cabo verde era tão pobre esta a desenvolver cá nós estamos a enterrar para o abismo mas ainda há quem cante de galo nesta terra por favor calem-se e vamos trabalhar em vez de virmos fazer de grandes nesses comentários

  14. FIDELITO

    1 de Outubro de 2011 at 11:30

    O GRANDE PROBLEMA DESTE PAÍS
    É QUE APARECEM MUITOS INVESTIDORES QUE QUEREM INVESTIR NA TERRA MAS, QUANDO FAZEM O PEDIDO, AS AUTORIDADES DIZEM QUE JÁ NÃO EXISTE TERRAS.
    QUANDO SABEMOS QUE HÁ MUITAS TERRAS ABANDONADAS PELO PAÍS.
    DEVE-SE CONCEDER TERRAS PARA AQUELAS PESSOAS QUE TÊM PROJECTOS QUE CRIEM EMPREGOS, AUMENTEM PRODUÇÃO AGRICOLA PARA CONSUMO NACIONAL E PARA EXPORTAÇÃO.
    RETIRAR TERRAS DAQUELES QUE AS TÊM E NÃO PRODUZEM.
    É UMA QUESTÃO DE INTERESSE NACIONAL.

  15. O não preconceituoso-rosario

    1 de Outubro de 2011 at 11:31

    Que tristeza|O estado degradante em que se encontram as ex empresas
    agrícolas! Este texto é um convite a reflexão,uma expessão de mal-estar que partilham muitos são-tomenses de mente equilibrada!Quem viu e conviveu com as belas paisagens que nos proporcionavam as empresas agrícolas!Eu em muitas das minhas opiniões durante a campanha eleitoral e depois a eleição presidencial deixei nas páginas do Tela Non a minha expressão de indignação face ao estado de degradação do setor agrícola do meu/nosso país.Senhores governantes é urgente devolver a agricultura são-tomense a vitalidade,o destaque que outrora ocupava na economia, no abastecimento interno e nas exportações.Os senhores detentores das maiores e melhores parcelas de terras que lhas sejam retiradas urgentemente.Para o bem de S.Tomé e Príncipe e de todos nós que corrijam os erros dos anteriores governos e revoguem essa lei louca de concessão de terras.PEQUENAS PARCELAS DE TERRAS SIM AOS QUE MAIS NECESSITAM E COM OBJETIVOS BEM DEFINIDOS:PARA PEQUENAS HORTAS ECONSTRUÇÃO DE HABITAÇÕES.NÃO ALIMENTEM A LUXURIA DE UMA MEIA DUZIA DE CORRUPTOS EM PREJUIZO DA MAIORIA.Ainda se pode salvar o setor agricola da miséria atribuindo terras a peuenos ,médios e grandes investidores quer nacionais e estrangeiros,gerando postos de trabalho . CONCESSÃO DE TERRAS NÃO SIGNIFICA ENTREGA A TITULO DEFINITIVO. CHAMO A ATENÇÃO PARA QUE HAJA FISCALIZAÇÃO DO ESTADO PORQUE EXISTEM PESSOAS A VENDER TERRAS QUE LHES FORAM CONCEDIDAS .Basta o enriquecimento ilícito mediante desvios em dinheiro,Stop aos parasitas que infestam a classe política.As roças são património do estado ,não podendo ser o estado o gestor então que as privatize,mas em condições claras e rentaveis.Por favavor reavaliem esse modelo de concessão e restituam o sorriso a natureza,a agricultura .TERRAS AOS QUE TENHAM PROJETOS RICOS E A CERTEZA QUE AS EXECUTEM.OS QUE JA ENFRAQUECERAM A ECONOMIA SÃO-TOMENSE MEDIANTE DESVIOS DE DINHEIRO PÚBLICO ,O ESTADO NÃO PODE CONTINUAR A SUSTENTAR AS SUAS LUXÚRIAS E ELES OSTENTANDO COMO TROFEU DE IMPUNIDADE ENORMES E MELHORES TERRENOS AGRICOLAS E EM ALGUNS CASOS DOIS OU MAIS PARCELAS . CORRIJAM O SISTEMA,TERRAS SIM A QUEM AS RENTABILIZE. DEMOCRACIA SÉRIA E RESPONSÁVEL.

  16. O não preconceituoso-rosario

    1 de Outubro de 2011 at 11:36

    A CORRIGIR:DUAS OU MAIS PARCELAS.

  17. Fijalatao

    1 de Outubro de 2011 at 12:55

    A vida tem altos e baixos e todo o homem e homens erram e enganam nas suas pretensões, quer ela seja para bem ou para mal.

    Seria deselegante, todos nós estarmos a derramar lágrimas de crocodilo, culpar este ou aquele pela lastimoso situação em que se encontram as antigas roças- celeiros do país!

    No dia 30 de Setembro de 1975, todos santomenses foram unânimes na nacionalização das roças!

    Por isso, chegou o momento de Agarrarmos o Touro pelos cornos”passo a expressão” e começarmos a tomar as devidas medidas ambientais, patrimoniais, saúde pública, para invertermos este estado de coisas que todos nós contribuímos para tal!

    Não é função de A ou B câmaras municipais do país em reabilitar as infraestruturas das roças em S.Tomé.

    Cabe ao governo da República junto a presidência da República, criar um Instituto ou um Serviço especial que encarregue de reabilitar todas as infra estruturas das roças, melhorando-as para além das existentes no sentido de dignificar a vida dos seus habitantes e promover turismo rural para angariar alguns trocos ao tesouro público.

    É bom que o senhor actual presidente da república se cinge neste sentido, porque ele foi o mentor e o protagonista número um de tudo que está acontecer nestas roças!

    Faço votos para que a minha voz e a de muitos como eu se faça ouvir para bem de todos.

    Não é função da Câmara, seja ela qual fôr decidir reabilitar as infraestruturas das roças, pois a Câmara tem ou deve ter outras preocupações.

    Pessoas sérias à frente da equipa que irá fazer o estudo do levantamento das reabilitações, desde as casas até infra estruturas viárias, apresentar o devido orçamento Global para tomada de decisão final e inicio das obras em todas as frentes, contribuinte para eliminação de algum desemprego do país.

    Um bem haja à Câmara de Mezochi e o seu Presidente.

    Um abraço Pessoal,

  18. Anca

    1 de Outubro de 2011 at 13:54

    O termo Roça em São Tomé e Príncipe;
    remete-nos para a era colonial.

    Numa pesquisa pelo termo roça(plantações) remeteu-me,para o conteúdo da revista “Imigranti”

    “História”

    “Desconhece-se a data exacta que os portugueses descobriram São Tomé e Príncipe.” “A versão corrente é que teria sido por João de Santarém e Pêro Escobar, em 1470, a encargo do mercador Fernão Gomes, arrendatário dos direitos reais do exclusivo do comércio da costa da Guiné, em contrapartida da obrigação de descobrir 100 léguas de costa por ano, a sul da Serra Leoa.” “A primeira ilha a ser descoberta terá sido S. Tomé (1470), e no ano seguinte a de Ano Bom e a do Príncipe, a que chamaram Santo Antão.”

    “A ocupação não foi imediata, só em 1493 se começaram a fixar os primeiros colonos, tendo-se dedicado ao cultivo da cana do açúcar importado da Madeira.”

    “No século XVI desenvolvem-se grandes plantações de açúcar, para as quais é importados dezenas de milhares de escravos do continente africano.” “As ilhas de S. Tomé e Príncipe chegam a contar com cerca de 60 engenhos de açúcar.”

    “O séculos XVI é marcado revoltadas dos escravos angolanos, ainda hoje verdadeiros símbolos desta região de África.”

    “Estas ilhas assumem uma enorme importância estratégica para os portugueses, como ponto de escala nas rotas de navegação, mas também para o próspero comércio de escravos do Congo e Angola.”

    “No século XIX desenvolve-se a cultura do café e cacau, criando-se grandes plantações.” “O primeiro é introduzido em 1800, e o segundo em 1822, como simples planta ornamental.””O cultivo intensivo do cacau só se iniciou em grande escala a partir de 1851, para o que muito contribuiu o mestiço João Maria de Sousa e Almeida.” “A cultura do cacau acabou por rapidamente suplantar todas as outras.”

    “A abolição da escravatura, em 1869, à semelhança do que acontecia por todo o mundo não acabou com o trabalho de escravo.” “Os escravos passam a ser denominados de “contratados”.” “Milhares de africanos, sobretudo de Cabo Verde, Angola e Moçambique são forçados a trabalharem para os grandes proprietários.” “Durante décadas a questão origina campanhas internacionais contra esta nova forma de escravatura.”

    “As revoltadas contra o colonialismo portugueses, nomeadamente contra as atrocidades e abusos praticados pelos grandes proprietários das plantações.” “As últimas greves ocorreram em 1972-73.” “Entre as acções repressivas ficou tristemente célebre a chacina que, em Fevereiro de 1953, realizou o governador do território, coronel Carlos Sousa Gorgulho, na qual pereceram cerca de mil pessoas.”

    “O principal problema da ilha, sobretudo a partir do século XIX foi a distribuição muito desigual da terra.” “De um lado tinha-mos grandes plantações extremamente lucrativas, e do outro, uma agricultura de subsistência.” “As primeiras pertenciam a um grupo reduzido de proprietários, que na sua maioria nem sequer residiam nas ilhas.” “Em 1950-1955, por exemplo, aos nativos (52% da população) pertenciam menos de 1% da dos totais dos produtos ricos que estavam na base das exportações da ilha (cacau, café, oleaginosas, quina, canela, banana).””Esta situação acabou por se tornar insustentável.”

    “No quadro da resistência contra o colonialismo português, que em 1960 é fundado o Comité de Libertação de S. Tomé e Príncipe, transformado em 1972, num Movimento de Libertação (MLSPT).”

    “Após a independência, em 1975, foi instaurado um regime monopartidário.” “Nesta altura as roças foram nacionalizadas, provocando a saída de 4 mil portugueses.” “As estruturas económicas são desta forma seriamente afectadas.” “O período de 1975 a 1989 é uma grande conflitualidade, sucedendo-se as tentativas de golpes de Estado.”

    In Imigranti

    Numa pesquisa efectuada ao site do turismo de São Tomé e Príncipe ainda a procura da definição do termo Roça;

    “São Tomé e Príncipe é também muitas vezes referida como ilhas chocolate, pelo facto de ter sido o primeiro território no continente africano a produzir o cacau.” “No início do século 19 é introduzida nas ilhas proveniente do Brasil a cultura do cacau que foi difundida por um rico proprietário de S. Tomé, João Maria de Sousa e Almeida, “I Barão da roça Água Izé”.” “O ciclo do cacau e café traz consigo as roças que são estruturas agrícolas destinadas acolher as plantações que vigorou durante todo o período colonial.” “S. Tomé e Príncipe passa a receber mão-de-obra contratada vinda principalmente de Angola, Moçambique e Cabo Verde para trabalhar nas roças, o que levou o arquipélago em 1913 a tornar-se num dos grandes produtores mundiais de cacau.”
    “Em 1953, a administração colonial intensifica as repressões sobre a população negra no sentido de forçá-la a trabalhar nas plantações dando origem a reivindicações populares culminando com o Massacre de Batepá.”

    In Turismo São Tomé e Príncipe
    Essas estruturas agrícola(Plantações; Roças), para além do seu papel de estrutura de produção agrícola voltada para exportação, tinham um papel estruturante administrativo do território; estrutura administrativas eram também considerada o centro de poder e controlo do território, como citada na notícia acima “Nacionalização das roças e a reforma agrária”, “a autoridade local nas grandes roças e suas dependências, que na era colonial e ainda nos primeiros anos da independência, funcionavam como um Estado dentro do outro.”

    “Tinham hospitais, creches, morgue, cantinas, oficinas de carpintaria, mecânica, marcenaria, serralharia, água canalizada, energia eléctrica etc…etc.”

    “Estrutura económica e social, que era mantida por responsáveis locais.” “Havia pessoal que se encarregava diariamente da limpeza do quintal da roça, do tratamento dos jardins que ficavam cheios de borboletas.” “Motivo de muitas brincadeiras de infância de são-tomenses que nasceram na roça.”

    “Havia pocilga de bois, de porcos, muitos cavalos, e muita alegria no terreiro das sanzalas.” “Tempos em que a televisão não era realidade em São Tomé e Príncipe, e em que o espírito de grupo e de entre ajuda, era fortalecido no seio das crianças que a noite, cantavam e dançavam em roda no terreiro.”

    “Outras vezes ouviam histórias contadas sabiamente pelos mais velhos.” “Todos sentavam a volta do mais velho no meio do terreiro, para ouvir histórias e contos de gigantes, de feiticeiras, da esperteza do coelho ou do macaco, ou da sabedoria e paciência da tartaruga.” “Contos e histórias, que contribuíam para moldar personalidades dignas, tendo em conta o conteúdo sempre rico, na promoção de valores éticos e morais.”

    Numa pesquisa efectuada no jornal Luso.

    “Fez na passada quinta-feira, 35 anos que o então secretário-geral do MLSTP e o Presidente santomense, Pinto da Costa, nacionalizaram as roças coloniais.”

    “Foi um espectáculo digno de se ver, uma multidão de trabalhadores das empresas agrícolas em São Tomé e Príncipe, e a população em geral, a apoiar a nacionalização das grandes roças como a Rio de Ouro, Água Izé, Uba Budo, Monte Café, Santa Catarina, Sundy, Porto Real e Colónia Açoriana, entre outras.”

    “Na tarde de 30 de Setembro de 1975, no mesmo dia das nacionalizações, o Presidente Manuel Pinto da Costa, deu início à reforma agrária, no quadro da política que foi determinada pelo Bloco de Varsóvia, onde o Estado controlava a produção e depois a dividia entre os santomenses. Havia ainda os apoios aos funcionários públicos e à população em geral, na colheita do cacau e do café, aquando da produção excessiva, através do trabalho cívico e voluntário.”

    “Nesta altura, o arquipélago funcionou muito bem e não havia falta de nada, até que os santomenses enfrentaram uma onda de calor inédito, em Janeiro de 1983, que devorou 70 porcento da produção agrícola local e destruiu a economia, originando uma crise sem procedentes, levando o país à falência.” “São Tomé e Príncipe recebeu ajuda da Cruz Vermelha Internacional, para fazer face à seca jamais vista até àquela altura.”

    “Para relembrar o 30 de Setembro, os santomenses enfrentam agora uma seca moderada, desde há oito meses, que tem queimado tudo e posto as populações à procura de água a qualquer preço. A diferença entre a seca actual e a de 1983 é que esta acontece numa estação seca e fria, com vento suave e a da década de 80 aconteceu com tempo quente e seco.”

    “O feriado de 30 de Setembro está a ser alvo de polémica visto estar a ser posto em causa por aqueles que pensam que o Estado não está a fazer nada para celebrar a data histórica.” “Já os defensores da continuação do feriado continuam a apostar nesta data, em honra dos milhares de pessoas que sofreram e assistiram à instituição da liberdade do trabalho, agora com mais direitos.”

    In Luso

    O jornal África cita

    “Em São Tomé e Príncipe celebrou-se a 30 de setembro, o dia da nacionalização das roças. Mas volvidos 36 anos sobre o dia em que as terras passaram para as mãos do Estado, as roças no país entraram em declínio total.”

    “A falta de acompanhamento do Estado está entre as principais causas para um problema que tem graves impactos sociais e económicos no país.” “É o que mostra o exemplo de uma roça a 12km da capital de São Tomé.” “Caminhando em direção do centro da ilha chega-se à Roça Uba Budo, no interior do distrito de Mé-zochi.”

    “João Delgado de 42 anos começou a trabalhar aqui como agricultor quando tinha ainda 14 anos. No tempo em que a roça era uma das grandes produtoras de cacau no país.” “João Delgado lembra-se que antigamente, a roça produzia de forma a dar lucro.” “O trabalho era bem organizado: “Mas agora nós não temos essas condições”.”

    “Influência política prejudicou o funcionamento”

    “Muitas roças estão abandonadas, agravando o desempregoMuitas roças estão abandonadas, agravando o desemprego.” “A influência política condicionou a distribuição das terras do país quando as roças nacionalizadas a 30 de setembro de 1975 foram entregues a pequenos agricultores e médias empresas agrícolas de 1992 a 2000.” “Quem o diz é o director do gabinete da reforma fundiária de São Tomé, José Alice: “Houve realmente alguma influência política”.”

    “De modo que já os responsáveis já não agiam em conformidade com o regulamento “… mas em função das ordens que íamos recebendo”. José Alice remata: “Alguém que recebe uma parcela de terra e que não tem nenhum vínculo à agricultura, nem sabe as dificuldades que o esperam, logicamente que acaba por desistir.”

    “O governo prepara a reforma da reforma”

    “Dos trinta mil hectares de terras distribuídos, cerca de 90 por cento encontram-se abandonados.” “Por isso, a nova política do governo é agora dar terra a quem realmente quer trabalhar.” “Uma proposta que segundo José Alice é para começar a ser já implementado nas próximas distribuições de terra.” “As autoridades planeiam uma fiscalização das parcelas atribuídas para “…redistribuir os terrenos àqueles que efetivamente querem trabalhar”.”

    “Uma boa gestão dos recursos fomentaria o crescimento económico” “Uma boa gestão dos recursos fomentaria o crescimento económico” ” As 15 roças espalhadas por todo país entraram em declínio quando se esperava o desenvolvimento.” A falta de uma presença estatal e muitas vezes de qualquer espécie de apoio conduziu à queda da produção agrícola, pobreza e abandono como constatou José Delgado: “esta já foi uma empresa muito boa, mas agora está abandonada.” “O nosso Governo não deu atenção a Uba Budo.” “A Federação dos Pequenos Agricultores de São Tomé e Príncipe defende que só um apoio mais direto do Ministério do Plano e Desenvolvimento aos agricultores poderá mudar o estado da agricultura e das roças no país.”

    In África

  19. Anca

    1 de Outubro de 2011 at 17:09

    Após tudo que já vimos atrás, fica a questão;
    De que reforma o país necessita em termos de exploração/produção agrária e agrícola de( latifúndio ou latifundiária).

    “Reforma Agrária”

    “Reforma agrária é a reorganização da estrutura fundiária com o objectivo de promover a distribuição mais justa das terras.”

    In Wikipédia

    “Reforma Agrária”

    “Movimento de transformação das estruturas agrárias de um dado país, efetuado geralmente pela distribuição das terras a associações de trabalhadores, como se verificou em países como a China e Cuba.”
    “As primeiras leis agrárias conhecidas remontam à Grécia antiga, fazendo já referência à posse da terra Hesíodo, na sua obra Os Trabalhos e os Dias, quando afirmava que a “terra passava entre as mãos de um pequeno número”.” “Sólon, mais tarde, tenta uma reforma das leis da terra equilibrada, tarefa complicada porém.” “O próprio ager publicus (terras de domínio público) em Roma foi alvo, em vão, de medidas tendentes a uma redistribuição equitativa da terra, por ação dos irmãos Gracos (em 133-123 a. C.).” “Ainda se conseguiu algo na fase do Império, com o fracionamento dos latifúndios.” “Só mais tarde, na Revolução Francesa, se defenderá novamente a existência de leis agrárias, reivindicação sem avanços, porém, até ao século XX.”
    “Assim, hoje em dia, redimensiona-se a amplitude da reforma agrária, exigindo-se não só uma nova repartição das terras a favor de quem as trabalha diretamente, mas também toda uma legislação que confira ao trabalhador rural a possibilidade de aproveitar de forma rentável e adequada as suas parcelas alugadas.” “Este aproveitamento assentaria em melhorias técnicas (mecanização), acompanhamento científico e metodológico (engenheiros agrónomos, veterinários), melhorias sociais e de habitat, entre outras medidas.” “A reforma agrária acaba, assim, por ser um objetivo económico e social fulcral para muitos países em vias de desenvolvimento, principalmente na América Latina, África e Ásia.” “Foi um dos fundamentos dos regimes socialistas-marxistas, mantendo-se ainda em alguns dos sobreviventes (China, Cuba e Coreia do Norte, por exemplo).” “Atente-se no caso brasileiro, no qual a terra permanece sob o mesmo sistema fundiário (distribuição e posse da terra) desde o século XVI, sem qualquer tipo de repartição equilibrada ou legislação adequada e eficaz, originando movimentos e lutas agrárias.”

    “Em Portugal, esta tentativa de redistribuição da terra abrangeu os distritos a sul do Tejo, onde imperava a grande propriedade ou latifúndio.” “As diferenças sociais e de acesso ao trabalho ou à posse da terra, que se agudizam gradualmente a partir da década de 1950, são o ponto de partida para as reivindicações dos trabalhadores rurais do sul.” “Aí, por exemplo, os latifúndios com mais de 100 hectares representavam apenas 6% do total das propriedades, mas, em contrapartida, cerca de 73% da área desse conjunto.” “As culturas de montado (cereais de sequeiro, como o trigo, sobreiro e azinheira) ou de olival são aí preponderantes.” “Os grandes proprietários tinham, por seu lado, protecção e apoio legal do Estado Novo, que neles via a preservação de valores agrários e culturais tradicionais…”
    Todavia, o número de pessoas com trabalho permanente e assegurado era reduzido, tal como os que conseguiam aí ter alguma terra própria ou relativa independência económica e laboral (os “seareiros”).” Os trabalhadores por conta de outrem representavam a esmagadora maioria.” “Os empregos rurais, sazonais ou permanentes, eram controlados por um número restrito de proprietários.” “Os salários eram baixos e as condições de vida más, principalmente durante as épocas mortas da agricultura (inverno).” “Além disso, os poucos e mal pagos empregos agrícolas eram oferecidos em condições desfavoráveis pelo latifundiário (“é pegar ou largar”, dizia-se).” “Começam, porém, a aparecer, mais sistematicamente nos anos 60, alguns movimentos, circunscritos a algumas zonas alentejanas ou ribatejanas, em reivindicação de direito ao emprego, melhores salários, horário justo e condições de laboração mais favoráveis, enveredando por várias formas de luta, desde a greve à recusa ao trabalho sem acordo salarial.” “A repressão é comum quando os “senhores” reagem, apoiados que eram pelo regime político, que não via com bons olhos estes movimentos ou reivindicações.”
    “Com a crise do latifúndio nos anos 60, diminui a área de cultivo e os apoios à cultura do trigo, decrescendo a oferta de trabalho, o que piora a situação dos trabalhadores rurais e suas famílias e contribui para o êxodo rural.” “Com a queda do regime fascista em 25 de Abril de 1974, alteram-se as relações sociais e fundiárias no sul.” “Entre Março e Novembro de 1975 mais de 1 milhão de hectares são ocupados e compõem-se cerca de 500 propriedades colectivas dirigidas por trabalhadores rurais.” “Nasciam as famosas UCP’s, Unidades Colectivas de Produção.” “Com apoios estatais, de sindicatos e partidos políticos, este movimento de Reforma Agrária avança apoiando-se basicamente nos trabalhadores rurais eventuais, anteriormente mais desfavorecidos, o que conduz, no contexto de mudança em que se encontrava Portugal, a novas condições político-económicas das populações do sul.”
    “Aumentam as áreas de cultivo, aumentando-se também a produção, de acordo com a lógica das UCP’s de maximização do emprego com salários justos, para além do trabalho assegurado e da igualdade entre os trabalhadores: um acesso igual à terra e aos seus rendimentos para todos os que dela dependem.” “Mas o futuro e a própria evolução política e económica do país revelou-se um pouco desajustada das intenções da Reforma Agrária, esvaziando por vezes os seus objectivos principais.” “Assim, os conflitos entre membros das UCP’s e os seareiros e pequenos rendeiros são frequentes; são fracos (ou nulos) os conhecimentos de gestão agrária e financeira dos trabalhadores das unidades colectivas; há toda uma marginalização crescente dos pequenos e médios proprietários não aderentes à Reforma Agrária, descontentes com a distribuição de desempregados pelas suas propriedades, aumentando-lhes os encargos; os trabalhadores especializados e mais qualificados das cooperativas de produção, devido ao igualitarismo imposto no seu funcionamento, afastam-se.” “Tudo isto desencadeia uma deriva crescente das UCP’s e o quebrar de relações sociais e laborais na população rural.” “As alterações políticas no final da década de 70 precipitam uma morte anunciada das UCP’s, tal era o seu descrédito e falta de apoio político e de confiança popular.” “Com dificuldades económicas, menor área de exploração e menos postos de trabalho, a maior parte das unidades entra em processo de falência.”
    A oposição ao projecto de Reforma Agrária tende a generalizar-se…, desaparecendo mesmo como desígnio nacional ou como projecto político de importância estratégica.” “A década de 80 marcará indelevelmente o declínio da Reforma Agrária em Portugal, desenquadrando-a dos objectivos da Política Agrícola Comum (PAC) a que o País se teve de subordinar após as negociações e entrada plena na CEE, hoje União Europeia.” “Para além disso, assiste-se a uma gradual devolução da terra aos seus antigos proprietários, à reconversão agrícola das terras (adequação às normativas da PAC), à sua transformação em coutadas de caça, revestimento florestal ou áreas de criação de gado.” “A inflação dos preços da terra e a possibilidade de obtenção de rendas fundiárias concentra as atenções dos investidores e dos grandes latifundiários, politicamente reafirmados, animados ainda mais pela captação de avultados subsídios comunitários e pela capacidade de criarem sistemas de comercialização próprios.” “O desinteresse e a desmotivação política que os novos tempos trazem por projectos de produção colectivista remetem a Reforma Agrária para um plano inferior: dos 1 130 000 hectares colectivizados em 1975, restavam apenas 150 000 em 1990 na posse das UCP’s.”

    In Infopédia

    “Origens do latifúndio no Brasil”

    “Após o descobrimento estabeleceu-se a estratégia de ocupação de terras, abundantes e com pouca mão-de-obra local.” “As plantações (“grande lavoura”) voltaram-se para a exportação e a mão-de-obra advinha da escravidão dos negros trazidos da África.” “Apesar da abundância, o acesso à terra sempre foi dificultado pela presença perene do “proprietário” e, conforme Celso Furtado, foram exploradas pela chamada “empresa agrícola-comercial”, consequência da expansão comercial Europeia.” “A pecuária apareceu pela demanda de carne e animais de tracção e carga tanto da empresa agro-mercantil quando da posterior exploração mineira e ao contrário das plantações, os produtos destinavam-se à subsistência e ao consumo interno.”

    “As primeiras concessões de terras brasileiras foram feitas a homens de recursos, ou seja, economicamente poderosos, capazes de assumirem custos com grandes instalações e aquisição de escravos.” “A nova população de homens livres que chegava não tinha acesso as terras, que já possuíam donos.” “Tornavam-se assim dependentes dos grandes proprietários, trabalhando como artesãos, soldados ou aventureiros, o que permitia que o controle da terra fosse mantido.” “O pequeno plantador se transforma em morador e os sitiantes se tornavam empreiteiros para derrubadas ou agregados para tarefas auxiliares das empresas.” “Celso Furtado cita a doação de terras para cafezais no Espírito Santo às famílias quase todas de descendência Alemã que ficaram sob o controle dos comerciantes que acabaram por acaparar a terra.” “O autor afirma que “a propriedade da terra foi utilizada para formar e moldar um certo tipo de comunidade, que já nasce tutelada e a serviço dos objectivos da empresa agro-mercantil”.” “O que explica que a massa escrava liberta também se transformaria em comunidades tuteladas, sem afectar muito os negócios da empresa agro-mercantil no país.” “Nesse sentido se insere a afirmação de autores que qualificaram o latifúndio como um sistema de poder, pela manutenção do controle da terra.”

    “Métodos e estratégias”

    “Há divergências teóricas sobre o método a se seguir para a redistribuição da terra.” “Na história do Brasil, houve a proposta da Reforma Agrária, que sugere a distribuição feita institucionalmente, além de vertentes que propõem uma Revolução Agrária, consistindo numa reforma feita pela força.”

    “No Brasil, a Constituição de 1988 garante a desapropriação do latifúndio improdutivo para finalidade pública e interesse social, como a desapropriação da terra com finalidade de reforma agrária ou para a criação de reservas ecológicas, não sendo permitida, no entanto, a desapropriação de propriedades que tenham sido invadidas.” “É feita indeminização aos ex-proprietários.” “Um aspecto frequentemente criticado nesse sistema é a falta de ajuda financeira para os camponeses assentados, o que muitas vezes acaba por gerar um novo êxodo rural.”

    “Êxodo rural é o termo pelo qual se designa o abandono do campo por seus habitantes, que, em busca de melhores condições de vida, se transferem de regiões consideradas de menos condições de sustentabilidade a outras, podendo ocorrer de áreas rurais para centros urbanos.”

    “Existem diversos exemplos de países que realizaram reforma agrária dentro do jogo político institucional.” “A Itália é um exemplo: no país, o imposto sobre os grandes latifúndios foi aumentado.” “Isso estimulou grandes proprietários a venderem suas terras a pequenos produtores, que recebiam empréstimos a baixos juros do governo italiano.”

    “Em outras experiências políticas, como a da República Popular da China, a revolução teve seu ensejo através da revolução agrária e posteriormente com uma guerra civil de 20 anos.” “Nesse cenário, a distribuição da terra se deu pela expropriação violenta do latifúndio feita pelos próprios camponeses.” “Com a ascensão de Mao Tsé-tung, os proprietários de terras foram aniquilados para que a distribuição fosse terminada.” “Outro cenário semelhante ocorreu na Revolução Soviética e na Revolução Cubana, onde os latifundiários foram expropriados sem indeminizações.”

    “Nos Estados Unidos, com o fim da Guerra de Secessão em 1865 o partido republicano fez uma tentativa de reforma agrária no país, que daria aos negros libertados terras com 40 acres e uma mula.”

    “No Brasil, em dois momentos históricos do século XX, os movimentos campesinos defenderam a tese da revolução agrária.” “O primeiro se deu entre os anos de 1920 e 1930, com a Coluna Prestes e a criação do PCB.” “Outro momento se deu na década de 1960, com a criação das Ligas Camponesas (com o lema “Reforma Agrária na lei ou na marra”) e no episódio da Guerrilha do Araguaia.”

    “Para os defensores da reforma agrária, a redistribuição fundiária (espaço físico) e reforma agrícola (actividade económica e social) é considerada essencial para o desenvolvimento económico e social de um país.” “Ela daria oportunidade às populações rurais carentes, os camponeses pobres que não têm condições de prover sua subsistência.” “Ao mesmo tempo, transferiria terras não produtivas dos grandes proprietários, que não as aproveitam apropriadamente, as fornecendo aos pequenos agricultores, o que levaria ao aumento de sua produtividade.”

    “Segundo os críticos, a possibilidade de desapropriação geraria insegurança entre os proprietários, desestimulando investimentos na produção.”

    “Parte das críticas são alimentadas pelo facto que já foram verificadas ilegalidades no processo, como casos de agricultores que são agraciados com terras mas que já possuem propriedades.” “Há também muitos casos de assentados que abandonam suas terras ou as vendem após sua obtenção.” “Geralmente este fato ocorre motivado pela desistência do trabalho agrícola, cujos titulares têm preferido engrossar as fileiras das tendas nas margens das rodovias, sobretudo porque é ali que recebem mais substancialmente a ajuda governamental.”

    Referências

    ↑ FURTADO,CELSO – Análise do “modelo” brasileiro, Editora Civilização Brasileira S/A, 1982,7ª Edição, Rio de Janeiro, p. 101
    ↑ FURTADO,CELSO – Análise do “modelo” brasileiro, Editora Civilização Brasileira S/A, 1982,7ª Edição, Rio de Janeiro, p. 102

    In Wikipédia

    “Revolução Agrícola”

    “Designação do movimento de renovação da agricultura, verificado na Inglaterra do século XVIII, que resulta na transformação da propriedade rural (enclosures), na introdução de novas espécies vegetais e animais (ou seu apuramento) e na aplicação de novas técnicas e processos de produção.” “Tal como na maior parte das mutações operadas na Europa ao longo do século XVIII, também na Revolução Agrícola a Inglaterra foi o país de arranque.” “Dotada de uma aristocracia latifundiária (nobreza detentora de enormes propriedades) politicamente activa e cada vez mais preponderante no Parlamento, nela surge, na primeira metade do século XVIII, um corpo de leis visando uniformizar e regular a posse da terra de forma a facilitar o processo produtivo.” “Resultam essas leis de uma petição dos grandes senhores da terra para legitimar a ocupação e cerco de pequenas propriedades, de forma a aumentar a dimensão das suas e a aumentar com isso a produção e o lucro.”
    “Essas leis, favoráveis à aristocracia, avançam, assim, no sentido da expropriação de pequenas propriedades (minifúndios), da junção de parcelas dispersas e da apropriação de terras comunais, para além da liberdade de cercar as novas propriedades resultantes desse processo (em inglês, enclosures, campos fechados por sebes ou cercas).”
    “A aplicação da lei fez-se com base em pressupostos senhoriais: apesar de terem apresentado uma petição ao Parlamento, os latifundiários decidiram ocupar e cercar as terras sem qualquer aviso aos seus antigos donos, os pequenos proprietários, mesmo ainda antes da discussão e aprovação parlamentar.” “Recorrendo da decisão, os pequenos proprietários tentam comprovar documentalmente a posse da terra, o que é difícil – ou impossível – na maior parte dos casos.” “Perdem assim as terras e vão engrossar o êxodo de trabalhadores rurais – proprietários ou não – em direcção às cidades fabris de Bristol, Birmingham, Manchester, Liverpool, Londres e Glasgow, entre outras.” “As propriedades confiscadas pelos agentes dos latifundiários são, entretanto, repartidas entre estes.”
    “Modifica-se então a paisagem rural inglesa: do openfield (campo aberto, sem vedação, tradicional em Inglaterra) passa-se para o campo fechado.” “Esta mudança será mais visível no Leste do país – em East Anglia, nas Midlands, no Yorkshire…” “Estas eram, antes da lei, regiões cerealíferas e forrageiras, bem como de criação de gado ovino (a lã era, aliás, uma matéria-prima importante para a florescente indústria têxtil inglesa).” “Os novos senhores – a que se juntarão mesmo ricos comerciantes das cidades (burguesia), interessados em investir na agricultura – promoverão, porém, a introdução de novas técnicas de cultivo, entre as quais a rotação de culturas sem pousio, de forma a retirar o máximo proveito das terras.” “Ao mesmo tempo, de forma a aumentar a dimensão das propriedades e da sua superfície cultivável, promovem a secagem e drenagem de terras pantanosas, o abate de florestas e a ocupação de baldios e terras comunais (as arroteias).” “No intuito de melhorar as espécies mais produtivas, a selecção de sementes e o apuramento dos efectivos pecuários são outras das marcas desta Revolução Agrícola inglesa setecentista.” “A introdução de máquinas e a melhoria dos transportes no espaço agrário são outras das características principais dessa mutação operada no mundo rural inglês.”
    “Os resultados não demoraram muito a aparecer: maior produção (na primeira metade do século XVIII, esse aumento é superior a 20%); capacidade do campo abastecer e sustentar o crescimento urbano-industrial que se registava no país; melhorias significativas, não somente em quantidade, mas também em qualidade, permitem uma época de relativa abundância em produtos agrícolas essenciais (carne, leite e derivados, legumes, batata, cereais, etc.), com repercussões em termos demográficos.” “De facto, a melhoria gradual na dieta alimentar inglesa proporcionará uma maior esperança de vida, um aumento da natalidade e do crescimento natural da população, diminuindo-se a vulnerabilidade do homem face às fomes e pestes (menos comuns, porém).” “Com a diminuição crescente da mortalidade, conjugam-se uma série de indicadores positivos para que possamos falar de uma revolução demográfica, a par da revolução agrícola e da industrial.”
    “Todas estas alterações no espaço agrário inglês trouxeram também outras consequências, mais visíveis no espaço urbano.” “Para além do citado êxodo rural de mini-fundiários e assalariados rurais – devido à perda da posse da terra, à mecanização (que origina menos empregos rurais) e às novas técnicas e culturas -, assiste-se a um crescimento demográfico nas cidades, o que dispara os valores da taxa de urbanização inglesa e mesmo europeia.” “A expansão da Revolução Agrícola para o continente europeu – menos visível que a da indústria – fará, ao longo do século XIX, crescer a população europeia em mais de 100%, registo nunca alcançado na história da Humanidade.” “A rota de expansão da Revolução Agrícola inglesa na Europa e no Mundo será idêntica à da industrialização, ambas interligadas e perfeitamente complementares.”
    “Este processo gradual, ao longo do século XVIII, de racionalização da actividade agrícola, saldado no aumento da produção, quer de alimentos quer de matérias-primas vegetais e animais (transformadas nas fábricas que entretanto se redimensionam e aumentam), criará um conjunto de condições favoráveis ao eclodir de outras mudanças.” “A acumulação de capitais, obtida a partir dos lucros da exploração da terra em moldes modernos, proporcionará a sua canalização – sob a forma de investimentos – para outros sectores da vida económica e produtiva, reforçando ainda mais a Inglaterra como primeira potência e como país de arranque das principais transformações operadas à escala mundial.”

    In Infopédia

  20. Anca

    1 de Outubro de 2011 at 17:28

    “Revolução verde”

    “Revolução Verde refere-se à invenção e disseminação de novas sementes e práticas agrícolas que permitiram um vasto aumento na produção agrícola em países menos desenvolvidos durante as décadas de 60 e 70.” “É um amplo programa idealizado para aumentar a produção agrícola no mundo por meio do ‘melhoramento genético’ de sementes, uso intensivo de insumos industriais, mecanização e redução do custo de manejo.”

    O modelo se baseia na intensiva utilização de sementes geneticamente melhoradas (particularmente sementes híbridas), insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos), mecanização, produção em massa de produtos homogênicos e diminuição do custo de manejo.” “Também são creditados à revolução verde o uso extensivo de tecnologia no plantio, na irrigação e na colheita, assim como no gerenciamento de produção.” “Se de uma forma crítica a “Revolução Verde” proporcionou através destes ‘pacotes inovadores’ a degradação ambiental e cultural dos agricultores tradicionais, por outro lado somente com ela foi possível alimentar os mais de 6 bilhões de pessoas na Terra.”

    “Esse ciclo de inovações se iniciou com os avanços tecnológicos do pós-guerra, embora o termo revolução verde só tenha surgido na década de 70.” “Desde essa época, pesquisadores de países industrializados prometiam, através de um conjunto de técnicas, aumentar estrondosamente as produtividades agrícolas e resolver o problema da fome nos países em desenvolvimento.” “Mas, contraditoriamente, além de não resolver o problema da fome, aumentou a concentração fundiária, a dependência de sementes modificadas e alterou significativamente a cultura dos pequenos proprietários.”

    “A introdução destas técnicas em países menos desenvolvidos provocou um aumento brutal na produção agrícola de países não-industrializados.” “Países como o Brasil e a Índia foram alguns dos principais beneficiados na produção.” “No Brasil, passaram a desenvolver tecnologia própria, tanto em instituições privadas quanto em agências governamentais (como a Embrapa) e universidades.” “A partir da década de 1990, a disseminação destas tecnologias em todo o território nacional permitiu que o Brasil vivesse um surto de desenvolvimento agrícola, com a aumento da fronteira agrícola, a disseminação de culturas em que o país é recordista de produtividade (como a soja, o milho e o algodão, entre outros), atingindo recordes de exportação.” “Há quem chame esse período da história brasileira de Era do Agronegócio (ou Era do Agrobusiness, embora esse último termo soe provocativo em alguns círculos nacionalistas).”

    “Em contrapartida ao aumento na produtividade gerados pela Revolução Verde, observou-se nos países subdesenvolvidos o aumento da estrutura latifundiária, uma vez que os pequenos agricultores não conseguiram financiar os gastos necessários para acompanhar a Revolução.” “Também criou-se uma dependência tecnológica dos países subdesenvolvidos para com os desenvolvidos, além de muita poluição sobretudo causada pelo pesticida DDT, mas também na indústria de fertilizantes.” “Alguns críticos tem teses de que a Revolução Verde causou grandes impactos ambientais, como destruição de alguns nutrientes do solo pelos adubos usados em excesso, e até a poluição de rios.”

    “História”

    “O programa teve início em meados do século 30, quando o governo tailandês convidou a Fundação feller, da África, a fazer estudos sobre a fragilidade de sua agricultura.” “A partir daí, cientistas criaram novas variedades de milho e trigo de alta produtividade, que fizeram o México aumentar de forma vertiginosa sua produção.” “Essas sementes foram, em seguida, introduzidas e cultivadas em outros países, também com óptimos resultados.” “”O impacto social da revolução verde, na medida em que ajudou a erradicar a fome no mundo, fez com que Norman Ernest Borlaug, considerado o pai do movimento, ganhasse o Prêmio Nobel da Paz em 1970″, diz o engenheiro agrônomo Fábio Faleiros, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).”

    “Mais tarde, o programa passou a sofrer críticas, que persistem até hoje.” “”Muitos questionam a sustentabilidade de um projeto baseado em monoculturas e que faz uso em grande escala de fertilizantes, agrotóxicos e insumos de alto custo”, afirma Faleiros.” “Outro ponto negativo são os maus tratos ao meio ambiente decorrentes do avanço das fronteiras agrícolas.”

    “Principais características”

    “Características negativas: A degradação ambiental e cultural dos agricultores tradicionais” “Desde o período pós-guerra o ciclo de inovações se iniciou com os avanços tecnológicos, pesquisadores de países industrializados prometiam (através de um conjunto de técnicas) aumentar estrondosamente as produtividades agrícolas e resolver o problema da fome nos países em desenvolvimento.” “Porém, além de não resolver o problema da fome, aumentou a concentração fundiária, a dependência de sementes modificadas e alterou significativamente a cultura dos pequenos proprietários.” “Em contrapartida ao aumento na produtividade gerado pela Revolução Verde, observou-se os países subdesenvolvidos o aumento da estrutura latifundiária, uma vez que os pequenos agricultores não conseguiram financiar os gastos necessários para acompanhar a Revolução.” “Também se criou uma dependência tecnológica dos países subdesenvolvidos para com os desenvolvidos, além de muita poluição.”

    “Características positivas:”

    “Somente com a “Revolução verde” foi possível alimentar os mais de seis bilhões de pessoas na Terra.” “A introdução dessas técnicas em países menos desenvolvidos provocou um aumento brutal na produção agrícola de países não industrializados.” “Países como o Brasil e a Índia foram dois dos principais beneficiados na produção.”

    “A revolução verde é o desenvolvimento de sementes com menos uso de agro-tóxicos.”

    In Wikipédia

    “Revolução Verde”

    “Programa introduzido na Índia pelo Governo de Jawaharial Nehru, na década de 1960, que contribuiu para um aumento da procura de fertilizantes químicos.” “Esse facto tornou-se muito comum e originou a utilização de uma grande quantidade de sementes e de terras para o cultivo do arroz.” “A política adotada permitiu ao país fazer uma reserva de cereais para os maus anos agrícolas causados pelas chuvas da monção, evitando, assim, a fome.”

    In Infopédia

  21. Anca

    1 de Outubro de 2011 at 18:07

    Perante a realidade da situação agrícola e da agricultura do país, decadência das Roças, não produção agrícola das terras distribuídas, aquando da reforma agrária introduzida, nos anos noventa, cabe repensar em que bases queremos relançar a produção agrícola no país.

    Definição de uma política de produção agrícola, voltada para mercado interno e externo, de modo a aproveitar a várias oportunidades do comercio internacional, postos a nossa disposição, oportunidade conquistar o mercado regional e mundial, através do aumento produção agrícola, melhorando a qualidade e quantidade produzidas.

    Criação de mercados abastecedores internos, assim como mercados municipais, passando pelos super-mercados e hipermercados nacionais.

    Criação de leis, que definam o modo de exploração agrícola a nível de horas de trabalho e números de trabalhadores por hectares de terras, de que devem dispor as propriedade privadas agrícola(pessoa colectiva de propriedade privada agrícola), com os respectivos descontos efectuados a segurança social, assim como a definição na lei de métodos de trabalhos para o aumento da rentabilidade e qualidade de cada cultura especifica(ex cacau, banana,pimenta, etc, etc…),

    Assim como a criação de um imposto sobre a produtividade agrícola anual das propriedades privadas agrícolas(pessoas colectivas privadas, agrícolas) ou a punição/expropriação da propriedade quando não haja um limite máximo imposto de produtividade, definido na lei, durante pelo menos três anos.

    Reconversão e aproveitando das estruturas, arquitectónicas colonial(património colonial), para o fomento da pratica do turismo rural, definido na lei.

    Definição de zonas de exploração agrícola, zonas verdes, florestas, parques, definidos na lei.

    Definição da lei de propriedade, terras.

    Pratique-mos o bem

    Pois o bem fica-nos

    Como Santomenses

    • Anca

      1 de Outubro de 2011 at 19:37

      Constitução de um laboratório referência de investigação e desenvolvimento agrícola, para a transformação e melhoramentos de sementes algumas culturas de modo a aumentar a sua produção.

      Definição na lei, e metodologias de produção e conservação de plantas medicinais e com fim terapêuticos para o desenvolvimento de industria, exportação e comercialização, assim como de conservação e produção de flores, para a exportação e consumo interno, assim como a definição área de conservação e produção das mesmas, monitorização e sua quantificação.

      Monitorização da produção agrícola nacional, através do INE.

      Melhorar a previsão do tempo para auxilio a produção agrícola semestral e anual.

      Criação de selo de qualidade e garantia dos produtos agrícolas, animais e vegetais, plantas medicinais com fim terapêuticos e flores.

      Definição na lei de metodologias de transformação industrial agrícola, animal e vegetais, plantas medicinais com fins terapêuticos.

      Desenvolvimento de políticas de fomento de pecuária,( criação de gados, ovinos caprinos,galináceos, cavalos, porcos, seus derivados).

      Desenvolvimento de laboratório de investigação de plantas medicinais com fim terapêuticos, sua transformação, em termos de mais valias a nível industrial e medicinal para o país.

      Acompanhamento de evolução desenvolvimentos e desaparecimentos das espécies. Ter em atenção aos desequilíbrios ambientais devidos a má pratica de produção e fabrico agrícolas e indústrias.

      Definição na lei daquilo que são boas/más praticas agrícola, pecuária, industrial.

      Ter um plano de acção previsto na lei para a preservação/ conservação do ambiente, solos e aguas subterrâneas, salvaguardando os recursos escassos, em nome das gerações futuras.

      Melhoria, garantia de qualidade e desenvolvimento sustentado agrícola, mediante boas praticas de produção e fabrico agrícola para São Tomé e Príncipe.

      Crescimento e desenvolvimento do sector estratégico, agricultura e pecuária, para o país de forma legal e homogénea tendo em conta a preservação do ambiente o território e suas populações.

      Bem haja a todos

      Pratiquemos o bem

      Pois o bem

      Fica-nos Sãotomenses

      Deus abençoe São Tomé e Príncipe

    • Anca

      2 de Outubro de 2011 at 12:08

      Deve haver um plano de desenvolvimento agrícola bem sustentado e com uma orientação clara, para inverter a situação de degradação que se encontra não só o território(Roças), estruturas que dão corpo a mesma, assim como a degradação das condições de vida e saúde em que se encontram as populações, afectas a essas estruturas e território(Roças).

      Para que haja esse plano director,nós a sociedade civil e as autoridades competentes devemos envolver na elaboração de orientações e contribuições,(com o nosso conhecimento, saber, e saber fazer, pois é altura de fazermos alguma coisa pela nossa terra, e não somente esperar que ela faça por nós), pois é chegada altura e responsabilidade de todos, contribuir-mos para inverter a situação que se encontra o nosso país.
      Desde, agricultura, economia, educação/formação, turismo, saúde,desporto, segurança social, finanças,comunicação social, etc…o território é composto de pessoas, para desenvolver-mos o território, necessário se torna resolver-mos os problemas que afectam as pessoas de uma forma coordenada, bem orientada, e bem planeada, mas essa tarefa,é de todos para todos, ninguém deve ficar de fora, ou limpar suas mãos, pois trata-se do nosso território, nossa casa.
      O território é constituído também pelo poder, mas esse, poder não se cinge somente ao Presidente da República, ou ao Governo(autoridades) da República, pois esse poder de mudar as coisas, reside também dentro de cada um de nós.
      Pois se hoje temos liberdade e liberdade de pensamento, logo temos poder dentro de nós, para inverter as situações que afectam o nosso território, basta, acreditar-mos, termos vontade, coragem e força de vontade interna, porque é possível.

      Tenha-mos vontade, coragem,força e orgulho no que é nosso

      Pois a força de vontade, a confiança, a coragem,

      É o motor que traz consigo a engrenagem, o desenvolvimento

      Comece-mos a agir, é possível, acredite-mos

      Coragem Sãotomenses

      Pratique-mos o bem

      Pois o bem

      Fica-nos bem um dia

      SãoTomenses

      Acreditem

      Deus abençoe São Tomé e Príncipe

      Bem haja a todos

      Vamos em frente

    • Anca

      2 de Outubro de 2011 at 12:30

      Tenha-mos orgulho em construir e desenvolver de forma organizada o que é nosso, para que um dia nós, nossos filhos e netos possa-mos sentir ainda mais orgulho e admiração pelo que é nosso.

      Já sentiram aquilo sentimento de admiração e entusiasmo?

      Quando muita vezes vemos imagem do mundo dito desenvolvido,(ruas limpas e bem organizadas, pessoas bem apresentadas a comerem nos restaurantes,prédios e casa, jardim com áreas de lazer, super-mercados,etc,etc,…), como nos sentimos?

      Pois muito admirados, e com vontade de viver lá.

      Pois para que um dia sinta-mos esse orgulho e admiração pelo que é nosso, temos que começar a agir, acreditar todos juntos que consegui-mos, se os outros conseguem, nós também conseguimos, basta que acreditar-mos em nós,primeiro no orgulho que temos em ser Sãotomenses, termos o Calúlú, o Jógô, o Danço de Congo, o Alto de Floripes, a Ússua, o Sócopé, a Deixa, Trajédia, a Natureza Verdejantes com uma paisagens que não há igual no mundo, terra fértil, que da milho e banana duas vezes por ano, praias belas e maravilhosas do mundo, mulheres lindas, humildes e maravilhosas, homens inteligentes e sábios, as crianças com sorrisos lindos, basta aplicar-mos a formula correta.

      Bem haja

      Acredite-mos é possível

      Comece-mos a agir

    • Anca

      2 de Outubro de 2011 at 12:42

      O passado já nada nós serve, o futuro, não sabemos, o que importa é o hoje e o agora.

      Não nós inquiete-mos com o dia de ontem, nem com o dia de amanhã,pois nada os podemos acrescentar, o que importa é o dia de hoje o que pode-mos fazer hoje e agora, mas preparando e construindo hoje o futuro, o amanhã de forma, organizada,planeada, e bem feito.
      Para que sinta-mos orgulhosos, admirados e felizes.

      Bem haja

      Pratique-mos o bem

      Pois o bem

      Fica-nos bem Sãotomenses

    • Anca

      2 de Outubro de 2011 at 21:51

      Quis dizer não nos inquietemos

      Bem haja

      E peço desculpas pelos possíveis erros ortográficos

  22. Antonio Santos

    1 de Outubro de 2011 at 20:35

    As roças servem para os grandes construirem as suas manções. mas um dia voçês verão, um dia vai acontecer o que todos esperamos.

  23. Colomba

    1 de Outubro de 2011 at 23:04

    Parabéns a quem escreveu este artigo!
    Pela primeira vez, vejo alguém descrever com tanta realidade, coragem e sentimento de dor aquilo que se está a passar no seu país!
    Que este artigo sirva de alerta e ponto de partida para que alguma coisa mude para melhor nesse País que tudo tem para ser uma referência no continente Africano.

  24. madalena

    1 de Outubro de 2011 at 23:36

    ja nao vale a pena chorar sobre o leite derramado. Agora se calhar e como nao sou especialista, dai a minha modesta contribuiçao. Deve -se partir para a legalizaçao das terras. A propriedade da terra. So assim se pode injectar no sector produtivo, sangue novo. A garantia que os bancos precisam. Com titulos provisorios? Quem acredita_

  25. foot69

    2 de Outubro de 2011 at 3:21

    Como podemos ter orgulho da nossa terra, se continuamos a ler coisas dessas que fazem-nos vir lagrimas aos olhos, que pena, como os politicos tiveram a proéza de trans formar isto em miseria extrema e popreza muribunda que pena, que pena, mas que pena………………………

  26. da costa

    2 de Outubro de 2011 at 18:20

    irmão santo ménce!!!!!! somos todo culpado por aquilo que esta acontesser!!!!!! U estado quenfas somos nos temos que ounir-mos parra lutar contra a pobressa!!!! irmão unica maneira de rezolver estas coissa é Deus vamos clamar pela missericordia!!! Deus vai nusda uma saida!!!!!! Jesus cristo é nosso guia::::

    • caboverdiano

      3 de Outubro de 2011 at 17:08

      a culpa nao e minha e tua e dos mais que arruinaram e privatizaram a roca

  27. Truqui-Sun-Dêçú

    2 de Outubro de 2011 at 23:37

    Em 1975 as Roças foram nacionalizadas por ordem do Governo, do novo País independente. Foi um direito exercido por quem detinha o poder. Esqueceram-se no entanto, do mais importante. Os Santomenses raramente trabalhavam ou trabalham a terra e não tinham, nem têm Técnicos e trabalhadores agricolas qualificados. Os Regentes Agricolas e Engº. Agrónomos, eram quase todos Cabo-Verdianos ou Portugueses. Os que mantinham,oficinas,secadores,carpintarias e Hospitias a funcionar, iden, iden. Quem trabalhava a terra e no ‘duro’ eram na sua maioria Cabo-Verdianos e alguns Angolanos e Moçambicanos. Os poucos Santomenses a trabalhar nas Roças, eram quase todos, enfermeiros, motoristas, conduziam os tratores e poucos cultivavam as terras. Quando os Colonos e os outros Trabalhadores, foram embora ou foram expulsos, a produção parou e sofreu um colapso. Não souberam manter as terras a produzir e o mato tomou conta das terras cultivadas. As habitações não foram preservadas,ou no mínimo mantidas limpas e habitáveis pelas pessoas que as ocuparam. Foi a desgraça total. Antes da Independência a produção de cacau chegou muitas vezes, às 11.000/12.000 toneladas ano. E agora? Será possível sem Técnicos e trabalhadores qualificados, recuperar as Roças ?? Não como eram, mas a produzir mais do que as 2.000 toneladas ano ??Infelizmente e para mal de S.Tomé, não acredito e é pena.

  28. Filipe Samba

    3 de Outubro de 2011 at 5:41

    O fruto da preguiça, egoismo, presunção (arrogância), ignorância, adulterio e irresponsabilidade dos politicos

    conclusão

    PRAGA

  29. Gouveia

    3 de Outubro de 2011 at 10:52

    A privatização das terras por si só não é, nem foi má ideia. Sobretudo dar terras a quem trabalha. Por exemplo, na vila das MAdalena, toda não se vê um horticultor. Comprar couve, repolho, cebola, tomate, pimentão é milagre!! Temos que ir à cidade capital, certo?
    Mas ainda se pode fazer nas antigas sedes das empresa ditas Agro-pecuárias, intervenção de fundo. Passar a categoria de vila, as roças Santa Margarida, Bela Vista, etc e nomear um zelador(Mestrado, com especialidade em saúde publica,Segurança alimentar ou urbanismo,)
    Só assim se pode salvar este Património.
    Dr Pinto da Costa e Patrice Trovoada, mãos as obras.

  30. Vila de Santa Margarida

    3 de Outubro de 2011 at 11:16

    Se Santa Margarida, passar a ser chamada Vila de Santa Margarida, seria apenas uma das muitas formas de dar dignidade a gente que vive ai. Por outro lado teria que haver apoios, trabalho de fundo de forma a aumentar a auto estima desta gente que muito trabalhou.

  31. Francisco Ambrósio Agnelo

    3 de Outubro de 2011 at 11:19

    Após a leitura do texto tornado público alusivo ao dia 30 de Setembro, data da comemoração dos 36º anos da independência económica, que espelha toda a vergonha que fomos capazes de fazer ao País e cada um de nós. A referida pouca vergonha foi feita com base em muitos projectos, e os engenhos de utilização do fundo Público para o enriquecimento fácil. Desde à data da independência até o presente momento, aprovou-se o orçamento geral do estado. O propósito é que esquecem-se consecutivamente de incluir o valor para a recuperação das casas nas empresas agrícolas, esperando que estas se faça por si. O que houve-se dizer é que não há trabalho, isso não é verdade, o que falta é a iniciativa por parte dos fazedores da política do País, e a confiança nos filhos da terra o qual foram investidos para servir o povo.
    Quero deixar a seguinte pergunta ao Srº. Jornalista;
    O que é isso? “Havia pocilga de bois, de porcos, muitos cavalos, e muita alegria no terreiro das sanzalas”.
    Dias melhores!

  32. Revolução verde'?

    3 de Outubro de 2011 at 11:25

    Agora faz sentido, sim falar de revolução duplamente verde.
    As criticas relativamente a este processo, vão recair sobre os governos. A humanidade sofre de fome por causa de cabeça dos governos. Cabeça dura.
    ja se sabe tudo sobre a produção alimentar. Aliás exitem duas formas de aumentar a produção de alimentos no mundo.
    Aumentando a area de produção ou intensificando a produção. O resto é estoria e conversa de fazer boi dormir.
    Se um dirigente prefere comprar armamento em detremento de adudos e pesticidas, o que fazer minha gente?

  33. luisó

    3 de Outubro de 2011 at 11:25

    e não é só nas roças…
    aqui há dias fui a casa de uma ilustre santomense e no hall de entrada havia umas fotos emolduradas com ruas, jardins, edificos tudo muito bonito que parecia ser um paraiso.
    para meu espanto essa pessoa disse-me que eram fotos da cidade capital nos anos 70 e eu não acreditei. vendo melhor começei a reconhecer ruas e prédios e jardins e fiquei de boca aberta pois eu conhecia aqueles lugares todos mas não os reconhecia. como foi possivel chegar a isto?
    disse essa santomense ilustre que era assim e que a cidade era nessa altura a mais bonita de áfrica.
    ver para crer…

  34. Hector Costa

    3 de Outubro de 2011 at 15:57

    Muito abrigado Abel Veiga!
    Estas informações são muito importantes para uma futura análise sociológica.

  35. Gualter Oliveira Trindade

    3 de Outubro de 2011 at 16:49

    De facto é bom estes artigo serem publicados, de modo que a nova geração tenha conhecimento de facto dos verdadeiros potenciais de STP. Como sugestão, sugiro que nos dias de comemoração do 30/09, como as dua designações ( dias de nacionalização das roças e dia de reforma agraria ) não demonstram as realidades actuais, que fosse considerado sim, como dia de Reflexão sobre as estruturas agrarias de STP, assim aproveitava se este dia para sensibilizar a população ( e em especial a nova geração ) a ganhar amor pela terra ( amor a cultivo) e premiar as pessoas que se destacam nesta area. Sem amor a cultivo das terras, melhor sera esquecer agricultura. Se STP foi grande produtor de cacau, café e cana de açucar nos outros tempos, porque não agora? É preciso que as pessoas ganhem amor a terra ( cultivo de terra). Sabemos que isso esta mal…. a que apresentar sugestões e soluções. Porque não falar com actual presidente? A 30 anos atrás cometeu estes erras ( que acredito, naquela altura, era a melhor solução, passo mais de 30 anos, porque não sugerir novo modelo. Mas repito, sem amor a cultivo das terras, nada será possivel.

  36. Tinito

    3 de Outubro de 2011 at 22:10

    A nacionalização das terras foi um passo extremamente importante para a consolidação da nossa indepedencia. A idepedencia não teria sentido, se tivessemos alcançado a idepedencia política,, e não termos buscado mecanismos para alcançar a idepedencia económica.
    No entanto, os dirigentes na altura, não souberam diferenciar, os aspectos politicos dos aspectos técnicos, ligados a gestão das terras nacionalizadas.
    Começou-se a introduzir politica em tudo, criou-se os chamados comités, que eram formados por um conjunto de ignorantes que até davam ordens aos Directores das empresas, se um Director tomasse medidas com um gatuno, ou um preguiçoso, este iria queixar no Ministério, e o Director seria saneado e posto fora do serviço, os irmãos, primos e compadres icompetentes é que assumiram a gestão das grandes roças, com por exemplo Água Izé, e deu no que deu.
    A nova politica de redistribuição de terras agrícolas, é também uma das maiores asneiras cometidas pelo poder politico.
    No entanto, no tempo dos colonos, tudo também não era uma maravilha. Todos sabem como é que viviam os serviçais nas roças. Não devemos ter memória curta. As Sanzalas eram terríveis. Também se cagavam perto das sanzalas e muitas roças não tinham casas de banho. Aquilo que ganhavam não chegava para nada. Qual trabalhador agrícola na altura podia comprar um televisor. Qual podia comprar um telemóvel. Qual tinha a luz eléctrica na sua casa. Incluíndo as pessoas que residiam a volta da cidade capital, quantos é que tinham energia na casa. Quantas familias podiam enviar os seus filhoe pelo menos para a escola preparatória. Recordo, quando entrei para o Liceu em 1967, o único que havia era o Liceu D.João II, onde albergava de 1º à 7º ano, isto é de 5ª a 11ª classe. Este Liceu funcionava onde é hoje Patrice Lumumba, e não tinha mais do que 20 salas de aulas, e todos cabiamos lá.
    Eu e muitos colegas eramos obrigado a ir estudar debaixo da iluminação pública, ou através de vela ou candeeiro de petróleo.
    Nas férias eu ia escolher iaga (caroço de palmeira), para trocar com galos na roça dos colonos, para partir, vender e comprar caderno e matricular. Hoje ninguém mais quer fazer sacrificios. Antes as senhoras lavavam roupas de aluguer para criar os seus filhos de forma honesta. Hoje as meninas vão prostituir, porque aprederam na televisão ou noutros órgãos de comunicação, e as pessoas dizem que elas têm razão porque não há emprego. Qual emprego qual carapuça. Estão a prostituir porque estão viciadas e querem a vida fácil.
    O mesmo passa com os ditos políticos, juizes e companhia limitada, que não prostituem, mas andam metidos na corrupção até a cabeça, porque querem também a vida fácil.
    Por isso esta terra só endireita, com uma mão que seja dura.
    Vamos deixar de lamentar, e comecemos a trabalhar de verdade e com consciencia.
    Deixem de lamentar pelo tempo de branco, porque se os brancos estivessem aqui, são vocês os primeiros a pedirem as suas cabeças.
    O santomense não faz nem deixa fazer. E tem memória curta. Aqueles que andaram a correr com os brancos em 1974 e a entrarem nas suas lojas a tirar tudo o que havia para roubar, são os mesmos que deitam hoje lágrimas de corcodilo dizendo que tempo de branco estava tudo bem. Só quem não viveu naquele tempo, ou quem tem memória demasiado curta poderá pensar assim.
    Tinito

    • Truqui-Sun-Dêçú

      5 de Outubro de 2011 at 21:16

      Tem em parte razão, naquilo que diz. A vida nas Roças era mesmo muito dura e difícil. Mas todos os trabalhadores, recebiam um salário mensal, tinham comida e direito a tratamento médico, enfermagem, tudo fornecido pelas Roças, e as sanzalas, apesar de tudo tinham algumas (às vezes poucas) condições. Na altura não havia televisão e muito menos telemóveis. Mas quase todos os trabalhadores tinham rádios, que iam à cidade comprar. A questão é que agora e infelizmente, estão muito piores, não recebem nada e não vêem no futro próximo,possibilidades de melhoria das suas condições de vida. Infelizmente é esta a realidade. O Liceu D. João II era realmente o único que havia, mas os alunos saíam bem preparados e iam para Portugal (Metrópole) tirar Cursos Superiores, a maior parte com bolsas de estudo, que eram pagas todos os meses e ninguém era corrido ou passava fome, como acontece infelizmente agora. Com a Independência (que é um direito inalienável) de todos os Povos, as pessoas pensavam e desejavam ter uma vida melhor. A realidade da situação actual, deve provocar na maioria da população, um grande sentimento de frustação e se calhar muita raiva e desilusão. É mesmo muito triste e infelizmente, para os Santomenses e não só, com a grande recessão mundial, não deve haver melhorias nos anos mais próximos.

  37. Vane

    3 de Outubro de 2011 at 23:34

    Parabéns ao autor deste artigo, por retratar as boas lembranças do ambiente das roças e reconhecer que hoje lamentavelmente encontra-se em estado lastimável. Eu como profissional do Turismo vejo que essa data tem que ser melhor comemorada, fazer deste dia um resgate e desenvolver plano para que as Roças seja instrumentos ou equipamentos turísticos, verdadeiros locais de visitação, exemplo: bares dançantes, restaurantes, galeiras de artes, plantações e produção de grãos para visitação turíticas, salas de cinema, estúdios de gravações e fotografias, brinquedotecas, auditórios para diversas palestras, oficinas, reuniões…são tantas opções e boas susgestões que ficaria dias escrevendo. Vale lembrar que não se faz nada sozinho precisa de articulação do poder público e privado, incentivos, audiências públicas, enfim buscar saídas para usar da melhor maneira esses espaços repletos de histórias, ritmos, belezas naturais e artificiais e etc. Desejo muito que STP possa acordar e ver o quanto tem potencial para ser usado e gerar distribuição de renda e desenvolvimento econômico. A internet é uma excelente ferramenta para se descobrir e buscar o conhecimento necessário para muitas soluções e também sacudir a poeira dar a volta por cima e mostrar disposição e trabalho para conquistar a vitória e o sucesso!

  38. Vane

    3 de Outubro de 2011 at 23:37

    Correção “sejam”

  39. Malébobo

    5 de Outubro de 2011 at 16:11

    Pais onde reina maior injustiça é stp, começo por dizer o seguinte:
    1- Com a nacionalização, quem ficou mais projudicado são os coitados trabalhadores, deram toda a sua, e que no momento de distribuição de terra, não foram beneficiado,
    2- Os ditos dono terra é que foram benefeciado com as melhores parcelas,
    3- A justiça divina não tardara,
    4- Qualquer vai haver invasão das parcelas que senhores receberam que não estão a trabalhar, será invadida por população local,
    5- pessoas que nunca trabalharam na empresa foram beneficiadas com as melhores parcelas

  40. Malébobo

    5 de Outubro de 2011 at 16:15

    Pais onde reina maior injustiça é stp, começo por dizer o seguinte:
    1- Com a nacionalização, quem ficou mais projudicado são os coitados trabalhadores, deram toda a sua, e que no momento de distribuição de terra, não ,
    2- Os ditos dono terra é que foram benefeciado com as melhores parcelas,
    3- A justiça divina não tardara,
    4- Qualquer vai haver invasão das parcelas que senhores receberam que não estão a trabalhar, será invadida por população local,
    5- pessoas que nunca trabalharam na empresa foram beneficiadas com as melhores parcelas

  41. Vicente Pereira

    6 de Outubro de 2011 at 14:19

    O processo de nacionalização das roças foi desastroso para o país. Aquilo que ra único e que demoru grações a construir, foi destruido em meia duzia de anos por uma série de incompetentes e ladrões. Assim sendo, um primeiro e lógico passo é que o dia 30 de Setembro deixe de ser feriado, pois não se deve comemorar uma desgraça. Curioso é que o senhor que promoveu esta desgraça é, novamente, Presidente da república. Esperemos que não tenha mais ideiais brilhantes como esta.

  42. Matias

    7 de Outubro de 2011 at 11:23

    Ate porque o jornalista se conteve um pouco. Mas quem são os donos das roças, ou seja as principais infraestruturas da sede?
    As roças Vista alegre, Santa MArgarida? Apenas um exemplo.
    A quem pertence estas ditas casas grandes? As sanzalas sei que pertencem aos caboverdianos.

  43. Banana com malagueta

    7 de Outubro de 2011 at 11:35

    Com muita estratégia, podíamos recorrer aos parceiros tradicionais, caso de Portugal para reabilitar as roças, sobretudo as infra-estruturas.
    Mas a situação que se vive hoje no mundo é muito difícil. O pior é que o património que devia ser do estado pertence uns gatos-pingados.
    A direcção da cultura, no seu gabinete de Património ou ligado às finanças públicas deviam proceder ao levantamento exaustivo destas casas, avaliar os danos e propor uma recuperação. Mas elas devem ser do estado e nunca deverão ser alienadas. Estas casas têm uma historia atrás deve ser preservada. Todo o povo tem seu passado.
    As gerações vindouras vão chamar os nossos dirigentes de daninhos compulsivos.

  44. minus de aguamole

    27 de Abril de 2013 at 15:04

    toda essa treta de terra i terra i mais terra, sempre foi esse o problema i nao outro a ganancia dos homens leva a discusoes infindaveis sobre como a terra esta i como supostamente deveria estar, levando uns tantos nervosinhos com disposicao louca pra vandalizar o siso alheio… o apego descordenado i emocionalmente fatal a terra leva i sempre levara os homens a estes calorosos debates… um conselho de quem foi arrancado violentamente de do ventre, isto e , a terra mae, peguem naqueles que vos sao mui queridos i tudo o mais que vos faz imensa falta i zarpar pra bem longe esquecendo-se da desditosa terra que nao tem conserto i que nao tendes meios de a socorrer dos salafrarios i gananciosos abutres os HOMENS!!!

  45. Manuel JFD de Sousa

    16 de Janeiro de 2015 at 9:18

    As rocas sao e o cacau e o cafe, para alem de outras culturas potenciais, sao na realidade um patrimonio a ter em consideracao para o futuro. No entanto, elas so terao real valor se estiverem em actividade e a laborar/produzir, porque de outra forma so teem valor residual e de museu. Elas poderiam ter valor simbolico maior, caso fossem cedidas a quem esteja em condicoes de tomar conta delas e arriscar o suficiente (mesmo que pouco, pois, as ideias e a forca de vontade superam a questao financeira)para la investir tempo e paciencia, e quando possivel, algum dinheiro. Para fazer dinheiro ou capital, eh primeiro preciso trabalhar e obter resultados, o que ja eh um grande risco, e eh com resultados que se so obteem dividendos e eventualmente, capital para (re) investir e alargar aos poucos a outros campos de actividade e possivel lucratividade. Mas, para que se chegue a esta fase, ha que comecar e deixar o passado de lado. Estamos ha muito no presente e eh o futuro que nos traz garantias de possivel renovacao da esperanca e de mais trabalho para todos. Sem actividade nas rocas nao ha trabalho e nem grande ocupacao e tudo continua estatico e quase imovel, prevalecendo as culturas de mera sobrevivencia. Em Sao Tome e Principe, a maior riqueza eh que ha ainda muito por fazer e portanto, as ideias inovadoras sao de tomar sempre em conta, para aqueles que demonstrem vontade em trabalhar. Sao os que desmonstram vontade e mostram accao que, hao de voltar a desenvolver as rocas. E estes, nao importa se sao Sao Tomenses ou Estrangeiros, ou ate, Sao Tomenses aliados a Estrangeiros… Ha tambem que abrir o Pais a sangue novo e deixar que entre quem quer trabalhar por sua conta e risco, pois, estes teem sempre uma forca motriz e uma ansia por fazer algo na vida e sao este tipo de atitudes que devem ser aproveitada e tomadas em consideracao, em primeiro lugar…
    Sao Tome e Principe teem outras riquezas enormes, para alem de seu Bom Povo. Estas consubstanciam-se na frequente chuva, na terra dfertil de origem vulcanica, do constante verde da flora que cobre vastas areas das Ilhas e ainda, uma exuberante e pujante natureza, a qual, por ser uma das maiores riquezas e guarante de um bom e perspectivado futuro, deve ser a todo custo protegida e monotorizada/cuidada, para que nao corra o risco de acabar, sobretudom, com o corte de especies de arvores e outra flora que custam anos a crescer. Outras das nao menos importantes riquezas sao o mar e o sol. O mar tem uma reserva, que tambem mantem conservar e monitorar constantemente, de especies de peixes que poderao permitir em muito a ocupacao e um bom rendimento para o Povo Sao Tomense e para aqueles de forma, seja nao forma artesanal ou semi-industrial, queiram investir nesta area. Sendo as reservas de agua doce, assim como as de agua salgada outro dos grandes bens de Sao Tome e Principe, eh latente tambem a grande possibilidade de se estimular a instalacao de Aquacultura/Piscicultura para especies de agua salgada e doce… Aqui, tambem a abertura ao exterior deve ser estimulada e procurada incentivar, com demonstracao de abertura plena por parte das Autoridades Sao Tomenses que comandam o estimulo ao investimento interno e externo ou conjunto (esta ultima, nao deve nunca ser condicao de obricagao, mas, deve tao somente estar guarantida e tida em linha de conta)… Nao poderei esquecer que, as flores e outras plantas decorativas e de jardim,e ainda, a horta, para nao falar dos muitos tipos de frutas, teem tambem um enorme potencial em Sao Tome e Principe, pelo que tambem sao um campo perspectivado muito fertil e que poderao atrair atencoes e investimento, quando com a requerida abertura e incentivo para tal… Para tudo eh preciso vontade e basta as vezes um simples clique para mudar tudo e criar movimentos positivos e atrair as atencoes de muitos bem intencionados que ha por esse Mundo fora, sejam eles Sao Tomenses na diaspora, ou sejam, Estrangeiros que gostam de aventura e arriscar naquilo que gostam de fazer ou querem ter como novas experiencias… Parabens a Sao Tome e Principe, por continuar a ter um Povo mui Simpatico, Afavel, Quente, Prestativo e Amigavel, que sabe receber bem seus Semelhantes de outras paragens, faca chuva ou sol… Um enorme Kandandu de Angola / Manuel de Sousa

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