A constataçã o é do Presidente da República Fradique de Menezes, no encerramento da formação de 28 elementos da guarda presidencial no domínio de segurança pessoal. O chefe de estado referiu-se aos persistentes rumores que percorrem o país inteiro dando conta de intenções em derruba-lo ou o governo. Daí a importância da formação e apetrechamento da sua guarda pessoal, porque um homem prevenido vale por dois. Fradique de Menezes, que realçou os motivos que levaram a criação da guarda presidencial, testemunhou a exibição das técnicas de defesa pessoal dos seus guardas, formados numa parceria com o corpo especial de segurança pessoal da polícia de Portugal.
O Chefe de Estado defendeu treino e melhor apetrechamento da guarda presidencial. Uma unidade autónoma de defesa e segurança do Presidente da República, que renasceu após o golpe de estado de 2005. Na altura Miguel Trovoada, era o Presidente da República. Segundo Fradique de Menezes foi nesta altura que foi reconstituída esta importante unidade militar.
No último fim-de-semana na cerimónia de encerramento da formação de 28 agentes da unidade que faz recordar a guarda pretoriana do imperador romano César, Fradique de Menezes, disse que a força militar que o acompanha, serviu o seu predecessor e servirá os próximos presidentes da república. Uma força que deve ser bem treinada e apetrechada para dissuadir as ameaças. «Estamos num país tão pequeno, mas tão conturbado em termos de conversas, de intrigas. Tanta coisa que a gente houve e não se sabe. Houve o golpe de estado em 1995 de novo repetiu-se a façanha em 2003, felizmente até hoje não criou nenhum problema especial ao país em termos de perca de vidas humanas, mas a imagem do nosso país no exterior não é boa», afirmou para depois ser mais contundente na defesa da importância da guarda presidencial na actualidade são-tomense. «E não se cessa de falar, de dizer que as pessoas se reúnem, que querem deitar abaixo o Presidente, que querem deitar abaixo o governo e isso faz tema de conversa nos bares. Portanto nunca é demasiado. Um homem prevenido vale por dois», pontuou o Chefe de Estado.
Fradique de Menezes denuncia rumores que visam derrubar o poder instituído, e desejou coragem aos agentes formados para cumprir uma tarefa difícil. O Chefe de Estado recordou o seu tempo como militar, em que tomou parte na guerra colonial em Moçambique para sustentar a ideia de dificuldades que caracteriza a vida militar. «Morreram muita gente a minha volta, fui um dos que salvou e regressei a Portugal. Eu era jovem naquela altura e fiz o meu serviço militar em Portugal colonial, e também fui envolvido na guerra. E portanto sei quanto custo fazer este trabalho, cumprir-se com este dever», explicou.
Apesar da experiência militar Fradique de Menezes, avisou que não tem tendências militaristas. E justificou com o facto de ter considerado enquanto candidato a Presidente da República, que as forças armadas poderiam assegurar a defesa do mais alto magistrado da nação como de qualquer cidadão comum. No entanto os sucessivos golpes de estado, obrigaram-no a conviver com uma guarda independente para si.
A unidade da guarda presidencial, composta por pelotões de militares treinados pelo exército, pelo menos na fase de recrutamento, conta também com sargentos e oficiais que formam uma espécie de corpo de elite e que estão mais próximos do Chefe de Estado.
Parte importante dos 28 agentes formados no quadro da cooperação com Portugal, fazem parte do tal corpo de elite. Para além da acção de formação que contou com 4 agentes do corpo especial da polícia de Portugal, na qualidade de formadores, a Guarda Presidencial, já foi treinada no Burkina-Faso com peritos franceses, isto em 1995, e depois do golpe de estado de 2003 dezenas de militares desta unidade foram treinados na Nigéria.
Abel Veiga