Garantia do Secretário-geral do partido. Patrice Trovoada, rejeitou qualquer possibilidade de coligação antes das eleições legislativas. ADI só admite coligar com o MDFM-PL do Presidente Fradique de Menezes, depois da expressão popular nas urnas. Se a vitória sorrir a ADI ou ao MDFM-PL, Patrice Trovoada acredita num governo de coligação entre os dois para dar estabilidade governativa.
«ADI vai sozinho as eleições. Eu excluo sim a possibilidade de coligação com o MDFM». Patrice Trovoada foi contundente nas declarações. ADI vai batalhar sozinho na caça aos votos. Depois do veredicto popular, as portas estarão abertas para concertações e parcerias governativas, mas só com o MDFM-PL. «O ADI não vai coligar com o MLSTP nem com o PCD com as actuais direcções. Isso é claro. Depois das eleições o povo nos irá dar uma nova matriz, e a partir daí veremos nomeadamente com o MDFM, o que é que havemos de fazer para assegurar a governação desse país», explicou.
Tudo indica que nas próximas eleições legislativas não haverá coligações partidárias. Cada um vai batalhar sozinho para ser poder. Por isso adivinha-se umas eleições muito concorridas.
A ADI, diz que em Março próximo conclui o trabalho de reorganização interna, através da realização do congresso. Reunião Magna que vai permitir a lubrificação das máquinas do partido para o grande confronto político previsto para o primeiro semestre deste ano.
Um processo que implica também, segundo Patrice Trovoada a separação do trigo do joio. Tomando em consideração a denúncia feita pelo Presidente da República segundo a qual, na actual legislatura a coligação MDFM/PCD teria comprado os deputados da ADI, Patrice Trovoada, prometeu tomar medidas para que nunca mais tal aconteça. «O Presidente falou dessa questão, mas o que eu sei é que provavelmente não serão só deputados do ADI. O que mais importa é que o ADI possa expurgar das suas fileiras todos aqueles que utilizam o partido e utilizam o sacrifício dos militantes em benefício próprio e não na causa do partido. E posso garantir que no próximo congresso aqueles que têm esse tipo de fraqueza, pelo menos candidatos a deputados não serão», assegurou.
Analisando o momento político actual, o Secretário Geral da ADI, que liderou em 2008 um governo de coligação tripartido, estranha o facto do actual executivo em fase de pré campanha eleitoral e consequentemente em período de gestão, tenha avançado para a venda dos blocos de petróleo da zona económica exclusiva. «Quero também dizer que parece-me muito pouco ético, um governo que está a poucos dias de passar a situação de governo de gestão, só agora está com tanta precipitação de lançar o leilão dos blocos. É suspeito», declarou.
Patrice Trovoada considera que é cedo para colocar os blocos de petróleo no mercado. «Eu creio que após algumas empresas fazerem a primeira escolha, creio que a prospectividade dos blocos não vai interessar muito as companhias e era melhor esperarmos», concluiu.
Abel Veiga