Análise

Associação Cívica – Pró Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe

“Não foi um mero capricho o que me levou a propor a criação da Associação Cívica Pró-Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe. Decidi fazê-lo em face da situação muito específica em que nos encontrávamos”. É um artigo de Gastão d´Alva Torres, para pôr luz na verdade histórica do país. 

Não foi um mero capricho o que me levou a propor a criação da Associação Cívica Pró-Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe. Decidi fazê-lo em face da situação muito específica em que nos encontrávamos

Tinha-me deslocado a Libreville para relatar à direcção do MLSTP os resultados altamente positivos dos nossos encontros com o Major Melo Antunes, coordenador do Movimento das Forças Armadas e ministro sem pasta, que liderava o dossier da descolonização; Dr. Álvaro Cunhal, secretário-geral do Partido Comunista Português e o Dr. Salgado Zenha e o Prof. Jorge Campinos, estes representantes do Partido Socialista, e da brevíssima conversa tida com o primeiro-ministro, o Brigadeiro Vasco Gonçalves, em que todos manifestaram o seu apoio inequívoco ao nosso desejo de independência.

Tendo também informado que a nossa delegação era sempre constituída por três dos quatro seguintes elementos: António Figueiredo da Graça do Espírito Santo; Quintero Amaral Aguiar; António Pires Lombá e eu.

Foi então que me informou o secretário-geral do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, Dr. Manuel Pinto da Costa, que receavam ir para São Tomé e Príncipe promover a mobilização da população, pelo facto de ainda não se encontrar estabilizada a situação política em Portugal e poder dar-se uma reviravolta, dado o confronto que opunha a facção spinolista, que mantinha uma indefinição suspeita em relação à independência de São Tomé e Príncipe, ao Movimento das Forças Armadas e partidos de esquerda, que apoiavam sem ambiguidades a sua descolonização.

Regressado a Lisboa e perante o facto de constatar que os nossos elementos – estudantes e outros – que militavam em São Tomé e Príncipe necessitavam de uma estrutura que representasse o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe de forma organizada, e dado que não tinha trazido qualquer instrução de Libreville sobre o assunto, optei por me aconselhar com o Prof. Jorge Campinos, com quem tinha boas relações, à busca de uma solução.

E foi dele a sugestão de que uma associação cívica poderia colmatar a necessidade que eu sentia da existência de um corpo, devidamente organizado, dentro do território, que prosseguisse os objectivos pretendidos pelo Movimento.

Segui imediatamente para São Tomé e Príncipe e comuniquei aos nossos militantes que a direcção do Movimento, sediada em Libreville, não tencionava entrar então no país e que se deviam organizar, a fim de a representar perante o povo e as autoridades coloniais, dado que o não podia fazer, porque então não me era possível fixar-me no território, por causa das constantes deslocações que a minha tarefa me impunha.

Em seguida, falei com o governador da colónia e anunciei na Rádio que ia ser criada uma organização, que representaria o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe no território e parti para Lisboa.

Nem sequer tomei parte em qualquer reunião, em que se tenha debatido qual seria a constituição dessa organização, nem tão pouco interferi na escolha de qualquer dos seus dirigentes.

E assim foi, porque desde Novembro de 1962 dirigi internamente, ainda que clandestinamente, a actividade possível do Comité e do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe e tive a oportunidade de nas nossas longas reuniões de muitos anos acompanhar a evolução dos nossos elementos que então se encontravam no território e em Lisboa, pelo que os considerava devidamente aptos para a ingente tarefa que os aguardava.

Essa organização disporia de total autonomia, desde que agisse em prol dos objectivos prosseguidos pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe.

Depois do anúncio de que iria ser criada a Associação Cívica Pró-Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, parti confiante, porque certo de que nos encontrávamos profundamente irmanados no mesmo desígnio e de que reuniam todos os requisitos para levar a bom termo a sua missão: Inteligência, coragem e determinação.

Que mais lhes poderia dar eu?

Que me lembre, apenas regressei a São Tomé e Príncipe em Setembro de 1974, já decorridos muitos meses após a criação e a actividade da Associação Cívica.

Diga-se que essa estada no território deveu-se a um pedido do governador da colónia, através do Dr. Vítor Pereira de Castro, aquando da morte de Giovani, por ter receado que a difícil situação então vivida, descambasse em algo ainda muito mais grave, dado que esse acontecimento provocou uma profunda emoção nos militantes da Associação Cívica.

Daí que rejeite em absoluto essa obcecação dos que pretendem que partilhe o que me não pertence, até porque, e digo-o sem a menor veleidade, estou consciente de também ter dado algum contributo, ainda que modesto, para a independência do nosso país, o que, de resto, era o meu dever.

É, porém, verdade que sempre apoiei a Associação Cívica. E não só nos momentos em que toda a direcção do MLSTP se aproveitou dela, mas também naqueles em que foi injustamente caluniada e perseguida pelos que viram frustrados os seus intentos e pelos que passaram a temê-la, porque recearam que os seus elementos viessem a disputar-lhes o poder, porquanto a independência do país já se encontrava assegurada.

Que se informem junto de qualquer dos seus elementos, mesmo daqueles que mais tarde se bandearam para o campo dos que a caluniaram e traíram, se alguma vez instiguei os seus elementos à prática de qualquer acto. Para quê, se tudo corria conforme o almejado?

Mas se tal tivesse acontecido, certamente só teria motivos para me sentir orgulhoso, pois sempre considerei meritória a sua decisiva contribuição para a independência de São Tomé e Príncipe, verificada em 12 de Julho de 1975, graças à sua actividade.

De facto, foi a proficiente actuação da Associação Cívica que peremptoriamente convenceu os colonialistas de que o povo de São Tomé e Príncipe pretendia pura e simplesmente a sua independência total e imediata e fez gorar as manobras dos pseudo-anti-colonialistas e dos colaboracionistas, demonstrando-lhes que não estávamos interessados em qualquer autonomia regional ou federação.

Não é justo que me queiram atribuir os louros da Associação Cívica, porque não são meus; mas repito, não tenham a menor dúvida, sentir-me-ia muito feliz e honrado, se também os pudesse compartilhar com os membros dessa organização, cujo admirável trabalho é a todos os títulos louvável e será um dia devidamente reconhecido pelos historiadores que, espero-o, também não se esquecerão daqueles militantes, como: Norberto Cordeiro Nogueira da Costa Alegre, Quintero Amaral Aguiar, Pedro Bragança Gomes, José Amílcar d’Alva, Lereno da Mata, este cobarde e inexplicavelmente assassinado pelos esbirros do governo, e alguns outros elementos nossos, que nem sequer conheci, porque era imprudente contactarem-me, nessa fase clandestina em que todas as cautelas eram poucas.

Pois, não obstante o terrível massacre de 1953 e a incessante vigilância da temível Pide, acolitada pelos seus inúmeros informadores (alguns destes bem conhecidos, que mesmo agora se atrevem a emitir opiniões), durante muitos anos esses nossos militantes puseram as suas vidas e a subsistência das suas famílias em risco, deslocando-se semanalmente a várias localidades do país, para preparar a população para a ansiada independência e enviando informações para o exterior.

Felizmente têm sido reconhecidos os relevantes serviços prestados à Nação por Alda da Graça Espírito Santo.

Apenas caluniaram a Associação Cívica e não reconhecem a verdadeira importância da sua excelente actuação em prol da independência de São Tomé e Príncipe, os que se limitaram a desfrutar o trabalho alheio, muito requentadinhos no seu ripanço em Libreville e, mais tarde, vieram usufruir os resultados das actividades levadas a cabo pelos que se entregaram generosamente ao árduo trabalho de mobilizar o povo, sem quaisquer calculismos e sem se preocuparem que as suas vidas estariam em risco, caso houvesse a tão temida mudança da situação política em Portugal.

Muitos deles óptimos estudantes que, por iniciativa própria e não por qualquer directiva do MLSTP, se prestaram a ir para o território para cumprir o que tinham como um dever sagrado.

Enquanto outros entenderam que a preservação das suas vidas se sobrepunha ao que estava em causa, a independência do país.

Esses caluniadores, enquanto precisaram dela, até a defenderam das “prepotências” do regime colonial, considerando todos os seus actos legítimos, como se verificou na seguinte alocução do primeiro-ministro, Leonel Mário d’Alva, proferida em 13 de Março de 1975 e nessa comunicação do Bureau Político, lida na Rádio Libreville, por um dos seus membros, José Fret Lau Chong, em 14 de Março.

Alocução do primeiro-ministro, Leonel Mário d’Alva,

proferida em 13 de Março de 1975

clique Anexo 1

Comunicação do Bureau Político,

lida na Rádio Libreville por José Fret Lau Chong,

em 14 de Março

clique – Anexo 2

De resto, a actuação da Associação Cívica foi sempre apoiada e incentivada pela direcção do MLSTP nas suas emissões de rádio, emanadas de Libreville.

Ainda que, após o Acordo de Argel, em que ficou definitivamente assente a data da independência do país, nada mais no essencial pudesse ser modificado, tudo se transformou, perante mais uma ameaça do alto-comissário e que consistiu em que iria sugerir ao governo português:

  • A antecipação da data da independência para fins de Março ou para Abril;
  • A retirada de todos os portugueses do território;
  • O cancelamento de toda a ajuda económica de Portugal ao território.

Uma ameaça que, ainda que pudesse ser concretizada, pouco afectaria o fundamental, a independência do país.

Pelo que confesso com toda a humildade a minha incapacidade, até aceito, que digam, a minha incompetência, por não ter até hoje compreendido a verdadeira causa da viragem que se processou em quase todos os membros do Bureau Político do MLSTP em relação aos elementos da Associação Cívica, que dias antes tinham sido ardorosamente defendidos pelo primeiro-ministro em “patriótica” alocução e numa inflamada comunicação da direcção do Movimento, não menos “nacionalista”, mas que, afinal, não passou de uma cantilena.

Mas o que é insofismável, inventem eles o que quiserem, é que toda a actuação da Associação Cívica, pelo menos até 14 de Março de 1975, foi inteiramente sufragada pela direcção do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, com excepção de Carlos Graça, que confessa, que já anteriormente vinha tramando a sua destruição com as autoridades coloniais.

Pelo que, se houvesse um mínimo de dignidade, acontecesse o que acontecesse, a nossa postura devia permanecer sempre a mesma.

Como explicar essa mudança tão repentina, sabendo sobejamente toda a direcção do MLSTP que tudo quanto diziam contra a Associação Cívica não passava de uma execrável maquinação movida por pessoas sem o menor escrúpulo, que inventavam as mais soezes mentiras?

O que aconteceu foi que perante uma divergência entre a direcção do MLSTP e o alto-comissário acerca da dissolução da companhia de caçadores, seguida de algumas ameaças suas, decidimos, o Bureau Político, em Libreville, que o assunto deveria ser discutido com o governo português, que era a entidade competente para o efeito, segundo o estabelecido no Acordo de Argel. Para isso, tinha ficado assente que se enviaria uma delegação a Portugal.

Essa delegação deveria ser constituída por Miguel dos Anjos Trovoada, João Guadalupe Viegas de Ceita e António Barreto Pires dos Santos, tendo o primeiro, no que era useiro e vezeiro, invocado doença súbita para se descartar dessa missão.

Daí que tenha recusado acompanhar o secretário-geral do MLSTP, quando em 17 de Março de 1975 apareceu inesperadamente em São Tomé e Príncipe para se submeter ao alto-comissário. Nunca me prestaria a tal humilhação.

A que se deveu essa inadmissível submissão do secretário-geral do MLSTP? Teria receado ser chantageado por algo que teria cometido, que ignoramos?

Terá sido simplesmente por uma pura cobardia?

Ou será que apavorados com a grande aceitação e influência que os elementos da Associação Cívica tinham sobre a população e temendo que lhes viesse a disputar o poder que ansiosamente queriam desfrutar e certos de que não compactuariam com a sua aspiração de se virem a apoderar dos bens públicos, como se de herança paterna se tratasse, coligaram-se numa momentânea aliança espúria com os que também os odiavam por terem frustrado as suas pretensões neocolonialistas?

Posteriormente, pretendendo justificar o injustificável, afirmaram que pretendíamos tomar o poder, o que sabiam ser absolutamente falso.

Que actos pratiquei eu individualmente ou em conjunto com a Associação Cívica que indiciassem que pretendíamos tomar o poder? Que mencionem, ainda que seja apenas um.

O Pinto da Costa conhecia-me suficientemente bem, pelo que não ignorava que lhe teria dito e a todos os demais, frontalmente, aquilo com que não concordasse. Sempre o fiz nas nossas reuniões do Bureau Político. Jamais traí quem quer que seja.

Nunca receio desagradar, desde que fique de consciência tranquila. Sempre tive o maior desprezo pelos traidores.

Como disse atrás, conheci muito bem esses jovens, em Lisboa, nos inúmeros encontros clandestinos, de longos anos, que tivemos em Benfica, Cruz de Pau, Odivelas e Olivais Sul.

Eram jovens inteligentes que sabiam que a prioridade então era a libertação do país do jugo colonial, mas que, necessariamente, também não ignoravam que a conclusão da sua formação académica era essencial para o seu futuro e o de São Tomé e Príncipe, pelo que teriam de terminar os seus cursos.

Não tinham grandes ambições políticas? Claro que sim. E ser-se-ia muito ingénuo, se se pensasse que as não pretendiam concretizar.

Só que, em devido tempo, porquanto não podiam desconhecer que as suas qualificações académicas também seriam fundamentais para tal.

Mas se, de facto, os elementos da Associação Cívica pretendiam trair o Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe, o que em absoluto me recuso a acreditar até prova (e não puras maquinações) em contrário, uma coisa garanto eu sem o mínimo receio de desmentido: nunca me aliei a quem quer que seja para traições.

Jamais pactuei com patifarias, pelo que tenho a absoluta certeza de que qualquer pessoa realmente honesta é incapaz de me atribuir algo desonroso. Quanto aos demais, direi apenas, os cães ladram e a caravana passa …

A excessiva dramatização de certos actos menos ortodoxos, mas que eu saiba nunca violentos, praticados por alguns elementos da Associação Cívica, que vem sendo orquestrada pelos tais pseudo-anti-colonialistas e pelos colaboracionistas tem como único objectivo descredibilizar essa extinta organização, porque frustrou por completo o que pretendiam. Crucificando-a, pensam que lhe retiram os méritos.

Se se comparar o que se passou em Cabo Verde nesse mesmo período com o que se verificou em São Tomé e Príncipe, até se poderá chegar à conclusão de que os da Associação Cívica actuaram como uns meros “meninos de coro”, muito longe do que é habitual em tais circunstâncias.

Mas esses militantes cabo-verdianos não só tiveram todo o apoio do PAIGC, como também não viram nenhuma Maria Madalena a carpir constantemente as suas mágoas pelas perdas sofridas ou outras destilando o veneno das suas mentes pestilentas, sedentas de vingança.

O que hoje lamento profundamente é que muitos elementos da Associação Cívica se tenham deixado contaminar pela insaciável voracidade dos bens públicos que grassa no país, desvinculando-se totalmente dos nobres ideais que inicialmente os nortearam.

Pobre País.

Gastão d´Alva Torres

24 Comments

24 Comments

  1. Bodon Kulu

    5 de Julho de 2012 at 14:27

    Excelente artigo, Dr. Gastão Torres.
    Só não entendo a omissão do nome do Filinto da Costa Alegre, pois eu, um simples jovem santomense que de perto acompamhou as atividades da extinta Associaciação Cívica, receava a todo momento pela vida do Filinto, pois ele era a cara e o principal orador em todas as cicunstâncias mais críticas. Acredito que seja por lapso que se tenha esquecido dele.
    Que venha mais artigos do género.
    Muito obrigado e bem haja.

  2. Flogá

    5 de Julho de 2012 at 14:45

    Pelos vistos esta (mesquinha)maneira de ser do homem são-tomense já vem de longe.

    Muito Obrigado ao autor por compartilhar connosco estes factos e também por me proporcionar a um dos melhores artigos que já lí nesta tribuna.

  3. E.jeronimo

    5 de Julho de 2012 at 15:41

    Sao Tome e Pincipe ate quando?nem da para chorar,so rir,37anos e demais,a independencia total glorioso canta o povo,assim cantem o nosso hino nacional,mas na realidade e a gloriosa tristeza que convivemos,so com Cristo

  4. Verónica

    5 de Julho de 2012 at 16:03

    Finalmente alguém fala da Associação Cívica. Parabéns Dr Gastão Torres.
    Estou em Portugal, às vezes as pessoas falam mais mal da Associação Cívica do que do Colono.
    Sei que se está na forja a criação de uma Associação/Liga para tentar salvar os membros da ex-Asociação Cívica. Espero que tenham êxito.
    Se não houvesseAssociação Cívica,será que o MLSTP seria Governo? O era?
    Porque depois do 25 Abril, apareceram muitos protagonistas. Um deles a Frente Popular Livre. Sediada no Pais. Era só o povo aderir. Mas havia As. Cívica, não tiveram expressão e morreram na praia.
    Acho que os dirigentes do MLSTP são ingratos, por isso é o país está assim. Nunca houve oportunismo dosjovens na altura. O Dr. Filinto vive porque só Deus sabe. Foi um heroi.
    Foi pena ele deixar a Política, De contrário em S.Tomé já não existe. Podem lhe chamar de radical e de tudo ou melhor foi o título atribuido a todos da A.C.
    Espero que a Associação ou Liga como o queiram chamar dê frutos.
    Viva a Associação Cívica pró MLSTP
    Viva o povo de S.Tomé e Príncipe

  5. Gualter Oliveira

    5 de Julho de 2012 at 16:20

    Acredito que existem muitas coisas mal explicadas em torno da historia de S. Tomé e Principe, sendo assim sugeria o seguinte:
    – Porquê que não se reunem e debatem sobre esses assuntos ( ja não resta muito tempo, grande parte dos seu intervenientes estão vivos e na casa dos 70 anos).
    – Se vocês sacrificaram a vossa juventude por uma boa causa, porque não reflectir seriamente sobre os erros cometidos a longo dos anos.
    – Gostava de ver um debate ( semelhante ao programa Pós e Contra da RTP ) onde participasse Miguel Trovoada, Pinto da Costa, Carlos Graça, Leonel Mario D`Alva, Onê, e muitos outros que nem conheço, a falarem de S. Tomé e principe, ou seja, historia da nossa terra contada na primeira pessoa, será tão dificil assim? ou há muito a esconder? Quem tem medo de quem?
    – Se querem o melhor para S. Tomé e Principe, pensem nisso…..debate singular não é debate

    • Povo STP

      6 de Julho de 2012 at 9:12

      Tem toda razão no que diz, mais meu amigo o problema é que têm medo para um não abrir funda de outro. Há muito desses senhores que fizeram muito mal a STP e ao seu povo! Agora empurraram toda culpa a Pinto da Costa… Muita hipocrisia neste país, isso já vem de muito tempo atrás. Outra coisa, caso esse debate venha a efectivar, eu aposto que Miguel Trovoada não aparece!

  6. Andre Tiny

    5 de Julho de 2012 at 18:17

    Tens toda razao sr doutor.
    Todos nos que fizemos a revolucao vamos morrer sem ver o seu fruto. Mas nao me importo desde que o povo santomense venha a ter um Governo digno que salvaguarde os seus interesses. Tambem os militares negros da antiga C.T.I., incluindo eu, tiveram um papel importantissimo com reunioes clandestinas na zona de Ponte Graca, para defesa do nosso povo.

  7. Grenger Causality

    5 de Julho de 2012 at 21:48

    O Presidente Pinto da Costa no seu livro “Terra firme” disse que deseja transformar SãoTome e Prinipe numa “Terra firm” de opportunidades para todos os São-tomense. Agora eu pergunto como transformar STP numa “Terra firm” de oportuniadades para todos, sem que as medidas para por cobro a corrupcão nunca tem sido tomadas? E as pessoas implicadas no caso continuam sempre impunes?
    Tendo enconta a situação muito deficil que STP encontra ao longo dos 37 anos da independencia total, gostaria de propor a criação de um movimento denominado “Movimento anti-corrupção de São Tome e Principe” ” Anti-corruption movement”
    Isso sera uma associação sivica anti-corrupção, com objectivo de levar ao cabo uma serie de açoes praticas com vista a minimizar o nivel de corrupção em STP. Essas açoes serao levadas a cabo por meios de cartazes, panfletos, palestras e seminarios, publicaçoes de artigos cientificos sobre a corrupção, e explicação do termo “Corrupção” para as pessoas desfavorecidas e as pessoas que tem sido enganadas pelos os politicos durante as campanhas eleitorais, e sair a rua em forma de manifestaçoes quando for necessario.
    Por outro lado, o termo “Corrupção” tera ser explicado nas escolas para que as nossas crianças possam desde muito cedo saber o que segnifica a palavra “Corrupção” e qual é o impacto que isto tem sobre o desenvolvimento de STP.
    Para isso, vou ter que pedir apoios materiais e logisticos aos EUA, a EU, a Taiwan. Pricipalmente a Taiwan onde o indice de corrupção é relativamente baixo, onde se um individou for acusado(a) de corrupto(a) ele ou ela sera severamnete punido de acordo com a lei, sem ter que tomar em consideração a sua posição social.
    EU acho que devemos fazer alguma coisa para tentar minimizar a corrupção em Sao Tome e Principe, caso contrario não havera “Terra firm”
    Abaixo corrupção!e viva independencia total.

  8. fia GLESA

    5 de Julho de 2012 at 21:54

    A sabia maneira de falar da nossa historia ja havia sido iniciada por alguns dos homens que fizeram a nossa historia. O Dr. Gastao Torres abre um novo capitulo, mas o que acho com uma certa tristeza é que nao ha debate nem contradiçoes destes mesmos homens que ontem lutavam por uma causa que achavam justa. Senhores de outrora o debate esta aberto, o dr Carlos Graça escreveu e teceu linhas de que fora ontem. Homens de letra e de ciencia é tempo de argumentar e de nao deixar espaços a teses elaboradas pelos estrangeiros sem fundamentos historicos.
    Fia Glesa

  9. Carlos Ceita

    5 de Julho de 2012 at 21:58

    Caro Gualter se eles nunca debateram quando assumiam caros públicos imaginem num debate em que nada têm a perder seria fastidioso ouvi-los.
    Jamais eles iriam colocar as suas divergências pelo contrario iriam fazer discursos politicamente correctos.
    Coisas do tipo fomos grandes camaradas/companheiros de luta e tudo fizemos para que hoje fossemos independentes.
    Exemplo:
    Pinto: Ó Trovoada lembras daquela reunião que nos fizemos debaixo de uma arvore por causa da perseguição dos agentes da pide e de repente começou a chover e tivemos alterar o plano.
    Trovoada: Epa lembro perfeitamente tivemos que registar tudo no papel que estavam quase molhada e naquele tempo não tínhamos um portátil como agora.
    Carlos Graça: O Pinto e o Trovoada tiveram um papel decisivo e o que ela acabam dizer e o espelho o esforço que tivemos para que a independência fosse possível.
    Trovoada e Pinto: hehe Carlos nos não podíamos fazer o que fazemos sem o teus concelhos e o teu contributo.
    Conclusão o que estes senhores que eu citei mas o senhor Leonel Mario Dalva e outros nacionalista/independentistas deve fazer é escrever como fez Carlos Graça as suas memorias desse tempo para que personalidades independentes e historiadores possam fazer o seu juízo critico e isento dos acontecimentos desta epoca

  10. RS

    5 de Julho de 2012 at 22:14

    Tanta pressa em ser independentes, para se tornarem dependentes da pedinchice e esmola de meio mundo.

  11. Augerio dos Santos Amado Vaz

    6 de Julho de 2012 at 0:25

    Infelizmente, temos uma maneira de ser estranha, os nossos mais velhos nunca nos disseram a verdade, nascemos e não sabemos na realidade quem somos, é muita pena, as vezes julgo que nunca teremos um futuro coletivo e Santomé é onde existe mais bandidos por metro quadrados, com tantos lugares para eu nascer a minha mãe veio me despejar aqui, seria melhor que eu nascesse em Gabão.

  12. Verónica

    6 de Julho de 2012 at 7:37

    Um dia se houver debate, muita roupa suja será lavada.
    O Dr. Guadalupe, foi um grande lutador pela causa Santomense. Veja como ele está. Esqueçamos do seu feito é dele Fôrro djikixe, não muda, é indomavel. Mas o homem tem mto bom coração. É sério. Ele é que era o finaceiro do MLSTP no exterior. Ninguém o aponta com dedo.Mas os outros? É só querelas e no meio daquilo era só dividir para einar e criticavam o colono. Dentro do MLSTP, mesmo o MLSTP/PSD, aonde é que estão os fundadores? Nem Pinto da Costa nem Carlos Graça são fundadores!
    Arranjaram intrigas, calúnias para dividir e o Miguel Trovoada é um deles. Foi o principal mentor do afastamento do Oné e do Guadalupe. Imaginem o que aípasava. Foi pena o João Torres ter morrido. Os Torres não têm papa na língua.
    Digo mais uma vez, sem a Associação Cívica, não haveria o MLSTP em S.Tomé. Coitado dos jovens não sabem de nada,mesmo os que na altura tinha 10 anos bão sabem de mta coisa. Enfim kuámunto sai ê!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

  13. Andre Tiny

    6 de Julho de 2012 at 8:28

    R S
    Lembro-lhe que que ha algumas ex-potencias colonizadoras , que, apesar de rapinarem sem piedade as riquezas das ex-colonias, vivem hoje a pedirem batatinhas. No meu pais , apesar de tudo nao ha mendingos nas ruas. Somente nos falta um partido de oposicao forte e uma boa organizacao.

    • RS

      6 de Julho de 2012 at 14:01

      Então digo-lhe já que conheço o seu país melhor que você.

  14. Andre Tiny

    6 de Julho de 2012 at 8:34

    Digo, mendigos

  15. O JUSTICEIRO

    6 de Julho de 2012 at 8:34

    Gostaria de ver essas historias todas contdas num livro, de modoa poder ler e saber mais sobre tudo isso, e tb para ficar pra posterioridade… Fiquei com a triste sensação de que o problema da nossa jovem nação esta nos motivos q levaran os jovens da altura a querem a descolonização. O poder. E até hoje continuam usurpando de tudo e se digladiando pelo poder

  16. Baga Tela

    6 de Julho de 2012 at 9:42

    Desde já o meu muito obrigado por fazer-me entender por que razão, as políticas de STP ou o sistema político de STP não olha para o desnvolvimento dessas ilhas maravilhosas.
    A ganância desses traidores golosos já estavam a ser pensadas desde o tempo em que estavam a estudar. Usaram os seus deplomas para roubar, saquiar tudo como têm vindo a fazer.
    Reparem que desde o fim da era colónial, STP começou a ser destruido até ao dia de hoje. Nem os hospitais ficaram a salvo.
    Eu me lembro muito bem de que quando era miudo, ouvia os mais velhos dizer que na era colónial, STP era a referência para muitos paìses de africa. Hoje, é uma vergonha. STP já foi o maior produtor de açucar ao nível mundial.
    Quero aproveitar esta oportunidade para pedir a todos os que viveram e de alguma forma tiveram um papél importante na descolonização de STP que venham sem medo nos contar a verdadeira história de STP que é desconhecida dos jovens. Pois, se conhecermos o passado, vamos conseguir entender o presente e construir o futuro.
    STP não pode continuar assim!
    Um Bem haja a todos!

  17. Fernando Castanheira

    6 de Julho de 2012 at 13:01

    Estamos noutros tempos. Vamos e falar nos novos proximos tempos. Como S.Tome e Principe pode sair deste sofrimento?
    Quem vai comer dinheiro do petroleo?
    Como organizar a vida nossa?
    De historia um dia sera conhecida.

  18. Joscon

    6 de Julho de 2012 at 13:03

    Meu caro Dr. Gastão Torres,

    O seu relato sobre a situação da extinta Associação Cívica – Pró Movimento de Libertação de São-Tomé e Príncipe é deveras importante, para que se perceba um pouco da história política do país e ao mesmo tempo situá-la. Faço-lhe uma autocrítica construtiva, o seu relato deveria ter acontecido antes, de modo que as novas gerações sabiam de facto, o que aconteceu, mas de qualquer forma, agradeço a sua narração, pela importância de trazer ao lume, novos factos.

    Não entendo, não concordo, com estado de inanição em que se encontram confinados os quadros São-tomenses, mormente os licenciados em História, em Ciências Sociais, em Jornalismo, em Ciências Políticas, em Relações internacionais e entre outros (opinion maker), que resignam em colocar todo esse manancial histórico em publicações escritas (livros), em teses académicas e outras publicações de carácter literário. Temos de facto, muito material disponível para relatar, pois a maioria dos intervenientes na feitura desse movimento histórico, continuam vivos e, não podemos perder de vista, a oportunidade de ouvir “in loco” todo esse manancial história, pois a maioria das grandes personalidades que estiveram na génese da formação deste movimento, estão num ciclo descendente das suas vidas.

    O advogado Dr. Gastão D’Alva Torres foi uma figura ímpar neste processo, pois mobilizou os jovens estudantes São-tomenses em Portugal de modo a destabilizar o governo colonial, rumo à independência total das ilhas de São-tomé e Príncipe e, com conhecimento prévio do MLSTP que era o único representante do povo são-tomense junto da governo colonial.

    De Lisboa, muitos estudantes que se encontravam a estudar, acabaram por abandonar os seus estudos e, regressaram ao país para se inteirar da situação política do país, entre eles, encontravam-se Norberto Costa Alegre, Filinto Costa Alegre, Carlos Tiny, Olegário Tiny e Albertino Bragança. Ao nível interno, se juntaram Alda Bandeira, Armindo Vaz, Manuel Vaz Fernandes, Daniel Daio, Alda Graça Espírito Santo. Do exterior chegaram António Espírito Santo, Pedro Umbelina e Gastão Torres

    O próprio MLSTP era quase desconhecido em São Tomé naquela altura e, graças à militância do seu núcleo de jovens estudantes, a Associação Cívica conseguiu mobilizar os trabalhadores das roças e a população em geral realizando comícios, paralizações, greves e boicotes. Este grande êxito junto das populações criou grandes animosidades e invejas perante as grandes personalidades do MLSTP que se encontravam em Libreville, que tinham estado fora do país há largos anos. Esta atitude criou grandes anticorpos e estados de entropias e de autofagias internas.

    Portanto, a Associação Cívica foi vítima de um estado de autofagia interna, provocado por personalidades distintas, idiossincráticas e de grande ganância pelo poder. Em vez de construir um grupo forte, coeso, unido, transparente ao serviço do país, perdeu grande parte da sua actividade política, em lutas intestinais e de fait-divers, o que transformou a esta associação num grupo de personalidades desconstruídas.

  19. Martelo da Justiça

    7 de Julho de 2012 at 13:15

    Excelente artigo!!!

    Eu que vivi e participei esses momentos em 1974 e 1975, e sabendo o papel que crucial que o Filinto Costa Alegre desempenhou na Associação Cívica Pró-MLSTP, estranha-me a omissão do seu nome. Espero bem que foi um lapso do Dr.Gastão. Senão, é caso para citar um político da geração do Dr. Gastão: “Não se deve contar a história com uma boracha na mão”.

  20. sobe só

    21 de Julho de 2012 at 15:26

    Sempre fui da opinião que o nosso desenvolvimento dependera do nosso reconhecimento é preciso Unidade Disciplina e Trabalho e não unidade na diversidade como dizem por aí o processo de independência foi apenas um Passo importante para o nosso desenvolvimento, sabemos que o essencial ainda não conseguimos que é Independência económica.

    O conhecimento do Passado certamente nos fortalecera Para o melhor desenvolvimento do futuro muito obrigado Dr. Gastão Torres por estes esclarecimento embora um pouco tarde, mas antes tarde do que nunca.

  21. Carlos Amigo de STP

    9 de Fevereiro de 2016 at 17:41

    Desculpem mas não partilho a mesma opinião. A Independencia de STP é um facto consumado mas não podemos dizer que se tratou de um processo justo (no sentido de libertação de um território colonizado ou oprimido)ou de uma aspiração patriótica da população. STP era tão colónia de Portugal como o Minho, o Alentejo, a Madeira ou os Açores. Infelizmente a História está mal contada e prevalece a versão dos “vencedores” mas os factos estão à vista. STP, tal como Portugal, na altura, foi vítima da injustiça de oportunistas, racistas que alcançaram o poder com a revolução. As restantes regiões de Portugal estiveram à beira de uma guerra civil e STP tornou-se independente. Houve muita injustiça em todo esse processo mas faço votos para que STP tal como Portugal se reencontre com a nova história e caminhe rumo ao progresso.

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