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“Vulto” político da China e de STP começou no ano 2013

Em Novembro do ano 2013, São Tomé e Príncipe, conseguiu convencer a Republica Popular da China a assinar um acordo entre os dois países, que provisória e transitoriamente criaria as condições para a retoma das relações diplomáticas entre os dois países.

O acordo assinado entre o Governo são-tomense representando pela ex-ministra dos negócios estrangeiros e cooperação Natália Umbelina e o chefe da diplomacia chinesa, foi rubricado em Pequim no ano 2013.

São Tomé e Príncipe, conseguiu desta forma convencer a República Popular da China, a agir no sentido de abrir uma representação de ligação na capital São-tomense, que a par da promoção do investimento privado chinês no arquipélago, funcionaria também como um consulado chinês no país. Uma estratégia de aproximação, sem por em causa e de forma brusca as relações diplomáticas de São Tomé e Príncipe com Taiwan.

A estratégia político-diplomática são-tomense montada em 2013, e que deu corpo ao acordo entre os dois Estados, é singular no mundo. Nunca antes a República Popular da China, pôs a sua máquina empresarial disposta a investir num país, com o qual não tivesse relações diplomáticas, ainda mais sendo tal país amigo diplomático de Taiwan, a sua ilha rebelde.

A visão inteligente das autoridades são-tomenses, sob a liderança do ex-presidente Manuel Pinto da Costa, contestatário público do corte das relações entre São Tomé e Príncipe, com a República Popular da China em 1997, forçou a cedência das autoridades de Pequim. Na sua estratégia diplomática, São Tomé e Príncipe jogou com o facto do partido no poder em Taiwan no ano 2013, o Kuomintang, ser também defensor de uma só China. No entanto com a diferença de exigir uma única China, onde impera a democracia pluralista sem a ideologia comunista.

china-e-taiwan-595x406São Tomé e Príncipe explorou o momento de aproximação que se verificava entre a República Popular da China e Taiwan sob a direcção do partido Kuomintang, para deixar as autoridades de Pequim sem margens de manobra em relação ao acordo, que se afigurava como um processo transitório para a normalização das relações entre os dois países.

Um rompimento brusco por parte de São Tomé e Príncipe das relações diplomáticas com Taiwan em 2013, poderia agitar o bom relacionamento que China e Taiwan estavam a promover entre si durante a vigência do partido Kuomintang no governo de Taiwan. Prova disso, foi o encontro histórico entre o Presidente da China,Xi Jingping e Ma Ying Jeou Presidente de Taiwan em Novembro do ano 2015.(foto)

Os dois presidentes se reuniram em Singapura. Um cenário impossível para a actualidade, após a investidura em 2016 da primeira mulher Presidente de Taiwan, Tsai Ing –Wen líder do Partido Democrático Progressista de Taiwan. Um partido que defende a autodeterminação de Taiwan e que desde Maio de 2016, governa o país.

Na altura, São Tomé e Príncipe não agitou as águas asiáticas, e enquanto mantinha as relações com Taiwan que alocava 15 milhões de dólares por ano para financiar o Orçamento Geral do Estado, e suportava diversos projectos sociais e económicos, o arquipélago recebeu da China Popular uma lista de projectos a serem materializados no quadro do acordo entre os dois países assinado no ano 2013.

Os projectos anexos ao acordo, são os seguintes:

Alargamento da Cidade de São Tomé, Master Plan do País, Construção de um aeroporto, Construção do Porto em Água Profundas, Instalação de uma estação de Televisão Chinesa em São Tomé, e com um centro de retransmissão para toda a região africana, a semelhança do que acontece com a estação retransmissora da voz de América em São Tomé.

O sexto ponto da lista de investimentos públicos e privados que a República Popular da China acordou com São Tomé e Príncipe no ano 2013, contempla a recuperação das antigas roças para a promoção do Turismo. O sétimo ponto define a elaboração do Plano Nacional de Saúde e a Construção de um Hospital de Excelência.

O oitavo ponto refere-se a investimentos e participação de empresários chineses em diversas áreas com vista a criação de empregos directos. No nono e último ponto da lista de projectos, Pequim anuncia a criação de um banco de investimentos chinês em São Tomé e Príncipe.

O ex-Presidente da República, Manuel Pinto da Costa, foi desde 1997, considerado pelos seus opositores como a principal figura política são tomense anti-Taiwan. Talvez pretendesse com a estratégia implementada, cansar e provocar desgastes a Taiwan ao ponto da ilha chinesa, ceder tranquilamente o seu lugar a Pequim, como parceiro diplomático de São Tomé e Príncipe e representante da Única China.

foto-familia-com-pr-bancoUma estratégia que se consolidou, quando em Junho do ano 2014, enquanto Presidente da República visitou de forma privada a República Popular da China. Pinto da Costa que esteve em Pequim e em Xangai, acompanhado pelo então ministro das finanças Hélio d´Almeida, actualmente Governador do Banco Central, foi recebido por altas figuras da República Popular da China, com as quais limou as arrestas do acordo bilateral assinado em 2013. Nunca antes tinha visitado Taiwan, e não o fez até que deixou a presidência da república em Setembro do ano passado. Foi o único Chefe de Estado são-tomense que nunca visitou Taiwan.

Tendo tudo acertado em Pequim e em Xangai, a estratégia passava por deixar a execução dos projectos acordados com a República Popular da China, abafar por completo as acções Taiwanesas em São Tomé e Príncipe. Uma tarefa que no entanto precisaria de tempo, porque o estilo de cooperação implementado por Taiwan em São Tomé e Príncipe nos últimos 20 anos, não é facilmente suplantado

Taiwan desenvolveu uma política de cooperação horizontal. Uma política de aproximação e envolvência com as pessoas. Uma política de autêntico bombeiro da República. Atendia as necessidades do governo, das instituições do Estado, de figuras e forças políticas, e do cidadão comum em caso de baptizado, casamento, ou de qualquer infortúnio. Talvez por isso a estratégia “pintista” não teve apoio e envolvência do Governo da ADI no poder, que até antes de 20 de Dezembro de 2016 era identificado como sendo pró-Taiwan.

Exactamente no dia 20 de Dezembro de 2016, o Governo do partido ADI, a única força política são-tomense que em 1997 apadrinhou e defendeu o estabelecimento das relações diplomáticas com Taiwan, e a rejeição da China Única sob tutela de Pequim, veio anunciar ao país, que rompeu as relações com Taipei, e que reconhece a existência de uma e única China.

Depois do anúncio do Conselho de Ministros, o Primeiro-ministro Patrice Trovoada, deu uma conferência de imprensa. Em conversa privada com os jornalistas, ou seja em Off, o líder do Governo teria mostrado aos jornalistas um exemplar do acordo assinado por São Tomé e Príncipe e a República Popular da China no ano 2013, como uma das provas de que a sua decisão de romper as relações com Taiwan e reconhecer a China Única, faz parte de um processo, cujo “vulto” vem de 2013.

Na edição desta terça – feira o Téla Nón vai colocar a disposição dos leitores o teor do acordo assinado em Pequim no ano 2013, e cuja capa terá sido alegadamente mostrada aos jornalistas no Palácio do Governo. O Téla Nón dará também mais detalhes sobre o momento actual do regresso de São Tomé e Príncipe ao convívio com a Única China.

Abel Veiga

12 Comments

12 Comments

  1. Guida Gostosa

    3 de Janeiro de 2017 at 0:16

    Numa das passagens do meu comentário sobre a notícia do Tela Nón com o título: “Governo Corta Relações Diplomáticas Com Tiawan”, no dia 20 de Dezembro de 2016, eu havia referido o seguinte:

    “Contudo, é preciso enaltecer aqui a política de continuidade do Estado que o actual Presidente da República demonstra, ao ter dado o seu aval ao governo para esta decisão, porque a visita do ex-Presidente Manuel Pinto da Costa, embora com caracter privado à China em Junho de 2014 (também não podia ser anunciada como oficial, se não existia relações diplomáticas entre os dois Estados) já indiciava a tendência do Estado Santomense, em termos de viragem diplomática.”

  2. Jossias Mendes

    3 de Janeiro de 2017 at 10:42

    Muito bem Pinto da Costa

    Agora o Patrice Trovoada quer colher Louro?

    Que pouca vergonha

  3. Madiba

    3 de Janeiro de 2017 at 11:57

    Caros santomenses!
    Neste início do ano 2017, quero aqui expressar os meus sinceros votos de bom ano e muita prosperidade pessoal. Este voto é também extensível ao TELA NÓN e seu representante Abel Veiga.
    O texto presente faz referência à uma série de projectos que se concretizassem, com excelência e de uma forma cabal, S Tomé e Príncipe era um país desenvolvido.
    Pessoalmente acho de grande interesse para o país todos estes projectos. Mas a minha dúvida recai apenas para o alargamento da cidade de S. Tomé. Confesso que não entendo muito bem, a razão e a economicidade deste projecto, com todos os custos associados:abastecimento de água, saneamento do meio, higienização, energia, telecomunicações, transporte, pedra, areia etc; num país com uma taxa de pobreza acima dos 50% da população. Mas quanto aos todos outros estou plenamente de acordo. O que vejo com preocupação é exequibilidade destes projectos numa perspectiva racional.
    Outro ponto importante na minha opinião tem a ver com proveito de S.T.P e dos santomenses com isto tudo. Quem afinal de contas sai a ganhar com a assinatura dos acordos?
    Nós os santomenses, estamos habituados a ver os nossos políticos a escrever projectos muito bonitos, que na pratica nos apresentam resultado como o Centro Comercial de S. Tomé e Príncipe erguido recentemente na capital santomense por uma empresa chinesa e com capita clinês. São mesmo estes tipos de obras que nos vão desenvolver? Espero que sejam o contrário.
    Obrigado

  4. Nosso Dubai

    3 de Janeiro de 2017 at 13:29

    Patrice Trovoada é um grande malabarista! Muito improviso por parte do PT. Quem diria? Nunca mais votarei ADI, prefiro votar para CODÓ.

  5. pedro godinho

    3 de Janeiro de 2017 at 16:54

    Vejo que esta noticia e encomendada pelo senhor pinto da costa.
    So que o senhor pinto da costa e o jornalista omitiram duas coisas. Pinto da costa visitou taiwan sim, acompamhado pelo falecido presidente da guine luis cabral. Perguntem ovidio pequeno.
    Pinto da costa recebeu aqui o presidente de taiwan e possui hoje uma viatura todo de gama oferecida pelo estadista de taipe.
    Nao e contrario e imoral esta postura de tentar comer as duas bocas ao mesmo tempo????

    • Emiliano

      4 de Janeiro de 2017 at 19:42

      Senhor Pedro Godinho porque razão as v.exas. não gostam de aceitar as realidades. O processo começou sim com o Presidente Pinto da Cota e se não fosse o vosso chefe que se intitula como o único talentoso desta terra- talvez estariamos com menos problemas hoje. Durante a campanha o ADI instruiu os seus militantes para meter na cabeça do chamado povo pequeno que se o PINTO DA COSTA ganhasse as eleições o mesmo iria correr com TAIWAN. Afinal de contas quem correu com TAIWAN.sinceramente.
      Este ingrato de Patrice e o seu governo devme agradecer sim, ao Presidente Pinto da Costa.

    • seabra

      6 de Janeiro de 2017 at 11:51

      Pedro Godinho, vê-se que o seu comentàrio foi-lhe encomendado pela ADI. Quantas miseras DOBRAS lhe foram atribuidas para escrever o seu reles E estùpido-comentàrio?
      Contra factos nao hà argumentos…foi o Pinto da Costa e ponto
      final. Nenhum cambalacho ou mà fé, podem mudar a trajetoria da HISTORIA, imbecil engraxador PG.
      Por causa de alguns imbecis incapazes, que STP està assim…sendo dirigido pela gente de péssima indola, pelos impostores da républica, ladroes e corrumpidos como o PT e CO.
      A vossa guerra està sendo perdida. Vocês sao como o Lucifer e o seus Anjos das Trevas, que corrompidos foram expulsos por um ùnico Anjo,o Arcanjo Sao Miguel…a vossa força é maléfica mas muito OCA, basta haver um homem que “OS” tem no bom lugar, para exterminar com a vossa raça Trovoada e Màfia de STP, de gente RUIM e CORRUPTA.
      Creio que a guerra jà està declarada…2017 é o ano fatal para os muçulmanos e os oportunistas. Dà para entender?!!!

  6. Martelo da Justiça

    3 de Janeiro de 2017 at 22:30

    Rejeitou as diligencias de Pinto da Costa para a aproximação com a China Popular convencido que ia conseguir melhor com a reunião de Londres e uma série de palestras realizadas em Lisboa e outras paragens, repetindo sempre as mesmas coisas. Os seus conselheiros estrangeiros enganaram-no provavelmente depois de serem pagos uma pipa de Dólares.
    Sem solução, o Patrice teve que socorrer-se as opções do Pinto da Costa, numa circunstancia de fragilidade e sem ter a coragem de reconhecer publicamente que o processo foi iniciado pelo antigo Presidente.
    Todos nós estamos recordados a maneira hostil em que o Patrice recusou e reprovou os projetos estabelecidos no quadro do acordo com a China Popular. O Centro Comercial sobreviveu pelo facto da sua construção ter estado numa fase irreversível. Ainda assim, a construção esteve parada por muito tempo por mero capricho do Governo da ADI, com todos os prejuízos que isso acarretou.
    No mínimo é uma desonestidade politica que não fica bem, pois o Primeiro Ministro não teve a coragem de publicamente reconhecer o erro. Este é também o nosso grande problema, a falta de coragem de reconhecer do mérito do outro.

  7. Explicador Meu

    5 de Janeiro de 2017 at 9:46

    Caro Amigo Pedro Godinho

    Quando bebes ou fumas aquela ervinha verde que só tu sabes. Por favor não opine. Deixe o efeito passar e depois opine.

    Obrigado Amigo

  8. maria chora muito

    5 de Janeiro de 2017 at 16:52

    Taiwan vai desencadear um processo de indeminização contra o Estado caloteiro de São Tomé e Príncipe e exigir a imediata devolução de todos os montantes recebidos pelo senhor Miguel Trovoada e o seu filho Patrice Trovoada.

    • rapaz de Riboque

      6 de Janeiro de 2017 at 12:57

      choras muito porque falta de alguma coisa ? olha vai chorando que faz bem ao coração e a saúde

    • seabra

      6 de Janeiro de 2017 at 15:40

      …falta de assunto e ignorância, leva a muitos “tontos narcissicos”, exporem a sua mediocridade, escrevendo BESTEIRAS.
      Qual é o interesse do seu estùpido comentàrio sobre o argumento da Maria Chora Muito? O que trouxe você, rapaz do riboque, de ùtil ao debate em questao (para além da sua estupidez ao cubo)?
      Suponho que foi ùnicamente, por ter uma personalidade narcissica, e que quer ver o seu nome publicado, aliàs, a sua alcunha…é tudo!!!
      O comentàrio dela tem logica, ao passo que o seu é “VAZIO”.

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