Opinião

JUÍZES ESTRANGEIROS!

É mais uma contribuição do Juiz de Direito Hilário Garrido, que sugere debate sobre um tema candente. Aberto ao contraditório, o Juiz de Direito lança o debate a luz da Abertura do Novo Ano Judicial prevista para este mês.

Aos olhos de alguns puritanos da terra, eu a falar disso, dirão logo: Garrido está a meter-se na política! Porque a volta desse tema ou da sua génese, em termos de ideia (quiçá, maravilhosa e bem intencionada dos primeiros defensores de que deve haver juízes estrangeiros a dizer direito em S.Tomé) dirão isso não só porque têm argumento de que um juiz não pode falar de politica, mas porque têm uma “lucidez cientifica” daquilo que é a vida pública santomense. Inclusive para ludibriar ou até manipular a opinião pública nacional (porque, internacional… não!). Mas somos observados pelos nossos parceiros em tudo o que fazemos na nossa vida pública.

Dir-lhes-ei, frontalmente e disposto a um debate sobre isso na televisão, NÃO! Falar de juízes parece implicar direito; porque falar de juiz não é o mesmo que falar de direito, mas são conceitos indissociáveis funcionalmente. Juiz, “judex” “jus”, jurisdictio, juris, remontando-se aos romanos, são coisas inseparáveis. É verdade que Juiz diz direito; logo não é direito. Como dizem os brasileiros “uma coisa é uma coisas outra coisa é outra coisa”.

Vamos entrar no direito que é o meu apanágio porque “TRIBUNA JURIDICA” do Jornal “KEKUA” é uma página vocacionada para falar de direito; não tanto com a cientificidade das vozes autorizadas, mas sim, e tão simplesmente, dirigida aos leigos, curiosos e, sobretudo, os alunos de direito, apenas como elemento de reflexão. E nem me dirijo aos senhores juristas directamente. Não ensino Pai Nosso ao Vigário!

Como disseram os meus Prof. Doutores Rebelo de Sousa e Jorge Miranda, direito é política e Direito Constitucional é direito político. E donde é que se começa a falar de juízes, em primeira mão, como fundamento e origem, não tanto como dignidade, mas essencialmente, como um dos autores principais da vida do Estado, ultimo guardião dos direitos fundamentais e garante da democracia?

É na Constituição. A Constituição é a fonte centrifugadora de política. Politica, não tanto no sentido partidário (que tem a sua dignidade própria e até constitucional; aliás, sem partidos políticos não há democracia, pelo menos hodiernamente falando).
É de lembrar que juiz é titular de um dos quatro órgãos de soberania, todos eles com mesma dignidade constitucional, sendo certo que cada um tem  a sua função. Por exemplo, o Presidente da República é um dos órgãos de soberania, mas ele é o mais alto magistrado da Nação. Mas isso não faz dele um órgão superior aos outros do ponto de vista funcional; Superior no sentido de poder intrometer ou dar ordens, influenciar ou decidir sobre o que compete aos outros órgãos, não.

Não há órgão de soberania que é mais do que outro. Cada um na sua função, balizado pelo princípio da separação de poderes. Se assim não fosse, quando um juiz toma uma decisão o PR podia alterá-la! Não pode! Assim é a verdadeira democracia; assim é o verdadeiro Estado de Direito, como se  pode testar no laboratório de Ciência Política.

Devia vincar, antes, o meu sentimento pessoal sobre essa ideia que chamaria diabólica de “juízes estrangeiros” virem dizer direito no meu país: É o que mais me repugna ouvir falar, para não dizer outra coisa. Isso terá tido origem no “consulado” ministerial de um ministro da justiça, ainda no inicio do revolucionarismo eufórico desta nossa II República, quando eu ainda estava no CEJ (Centro de Estudos Judiciários português) que é uma Escola onde se formam magistrados, ou seja, onde se prepara os magistrados sobre o direito judiciário português. No fundo é onde se ensina aplicar-se o direito português nos tribunais.

Tenho muita curiosidade sobre o que se passa no mundo, sobretudo nessas andanças jurídico-judiciárias. E nunca vi, nem ouvi dizer, em países onde existem Estado de Direito Democrático que já existem (pelo menos como o nosso há mais de 36 anos) coisas dessas. Conheci sim, uma situação similar, quiçá impar, mas compreensível, em Timor, onde, por razões de emergência de um Estado que surgiu na conturbação que muitos conhecem, ligada à antiga e criminosa Indonésia, com intervenção das Nações Unidas, foram enviados para aquele País, para ajudar a constituir uma magistratura e preparar os magistrados timorenses devido a essa situação peculiar.

NÃO PORQUE OS TIMORENSES ERAM INCOMPETENTES! Não! Havia problemas de língua e sistema judiciário indonésio que lhes fora imposto, contrariamente à cultura portuguesa que já tinham, assim como todos os Palop’s.
Não conheço no mundo, país em que os próprios nacionais consideram incompetentes seus concidadãos (pelo menos publica e institucionalmente!). Que precisam de ajuda, de aperfeiçoamento, de formação permanente etc. como se passa em  Portugal para os novos magistrados, sim. Tanto mais que há sempre formações para melhorar os seus conhecimentos. Lembro-me do conceito SANTOMENTITE MENTAL. Nós somos mesmos nós! Nada mais a dizer sobre nós.

Para a minha profunda tristeza, ouvi e terei visto num jornal (Kekua, talvez) ou Televisão, que também a nossa Ordem de Advogados defende essa ideia.

De jurídico temos os seguinte: O artigo17.º da Constituição diz que “OS ESTRANGEIROS E OS APÁTRIDAS QUE RESIDEM OU SE ENCONTRAM EM SÃO TOMÉ E PRINCIPE GOZAM DOS MESMOS DIREITOS E ESTÃO SUJEIROS AOS MESMOS DEVERES QUE CIDADÃOS SÃO-TOMENSES, EXCEPTO NO QUE SE REFERE AOS DIREITOS POLITICOS, AOS EXERCÍCIOS DE FUNÇÕES PÚBLICAS E AOS DEMAIS DIREITOS E DEVERES EXPRESSAMENTE RESERVADOS POR LEI AO CIDADÃO NACIONAL” Esta última parte tem cobertura em vários princípios  consagrados na Lei .º 7/2007 (Lei Base do Sistema Judiciário) e Lei n.º 14/2008 (Estatuto de Magistrados Judiciais) que consagra no seu artigo 40.º/1 a) que “SÃO REQUISITOS PARA EXERCER AS FUNÇÕES DE JUIZES DE DIREITO (por maioria de razão, Juízes Conselheiros): Ser cidadão Santomense;”

Ou seja, numa doutrina que já li algures, isso significa que estrangeiros só podem ser técnicos no nosso país; não podendo ser sequer director entidade pública. Também se vê isso na Constituição portuguesa: “Os estrangeiros e os apátridas que se encontrem ou residam em Portugal gozam dos direitos e estão sujeitos aos deveres do cidadão português”. “Exceptuam-se do disposto no número anterior os direitos políticos, o exercício das funções públicas que não tenham carácter predominantemente técnico e os direitos e deveres reservados pela Constituição e pela lei exclusivamente aos cidadãos portuguesas” (artigo 15.º/ 1 e 2).

Como é que os nossos puritanos querem fazer vir juízes estrangeiros para dizer direito aqui em S.Tomé!? Eles com esse voluntarismo e aversão obcecada contra os juízes (porque não encontro outro móbil) querem inventar uma ideia politica moderníssima. Só se for ignorância; Aí tolera-se, porque em direito quem comete um acto sem consciência da sua ilicitude é ilibado.

É normal que tenham esquecido que tudo isso implica alterar a Constituição para consagrar de forma impar no mundo a possibilidade de juiz estrangeiro administrar a justiça noutro país. E não só isso: Muitas coisas que se querem fazer nos tribunais implicam quase necessariamente revisão da Constituição, cujo mecanismo é de um crivo colossal. Senão podemos gerar problemas de inconstitucionalidade que quem de direito terá que suscitar, maxime, o Presidente da República, que presumo não terá essa ideia política, além do poder de veto político que só pode ser superado com 2/3 de Deputados. Quis juris?

Nem quero me lembrar do que já ouvi um advogado dizer na TVS que não há santomense competente para fazer inspecção judicial. Somos todos burros? Admito sê-lo, mas todos? Inspecção deve ser algo que não implica conhecer direito para ele; deve implicar qualquer ramo de saber em que nenhum santomense tem formação. Que eu, outros, ou todos santomenses juristas não somos bons, não temos conhecimento suficiente que ele reconhece? Não sei de que área de saber, senão o jurídico e judiciário. Isso é passar atestado de incompetência a todos os Santomenses, o que é uma enormidade.

O Juiz não é um funcionário público, como já ouvi uma grande personalidade portuguesa dizer (a antiga Secretaria Geral da Assembleia da República, Juíza Conselheira do Tribunal de Conta que até já cá esteve na A.N.), pelo menos no sentido restrito do termo. Desde logo, não é elemento da Administração Pública que é superiormente dirigida pelo Governo. Ele é UM TITULAR DE ORGÃO DE SOBENARIA, OS TRIBUNAIS, como prescreve a Constituição.

Juiz administra a justiça em nome do Povo e diz direito. O juiz, como disse o Juiz de Direito português em 1980 (já será hoje, Desembargador ou Conselheiro) no seu livro “OS TRIBUNAIS E AS MAGISTRATURAS”, Edição de Almedina, Coimbra, os juízes têm a espinhosa, pesada e penosa tarefa de julgar e decidir sobre a vida, liberdade, a honra e fazenda dos outros”. Portanto, dizer direito é um acto de soberania por excelência; como podem esses nossos puritanos quer que estrangeiros venham dizer direito em S.Tomé e Príncipe?

Os defensores de juízes estrangeiros já imaginaram quanto viriam ganhar e quanto custariam a seja quem fosse, embora não tenha que sar do nosso erário público? Ainda bem que parece-me que se referem apenas aos juízes; porque do que eu cheguei a saber um consultor ou assessor que esteve no M.P., (nem sei o que terá sido) deve ter auferido qualquer coisa como 10 mil dólares, embora ache normal porque a dignificação dessas funções magistrais deve custar caro! E isso é critério internacional; É o que se deve ver em direito comparado!

Não acredito que países sérios como Cabo Verde e Portugal se metem na promiscuidade de se implicar nessa indignidade. Mas, como já defendi desde que iniciei a magistratura (1996), seria salutar que Portugal e Cabo Verde pudessem apoiar-nos com assessores já calejado nessa matéria, para que, connosco convivessem nessa lide judiciária, realizando debates internos connosco etc., pelo menos durante um ano, ajudando-nos a superar as nossas carências e dificuldades.

Quero lembrar as pessoas que, em Portugal, quando os jovens acabam magistratura (depois de licenciatura em direito), que fazem em dois anos, teoria e prática, ao se ingressarem num tribunal, eles já lá encontram magistrados com mais de 10 anos de experiência, com quem trabalham, o que, obviamente, ajuda no aperfeiçoamento. Nós aqui, pelo menos quando cheguei, vim, nessa altura, com os primeiros juízes licenciados e com magistratura feita, e não vimos quem já cá estivesse no sistema com licenciatura e experiência para nos apoiar. Um dos actuais Conselheiros do STJ que me confirme isso. Havia, ou podia haver, noutros níveis. Na primeira instância não!

Hilário Garrido

20 Comments

20 Comments

  1. STP Avante

    14 de Março de 2012 at 14:44

    Sem estar muito por dentro do assunto parace -me muito acertada a sua intervencao.

    Sem bom senso por parte dos nacionais, nem que venha o Jesus Cristo teremos solucao para os problemas nacionais.

    So temos de criar uma extrutura credivel com processos de avalicao e dps retirar as conclusoes e tomar as repectivas medidas de acordo com os resultados obtidos.

    A justica parece complicada, mas os juises e companhia so aplicam, ou deveriam aplicar o que esta na lei. Logo, dependendo das interpretacoes e facil para os entendidos na materia saberem se a lei foi bem aplicada ou nao. Com base nisso as avaliacaoes podem sempre ser feitas por nacionais que tenham o minimo conhencimento na materia desde que este esteja de boa fe e com a isencao que se requer para o facto.

    Um bem haja a todos.

  2. bode velho

    14 de Março de 2012 at 16:39

    Agora sim garrido. Escreva sempre temas de actualidade e não coisas fora de contexto. os nacionais ou juizes estrangeiros vai sempre dar a mesma coisa. Os Juizes estrangeiros depois de começarem a comer concô, buzio, beber vinho de palma, fumar “ervas” com o camarada gêgê no paraisso dos grelhados , no papa-figo ou na discoteca Sobe Sô vão também encontrar os mesmos problemas. Se forem juizas estrangeiras, ainda pior! os rapazes do picapau e do Agostinho Neto cm brico no nariz e na orelha se encarregam de fazer o serviço de integração social.

  3. BRUNO DAS NEVES

    14 de Março de 2012 at 16:47

    Este juiz parece que nao tem outra coisa pra fazer? Depois de meter tanta agua na fervura, vem este senhor com tanta ladainha tentar nos convencer do contrario? Talvez esta com remorsso do que fez. Devia pensar bem das coisas, dos coitados que estao e vao sofrendo das medidas inresponsaveis por si tomadas. No minimo este senhor poderia por o seu cargo ha disposicao, mas todos sabemos que ca, estes nao tiram as mascaras porque huuuuuuuuuu!!!!

  4. Macua

    14 de Março de 2012 at 18:14

    Juizes, medicos, professores, pedreiros, canalizadores, taxistas, e policias estrangeiros.
    Assim é melhor.

  5. Filipe Samba

    15 de Março de 2012 at 6:51

    Vossa Senhoria quer defender as suas atitudes
    Analisemos, o Sr. Presidente da Republica é ou não um funcionário publico?
    Eu penso que Senhor Presidente é um Funcionario publico mais com categoria diferentes ou nivel.
    Então os juizes prestam o serviço aquém?
    Outro Exemplo as forças armadas não prestam serviços ao povo directamente, mas indirectamente sim
    No Ministério Publico trabalham varios funcionários com objectivo de servir ao publico pagadores dos tributarios.
    No entanto Vossa Senhoria não faz parte da Administração Publica.
    Vossa Senhoria, as minhaas sinceras desculpas pelo meu mal entendido

  6. Santosku

    15 de Março de 2012 at 7:00

    Concordo plenamente com a ideia de Hilário Garrido, Juízes estrangeiros para dizer justiça em S. Tomé e Principe é inconcebível e inaceitável. Formemos os nossos juízes, damos estágios e fazemos o que for necessário mais estrangeiros juízes fora de bom senso.

    • Fidelio Castro

      15 de Março de 2012 at 10:05

      O problema da nossa justiça não é falta de formação para os nossos magistrados. Ao menos que a formação seja no domínio de carácter, imparcialidade, boa fé. São estes os elementos sim que tem encravado a nossa justiça. Como alguém falou neste fórum, de facto mesmo se vierem juízes estrangeiros ça kua sé mé, cairão na mesma corrente corrupta, pois serão influenciados pelo sistema.
      Já agora, a ideia que o juiz de direito Hilário Garrido tem sobre um debate sobre o assunto, que tal fazermos também um debate sobre comportamentos/decisões/sentenças irresponsáveis tomadas pelos juízes em São Tomé e Príncipe, e que meios existem para punir exemplarmente os mesmos pelos seus actos.

  7. bode velho

    15 de Março de 2012 at 10:36

    Porquê não haver também Presidente da República estrangeiro, Primeiro Ministro estrangeiro. Ministros estrangeiros, Directores estrangeiros. Seria bestial para o país.

  8. tiocego

    15 de Março de 2012 at 10:47

    O Juiz não é Funcionário Publico?

    Nem o Senhor Garido nem a Juiza portuguesa são mas é…

    Ora, Os tribunais são por acaso instituições Privadas ou Públicas? Se são instituições públicas, então, os seus funcionários são funcionários públicos.

    Orçamento Geral de Estado contempla os Orçamentos dos Orgãos de Soberania. MAs não contempla orçamento por exemplo do BAnco Equador.

    O que é então Publico? Juiz GArido, com muito respeito por si, o senhor é um…

    Nem tudo que os brancos dizem está certo, oh senhor juiz. O senhor é um funcionário Público, porque o seu salário sai do erário publico, ou seja das contibuições de todos nós. O Presidnete da República é um funcionário Publico, O Presidente da Assembleia, O Primeiro Ministro e seus Ministros.

    Vamos deixar de blablabla. Façam justiça que reconheceremos os vossos méritos. Julguem STP Trading, Julguem vicios da Doca de pesca, julguem aquisição do navio Principe, revejam o caso de GGA, revejam os vicios dos passeios da capital, revejam as denuncias proferidas peelo deputado amandio Pinheiro.

    Senhores, deixem de vir a praça publica emitir opinião. Vocês não são políticos. se o são então assumam e faça politica. se não são (o ideal, não deviam ser, na defesa de cor partidária).Faça justiça.

  9. ele

    15 de Março de 2012 at 10:52

    Boa Garido

    Viva nós, competêmcia 100%, por isso o país está como está. Falta de humildade.

    Que deus nos proteja.

  10. bode velho

    15 de Março de 2012 at 10:55

    Ja temos essa experiencia. Os tais Juizes da CPLP quando chegarem com salario de USD 15.000 ( Quinze mil dolares) mensais vão arranjar duas mulheres e varias mamoradas. Vão viver no regabofe habitual, comer boas gajas, sentar no passante horas e horas e o resultado será o mesmo. Isto porque no prazo de trÊs meses, eles ja se misturaram com todos, nos comerretes , beberretes e já se transformaram em verdaeiros santolas. Até alguns já começam a falar forro.

  11. Digno de Respeito

    15 de Março de 2012 at 11:10

    Será que o autor desse texto é juiz em função?!! De tanto se expor (através da escrita argumentativa baseada em retórica), deixa-me na dúvida em relação ao seu estado profissional e o compromisso público. Existe um ditado que a “ausência constante, causa saudades e presença permanete, encomoda. Logo, entendo que este senhor deve rever-se melhor através de princípios ético e moral. Até possa ter razão para tanta aparição pública. Para isso, aconselho-o em ser mais profissional criando o seu bloque pessoal onde possa fazer dessertações, trocar opiniões e até mesmo comentar casos/aspectos que goste ou não a fim de se demarcar dos outros (entenda-se).

    As sucessivas intervensões textuais deste auto podem traduzir alguma leitura interpretativa(pela negativa) ou mesmo induzir em erros. O caminho pode ser falacioso pela classe profissional a que pertence ou supostamente pertence. Embora não pertencesse a classe dos magistrados, juizes, etc, gostaria de conhecer o código deontológico dos Juizes/Magistrados santomense. Alguém pode dizer-me onde ou como encontar tal Código?

    Bem Haja

  12. Biz

    15 de Março de 2012 at 12:18

    Passo a citar as palavras do Sr. Juiz de direito
    “Quero lembrar as pessoas que, em Portugal, quando os jovens acabam magistratura (depois de licenciatura em direito), que fazem em dois anos, teoria e prática, ao se ingressarem num tribunal, eles já lá encontram magistrados com mais de 10 anos de experiência, com quem trabalham, o que, obviamente, ajuda no aperfeiçoamento. Nós aqui, pelo menos quando cheguei, vim, nessa altura, com os primeiros juízes licenciados e com magistratura feita, e não vimos quem já cá estivesse no sistema com licenciatura e experiência para nos apoiar. Um dos actuais Conselheiros do STJ que me confirme isso. Havia, ou podia haver, noutros níveis. Na primeira instância não!” Garido

    Então o Senhor reconhece que em STP não existem juízes com competências para auditar os trabalhos feitos nos tribunais, tendo em conta que os juízos formados, como o Sr. que diz ter sido um dos primeiros formados, estão em exercícios e é justamente os seus trabalhos que devem ser auditados. O SR. concorda comigo que a pessoa que não foi “capaz” de enquadra-lo quando saio da universidade, segundo a sua própria palavra “não vimos quem já cá estivesse no sistema com licenciatura e experiência para nos apoiar” , não poderia ser capaz de julgar se o seu trabalho está sendo feito correctamente.
    O Sr. aceitaria que os juízos sem licenciatura e experiências, julgassem o seu trabalho. Não seria credível, não é. E tenho certeza que se sentiria também ofendido.

    Então concluindo, o Sr. próprio admite no último parágrafo da sua intervenção que, não há juiz capaz de auditar o seu trabalho.

    O SR também está consciente que o sistema judiciário santomense é muito criticado. Que os nossos tribunais não são credíveis, que tem sido muito criticado por todos os santomenses, seja ele de que nível for, como também os estrangeiros.

    O Sr. sabe que todo país precisa de um sistema judiciário credível, particularmente o nosso que precisa de investimentos estrangeiros mais do que nunca.

    Então qual é a solução? O que os SR temem? Se de facto têm feito justiça seguindo as leis, de que têm medo? Onde está o problema?

    Aceitando a auditoria feita por juízos estrangeiros, porque ainda não temos competências (técnicas e moral) para o fazer, não seria a melhor forma de “limparem” os vossos nomes, demonstrando ao público nacional e internacional, que vos chama vocês os Juízos de corruptos.

    Não seria a ocasião de demonstrar para todos que vocês são competentes? Que santomenses são competentes?

    Tem um ditado que diz: Quem não deve, não teme.
    Deixemos de politiquices e sejamos bons profissionais e bons cidadãos.
    Tenham atitudes que contribuam para engrandecimento do povo santomense.
    Viva STP
    Viva os santomense

  13. Macua

    15 de Março de 2012 at 14:37

    tudo que for capacidade, menos mais do mesmo.

  14. O Analista e Censurador

    15 de Março de 2012 at 16:08

    Isto mesmo Bode Velho. O Povo que abra os olhos.

  15. maria chora muito

    15 de Março de 2012 at 16:23

    Manuel Vaz, um grande sociologo do Direito com a idade que tem e a experiência acumulada, poderia ser um bom juiz. Outros ainda, como Aito Bonfim ( antigo assessor jurídico do Fradique), Alerto Paulino, Filinto Costa Alegre, Posser da Costa, Afonso Varela, Elsa Pinto, também poderiam ser um bom Juiz. Porquê Juiz estrangeiros!!

    • José Silva

      18 de Março de 2012 at 11:00

      Porque todos os nomes mencionados também são corruptos. Para STP sair do poço que se encontra tem-se que evidenciar a consciência humana, (a ética e a moral), acredito que muitos até tenham a capacidade de fazer valer o que aprenderam, mas porque o ganância, a malfeitoria, arrogância, o uêcheismo(típico dos Santomenses) torna o desenvolvimento do País em corrupção. Defendo que todos os órgãos soberanas do aparelho do Estado deve ser requalificado.

  16. Tito

    16 de Março de 2012 at 9:12

    Do que se está a discutir?
    Vinda de juízes estrangeiros para trabalharem nos nossos tribunais, ou UMA AUDITORIA REALIZADA POR JUÍZES INTERNACIONAIS?
    O que está na actualidade é a auditoria, e, é está questão que a Ordem de Advogados, o Ministério Publico estão favoráveis. Deixa de criar falsas polémicas.

    Minha gente auditoria não é um bicho-de-sete-cabeças. È um acto administrativo normal, que tem como objectivo de verificar se as coisas estão sendo feitas em conformidades com as normas e leis preestabelecidas, e caso não esteja, propor recomendações para a sua melhoria.
    E como o próprio Juiz Garido reconhece, não existem ainda pessoas (juízes idóneos) com competências para executar está auditoria. E eu ajuntaria com integridade moral para o fazer. Por isso deve-se recorrer a auditores internacionais. E mais tarde, os tribunais devem mandar formar um grupo de juízes em técnicas de auditorias, para que este processo seja um processo contínuo (deve ser feita uma avaliação de desempenho dos juízes anualmente).
    Então porquê é que os nossos Juízes estão em pânicos. Temem a justiça? Têm medo de serem julgados. Vocês não estão em cima da lei.
    Se eu estivesse na vossa posição, faria como os juízes do Ministério Publico, concordando com essa “bendita auditoria” uma vez por todas.

    Não se esquecem que no processo de auditoria, existe o princípio de contraditório, em que os auditados podem argumentar e discordar com as conclusões dos auditores, fundamentando as suas posições.

    Juízes, força, coragem. Como já disse alguém “QUEM NÃO DEVE NÃO TEME”. Está é uma oportunidade única para provarem ao mundo inteiro que nos nossos tribunais faz-se justiças e não injustiças, e que não se encomenda decisões em trovas de maços de dobras e outros favores.

    Juízes coragem
    Sejam valentes e pessoas dignas
    Não temem de serem julgados.

  17. Madalena

    16 de Março de 2012 at 13:57

    Esta idéia pode ser aproveitada para a Republica de Angola. Força ai. Repudio total. Não dinheiro para pagar horas extraordinarias dos professores, horas de sabado, mas ja pensam em jobs para os amigos desempregados na europa.
    Temos que garantir a formação, igualdade de acesso e de oportunidades para todos. Só assim se resolve os problemas todos. Não é com Juizes nem juizas!
    Sebé!!!

  18. Milagrosa

    16 de Março de 2012 at 13:58

    Ha falta de juizes no Inferno! Candidata!

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