Na sua edição do dia 12 de Março, a revista “La Lettre du Continent”, publicada em Paris,-França anuncia grande tensão no seio das forças armadas são-tomenses por causa do atraso em cerca de 3 meses no pagamento dos salários. Tensão que segundo a revista já chegou a um nível insuportável. Em entrevista ao Téla Nón o Comandante das Forças Armadas, Idalécio Pachire, desmentiu tudo, e disse que tais informações sem fundamento, visam prejudicar o arquipélago são-tomense, numa altura em que as autoridades buscam mais parcerias privadas para investir no desenvolvimento do país.
O artigo da revista que tem grande audiência no mundo francófono e anglófono, dá conta de uma grande tensão no seio das forças armadas são-tomenses, recorrendo a um relatório de uma agência internacional especializada em iquestões de segurança, designada State Service Security. A síntese em língua francesa diz o seguinte: Sao Tomé : Militaires en colère. Selon un rapport du State Service Security (SSS) remis au Président Nigérian, la situation des militaires de Sao Tomé et Principe qui n’ont pas été payés depuis trois mois devient insupportable.», traduzindo a síntese da revista francófona especializada em questões africanas pode-se interpretar da seguinte forma «São Tomé – Tensão no seio dos militares. Segundo um relatório do State Service Security(SSS), enviado ao Presidente da Nigéria, a situação dos militares de São Tomé e Príncipe, que não recebem os salários há 3 meses tornou-se insuportável».
Uma informação falsa, grave e que prejudica São Tomé e Príncipe, considera o Comandante das Forças Armadas, o Tenente-coronel de Artilharia Idalécio Pachire, que sorriu quando foi confrontado com esta informação. «Isso não tem cabimento. Não há, nem houve qualquer atraso no pagamento do salário dos militares, ainda mais por um período de 3 meses. Olha ainda na primeira semana de Março foi pago o salário do mês de Fevereiro. Não consigo entender de onde sai esta informação», pontuou o Comandante das Forças Armadas.
Idalécio Pachire, acrescentou ainda que apesar das dificuldades financeiras que o país vive, as forças armadas foram agraciadas com um ligeiro aumento de salário que está a ser praticado desde Janeiro último. Um aumento equivalente a cerca de 50 euros, e que varia de acordo a categoria de cada militar. «Para um cabo o salário actual é superior a 50 euros, e assim sobe até a classe dos oficiais onde a diferença é maior. Sinceramente não entendo de onde sai esta informação», reforçou.
O Tenente-coronel, fez questão de esclarecer que mesmo os militares na reserva, continuam a receber os seus salários apesar de desempenharem outras actividades privadas. Com esta declaração Idalécio Pachire pretendeu demonstrar que também na classe dos reservistas não há motivos para descontentamento por alegado atraso ou ausência de pagamento dos salários.
O impacto desta informação numa revista de elite francófona, pode por em causa a confiança dos investidores interessados em aplicar capital no arquipélago. Note-se que o maior empreendimento a ser construído no país desde a sua descoberta no século XV, está nas mãos de uma empresa francesa. Trata-se do porto em águas profundas. Mais de 500 Milhões de dólares deverão ser investidos num ambiente social e político que deve ser estável.
Para evitar que as alegadas contra-informações prejudicam o país e o povo, o Téla Nón apurou que as autoridades pretendem chegar a fonte de tais boatos prejudiciais.
Abel Veiga