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UDD desafia o Presidente da CEN a vir a rua explicar sem complicar

Partido da oposição com um assento na Assembleia Nacional, a União dos Democratas para Cidadania e Desenvolvimento, exige que o Presidente da Comissão Eleitoral Nacional, Alberto Pereira, preste contas ao país sobre os números do recenseamento eleitoral de raiz.

«entre os 110 mil eleitores registados nos cadernos eleitorais em 2014, existe um decréscimo acentuado dos eleitores inscritos. São cerca de 10 mil eleitores que desaparecem em menos de 3 anos, quando a expectativa e a lógica seriam a de um aumento, pelo menos, de mais de 3 mil eleitores, tendo em conta a taxa média de crescimento populacional, que está acima de 2,5% ao ano.

Ao invés de nos apresentar um resultado no novo recenseamento acima dos 113 mil eleitores, o Presidente da Comissão Eleitoral, apresentou-nos, apenas, cerca de 91 mil eleitores.

O cidadão minimamente atento, tem que se questionar sobro o seguinte:

Onde estão os restantes eleitores? Não foram recenseados? Foram subtraídos dos cadernos eleitorais? O que se passou afinal?», diz o comunicado da UDD enviado a redacção do Téla Nón.

O partido político da oposição põe em causa a credibilidade do presidente da CEN. «O Presidente do CNE deve prestar contas sobre este assunto. Até porque, esta figura já foi contestada pela sua desastrosa actuação aquando das eleições presidenciais em 2016, e a qual não merece a nossa confiança para que esteja numa posição tão importante como a de presidente da CEN», acrescenta a UDD.

Se Alberto Pereira, não explicar as contas do Recenseamento Eleitoral de Raiz, a UDD considera que a democracia são-tomense estará em perigo iminente. «Os santomenses não podem conviver com estes factos, os quais põem em causa, de forma antecipada, os próximos actos eleitorais. Caso o presidente da CEN não explique aos santomenses o que se passou para a redução significativa dos eleitores, faz-nos admitir que pode estar a ser preparada uma gigantesca violação dos direitos democráticos e fundamentais dos santomenses, que é a livre e transparente escolha dos seus dirigentes», frisa o comunicado.

Na reunião da sua comissão política no dia 22 de Junho, o partido analisou também a situação política no país e a questão da instalação do Tribunal Constitucional.

Ao ler a situação interna do país, a UDD chegou a conclusão que «a taxa de desemprego atinge valores elevados, rondando os 30%, sobretudo entre a camada jovem. Uma das causas para esta situação tem sido, também, a falência das pequenas e médias empresas a que temos vindo a assistir, sem que o Governo se mostre capaz de apresentar uma solução; Os comerciantes nacionais estão insatisfeitos, lutam por subsistir, e demonstram receio do que o futuro lhes reserva com o constante aumento dos impostos e a permanente diminuição do poder de compra da população; Os indicadores de saúde revelam uma degradação acentuada dos cuidados mínimos que devem ser prestados à população».

Sobre o projecto de lei, aprovado na generalidade pela bancada parlamentar da ADI, com vista a instalação do Tribunal Constitucional Autónomo, a comissão política da UDD, diz que «o líder do ADI não pode simplesmente avançar com a implementação deste tribunal só para que possa ser conveniente ao seu partido nas próximas eleições! Para o efeito, o Parido ADI não hesitou em atropelar a constituição e as regras democráticas mais elementares, pretendendo criar as condições para eleger juízes do tribunal constitucional apenas com os votos do seu partido, quando as regras dessa eleição já se encontram previstas na Constituição», concluiu.

Abel Veiga

6 Comments

6 Comments

  1. Paulo da Constituição

    30 de Junho de 2017 at 9:00

    Depois do MDFM agora vem a UDD com comunicados convincentes, bem estruturados e até de certa forma comunicados contruibutivos. Bem se espera que quer o governo, quer a ADI não condenem esses mesmos comunicados ou pontos de vista, antes pelo contrario possa encobntrar neles pistas para ajudar a governação e a estabilidade politica do país. São na minha opinião contribuições democraticas para o fortalecimento da democracia. A estes dois pequenos partidos fica registada a sua nobre contribuição ao contrario do que tem sido a actuação do MLSTP e do PCD.
    Como pessoa proxima do MLSTP não posso deixar de reconhecer a fragilidade dos dois maiores partidos politicos da oposição, cuja prestação deveria ser bem melhor.
    Relativamente aos resultados do recenseamento eleitoral de raiz, na verdade esta preocupação da redução drástica do numero de eleitores é relevante. Há que se dar explicações ao povo, o senhor presidente da Comissão Eleitoral tem que explicar o povo.

  2. Mezedo

    30 de Junho de 2017 at 10:14

    Muito bem. Gostei desta intervenção. Tem que ser assim. É preciso exercer a fiscalização nestas matérias. Eu não consigo compreender como é possível que o número de eleitores, em vez de aumentar desce, sem que haja qualquer explicação plausível para esta causa e nem os elementos da CEN virem explicar as causas para que tal tenha acontecido. Isto não é normal. Em qualquer país normal este caso dava direito a uma grande complicação política e até a um inquérito sendo que os responsáveis por esta instituição deveriam vir para a Assembleia e explicar tudo isto. O país está muito mal. Nunca esperei ver o meu país nesta situação tão má e descredibilizadora. É muito complicado hohe em dia uma pessoa abrir a boca e dizer que é de S.Tomé e Príncipe. Vão logo associar-nos a podridão, corrupção, porcarias, incompetência e outras coisas.

  3. Martelo da Justiça

    30 de Junho de 2017 at 10:27

    Realmente não sei porque que esse assunto tão sério não está na ordem do dia da politica São-tomense. Ou os grandes partidos da oposição estão distraídos ou comprometidos com alguma coisa.
    Quero felicitar o UDD por estar a tentar colocar esse problema na ordem do dia. Diferença de 10 mil eleitores para menos no espaço de 3 anos é muito! A situação normal seria um considerável acréscimo tendo em conta a evolução demográfica.

  4. Homem Grande

    30 de Junho de 2017 at 14:16

    Subscrevo a todos os comentários que me antecederam… Talvez só devo acrescentar que a cama já está feita e o Tribunal Constitucional vai Legitimar essa fraude por mais 4/5 anos…
    Quem nos irá Salvar?
    Com uma Oposição amordaçada talvez só recordando de novo o 53!

  5. FCL

    30 de Junho de 2017 at 20:18

    E uma situação que deve ser alvo de estudos em grandes centros de investigação sobre políticas, porque de certeza que entre os países democráticos no mundo Sao Tomé e Principe e o único em que se registou uma redução do numero de eleitores de tamanha dimensão. Seria importante apresentar a lista dos eleitores que se evaporaram e explicar sem complicar a razoo deste fenómeno sobrenatural.
    Uma analise dos locais aonde estes eleitores evaporados pertenciam que conduzisse a uma coincidência com os locais aonde o nosso Pau Mandado angariou mais votos daria para esclarecer muita coisa.

  6. Quilixe Futado

    1 de Julho de 2017 at 9:20

    Caro Paulo da Constituição e outros ilustres comentadores, se verificarem bem, O MLSTP-PSD já veio ao público contestar este recenseamento de raiz e suas atrocidades.
    Existe mesmo uma petição subscrita pelos partidos da oposição, com assento parlamentar instando a quem direito uma peritagem internacional verdadeiramente independente.

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