Economia

Bancos se retraem na concessão do crédito à economia

A Governadora do Banco Central, Maria do Carmo Trovoada, prevê para 2013 uma redução do crédito à economia. Os bancos registam dificuldades na recuperação do crédito concedido. Numa comparação com Estados insulares de África, a governadora considera que o caso são-tomense é preocupante.

A Governadora do Banco Central considera de preocupante a situação do mercado financeiro são-tomense, em matéria de profundidade financeira ou de eficiência financeira.

Segundo Maria do Carmo Trovoada, o crédito a economia ronda os 30%, e pode baixar ainda este ano devido a quase estagnação do crédito concedido até agora. «Isto quando a média dos países comparáveis ( pequenos Estados também insulares), está acima dos 40%», frisou.

A Governadora do Banco Central, explicou numa comunicação pública feita no passado dia 11 de Novembro, que o crédito em situação irregular «cresceu para 20%, contra 5% dos nossos pares das pequenas ilhas, e revela e bem as dificuldades na recuperação do crédito no nosso mercado», acrescentou.

Maria do Carmo Silveira, que falava na inauguração do novo edifício sede do Banco Equador, prosseguiu na comparação entre São Tomé e Príncipe e os Estados insulares de África. «O diferencial das taxas de juro praticado no nosso sistema bancário está muito acima da média dos países comparáveis 14 pontos percentuais contra 8», sublinhou.

Feitas as contas, o acesso ao crédito continua a ser cada vezs mais complicado. «Estes factores constituem uma séria limitação no acesso ao crédito. Portanto está aí um dos nossos desafios imediatos, o de melhorar o acesso ao crédito».

Mas, a própria governadora do Banco Central, sabe que é um desafio complicado. Um quebra cabeças. «A questão é como garantir o aprofundamento financeiro sem por em causa a estabilidade financeira do sistema? Trata-se de um desafio transversal que inclui medidas de natureza macroeconómica para proseguir a convergência da inflação para níveis internacionalmente aceites, de medidas que reduzam os factores de risco de crédito, que promovam a inclusão financeira, bem como a racionalização de custos operacionais dos bancos», pontuou.

Abel Veiga

10 Comments

10 Comments

  1. PATRIOTA DA NAÇÃO

    21 de Novembro de 2013 at 17:37

    Ao meu ver, a crise económica e o desemprego são dois dos principais factores do aumento do crédito malparado devido ao acumular de dívidas, sendo que as empresas também se deparam com situações de sobre-endividamento, não conseguindo cumprir com todos os encargos financeiros. Situações inesperadas como doença, invalidez do divórcio contribuem para o crédito malparado.
    Mas as famílias e empresas podem tentar renegociar com as instituições de crédito os prazos de pagamento dos créditos e de maneira que ninguém perca.

  2. Zeca Afonso

    21 de Novembro de 2013 at 17:59

    Oh! Chê! O que é isto senhora governadora! A senhora quer fazer-se de parte do problema ou parte da solução do problema?

  3. luisó

    21 de Novembro de 2013 at 19:42

    Também com os juros praticados por esses bancos quem vai buscar dinheiro….

  4. Odair Costa

    21 de Novembro de 2013 at 23:03

    Os juros praticados pelos BANCOS COMERCIAIS NO NOSSO PAÍS É MUITO ELEVADO.ALGUNS EXEMPLO UM FUNCIONÁRIO QUE GANHA DOIS MILHOES MENSAL SE ELE CONTRAIR UMA DÍVIDA NO BANCO DE TRINTA MILHOES O BANCO DESCONTA-LHE MENSALMENTE UM MILHAO E DUZENTOS E SESSENTA MIL DOBRAS MAIS QUE METADE DO SEU SALARIO DURANTE 36 MESES QUE TOTALIZA QUARENTA E CINCO MILHÃO E DUZENTOS E SESSENTA MIL DOBRAS,A PESSOA PAGA UM JURO DE QUINZE MILHÕES E DUZENTOS E SESSENTA MIL DOBRAS,EU ACHO QUE É MUITO ELEVADO E CONTRIBUI PARA EMPOBRECER QUEM EMPRESTA DINHEIRO NO BANCO,POR ISSO EU ACHO QUE A GOVERNADORA DO BANCO CENTRAL DEVE ACONSELHAR OS BANCO A REDUZIR TAXA DE JURO É MUITO ELEVADO.

  5. Ospibinho

    22 de Novembro de 2013 at 8:17

    Bom dia caros leitores.
    A nossa Governadora do Banco Cetral estah alertando com antecedencia o que serah resultado de falta de competencia do actual Governo em lidar com assuntos Economico e Financeiro de STP. Meus amigos o actual Governo nao tem nenhum plano Financeiro nem Economico para este Pais. Se eles nao teem nenhum plano financeiro (mesmo aproveitando o plano do antigo Governo que foi excepcional) como eh que vao enfrental a tal crise Mundial? Jovem pensemos bem. O Pais estah sendo Governado mas sem plano nenhum.
    Pensem nisso.

  6. Auditor Vigilante

    22 de Novembro de 2013 at 12:13

    Dar credito por dar não adianta.
    É preciso saber o que as pessoas vão fazer com o dinheiro e se têm actividade que consegue precozizar retorno de capital…. porque empresas, nossa terra tem e terra sempre, empresarios so um ou dois.
    Ja agora Sra Governadora, peça ou autoriza uma Auditoria seria e idonea ao Banco Equador, ja é ora de abrir os olhos…. ou melhor deixar de fingir que não esta a ver….

    • Auditor Vigilante

      22 de Novembro de 2013 at 12:14

      “Preconizar”

  7. Martelo da Justiça

    22 de Novembro de 2013 at 14:54

    Quem são esses caloteiros?????

    Tira-lhes no poder e mete-lhes na cadeia!!!

  8. Augerio dos Santos Amado Vaz

    23 de Novembro de 2013 at 13:30

    Pois nós todos sabemos quem são os maiores devedores de S.Tomé e Príncipe, quem deve ao Banco Equador mais de dois milhões de doláres e que tem como fiadores outros políticos da nossa praça. A verdade virá ao de cima.

  9. Barão de Água Izé

    23 de Novembro de 2013 at 15:17

    Um Banco Central(BC) que anda ao sabor do vento. O BC promoveu reuniões com a Banca Nacional para estabelecer planos para o crédito não faltar na Economia? Como pode STP desenvolver-se com pouco ou sem crédito; com taxas de juros usurárias ; com dificuldade de acesso ao crédito?
    E o apoio à agricultura, turismo e pescas? O BC parece existir totalmente à margem da Economia. A actual administração do BC faz parte da solução ou do problema? E qual é atitude do Governo face ao crédito e à actuação da Banca? País sem crédito, sem instituições financeiras que promovam o investimento; sem moeda de baixo valor, é, infelizmente um País sem futuro, onde a pobreza será o presente e futuro da esmagadora maioria da população.

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