Após várias denúncias de plantio e comércio de drogas no país, incluindo na Assembleia Nacional, a polícia nacional decidiu lançar a primeira operação de combate ao flagelo. Numa propriedade agrícola, foram apreendidas mais de duas centenas de plantas de cannabis. O produtor da droga está detido. A polícia nacional garante que a operação vai continuar até a erradicação da produção e comercialização de drogas no país.
A denúncia de produção e comercialização de cannabis em São Tomé e Príncipe é antiga e repetitiva. Há alguns anos atrás, o ex-director da Cadeia Central, e actual Director da Polícia de Investigação Criminal, denunciou o grande consumo de cannabis por parte de reclusos.
Certa quantidade do produto foi apreendida pelos guardas prisionais, na posse de pessoas que iam visitar os reclusos. O então director do estabelecimento prisional, garantiu que existiam plantações de cannabis numa determinada localidade do país, e que as autoridades competentes não tinham tomado medidas para conter o problema.
A resposta da Polícia de Investigação Criminal, foi que não haviam meios sobretudos logísticos, para assegurar a intervenção policial. O deixa andar manteve-se, ao mesmo tempo que no hemiciclo parlamentar, pelo menos um deputado alertava as autoridades nacionais para o perigo. Arlindo Ramos, da bancada da ADI, voltou a carga na última sessão parlamentar, tendo considerado o aumento da criminalidade violenta que começou a marcar o país, como sendo resultado do consumo de drogas.
O deputado da nação apresentou como exemplo uma briga de alegados grupos rivais de comércio da droga, nos arredores da capital são-tomense.
Diante de tanta denúncia, o comando geral da polícia nacional decidiu agir. A primeira intervenção surtiu efeito. Numa grande plantação de cannabis, numa localidade do interior de São Tomé, que a polícia preferiu não revelar foram encontrados também vários viveiros da planta estimulante. «Tivemos algumas informações fomos trabalhando as informações que hoje culmina com a apreensão no quintal de um indivíduo de 200 pés de cannabis e alguns viveiros que ele preparava para serem plantados num dos 3 campos que ele possuiu», explicou o subcomissário Denylson Cunha.
O oficial das relações públicas da polícia nacional, acrescentou que as declarações do produtor que está detido indicam que o produto seria colocado no mercado nacional.
A polícia nacional diz que ainda está a investigar o caso, e que por isso mesmo não pode precisar se a produção ilegal de cannabis, teria também como objectivo alimentar o negócio de traficantes internacionais.
A apreensão desta segunda-feira, foi apenas uma ponta do iceberg do cultivo da droga em São Tomé e Príncipe. «Estamos a fazer todas as diligências para acabar com o tráfico. Este problema ainda está no começo. Essa é uma de muitas outras acções que estão para vir», assegurou o subcomissário da polícia nacional.
A polícia acredita que para além da cannabis, outros tipos de estupefacientes, estarão a ser comercializados no arquipélago são-tomense.
Abel Veiga