É assim que Arzemiro dos Prazeres, vulgo Bano, reage a notícia do Téla Nón que o indica como sendo o ex-ministro que terá influenciado a entrada do escritório de advogados A W Galvão no negócio de 5 milhões de dólares para importação dos produtos brasileiros. Após as declarações de Mercia Radicchi e mais tarde de Delfim Neves numa entrevista a Rádio Nacional de São Tomé e Príncipe, todo o país diz que é Bano o alegado ministro. E o Téla Nón também. Arzemiro dos Prazeres não esconde a sua fúria num documento de direito de resposta enviado ao Jornal. Téla Nón e o seu editor são duramente atacados e ameaçados com processo judicial.
Arzemiro dos Prazeres, começa por explicar as suas relações com a brasileira Mercia Radicchi. Segundo ele tudo começou quando era ministro das infra-estruturas. Mercia Radicchi já tinha contactos com o seu antecessor, Delfim Neves, com vista a realização de alguns projectos no país, incluindo a instalação de uma empresa de transportes públicos. «Neste encontro a Senhora Mercia Raddich fez-se acompanhar do promotor do projecto de nome Hallison da Silva proprietario de uma empresa de nome Skyline Brasil. Confesso que fiquei vislumbrado com o projecto e aí lembrei-me que era um dos projectos que na altura da passagem de pastas, o Ministro cessante havia-me recomendado como deveras interessante. Interessante, ao ponto de eu informar ao promotor brasileiro que se dirigisse a S.Tomé e que o governo santomense assinaria com ele um protocolo de intenções (julgo ser esse o documento que voce diz e cito\” O Tela Non teve hipóteses de consultar um documento em que Bano enquanto ministro deu luz verde ao escritório do Brasileiro Galvão para executar um projecto de transportes públicos em São Tomé \”) desde que ele facilitasse a entrada dos taxistas santomenes no capital social da empresa a ser criada para o feito. Porque insisti nessa exigencia? Na altura ao analisar o projecto, saltou-me a vista o facto dos taxistas poderem perder uma grande parte da sua clientela, pois tratava-se da entrada em circulação de 20 novos autocarros com preços bastante modestos, em torno de 5 mil dobras, o que na certa promoveria o desemprego para muitas famílias. É neste contexto que exigi a entrada e participação dos taxistas na empresa. A associação de taxistas pode confirmar esse facto (em tempo oportuno enviarei uma copia de um memorando assinado entre a Associação dos Taxistas e a tal empresa brasileira). Que coisa feia senhor jornalista. Para quê MENTIR e desinformar os seus leitores e a opinião publica nacional e internacional? Eu desafio-lhe a exibir publicamente um documento em que eu tenha assinado algo com a firma A W Galvão. O documento, e cuja copia também lhe envio para ser publicado, foi um Protocolo de Intenções assinado com o senhor Hallison Silva, proprietário da empresa brasileira Skyline. O que o motiva para esta cruzada suja, perniciosa e insistente contra a minha pessoa?», explica Arzemiro dos Prazeres.
O Téla Nón reconhece e assume que errou, quando no seu artigo, disse que consultou um documento assinado por Arzemiro dos Prazeres, dando luz verde ao escritório brasileiro de advogados A W Galvão para realizar no país o projecto de transportes públicos. De facto o Téla Nón consultou o documento no escritório do senhor Delfim Neves, na presença deste e de outros dois elementos da STP-Trading, nomeadamente Armando Correia e Osvaldo Santana. Por lapso, por força do nome AW Galvão, o jornalista escreveu esse nome como sendo o beneficiário do projecto, quando na verdade é outra empresa brasileira como está escrito no documento. É única falha que o Téla Nón assume em relação ao artigo escrito, e por isso mesmo pede desculpas ao senhor Arzemiro dos Prazeres. O documento é este … clique…protocolo.pdf
Tudo ficou acertado num protocolo de intenções, cuja cópia Arzemiro dos Prazeres publica junto com a sua reacção. « NUNCA VI NEM SEQUER OUVI FALAR EM W GALVAO. Porque associar-me a um negócio que só tomei conhecimento por jornais e TV como qualquer outro cidadão, quando os verdadeiros protagonistas estão perfeitamente identificados? Porquê a fixação contra Arzemiro Banno dos Prazeres. É pecado ter dinheiro neste País. Será que não é possível ganhar dinheiro sem estar implicado em trafulhices?» Interrogou.
No seu direito de resposta, Bano, fustiga o director do Jornal Téla Nón. Para Arzemiro dos Prazeres, a culpa toda é do jornal Téla Nón e do seu director, que colocou na Internet, a informação que foi repetida várias vezes no espaço territorial nacional através da Rádio Nacional. Delfim Neves que deixou claro que o ex-ministro tem apelido Prazeres, tendo ainda focalizado o nome de um familiar de Bano, como fazendo parte do tal escritório de advogados, é defendido. «E não me venha dizer que foi Delfim Neves, pois ele apenas limitou-se a defender-se, pois estava claro que o ex Ministro referenciado pela Mercia não era ele, pois como ele disse e muito bem não é primo de \” um cidadão são-tomense que trabalha no escritório brasileiro A W Galvão, e chama-se Miguel dos Prazeres\” e você que nem um grande profeta vem anunciar a Boa Nova», fundamenta Arzemiro dos Prazeres.
Para Bano era preciso que Delfim Neves dissesse que Miguel dos Prazeres é seu primo. Só assim é que o país e o Téla Nón, poderiam relaciona-lo com o caso. Argumentos válidos que no entanto não convencem a ninguém em São Tomé e Príncipe. A rádio nacional de São Tomé e Príncipe já publicou a entrevista de Delfim Neves cerca de 3 vezes, e a opinião pública nacional é unânime em considerar que é de Bano que se estava a falar. Isto porque a declaração de Delfim Neves foi clara. «Há um são-tomense que trabalha com a AW Galvão chamado Miguel dos Prazeres, e os senhores sabem muito bem qual é o ex-ministro que tem o apelido Prazeres. Não é Delfim Neves», disse Delfim Neves.
E o Téla Nón esclareceu e bem no seu artigo que «depois da queda do governo de Tomé Vera Cruz, Delfim Neves foi sucedido no cargo de ministro das infra-estruturas por Arzemiro dos Prazeres, mais conhecido por Bano», lê-se no artigo.
Arzemiro dos Prazeres, aproveita para anunciar que os seus bens e as suas contas são públicos. Podem ser consultados junto a procuradoria-geral da república. Garante que tem várias empresas no mercado nacional, e que neste ano deverá dar um contributo ao estado em cerca de 100 mil euros, como resultado do pagamento dos impostos.
Mercia Radicchi também é alvo de denúncias por parte de Arzemiro dos Prazeres. «Ultimamente, a Senhora Mercia telefonou-me a pedir uma audiencia e na altura não a pude atender de imediato. Telefonei-a três dias mais tarde para lhe dizer que a receberia no meu escritório. Foi nesse encontro que tomei conhecimentos dos detalhes (segundo a sua versão dos factos) deste processo de importação de bens do Brasil. Depois de me relatar o que se passava, disse-me que já estava em S.Tomé há muito tempo a espera de uma comissão ,que ela achava ter direito pela transação entre a STP Trading e uma empresa brasileira exportadora, e que a razão da sua audiencia relacionava-se com a sua sobrevivencia em S.Tomé. A Sr Mercia disse-me que já não tinha dinheiro para pagar as suas contas e nem para se alimentar e que precisava que eu lhe emprestasse 10 mil euros. Respondi a Sra Mercia que estava a fazer alguns investimento numa das minhas empresas e que só podia emprestar-lhe 5 mil dolares, obviamente contra apresentação de alguma garantia. A Sra Mercia disse-me que a garantia seria a comissão que esperava receber em breve, pois já havia avisado algumas pessoas que iria por a \”boca no trombone\” ( foi essa a expressão que ela usou) e as pessoas com medo iriam pagar. Respondi-lhe que infelizmente aquilo não servia de garantia, para reaver o que poderia emprestar-lhe e que por isso, lamentava muito , mas não a podia ajudar. ESSA É A VERDADE . Agora, se a Senhora Mercia ficou chocada porque não emprestei-lhe o meu suado e rico dinheirinho e em função disso para se vingar, mente descaradamente e inventa estórias (não histórias). como pode você, um repórter de um conceituado órgão de comunicação português relatar para o mundo uma infâmia dessas sem ouvir a parte acusada», afirmou Bano.
Abel Veiga
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